quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Lição 7, Adoração nos Salmos, por Jerry Finneman

Para 6 a 13 de agosto de 2011

O Evangelho, como retratado nos Salmos, prepara o leitor a reconhecer o caráter de Deus, como visto em Cristo. O Salmo 106:6 - 8 é apenas um exemplo: "Nós pecamos, como os nossos pais cometemos a iniquidade, andamos perversamente. Nossos pais não entenderam as Tuas maravilhas no Egito; não se lembraram da multidão de Tuas misericórdias, antes O provocaram no mar, sim no Mar Vermelho. Não obstante, Ele os salvou por amor do Seu nome, para fazer conhecido o Seu poder." (Esta é, precisamente, a nossa pré-disposição genética para esquecer as misericórdias de Deus — o que torna os Salmos tão necessários. Deus criou música como uma ferramenta poderosa para plantar Sua Palavra regeneradora em nossos corações e mentes.

O livro de Salmos é composto de uma coleção de versos religiosos, cantados ou recitados tanto em cultos de adoração judáicos bem como cristãos. Os salmos são poemas escritos das experiências dos seres humanos em sua caminhada com Deus. A estes poemas foram adaptadas música para ser cantada tanto por congregações como individualmente. Originalmente, salmos eram acompanhados com instrumentos musicais. Estes poemas refletem quase cada fase da emoção e circunstância humana.

Tomados em conjunto, os 150 Salmos expressam virtualmente a completa gama da fé e experiência religiosa de um crente. Alguns dos Salmos expressam tentações, provações, sofrimentos, e profundezas do desespero. A maioria dos Salmos são sobre experiências de exaltação que produzem louvor e adoração a Deus como Governante, Senhor e Salvador.

O salmos faziam parte do culto religioso da primitiva Igreja cristã. O Novo Testamento registra 116 citações diretas dos Salmos. Tanto verso e ritmo foram, por vezes, utilizados para o ensino teológico. Os irmãos ensinavam e admoestavam-se mutuamente “uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais” (Colossenses 3:16).

De acordo com os Estudos Wuest da Palavra, do Grego do Novo Testamento, psalms (salmos) significa, principalmente, um acompanhamento musical de humnos (hinos), e de louvores a Deus. Cânticos espirituais também estão incluídos nesta categoria, quer fosse ou não acompanhados de instrumentos musicais. "Era bem possível que a mesma música fosse, ao mesmo tempo, um salmo, um hino e uma canção espiritual."

O "hino" era parte do Hallel (*No hebráico: הלל‎, "Louvor," uma oração judaica—uma recitação literal) consistindo nos Salmos 113 a 118. Aqui o verbo em si torna-se "cantarei louvores" ou "hinos”, Atos 16:25, Heb. 2:12. Os Salmos são chamados, em geral, "hinos", por Filo1; Josephus2 os chama de "canções e hinos" (Dicionário Expositivo Completo de Palavras do Velho e Novo Testamentos de Vine, WE, Unger, M. F., & White, W., 1996. Vol. 2, pág. 316, Nashville, TN: T. Nelson).

O "Hallel" era recitado a nível nacional em três grandes festas: na Páscoa, no Pentecostes e no Dia da Expiação.

Os poemas do Livro dos Salmos foram produzidos por vários autores. Cerca de metade (73) de toda a coleção tem sido atribuída a David. Pedro e João (Atos 4:25) creditam a David a autoria do salmo segundo, um dos 48 salmos que são anônimos.

Havia poetas inspirados além de David que, em sucessivas gerações, contribuíram para a sagrada coleção. Os Salmos 39, 62 e 77 são de David e Asafe e dirigida a Jedutum, para ser cantado em seu coro. Os Salmos 50 e 73 a 83 são dirigidas a Asafe, como o mestre de seu próprio coro, a ser cantado no culto de Deus. Os"Filhos de Coré", formavam uma parte principal dos cantores coatitas (2ª Crônicas 20:19) e foram encarregados de organizar e cantar os Salmos 42, 44 a 49, 84, 85, 87 e 88. O Salmo 72 é atribuído a Salomão. O salmo 90 a Moisés. Aos ezraítas Hemã, e Etã são creditadas a autoria dos salmos 88 e 89, respectivamente. O tempo de formação de toda a coleção dos Salmos se estende pelo período de mil anos, terminando com o tempo de Esdras e Neemias (veja o verbete "Salmos" no Dicionário Bíblico de Easton, edição de 1996).

