quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Lição 2 - O Dom Profético

O teste (*para identificar) um profeta verdadeiro é se ele proclama o evangelho de Jesus Cristo que Deus prometeu no Seu concerto eterno. Os profetas que viveram na velha dispensação pregaram a mesma boa nova a pecadores que necessitaram salvação, como fizeram os profetas vivendo na nova dispensação. A velha e a nova dispensações são uma melhor designação para o Velho e o Novo Testamentos em que a palavra "testamento" tem o sentido de uma "declaração de última vontade" que necessita a morte de um testador a fim de entrar em efeito. No entanto, esta não é a natureza de concerto eterno de Deus, pois foi eficaz para pecadores por toda a velha dispensação, apesar de Cristo não ter ainda morrido. A velha dispensação então designa os tempos antes da missão de Cristo encarnado à terra e a nova dispensação designa o tempo após o Seu ministério terreno.

No Livro de Gênesis Noé era um "pregoeiro da justiça" (2ª Pedro 2:5), e entendeu o "concerto eterno" de Deus (Gên. 9:16). Deus chamou Abraão de Ur dos Caldeus e "anunciou primeiro o evangelho a Abraão" (Gal. 3:8), encarregando-o de proclamar "o concerto eterno" (Gên. 17:7).

Pela fé Isaque, Jacó, José, e os patriarcas (Heb. 11:20-22), criam na Semente prometida de Deus que é Cristo (Gal. 3:16). Entenderam a "melhor aliança” (Heb. 8:6) do novo concerto que são o perdão dos pecados e o escrever da lei de Deus sobre corações e mentes (Heb. 8:10, 12; Gên. 15:6).

O maior profeta da velha dispensação, Moisés, creu no novo concerto de Deus. Quando ele foi chamado ao Monte Sinai ante a presença de Jeová, ele reverentemente ousou (*pisar) em chão sagrado confiando em Seu Salvador do pecado. Moisés escreveu o evangelho do concerto eterno nos cinco livros que compõem o Pentateuco.

Na sua juventude Samuel foi chamado por Deus ao ministério profético nos recintos do templo onde estava a arca do concerto (1º Sam. 3:3). Lemos em Isaias uma descrição encantadora do concerto, que Deus deu ao Rei Davi em que ele liga misericórdia com o concerto eterno. "Inclina os vossos ouvidos, e vinde a Mim: ouvi, e vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, dando-vos as firmes beneficências (*misericórdias) de Davi. Eis que Eu o dei por testemunha aos povos, como líder e governador dos povos” (Isa. 55:3, 4). As firmes misericórdias de Davi são as bênçãos que são garantidas a nós por Cristo, o Filho de Davi.

Daniel profetizou que o Messias "confirmará a aliança" (Dan. 9:27). Ezequiel vislumbrou Davi como príncipe no meio de seu povo e prometeu que Deus estaria com Seu povo eternamente,— "farei com eles uma aliança de paz; e será uma aliança perpétua" (Eze. 37:25, 26). Jeremias profetizou da expiação feita completa entre Deus e Seu povo com base no novo concerto (Jer. 31:31-34).

Na ceia do Senhor Jesus, O Profeta, deu o cálice da bênção aos Seus discípulos por prometer "isto é o Meu sangue do Novo Testamento" (Mat. 26:28). O apóstolo Paulo, que tinha o ofício profético, escreveu: "Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua semente" (Gal. 3:16), assim definindo o concerto eterno como promessa de Deus a Cristo. "E se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa" (Gal. 3:29).

A serva do Senhor nestes últimos dias proclamou o concerto eterno com seu endosso aos dois mensageiros que tinham "credenciais celestes!” (Materiais de Ellen G. White sobre 1888, volume 2, pág. 545). "Em Sua grande misericórdia enviou o Senhor uma mui preciosa mensagem a Seu povo por intermédio dos Pastores Waggoner e Jones. Esta mensagem devia por de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a justificação pela fé no Fiador; convidava o povo para receber a justiça de Cristo, que se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus. ... É a terceira mensagem angélica, que deve ser proclamada com alto clamor, e regada com o derramamento do Seu Espírito Santo em grande medida. O Salvador crucificado deve aparecer em Sua eficaz obra como o Cordeiro sacrificado, sentado no trono, para dispensar as inestimáveis bênçãos do concerto.” (Testemunhos a Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 91, 92, do original em inglês; ênfase acrescida).

O sinal de um verdadeiro profeta é a proclamação do concerto eterno de salvação do pecado pelo sangue derramado de Jesus Cristo sobre a cruz, que Ele ministra como sumo sacerdote no santuário celestial.

Paul E. Penno

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira