Para 31 de agosto a 7 de setembro de 2013
Nossa lição desta semana é sobre a
transformação contínua que deve ter lugar em nossas vidas. Cada dia da lição desta
semana ilustra a graça renovadora nas vidas dos primeiros discípulos de Cristo.
São exemplos do que a graça de Deus fará por aqueles que estão com defeito, mas
"dispostos a ser tornados voluntários”. Não somente é a graça de Deus uma
graça justificadora (Rom. 3:24), ela é também o Seu poder que opera em nós para
nos transformar e crescermos mais e mais à semelhança de Cristo. A graça é
sempre maior e mais forte do que a nossa natureza pecaminosa e nosso pecado
(Rom. 5:20). Se não fosse assim, seria impossível para nós mudar ou crescer.
Crescimento
e mudança não envolvem nossas promessas e resoluções, pois elas são como “cordas
de areia”1. Fé contínua e a vontade de cooperar com Deus, esta
é a chave para constante transformação. Nossa cooperação não depende de nossa "espinha
dorsal" espiritual ou, em outras palavras, a nossa força de vontade. No
entanto, a cooperação envolve o poder da vontade. A força de vontade está na
escolha. O poder vem em render a vontade à vontade de Deus. Este é o lugar onde
a batalha de cada crente é ganha e a do descrente perdida. Graça, fé e rendição
da vontade a Deus são os fatores decisivos na reforma, na mudança e
crescimento.
Reforma
nem sempre é fácil. De fato, "a história tem provado que é mais fácil
destruir o mundo do que reformá-lo."2 Mas a
reforma é muito mais fácil quando estamos mortos para o eu: "Por que é tão
difícil viver uma vida abnegada, humilde? Porque os professos cristãos não
estão mortos para o mundo. É fácil viver depois de estarmos mortos.”3
Portanto,
"não concluais que a vereda ascendente seja a penosa e a que vai em
declive seja a cômoda. Por toda a estrada que conduz à morte há dores e
penalidades, há aflições e desapontamentos, há advertências a não prosseguir
avante. O amor de Deus tornou penoso os descuidosos e os obstinados se destruírem
a si mesmos. Verdade é que a estrada de Satanás é arranjada de molde a parecer
atraente, mas tudo é uma ilusão; há no caminho acerbos remorsos e corrosivos cuidados."4
Alonzo
T. Jones colocou isto desta forma: "Nunca se pode suficientemente
enfatizar que, sob o reinado de graça é tão fácil fazer o que é direito, como
sob o reinado do pecado é fácil fazer o que é errado. Isto deve ser assim,
porque se não há mais poder na graça do que há no pecado, então não pode haver
salvação do pecado. ... A salvação do pecado certamente depende de haver mais
poder na graça do que há no pecado. ..."5
“O que deveis compreender é a verdadeira força
da vontade. Esta é o poder que governa a natureza do homem, o poder de decisão
ou de escolha. Tudo depende da reta ação da vontade. O poder de escolha deu-o Deus
ao homem, a ele compete exercê-lo. Não podeis mudar vosso coração, não podeis por
vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições, mas podeis escolher servi-Lo. Podeis
dar-lhe a vossa vontade; Ele, então operará em vós o querer e o efetuar segundo
a Sua boa vontade. Desse modo toda a vossa natureza será levada sob o domínio
do Espírito de Cristo; vossas afeições centralizar-se-ão nEle; nossos pensamentos
estarão em harmonia com Ele."6
Tão
logo a vontade seja submetida a Jesus, Ele imediatamente assume o controle de
qualquer situação em que nos encontramos. Ao escrever para um jovem que voltou
para seus hábitos de pecar, a Sra. White escreveu:
"Cumpre-lhe
sujeitar sua vontade à vontade de Jesus Cristo; e, quando assim fizer, Deus
tomará imediatamente posse, efetuando ‘em
vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade’ (Fil. 2:13).
