quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Lição 12, Reforma: curando ralacionamentos quebrados, por Roberto Wieland

Para 14 a 21 de setembro de 2013 
Nossa lição sobre “Reforma: curando relacionamentos quebrados” parece centrar-se sobre as relações interpessoais—“quebrar as barreiras em nossas relações uns para com os outros”. Isso será impossível até que o maior dos “relacionamentos rompidos” na história do planeta seja curado--a crucificação de Cristo. E o que vai criar esta cura? A crucificação do eu--o arrependimento a que por séculos Cristo nos tem chamado, desde o tempo em que andava sobre esta terra.
Nossa lição diz que “grandes avivamentos espirituais no passado promoveram relacionamentos curados”. Ao descrever as reuniões de avivamento realizadas em South Lancaster no início de 1889 (logo após a Assembléia da Associação Geral de 1888, em Minneapolis), Ellen White nos direciona ao ponto vital do aspecto de piedade prática da mensagem dada pelo Senhor a Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner para apresentar naquela sessão:
 “Eu nunca vi uma obra de avivamento avançar tão integralmente, e ainda assim permanecer tão livre de toda indevida excitação. Não houve incitamento ou apelo. As pessoas não foram chamadas à frente, mas havia uma percepção solene de que Cristo não veio para chamar justos, mas pecadores, ao arrependimento .... Parecia-nos respirar a própria atmosfera do céu ... que bela visão foi para o universo ver que homens e mulheres caídos contemplavam a Cristo, eram transformados, tendo a impressão de Sua imagem por sobre as suas almas .... Viam-se depravados e degradados de coração .... Isto subjuga o orgulho do coração, e é uma crucificação do eu”.1
Essa idéia de “crucificação de si mesmo”, obviamente, não é nova. Paulo, o melhor defensor de Cristo, disse: “Estou crucificado com Cristo” (Gál. 2:20 ); você nunca é crucificado sozinho. Ele diz que se pode entender quão boa é a Boa Nova de Cristo (em Mat . 11:28-30, por exemplo); você vai considerar toda essa bagagem desse amor de si mesmo, amor ao mundo que tanto lhe tem absorto, como sendo puro “lixo”. Você o descartará de imediato quando perceber a “excelência” de ser crucificado com Cristo (ler Fil. 3:7 e 8; a palavra “esterco” na VKJ significa, literalmente, “o que é lançado aos cães”) .
Sim, deixe-se sentir vergonha--é uma experiência saudável. Nossas almas unem-se a Ele “mediante a fé” (Efé. 2:8). Sua cruz se torna a nossa cruz e Sua gloriosa vitória se torna nossa. “Contemple-O” sobre aquela cruz, una-se a Ele. Então pode aprender a “glória” na cruz de Cristo.
A lição de terça-feira nos admoesta que “Deus nos chama à cooperação, e não à competição”. Novamente, o enfoque deve estar em Cristo, cooperar com Cristo em primeiro lugar, então, a cooperação com os outros virá naturalmente. Cooperação com Deus envolve dizer “Sim!” ao Seu chamado para o serviço. Muitos se esquivam de realizar uma consagração completa de si para Cristo porque temem as consequências que tal consagração possa envolver. Se o pensamento de dar-se à “África” como missionário lhe assusta, pense sobre uma verdade que irá ajudá-lo: leia Romanos 6:13 e entenda que você estaria em seu túmulo eterno agora se o Filho de Deus não tivesse morrido em seu lugar e o comprado com o Seu sangue. Ver, perceber, compreender, apreciar esta verdade simples torna sacrificar-se por Ele doravante “fácil”, e sua “ carga [ser] leve” ( cf. Mat. 11:28-30 ; 2ª Cor. 5:14, 15). Cooperar com Ele; deixar que Ele o use como um de Seus agentes para ajudar alguém que está “cansado ​​e oprimido”.
Ao percorrermos estas lições sobre “reavivamento e reforma”, o guia de estudos deste trimestre pergunta: “... qual é o maior obstáculo da Igreja Adventista do sétimo dia ao tipo de reavivamento e reforma necessários, a fim de alcançar o mundo?” A resposta dada é que “o problema reside unicamente em nós, em nossos relacionamentos, nossos ciúmes, nossa brigas, nosso egoísmo”, etc.
