quinta-feira, 18 de julho de 2013

Lição 3, A Palavra — a base do reavivalmento, por Roberto J. Wieland



Para 13 a 20 de julho de 2013

O que é muitas vezes negligenciado por aqueles que dizem que amam a Bíblia, e, talvez, não seja culpa deles; é — será possível que tenha sido mantida longe deles?
Ambos, Antigo e Novo Testamentos, ensinam uma idéia totalmente ausente em qualquer outro escrito da época: um amor que tem dimensões nunca sonhadas pela humanidade — é Ágape no Novo Testamento Grego. É a história do Filho de Deus que desceu do céu para tornar-Se um verdadeiro ser humano, para sempre (sim, Ele foi dado a nós por toda a eternidade para sempre!), tomando sobre Si todas as tendências (*herdadas1) da humanidade caída, entretanto vivendo nessa natureza uma vida sem pecado, de amor desinteressado; sem consideração para consigo mesmo até ao ponto de "morte de cruz" o que implicou derramar até a última gota de Sua vida (Fil. 2:5-8). Para Ele, a "morte de cruz" significava suportar a ira eterna do Pai contra o pecado, o que significava o fim da (Sua) existência. Ele deu-Se a Si mesmo ao inferno em Seu amor pela humanidade caída (cf. Atos 2:26, ​​27).
Esta exata idéia chocou àqueles que ouviram os apóstolos proclamá-la. A idéia de Ágape alvoroçou o mundo de então. (cf. Atos 17:6). Ela encorajou a humanidade; nenhuma religião pagã tinha pensado nessa idéia. Ela ainda nos estimula hoje! Alguns questionam a sua realidade: como poderia Cristo ter morrido a nossa segunda morte se Ele foi ressuscitado? Seu ser desprovido de qualquer esperança egoística seja o que for é uma "grande idéia," muito grande para sondar. Laodicea parece incapaz de captá-la. Cada cordeiro que foi sacrificado na Páscoa morreu para sempre; nenhum foi ressuscitado. Jesus deu-Se a Si mesmo para tornar-Se o Cordeiro de Deus; e isto também era dar adeus para sempre tanto quanto Seu compromisso significava.
Tal Ágape é a idéia central e única do livro que chamamos de "Bíblia Sagrada," independentemente da versão que seus tradutores possam usar. Os anjos se maravilham com ela; e nós também a admiramos?
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Não há nenhuma dúvida nas mentes dos adventistas do sétimo dia de que a Palavra de Deus seja o fundamento para reavivamento e reforma. Nosso verso para memorizar diz: "vivifica-me segundo a Tua Palavra" (Salmo 119:154), indicando que algo deve acontecer antes que nós possamos alguma vez cumprir a tarefa especial que Ele nos "ordenou" a fazer: "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em o nome do Pai, e do o Filho, e do Espírito Santo" (Mat. 28:19, 20).
Mas, primeiro, as nossas próprias almas precisam ser revividas ["ganhas"] pelas Boa Novas. Se o amor a esta verdade for bem-vinda em nossos corações, nada pode impedí-lo de que " flui" para os outros. Pondere esta promessa de Jesus em João 7:38: "Quem crê em Mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão de seu ventre". Ellen G. White escreveu: "Cristo crucificado — fale isso, ore isso, cante isso, e isso quebrará e conquistará os corações.... Almas estão sedentas pela água da vida. Não permita que elas se distanciem de você vazias. Revele o amor de Cristo a eles. Conduza-os a Jesus, e Ele irá dar-lhes o pão da vida e a água da salvação" (Review and Herald, de 22 de nov. de 1892).
Você não pode ganhar almas com más notícias, apenas com boas novas.
“Cristo tem de revelar-Se ao pecador como o Salvador morto pelos pecados do mundo; e, ao contemplarmos o Cordeiro de Deus sobre a cruz do Calvário, começa a desdobrar-se ao nosso espírito o mistério da redenção, e a bondade de Deus nos leva ao arrependimento. Morrendo pelos pecadores, Cristo manifestou um amor que é incompreensível; e esse amor, ao ser contemplado pelo pecador, abranda-lhe o coração, impressiona-lhe o espírito e inspira-lhe contrição à alma” (Caminho a Cristo, págs. 26, 27).
Despertar em nossas almas aquela fome e sede é o propósito da mensagem de 1888 da justiça de Cristo. O evangelho é o pão da vida; e uma vez que você o prove, você sempre vai depois querer "comer" dele. Que alegria! Sempre estar com fome e sedento por mais. Todos os entretenimentos do mundo perdem seu apelo quando você "prova" do evangelho tal como ele é. Muitos estão agora testificando que aquela fome tem sido despertada em suas almas por ouvirem ou lerem as verdades da mensagem de 1888.
Ellet J. Waggoner, um dos dois "mensageiros" de 1888 escreveu: "Que há um poder na palavra de Deus, muito acima do que de qualquer outro livro, não pode ser posta em dúvida. O Senhor através do profeta Jeremias repreende os falsos profetas, que falam suas próprias palavras em vez das palavras de Deus, e diz: “Que tem a palha com o trigo? Porventura a Minha palavra não é como um fogo” (Jer. 23:28, 29). A palavra do Senhor é a semente pela qual o pecador nasce de novo. Nós aprendemos que a palavra de Deus é a semente, a partir da qual somos transformados em novas criaturas em Cristo. A palavra, em seguida, tem poder de dar vida (ver 1ª Pedro 1:22, 23).
"Com o conhecimento de que a palavra de Deus é a semente pela qual os homens [e mulheres] são gerados em uma nova vida, e que o esconderijo da palavra no coração guarda uma pessoa de pecar, podemos facilmente entender 1ª João 3:9: 'Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; ...  porque é nascido de Deus.” Quão simples!
"Jesus, nosso grande Exemplo, deu-nos uma ilustração disto. Quando tentado em cada ponto pelo diabo, Sua única resposta foi, ‘Está escrito,' seguido por um texto da Escritura que se aplicava ao caso específico exatamente. O cristão que estiver firme deve fazer o mesma coisa. Não há nenhum outro caminho.
"Possa o pensamento de que Deus está na palavra ser um novo incentivo para todos ganharem tempo e força para o seu trabalho por tomar a partir dele mais tempo para se alimentar da fonte da força divina." (trechos de "A Palavra que Reside no Coração.” Signs of the Times, de 14 de Julho de 1890).
Qual é a verdadeira motivação que irá levar-nos a seguir o Senhor até o fim? “Não é o temor do castigo, ou a esperança da recompensa eterna, que leva os discípulos de Cristo a segui-Lo. Contemplam o incomparável amor do Salvador revelado em Sua peregrinação na Terra, da manjedoura de Belém à cruz do Calvário, e essa visão dEle atrai, abranda e subjuga o coração. O amor desperta na alma dos que O contemplam. Ouvem-Lhe a voz e seguem-nO” (O Desejado de Todas as Nações, pág. 480) 
Esta mui elevada motivação tornar-se-á compreendida no fim dos tempos mais do que foi entendida na igreja em todas as eras passadas — uma preocupação por Cristo de que Ele receba a Sua recompensa e encontre Seu "remanescente" na erradicação final do pecado. Toda motivação egocêntrica com base meramente em medo do inferno ou esperança de recompensa é menos eficaz. A mais alta motivação é simbolizada no clímax de Escritura — a Noiva de Cristo aprontando-se para as bodas do Cordeiro, (*Apoc, 19:7).
Uma oração que o Pai ama ouvir e responder é o pedido para o Espírito Santo "tornar conhecidas" Suas palavras a você (Prov. 1:23). Pleiteie para que Ele lhe dê uma "fome e sede de justiça" (Mat. 5:6) — este é o caminho da "felicidade" (que significa ser "bem-aventurado"). E você vai se surpreender quantas vezes o Senhor irá abrir as portas para você compartilhar tesouros da verdade que você descobriu em sua leitura pessoal da Bíblia.

