quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Lição 10, Reforma - vontade de crescer e mudar, por Jerry Finneman



Para 31 de agosto a 7 de setembro de 2013


   Nossa lição desta semana é sobre a transformação contínua que deve ter lugar em nossas vidas. Cada dia da lição desta semana ilustra a graça renovadora nas vidas dos primeiros discípulos de Cristo. São exemplos do que a graça de Deus fará por aqueles que estão com defeito, mas "dispostos a ser tornados voluntários”. Não somente é a graça de Deus uma graça justificadora (Rom. 3:24), ela é também o Seu poder que opera em nós para nos transformar e crescermos mais e mais à semelhança de Cristo. A graça é sempre maior e mais forte do que a nossa natureza pecaminosa e nosso pecado (Rom. 5:20). Se não fosse assim, seria impossível para nós mudar ou crescer.
Crescimento e mudança não envolvem nossas promessas e resoluções, pois elas são como “cordas de areia”1. Fé contínua e a vontade de cooperar com Deus, esta é a chave para constante transformação. Nossa cooperação não depende de nossa "espinha dorsal" espiritual ou, em outras palavras, a nossa força de vontade. No entanto, a cooperação envolve o poder da vontade. A força de vontade está na escolha. O poder vem em render a vontade à vontade de Deus. Este é o lugar onde a batalha de cada crente é ganha e a do descrente perdida. Graça, fé e rendição da vontade a Deus são os fatores decisivos na reforma, na mudança e crescimento.
Reforma nem sempre é fácil. De fato, "a história tem provado que é mais fácil destruir o mundo do que reformá-lo."2 Mas a reforma é muito mais fácil quando estamos mortos para o eu: "Por que é tão difícil viver uma vida abnegada, humilde? Porque os professos cristãos não estão mortos para o mundo. É fácil viver depois de estarmos mortos.”3
Portanto, "não concluais que a vereda ascendente seja a penosa e a que vai em declive seja a cômoda. Por toda a estrada que conduz à morte há dores e penalidades, há aflições e desapontamentos, há advertências a não prosseguir avante. O amor de Deus tornou penoso os descuidosos e os obstinados se destruírem a si mesmos. Verdade é que a estrada de Satanás é arranjada de molde a parecer atraente, mas tudo é uma ilusão; há no caminho acerbos remorsos e corrosivos cuidados."4
Alonzo T. Jones colocou isto desta forma: "Nunca se pode suficientemente enfatizar que, sob o reinado de graça é tão fácil fazer o que é direito, como sob o reinado do pecado é fácil fazer o que é errado. Isto deve ser assim, porque se não há mais poder na graça do que há no pecado, então não pode haver salvação do pecado. ... A salvação do pecado certamente depende de haver mais poder na graça do que há no pecado. ..."5
 “O que deveis compreender é a verdadeira força da vontade. Esta é o poder que governa a natureza do homem, o poder de decisão ou de escolha. Tudo depende da reta ação da vontade. O poder de escolha deu-o Deus ao homem, a ele compete exercê-lo. Não podeis mudar vosso coração, não podeis por vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições, mas podeis escolher servi-Lo. Podeis dar-lhe a vossa vontade; Ele, então operará em vós o querer e o efetuar segundo a Sua boa vontade. Desse modo toda a vossa natureza será levada sob o domínio do Espírito de Cristo; vossas afeições centralizar-se-ão nEle; nossos pensamentos estarão em harmonia com Ele."6
Tão logo a vontade seja submetida a Jesus, Ele imediatamente assume o controle de qualquer situação em que nos encontramos. Ao escrever para um jovem que voltou para seus hábitos de pecar, a Sra. White escreveu:
"Cumpre-lhe sujeitar sua vontade à vontade de Jesus Cristo; e, quando assim fizer, Deus tomará imediatamente posse, efetuando ‘em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade’ (Fil. 2:13). Toda a natureza será então submetida ao domínio do Espírito de Cristo; e os seus próprios pensamentos a Ele estarão sujeitos."7
E ela também escreveu: "Deus quer que governemos nosso ser, mas não pode nos ajudar sem nosso consentimento e cooperação. O Espírito divino age por meio dos poderes e faculdades concedidos ao homem. Não podemos pôr por nós mesmos nossos propósitos, desejos e inclinações em harmonia com a vontade divina; mas se estamos "dispostos, a ser tornados voluntários’ o Salvador fará isso por nós, "Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo” (2ª Cor. 10:5).8
Observamos isso nas experiências dos discípulos de Cristo. Com a exceção de um, todos os apóstolos experimentaram a rendição da sua vontade à vontade de Deus. Isso não foi sem incidentes. Eles eram egoístas e orgulhosos. Tiago e João, os "filhos do trovão", tornaram-se apóstolos do amor. Duvidando Tomé tornou-se um crente de coração contrito. Pedro negou seu Mestre, mas tornou-se um abnegado apóstolo. Até mesmo os irmãos de Jesus que "não criam nEle" (João 7:5 ), também foram transformados em crentes e cresceram em graça (Atos 1:14 ). O que fez a mudança em todos eles? Foi a cruz de Cristo. Observe o seguinte pensamento:
"A cruz se eleva sozinha, um grande centro no mundo. Não encontra amigos, mas suscita amigos. Ela cria suas próprias agências. Cristo propõe que os homens tornem-se obreiros juntamente com Deus. Ele faz os seres humanos Seus instrumentos para atrair todos os homens a Si mesmo. Uma agência divina é suficiente apenas através de sua operação no coração do homem com o seu poder transformador, tornando os homens cooperadores com Deus"9
Encerrando, o fundamento de toda reforma é sempre baseado na cruz. Isto é sempre verdadeiro. Quando uma pessoa está "disposta a ser tornada voluntariosa" mudança e crescimento ocorrerão. Cristo, então, é permitido operar dentro de nós e vamos executar o que Ele operar dentro de nós (Fil. 2:13, 12).