Toda a natureza será então submetida ao domínio do Espírito de Cristo; e os
seus próprios pensamentos a Ele estarão sujeitos."7
E
ela também escreveu: "Deus quer que governemos nosso ser, mas não pode nos
ajudar sem nosso consentimento e cooperação. O Espírito divino age por meio dos
poderes e faculdades concedidos ao homem. Não podemos pôr por nós mesmos nossos
propósitos, desejos e inclinações em harmonia com a vontade divina; mas se
estamos "dispostos, a ser tornados voluntários’ o Salvador fará isso por
nós, "Destruindo os conselhos, e
toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo
todo o entendimento à obediência de Cristo” (2ª Cor. 10:5).8
Observamos
isso nas experiências dos discípulos de Cristo. Com a exceção de um, todos os
apóstolos experimentaram a rendição da sua vontade à vontade de Deus. Isso não
foi sem incidentes. Eles eram egoístas e orgulhosos. Tiago e João, os "filhos do trovão", tornaram-se
apóstolos do amor. Duvidando Tomé tornou-se um crente de coração contrito. Pedro
negou seu Mestre, mas tornou-se um abnegado apóstolo. Até mesmo os irmãos de
Jesus que "não criam nEle" (João
7:5 ), também foram transformados em crentes e cresceram em graça (Atos 1:14 ).
O que fez a mudança em todos eles? Foi a cruz de Cristo. Observe o seguinte pensamento:
"A
cruz se eleva sozinha, um grande centro no mundo. Não encontra amigos, mas suscita
amigos. Ela cria suas próprias agências. Cristo propõe que os homens tornem-se obreiros
juntamente com Deus. Ele faz os seres humanos Seus instrumentos para atrair
todos os homens a Si mesmo. Uma agência divina é suficiente apenas através de
sua operação no coração do homem com o seu poder transformador, tornando os
homens cooperadores com Deus"9
Encerrando,
o fundamento de toda reforma é sempre baseado na cruz. Isto é sempre verdadeiro.
Quando uma pessoa está "disposta a ser tornada voluntariosa" mudança
e crescimento ocorrerão. Cristo, então, é permitido operar dentro de nós e
vamos executar o que Ele operar dentro de nós (Fil. 2:13, 12).
- Jerry Finneman
O irmão Geraldo L. Finneman é um pastor
adventista, já tendo atuado nos estados de Michigan, Pensilvânia e Califórnia
nos EUA. Ele prepara materiais para encontros
evangelísticos, incorporados com os conceitos das Boas-Novas da Mensagem
de 1888 de Justificação pela fé. Além de pastor da IASD ele também já foi
presidente do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888. Já há alguns anos não me
encontro com ele, mas me parece que, devido à idade, está para, ou, já se
aposentou, mas ouvi dizer que continua trabalhando por boa parte do dia,
atualmente na área de Battle Creek, a cidade que abrigava a antiga sede da
igreja. Há um excelente livro escrito por ele, "Christ in the Psalms” [Cristo nos Salmos], infelizmente não
está traduzido para o português.
Notas:
1) Ellen G. White, “Messages to Yang People,” cap. 40, pág. 151. Este livro foi
publicado pela CPB em português com o título “Só para Jovens,” mas não localizamos no exemplar de que dispomos,
o testo acima citado. Se você o localizar, por favor, comunique-se conosco pelo
e-mail agapeed2001@yahoo.com.br.
2) Ellen
White, Review and Herald, 26 de agosto
de 1890.
3)Testemunhos
para a Igreja, vol. 1, pág. 131.
4) O
Maior Discurso de Cristo, pág. 139.
5) Alonzo T. Jones, Review and
Herald, 1º de Setembro de 1889.
6) Ellen White, Caminho a Cristo, pág.
47.
7) Ellen White, Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pág. 514.
8) Ellen White, Atos dos Apóstolos, págs.
482, 483; veja também O Maior Discurso de
Cristo, último parágrafo da pág. 142 e inicio da pág. 143.
9) Review
and Herald, de 29 de Setembro de 1891, e Comentário Bíblico Adventista, vol. 5, pág. 1138.
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