- Compilado a partir de os escritos de Robert J. Wieland.


Nota do tradutor:
1) De acordo com Gên. 3:15, Jesus devia ser a ‘semente’ de uma mulher caída, uma mãe que tivesse, em sua natureza humana, as tendências hereditárias ao mal. Na nossa natureza humana temos tendências hereditárias e cultivadas. Jesus ao assumir a nossa natureza caída tinha as primeiras, mas durante sua vida na terra não adquiriu as segundas, porque Ele nunca cultivou o pecado. Tendo assumido uma natureza humana como a nossa, Cristo não a corrompeu, pois nunca cedeu às tentações, ou, em outras palavras, em Sua natureza humana, NUNCA houve tendências ao mal CULTIVADAS. “Aqui a provação de Cristo foi muito maior do que a de Adão e Eva, pois Ele assumiu nossa natureza, decaída mas não corrompida, e que não se perverteria a menos que Ele aceitasse as palavras de Satanás em lugar das palavras de Deus.” (Ms 57, 1890; 16MR 182.3. Ênfases acrescentadas).
Jesus assumiu a mesma natureza humana que nós temos, isto é, tomou sobre Si a ‘máquina de pecar’, mas nunca a pôs em funcionamento, embora fosse tentado tanto por dentro como por fora como nós o somos. E, para não consentir com as tendências ao mal hereditárias, que Ele odiava, oriundas de Sua natureza humana, “Sua vida foi de abnegação...” no original, ”one of self denial,” literalmente: “uma vida de negar o eu...” (Testemunhos para a Igreja,, vol. 9, pág. 69. Ênfase acrescentada). Se Ele tivesse tido a natureza humana igual à de Adão antes da queda, Ele não teria tido qualquer necessidade de negar o eu, pois o eu de Adão antes do pecado já era naturalmente governado pela lei do amor.
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido.

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