Para 28/7 a 4/8/2012
Jesus falou as bem conhecidas palavras que se tornaram o verso mais amado de toda a Bíblia: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3 : 16). Estas palavras de cura foram ditas a Nicodemos. Mas, como crer ou apreciar o ato de Deus de amar e dar, pode fazer algo para mudar corações pecaminosos?
Um dos seguidores de Cristo deixou claro como isto funcionou para ele. Ele se expressa como um princípio que opera em todos os que vão olhar e dizer, "Obrigado," pelo que Ele realizou. O apóstolo Paulo estava se defendendo contra a acusação de que sua devoção total a Cristo era insanidade virtual. Ele estava passando por dificuldades incríveis e perseguições por causa de Cristo, mas quase inacreditavelmente, ele cantava de alegria à medida que avançava.
A idéia de que ele estava sacrificando alguma coisa parece não ter passado pela sua cabeça. Vez após vez ele passou por açoites, um apedrejamento fatal, prisões, jejuns, frio, nudez, naufrágios, fome, cansaço. Sua carreira como missionário continuou durante décadas, mesmo em idade avançada. (*Do ponto de vista humano) por que não restringir a sua devoção abnegada, acomodar-se e desfrutar de uma aposentadoria merecida? Não seria hora de Paulo começar a cuidar de si mesmo e de seus interesses"?
Não, não para ele. Ele diz: "Se enlouquecemos, é para Deus; e, se conservamos o juízo, é para vós. Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se Um morreu por todos, logo todos morreram. E Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou" (2ª Cor. 5: 13-15).
Aqui vemos o que parecia impossível de entender. Paulo não era uma pessoa melhor do que somos, nem mais heróico. Ele simplesmente viu algo que tornou todos os seus sacrifícios suportáveis: (1º) ele viu que ele estaria desesperançadamente em um túmulo se Aquele "Um" não tivesse morrido em seu lugar; (2º) ele viu que até mesmo cada respiração ele devia ao sacrifício de Cristo na cruz; (3º) viu que ele próprio era um escravo comprado por amor, respondendo ao sangue derramado na cruz; (4º) ele viu que nada do que ele possuía poderia contar como realmente dele.
Tão facilmente como os israelitas que creram foram curados de suas picadas fatais das cobras, assim o novo nascimento ocorre no coração de alguém que "vê" a cruz como Paulo a viu. Claro, ele não a viu literalmente, ele não foi um dos doze originais discípulos. Ele a viu pela fé, e sua experiência é, portanto, um encorajamento para nós, que também nunca vimos a cruz literalmente. O que ele viu pela fé parece ter feito uma impressão mais profunda sobre ele do que o evento real fez nos apóstolos que o viram. Nenhum deles parece ter compreendido o sentido tão vividamente como Paulo. Isso significa algo especial para nós que nunca vimos o acontecimento físico como viram os onze. Estamos especialmente felizes porque essa mesma devoção inspirada pela fé pode ser nossa. A fé tem discernimento muito mais acentuado do que nossos olhos físicos.
Há uma pequena frase na Carta de Paulo aos Gálatas que abre uma porta para uma sala cheia de luz: "a pregação da fé" (Gal. 3:2, 5). Essas pessoas eram mundanas, difícieis de serem atingidas, materialistas, provavelmente dadas à sensualidade; elas eram gentias. Mas o ministério de Paulo havia capturado a atenção delas, e sua conversão foi fenomenal. Eles alegremente sofreram perseguição por sua fé; a sua gratidão de coração por Paulo era tão grande que ele diz que ficariam felizes em ter arrancado os olhos para os dar a ele, se pudessem (4:14, 15).
Que tipo de apresentação da verdade realizou esta maravilha? Em Gálatas 3:1 Paulo nos permite vislumbrar: o Espírito Santo lhe permitiu contar a história da cruz de forma tão vívida que as pessoas se esqueceram de quem eram ou onde estavam, viram Cristo retratado de forma tão vívida que Ele foi crucificado no meio deles.
Ellet J. Waggoner, um dos "mensageiros" de 1888, teve uma experiência semelhante. Ron Duffield, (*bibliotecário da Faculdade Weimar, na Clifórnia) assim a descreve no Prefácio do livro “O Concerto Eterno,” de Ellet J. Waggoner, escreveu: "Aos vinte e sete anos de idade, o jovem médico teve uma experiência que ele mais tarde descreveria como o ponto decisivo na sua vida. Sob uma tenda de uma reunião campal, ouvindo o evangelho que estava sendo apresentado, de repente uma luz brilhou sobre ele, e a tenda parecia iluminada, como se o sol estivesse brilhando. Ele descreve o incidente assim:
“Eu vi Cristo crucificado por mim, e me foi revelado pela primeira vez na minha vida o fato de que Deus me amava, e que Cristo Se entregou por mim pessoalmente. Foi tudo por mim." A luz que brilhou da cruz de Cristo sobre ele naquele dia tornou-se o guia em todo o estudo da Bíblia. Ele decidiu que o resto de sua vida seria dedicado a descobrir a mensagem do amor de Deus pelos pecadores individuais encontrado nas páginas das Escrituras, e tornar essa mensagem clara para os outros."
Paulo escreveu: "Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes O entregou por todos nós, como nos não dará com Ele todas as coisas?” (Rom. 8:31, 32). Como podemos nós, que apreciamos esse amor, também livremente dar a Ele todas as coisas? Não incluiria tal devoção guardar todos os Seus mandamentos, incluindo o verdadeiro sábado do Senhor, mesmo que o mundo o ignore? Qualquer vestígio de uma verdade, que se preocupa consigo mesmo, cancela a fé. Para quem aceita as Boas Novas de Deus, a obediência, que uma vez pode ter parecido impossível, torna-se agora um alegre princípio.
Deus nos alcança por aprender a nossa língua. Deus tornou-Se Emanuel, que traduzido é Deus conosco. Em Cristo, Deus Se fez homem, um de nós; chegou perto de nós, nos reconcilia com Ele mesmo, ganha o nosso coração, não com ameaças terríveis, mas como o Salmo 18:35 diz: "a Tua mansidão me engrandeceu." Paulo diz aos Tessalonicenses: "Fomos brandos entre vós" (1ª Tess.. 2:7). A igreja na terra é para representar Cristo ao mundo. Se entendêssemos os pecadores, poderíamos ganhar mais dentre eles. A Boa Nova é que é nosso privilégio compartilhar a alegria do Senhor em ganhá-los!
-A partir dos escritos de Robert J. Wieland,
a menos que citados de outra forma
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho último, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.
Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:
1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e
2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones.
38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido, a despeito de inúmeras recomendações da serva do senhor à mensagem e às pessoas deles.
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