quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Lição 11, Reforma — nova maneira de pensar, por Raul Diaz,



Para 7 a 14 de setembro de 2013


Sal na água. Na adolescência me lembro de ver homens, na minha vizinhança, trabalhando em seus carros superaquecidos. Eles apanhavam um pano, retiravam a tampa do radiador e liberavam o vapor que tinha se acumulado. Os homens, em seguida, despejavam a água por uma mangueira no radiador para esfriá-lo. Quem ouvir isso hoje provavelmente achará uma loucura, pois agora se usa líquido refrigerante e anticongelante em mistura com a água. O anticongelante foi desenvolvido para superar as deficiências da água como um fluido de transferência de calor. A mesma mistura funciona tanto como refrigerante quanto como anticongelante. Como anticongelante, uma ampla gama de temperaturas pode ser tolerada pelo arrefecimento do motor, tal como de - 37° C a  129° C, em comparação com a água, que é de 0° C  a 100° C.   Com apenas água no motor, esta irá transformar-se em vapor de água antes que o motor atinja a sua temperatura máxima, e congela quando a temperatura desce abaixo de 0 °C, causando danos ao motor. A ideia central aqui é de que quando a água é misturada com outra substância, o ponto de congelamento é menor do que seria só com água e, inversamente, o ponto de ebulição é maior.
Este é o princípio por trás do uso de sal para derreter o gelo ou água salgada para fazer sorvete. Vamos começar com o derretimento do gelo. Cubos de gelo derretem mais rápido em água salinizada do que em água não salinizada. Quando o sal toca o gelo, é mais quente do que o gelo e assim provoca a sua fusão. Uma vez que o gelo derrete, mistura-se com o sal, criando uma solução salina, assim diminuindo o ponto de congelamento da água. Sendo que a temperatura fria não é suficiente para congelar a solução salina, esta prossegue sendo líquida.
Ao se fazer sorvete, os ingredientes são colocados num recipiente que é daí inserido dentro de um reservatório maior cheio com sal, água e gelo. O sal reduz a temperatura da água, tornando-a mais fria e, portanto, fazendo com que leve mais tempo para o gelo derreter. Em outras palavras, para fazer sorvete, a temperatura em torno da mistura deve ser inferior a 0º C para que congele. O sal misturado com gelo cria salmoura que tem uma temperatura inferior a 0º C, na verdade, a temperatura atinge cerca de 0º F. A solução salina é tão fria que congela facilmente a mistura do sorvete.
Cristo disse aos discípulos — e a nós, que devemos ser o sal do mundo (Mat. 5:39). O que exatamente quis Ele dizer? Bem, sabemos que o sal dá sabor, preserva e derrete. O que isso significa espiritualmente? Muitos artigos têm abordado o aroma do cristão no mundo, e a sua preservação dos padrões de Cristo, para que todos os contemplem, mas não se tem falado muito  sobre as propriedades de fusão do sal sobre os cristãos.
Levando em consideração o que aprendemos a respeito do porquê do gelo derreter quando em contato com o sal, o que realmente está acontecendo é que há uma gama de tolerância mais ampla para condições extremas. Assim, a pessoa que possui o sal de Cristo terá maior capacidade de suportar as provações. O que endureceria o coração de alguém ou levaria uma pessoa ao ponto de explodir de raiva não vai endurecer ou causar uma explosão num cristão "salgado".
Um exemplo disso é quando os amigos de Daniel foram jogados na fornalha ardente (Daniel cap. 3). "Este incidente revelou que a fé destes três jovens hebreus era como o ouro provado no fogo”. (Our High Calling, Nossa Alta Vocação, pág.312). Aqueles que jogaram os três heróis na fornalha foram queimados até a morte porque não tinham sal ou algum membro da Divindade com eles, enquanto os amigos de Daniel caminhavam ao redor da fornalha como se o próprio forno não estivesse quente. Ellen White diz: "Os três heróis suportaram a fornalha ardente porque Jesus andou com eles em meio às chamas". (Testemunhos Para a Igreja, vol. 3, pág. 47). Em outras palavras, eles foram preservados.
Através da presença de Cristo, a tolerância deles ao calor aumentou. Nesta história, há uma lição espiritual. Não se curvar à imagem significava a morte. O rei não tinha qualquer problema em matar quem quer que não fizesse o que ele dizia. Mas, submeter-se ao Rei nesse caso significava pecar contra Deus. De acordo com o registro, apenas estes três hebreus permaneceram fiéis. Todos os outros súditos, nobres, e prisioneiros curvaram-se ante a imagem (Daniel não estava presente). Diante dessa ameaça iminente, os hebreus valorosos escolheram a morte ao invés de pecar.
Aparentemente, o que levou os outros hebreus a abandonar a Deus não foi suficiente para estes três jovens pecarem. Eles foram capazes de suportar onde seus compatriotas e companheiros, professos crentes, falharam. Havia alguma coisa que estes três fizeram diferente? Em Daniel 1 lemos que se recusaram a comer da mesa do rei. Ellen White diz que eles não se atreveriam a assumir um risco sob "o efeito enervante da luxúria e dissipação sobre o desenvolvimento físico, mental e espiritual ... eles sabiam que a sua própria força física e mental seria afetada negativamente pelo uso do vinho ... para chegar a esta decisão, os jovens hebreus não agiram presunçosamente, mas com firme confiança em Deus. Eles não escolheram ser singulares, mas assim o seriam ao invés de desonrar a Deus. Caso se comprometessem com o erro neste incidente por ceder à pressão das circunstâncias, o seu desvio do princípio iria enfraquecer o seu senso do direito e da aversão ao mal. O primeiro passo errado levaria a outros, até que a sua ligação com o Céu fosse cortada, e eles seriam varridos pela tentação". (A Call to Stand Apart, 54).
Podemos ler nos escritos de Ellen White quão importante é o apetite; vamos continuar a ler: "Para cada alma Satanás vem com a tentação de muitas formas sedutoras no ponto da condescendência com o apetite. O corpo é um meio muito importante pelo qual a mente e a alma se desenvolvem para a edificação do caráter. Por isso é que o adversário das almas dirige suas tentações para o enfraquecimento e degradação das faculdades físicas. Seu sucesso aqui muitas vezes significa a entrega de todo o ser para o mal”. (A Call to Stand Apart, Um Chamado para Permanecer Firme, pág. 56).
Esta passagem revela a importância de disciplinar o nosso corpo, reduzindo-o à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado", como diz Paulo (1ª Cor. 9:27). O conceito de disciplinar nosso corpo, e trazer os seus apetites em sujeição a Cristo é o que se entende por ter a nossa mente — o nosso entendimento, renovado para que o nosso pensamento e as práticas ou hábitos sejam transformados (Rom. 12: 2). A mente, residindo no interior do cérebro, é um componente essencial do corpo. Um corpo dado à indulgência invariavelmente afeta negativamente a mente e vice-versa. Daí o prefácio de Paulo no versículo anterior, "para que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo..." (Rom. 12:1-2). A irmã White tem a dizer: "A vida santificada, como a de Daniel e seus amigos, será evidente nas práticas de saúde física".