A mensagem de 1888 nos mostra que as falhas espirituais de muitas pessoas sinceras são o resultado de terem-lhe sido ensinadas ideias do velho concerto, especialmente na infância e juventude. A verdade do novo concerto era um elemento essencial da mensagem de 1888, e levanta uma carga de dúvida e desespero de muitos corações pesados.2
As verdades do novo concerto foram os temas centrais da história da mensagem de 1888. O jovem Ellet J. Waggoner tinha sido presenteado por Deus com um entendimento que ultrapassou em muito o de seus irmãos mais velhos de cabelos grisalhos. Ellen White declarou que o Senhor tinha feito isso por ele. Ela disse: “Desde que fiz a declaração sábado passado, que o ponto de vista dos concertos, como tinha sido ensinado pelo irmão Waggoner era a verdade, parece que grande alívio se transmitiu a muitas mentes”.3
O pensamento do velho concerto da parte de cristãos sinceros que querem seguir a Jesus “gera filhos para a servidão” (Gál. 4:24). É trágico que não percebem que as ideias do velho concerto que escravizaram seus pensamentos são uma falsificação do puro, verdadeiro evangelho. Eles se perguntam por que a sua “experiência cristã” é tão desapontadora, pois não conhecem a verdade do novo concerto. Presumem, portanto, que o evangelho é impotente, quando herdaram apenas uma visão distorcida dele.
Muitos de vocês provavelmente memorizaram pelo menos parte do que Ellen White escreveu em Caminho a Cristo (pág. 47): “. . . sois faltos de poder moral, escravos da dúvida e dirigidos pelos hábitos de vossa vida de pecado. Vossas promessas e resoluções são como palavras escritas na areia. Não podeis dominar os pensamentos, os impulsos, as afeições. O conhecimento de vossas promessas violadas e dos votos não cumpridos, enfraquece a confiança em vossa própria sinceridade, levando-vos a julgar que Deus não vos pode aceitar; mas não precisais desesperar. O que deveis compreender é a verdadeira força da vontade. Esta é o poder que governa a natureza do homem, o poder da decisão ou de escolha. Tudo depende da reta ação da vontade. O poder da escolha deu-o Deus ao homem; a ele compete exercê-lo. Não podeis mudar vosso coração, não podeis por vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições; mas podeis escolher servi-Lo. Podeis dar-Lhe a vossa vontade; Ele então operará em vós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade. Desse modo toda a vossa natureza será levada sob o domínio do Espírito de Cristo; vossas afeições centralizar-se-ão nEle; vossos pensamentos estarão em harmonia com Ele”. 
A Antiga Aliança foi formalmente endossada pelos líderes de Israel no Monte  Sinai quando se reuniram e votaram responder à declaração de Boa Nova do Evangelho do Senhor do que Ele faria para eles “Tudo o que o Senhor tem falado, nós faremos” (Êxo. 19:8, numa questão de dias estavam adorando um bezerro de ouro!).
O Senhor nunca lhes pediu para fazer essa promessa! Quando o Senhor em Gên. 15:6 chamou Abraão para sair de sua tenda e contar as estrelas da Via Láctea e declarou-lhe como uma promessa divina: “Assim será a tua descendência”, Ele não pediu ao patriarca para fazer qualquer promessa em retorno! A obra de Abraão foi crer em Sua divina promessa.
A promessa de Deus era unilateral. E quando Abraão creu de fato, o Senhor graciosamente “imputou-lhe isto por justiça” (15:6). Isso é o que Ele faz por todos nós; nossas promessas a Ele são vãs. Pior ainda, em vista de que o Senhor não apela para tais promessas vãs, todo o sistema é letal, produzindo “servidão”.
Agora, caminhemos na luz do sol brilhante das promessas do Novo concerto de Deus.



--Dos Escritos de Robert J. Wieland
Notas de Referência:

[1] Review and Herald, de 5 de março de 1889.
[2] Roberto J. Wieland, Ten Gospel Truths That Make the 1888 Message Unique, (Dez mensagens do evangelho que tornam a mensagem de1888 peculiar)  (Verdade do Evangelho de nº 6, págs.
22-24).
 [3] Carta 59, a Urias Smith, 1890.


O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido.


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