quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Lição 12, Reforma: curando relacionamentos quebrados, por Patti Guthrier

Para 14 a 21 de setembro de 2013

       O estudo desta semana sobre a cura de relacionamentos rompidos alcança-nos bem de perto. Vai contra nossa natureza caída e pecadora confessar nossos pecados a alguém que nos ofendeu. O eu se levanta em auto-justificação e assim como Adão e Eva no jardim procuraram alguém para culpar por seus pecados, nós fazemos o mesmo. Nossa lição muito bem estabelece a verdade bíblica da iniciativa de Deus em nosso perdão (*4ª feira). A nossa confissão de pecado não muda a Sua opinião sobre nós, mas dá-Lhe permissão para nos purificar de nossos pecados com o Seu amor perdoador. A paz que se segue a esta experiência é como um banho fresco, refrescante num dia quente, só que melhor!
Nossa lição vai mais profundamente, reiterando o princípio da restauração de Jesus descrito em Mateus 18 (*5ª feira), quando um irmão pecar contra ti. Nossa tendência natural quando temos sido injustiçados é ir até alguém e denunciar o mal, em vez de resolver o problema na sua fonte. O modelo de disciplina da igreja estabelecido nesta passagem se comprovaria uma salvaguarda incalculável e bênção para a Igreja se fosse fielmente seguido.
Em ambos os casos, contemplar o amor de auto-esvaziamento de Cristo amolece nossos corações e torna-nos dispostos a fazer o que é difícil -- confessarmos os nossos pecados e restaurar o nosso irmão.
O pecado não confessado inflama como uma ferida infectada que nunca cicatriza, e evitando os princípios de restauração de Mateus 18 levanta muros entre os membros da família e da Igreja.
Muitos anos atrás, uma amiga minha sofreu dois abortos antes de iniciar a sua família. Ela confessou o seu pecado a Deus e sepultou a vergonha, a dor e a culpa de sua escolha anterior por décadas. Acreditando que havia sido perdoada, esforçou-se para entender por que ainda sentia tanta terrível vergonha e remorso pelo seu pecado. Em resposta à oração, o Senhor dirigiu minha amiga num caminho de cura, o que incluiu a confissão de seu pecado à sua família imediata e a sua família da Igreja. Entender o que Cristo passou na cruz foi um ponto fundamental em seu processo de cura.
 “Jesus morreu a morte mais vergonhosa, na cruz”, explicou ela. “Ele estava pendurado nu diante do mundo, mas a vergonha que carregava era a minha vergonha. Ele fez isso por mim. A cruz me deu coragem de compartilhar minha história com outras pessoas que experimentaram o aborto, e elas também têm encontrado cura em Cristo”, disse.
A terceira pergunta listada para discussão na lição de sexta-feira diz: “considerando a Igreja Adventista do Sétimo Dia como um todo, qual é o maior obstáculo ao tipo de reavivamento e reforma necessários, a fim de alcançar o mundo? Seriam nossos ensinamentos e doutrinas? Claro que não! ... o problema reside unicamente em nós, em nossos relacionamentos, invejas mesquinhas, contendas, egoísmo, desejo de supremacia, e uma série de outras coisas ...”
Esta pergunta é muito boa. O que está nos impedindo de reavivamento e reforma? O problema é identificado — “está em nós.”
Agora, tudo o que precisamos é de uma solução para este problema! E é isso que o Senhor “em Sua grande misericórdia” enviou para a nossa igreja mais de 120 anos atrás: uma mensagem do amor perdoador do pecado, de nosso precioso Salvador. Minha amiga, após os abortos, obteve um vislumbre deste amor de Cristo por ela, e isso transformou o seu inteiro ser. Sua nova paixão na vida é compartilhar o poder da cruz com os outros para que também possam experimentar o perdão e purificação do pecado e da liberdade em Cristo.        
O irmão Ellet J. Waggoner, um dos dois mensageiros das Boas Novas enviados pelos céus, compartilhadas em 1888 e anos subsequentes, teve uma experiência profunda com o Senhor, em que também obteve uma visão mais nítida da cruz. Ele descreve como estando “sentado um pouco à parte do conjunto da congregação na grande tenda numa reunião campal em Healdsburg [Califórnia], numa sombria tarde de sábado. Eu não tenho qualquer idéia de qual foi o tema do sermão. De nenhuma palavra, nenhum texto me lembro. Tudo o que ficou comigo foi o que eu vi. Subitamente, uma luz brilhou em volta de mim, e a tenda para mim ficou muito mais brilhantemente iluminada do que se o sol do meio-dia tivesse estado brilhando, e vi a Cristo pendurado na cruz, crucificado por mim. Naquele momento tive meu primeiro conhecimento positivo, que me veio como uma torrente avassaladora, de que Deus me amava, e que Cristo morreu por mim. Deus e eu éramos os únicos seres de que eu estava consciente no universo. Soube então, pela visão real, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo; eu era o mundo todo com todo o seu pecado. Estou certo de que a experiência de Paulo no caminho de Damasco foi mais real do que a minha. ...
 “Resolvi de imediato que iria estudar a Bíblia à luz dessa revelação, para que pudesse ajudar outros a verem a mesma verdade. Sempre acreditei que cada parte da Bíblia deve revelar, com maior ou menor nitidez, essa gloriosa revelação” (Carta de 16 de maio de 1916, escrita pouco antes de sua morte súbita; como citado em “1888 Reexaminado”, pág. 16).
A aplicação dos princípios descritos na lição desta semana é ampla e profunda. Confissão e arrependimento genuíno, de coração, combinado com restauração daqueles aos quais ofendemos, devem ser experimentados individualmente, nas famílias, nas nossas igrejas locais, e em nossa Igreja mundial.
A profecia explica que é a mensagem da cruz que irá perfurar nossa armadura espessa de orgulho e auto-justificação: “E olharão para Mim, a quem traspassaram. Sim, eles vão chorar por ele, como quem pranteia por seu filho único, e sofrer por ele, como se chora por um primogênito”. Zac. 12:10.
E para aqueles que estão dispostos a ver o seu pecado, individual e coletivamente, “haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza”, e “ E se alguém lhe disser: Que feridas são estas nas tuas mãos? Dirá ele: São feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos” Zac. 13:1, 9.

-Patti Guthrie


Patti Guthrie é uma adventista de berço. É esposa, mãe e professora dos próprios filhos. Ela é ardorosa estudante da Bíblia, escritora e musicista.  Faz parte do comitê de música para leigos adventistas. A família de Guthrie aparece no canal de televisão adventista Three Angels Broadcasting Network [Canal de Televisão Três Anjos] com música tanto vocal quanto instrumental. O marido de Patti, Todd Guthrie, é médico e membro da Mesa administrativa do Comitê de Estudos de Mensagem de 1888. Ele também é ancião na sua igreja adventista local, e constantemente está envolvido em organizar e executar programas musicais para acontecimentos importantes da Igreja Adventista nos EUA e em outros países.
_________________________