Amigos, uma vida cristã vitoriosa é aquela em que o diabo não pode ter acesso à mente e à alma por tentar o corpo com muitas formas sedutoras de tentação no ponto de condescendência com o apetite; Tal como se deu com Jesus, o diabo não tinha nada sobre Daniel e seus amigos (João 14: 30). Eles eram como aqueles de que fala Apoc. 14:4, 5 e 12.
Estes são seguidores de Deus, que em submissão a Ele vão aonde quer que Ele vá, são imaculados, inocentes e puros, sem culpa diante do trono de Deus; são resgatados dentre os homens, e serão as primícias diante do Seu trono. Estes são os que entesouraram e valorizaram os mandamentos de Deus, e possuem a fé de Jesus.
A fé de Cristo foi o que Lhe permitiu ouvir mais atenta e ansiosamente até que o Seu ouvir culminou em Sua morte na cruz como manifestação máxima do amor atraente de Deus pela humanidade.
Todos os mandamentos sustentam-se no amor — Ágape — a Deus acima de tudo, com a mente, corpo e espírito, e, em seguida, ao homem. É este amor que derrete ou endurece corações. Que possamos, pela graça, mediante a fé, ser o sal do mundo.


-Raul Diaz


O irmão Raul Diaz é um membro da Igreja adventista da cidade de Monte Vernon, no estado de Illinois, perto de Chicago. Ele atua em diversos departamentos da igreja, prega em diferentes ocasiões e locais, e ensina a lição da escola sabatina em sua unidade evangelizadora em sua igreja local — Seventh-day Adventist church, na cidade de Mt Vernon, Illinois, localizada no endereço: 12831 N. Norton Dr., Mount Vernon, Il. 62864-8231, U.S.A, Tel.: 001 XX (618) 244-7064, endereço eletrônico: www.mtvernonadventist.org

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