- Jerry Finneman

O irmão Geraldo L. Finneman é um pastor adventista, já tendo atuado nos estados de Michigan, Pensilvânia e Califórnia nos EUA. Ele prepara materiais para encontros  evangelísticos, incorporados com os conceitos das Boas-Novas da Mensagem de 1888 de Justificação pela fé. Além de pastor da IASD ele também já foi presidente do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888. Já há alguns anos não me encontro com ele, mas me parece que, devido à idade, está para, ou, já se aposentou, mas ouvi dizer que continua trabalhando por boa parte do dia, atualmente na área de Battle Creek, a cidade que abrigava a antiga sede da igreja. Há um excelente livro escrito por ele, "Christ in the Psalms” [Cristo nos Salmos], infelizmente não está traduzido para o português.

Notas:
1) Ellen G. White, “Messages to Yang People,” cap. 40, pág. 151. Este livro foi publicado pela CPB em português com o título “Só para Jovens,” mas não localizamos no exemplar de que dispomos, o testo acima citado. Se você o localizar, por favor, comunique-se conosco pelo e-mail agapeed2001@yahoo.com.br.
2) Ellen White, Review and Herald, 26 de agosto de 1890. 
3)Testemunhos para a Igreja, vol. 1, pág. 131.
4) O Maior Discurso de Cristo, pág. 139.
5) Alonzo T. Jones, Review and Herald, 1º de Setembro de 1889.
6) Ellen White, Caminho a Cristo, pág. 47.    
7) Ellen White, Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pág. 514.
8) Ellen White, Atos dos Apóstolos,  págs. 482, 483; veja também O Maior Discurso de Cristo, último parágrafo da pág. 142 e inicio da pág. 143.
9) Review and Herald, de 29 de Setembro de 1891, e Comentário Bíblico Adventista, vol. 5, pág. 1138.

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