quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Lição 9, Não confie em palavras enganosas —os profetas e a adoração, por Paul Penno

Para 21 a 27/8/11

O debate no seio da Igreja Adventista sobre estilos de adoração contemporâneos vem acontecendo desde 1980. A verdadeira questão do culto, no entanto, resolve-se em torno do verdadeiro caráter do Deus que adoramos. É nosso deus "Baal", cujo culto atende ao prazer próprio, ou, o Deus que se revela na abnegação e no sacrifício divino-humano na cruz?

Este foi o dilema do antigo Israel, bem como é o nosso. Toda a confusão espiritual começou quando eles chamaram Deus de "senhor" Baal. Então eles introduziram adoração "contemporânea". Foi "ecumênico". Foi um bom "alcance" de pessoas seculares. Os israelitas gostaram.

O antigo culto a Baal era a adoração do "eu" disfarçado como adoração a Deus. Isso resultou em um comportamento ilegal. Jeremias ironicamente perguntou: "Porventura furtareis, e matareis, e adulterareis e jurareis falsamente, e queimareis incenso a Baal, e andareis após outros deuses que não conhecestes?" (Jeremias 7:9). Aqui é o pecado inconsciente.

A "sentinela" deve soar o alarme contemporâneo.

Todos os tipos de vícios escravizantes surgem do culto do "eu": álcool, cigarros, drogas, jogos de azar, infidelidade, ódio, maledicência, más suposições, conduta severa, apatia, etc. Quando o povo de Deus perde o amor Ágape em troca pelo amor eros, um tipo de fé motivada por interesse próprio, não há fim dos pecados que possam surgir de adorar um deus falso. O culto do ídolo "eu" é uma violação do primeiro mandamento: "Não terás outros deuses diante de Mim" (Ex. 20:3).

Qual é a cura por adorar nossos pecados de dependência? A única cura por adorar falsos ídolos é uma compreensão do verdadeiro caráter de Deus. "Deus é amor — Ágape (1ª João 4:8). Mas ninguém pode entender o amor a menos que "veja" como Deus se revelou na cruz.

A dinâmica das "boas novas" sobre o caráter de Deus é ilustrado pela experiência do profeta Isaías quando ele entrou no Templo um dia. Ele pensou que estava apto para o "ministério" até que ele ouviu as palavras: "Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos," e viu "toda a terra está cheia da sua glória" (Isaías 6:3). O caráter de Deus é Ágape santo. Aqui está um conceito de 1888 que é uma "boa nova". Isaías viu Deus revelado na cruz ao entrar no Templo. Esta revelação enche o "mundo inteiro".

Isaías declarou: "Ai de mim! Pois estou perdido!" (V. 5). Quanto mais perto ele se aproximou de Deus, mais ele abominou a si mesmo e seu caráter diferente do caráter de Cristo. Isaías disse: "Meu coração está poluído em contraste com a justiça de Cristo." Isaías nunca poderia ter escrito seu capítulo 53 sobre a cruz de Cristo, a menos que ele tivesse experimentado a auto-humilhação do início do capítulo 6.

Adoração que não é centrada na cruz degrada-se em entretenimento que apela para o ego. Quando as formas e rituais de adoração não são oferecidos pela "fé que opera pelo amor" (Gálatas 5:6), então é paganismo.

O culto pagão não é inconsistente com a retenção de formas e cerimônias instituídas por Deus. Deus instituiu o sacrifício como uma característica essencial da Sua adoração, e foi, sem dúvida, deste que todas essas outras cerimônias de sacrifício foram derivadas. "Agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros, ou de dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu ventre pelo pecado da minha alma?" (Miquéias 6:7). Os pagãos não viam nada mais em sua adoração do que o próprio sacrifício, e atribuíam a ele todas as virtudes de obediência às instruções divinas. Foi isso que os fez pagãos. Eles perderam a , que olhava além da forma e cerimônia para o Cordeiro de Deus, somente em quem havia algum valor para a humanidade. Paganismo é simplesmente adoração que não é pela fé.

Os sacrifícios que se destinavam a apontar a Israel ao sacrifício expiatório do Cordeiro de Deus, foi pervertido quando se perdeu a fé, pela oferta de sacrifícios a fim de apaziguar um Deus irado. Eles chegaram ao ponto de oferecer seus próprios filhos, a fim de expiar a ira de Deus (2º Reis 17:16, 17; 3:27).

Quando a cruz é erguida em adoração resulta em arrependimento, e corações endurecidos, auto-suficientes, são derretidos por compaixão de nosso Salvador divino. "Nós não devemos entreter a idéia de que Deus nos ama porque Cristo morreu por nós, mas que Ele nos amou tanto que deu o Seu Filho unigênito para morrer por nós. A morte de Cristo era conveniente, a fim de que a misericórdia pudesse alcançar-nos com o seu completo poder perdoador" (Ellen G. White, Signs of the Times, 30 de maio de 1895). A idéia de 1888 é que Deus nos dá a expiação. Nós somos os únicos que dela necessitamos. "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados" (2ª Coríntios. 5:19).

Não é só a proclamação da lei que convence do pecado. Na verdade, isto pode até "provocar" pecado. Para pregar a alguém que eles devem obedecer à lei de Deus, quando eles não têm em si o poder de obedecer, cria frustração e tensão que pode resultar em rebelião e rejeição de Deus. Quem não viu os destroços de tal ensino do velho concerto na perda das almas que saem pela porta dos fundos da igreja?

Há uma pregação da lei que, sem o evangelho, desce a esforços próprios de obediência, que não é nada mais do que paganismo. "Como um povo, temos pregado a lei até que estejamos tão secos quanto as colinas de Gilboa, que não tinha nem orvalho nem chuva. Devemos pregar Cristo na lei ... Não devemos confiar em nossos próprios méritos de modo algum" (Ellen G. White, Review and Herald, de 11 de março, 1890).

A mensagem de 1888 enfatizou a união da lei e do evangelho, assim como na "chuva temporã" no dia de Pentecostes. Pedro proclamou: "Mas vós negastes o Santo e o Justo, e ... matastes o Príncipe da vida" (Atos 3:14, 15). Por este meio o Espírito Santo converteu corações em arrependimento genuíno e conversão (vs. 19), e milhares receberam a reconciliação em um dia (2:41).

A "chuva serôdia" será muito mais gloriosa em seu apelo a adorar “Aquele que fez os céus e a terra" (Apoc 14:7). O concerto eterno de Deus é dado a toda alma presa à terra em uma convocação para a adoração: "Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus, e a fé de Jesus" (vs. 12). "Guarde", isto é, "estime" o "tesouro" da promessa de Deus. "Guarde" o que Deus lhe deu.

"A fé de Jesus," o evangelho, tem sido dado a todos. "Deus repartiu a cada um a medida da fé" (Rom. 12:3). Deixe que a fé de Jesus, pelo amor Ágape, obre em você Seus mandamentos.

Paul E. Penno

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista da cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de A.T. Jones e E. J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Ig. Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99