Além de tudo dito acima, os Salmos revelam emoções de Cristo, Sua angústia mental, Sua fé e Seus poderosos triunfos sobre seus poderosos inimigos. A. T. Jones e E. J. Waggoner apresentaram a Cristo nos Salmos. Waggoner escreveu: "David era um profeta (Atos 2: 29, 30), e muitos dos seus salmos, mesmo quando ele usou a primeira pessoa, referem-se a Cristo. Sabemos que Jesus ‘Veio para o que era Seu, e os Seus não O receberam’ (João 1:11), e João diz ainda de Jesus, que, ‘nem mesmo Seus irmãos criam nEle’ (João 7:5). Isso foi o exato cumprimento da profética declaração de Davi: 'Tenho-Me tornado um estranho para os meus irmãos, e um desconhecido para com os filhos de minha mãe’ (Salmo 69:8)" (E. J. Waggoner, Luz Profética, 1889, pág. 16; e também na revista Present Truth, Verdade Presente de 2 de junho de 1892. Na série encadernada está no vol. 8).

E ainda: "Os Salmos como um todo são as palavras de Cristo" (E. J. Waggoner, ibidem, em 04 de novembro de 1897, vol. 13,). “Os Salmos, para não falar nada do resto da Bíblia, estão cheios de Cristo" (Ibidem, em 9 setembro de 1897).

Em sua série sobre justificação pela fé, Jones, da mesma forma, escreveu de Cristo nos Salmos: "É impossível abordar todos os 150 Salmos em detalhes em uma lição ou em uma dúzia de lições, mas em um certo sentido podemos tocar todos os 150 salmos tão somente mostrando o segredo de um grande número, e o segredo é Cristo. Tomemos algum Salmo, no qual o próprio Deus fez aplicação a Cristo, de modo que não possa haver dúvida de que tal Salmo se refere a Cristo" (A. T. Jones, "A Mensagem dos Três Anjos, sermão de nº. 15," Pregado em 18 fev. 1895, na Assembléia da Conferência Geral de 1895, e publicado no Boletim daquela Conferência Geral, pág. 299).

"Em todos os pontos convinha que Ele fosse feito semelhante aos Seus irmãos, e Ele é nosso irmão no mais próximo relacionamento sanguíneo. Estamos agora a estudar uma outra fase deste grande tema: Em primeiro lugar nos Salmos — Cristo nos Salmos — para que possamos ver como, inteiramente, os Salmos significam Cristo, e que aquele cuja experiência é registrada ali é Cristo" (Ibidem).

Jones escreveu que o “tempo está chegando em breve, quando Cristo, no meio da igreja vai liderar o canto. Lembre-se, isto é Cristo falando nessas citações. "E, novamente, Eu porei nele a minha confiança. 'Este é – Cristo falando através dos Salmos" (Idem, sermão de nº 12 de 18 de fev. de 1895, pág. 220).

Quando Jesus liderar o canto, será quando o povo que Ele redimiu de toda nação, tribo, e língua, e povo se reunirem para adorar a Deus no céu. Eles vão cantar um Salmo novo naquela ocasião. É o "Cântico de Moisés ... e o cântico do Cordeiro" (Apoc. 15:3). Não muito diferente da canção do Saltério do Antigo Testamento, esta canção vai refletir fases das experiências, emoções e circunstâncias de sua redenção (cf. Salmo 107, por exemplo).

Vamos adorá-Lo agora; e então para sempre na eternidade!

Jerry Finneman

Notas do tradutor: 1) Philo (20 BC – 50 AD), conhecido também Philo of Alexandria (Greek: Φίλων λεξανδρεύς); ........................................... 2) Josephus, Titus Flavius Josephus, Hebráico: יוסף בן מתתיהו, Yosef ben Matityahu (37 a 100 d.C.), também chamado Joseph ben Matityahu

O irmão Geraldo L. Finneman é um pastor adventista, já tendo atuado nos estados de Michigan, Pensilvânia e Califórnia nos EUA. Ele prepara materiais para encontros evangelísticos, incorporados com os conceitos das Boas-Novas da Mensagem de 1888 de Justificação pela fé. Além de pastor da IASD ele também já foi presidente do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888. Já há alguns anos não me encontro com ele mas me parece que, devido à idade, está para, ou, já se aposentou, mas ouvi dizer que continua trabalhando por boa parte do dia, atualmente na área de Battle Creek, a cidade que abrigava a antiga sede da igreja. Há um excelente livro escrito por ele, "Christ in the Psalms” [Cristo nos Salmos], infelizmente não está traduzido para o português.

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