quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Lição 8 - Os Mortos em Cristo, por Paulo Penno

Para 18 a 25 de agosto de 2012

A todas as vastas hostes que morreram crendo em Jesus, através dos séculos, tem sido concedido um status especial que a você e eu, que estamos vivos, não foi dado. Eles foram "havidos por dignos" da ressurreição no Juízo Investigativo (Lucas 20:35). Há um lugar especial no coração de Deus para aqueles que "dormem em Jesus" (1ª Tess. 4:14). Ele tem um profundo desejo de trazer nossos entes queridos de seus velhos e empoeirados túmulos (*maior) do que o nosso anseio de querermos nos reunir com eles. Seu amor é infinito. Assim como milhares de pessoas se beneficiam individualmente, recebendo toda a iluminação em um estádio bem iluminado, assim o amor de Deus é tão infinito quanto o universo e, portanto, cada santo que "dorme" é o beneficiário especial dele.
Mas eles devem permanecer na sepultura (*descansando) como prisioneiros até a primeira ressurreição. A Bíblia não ensina a imortalidade natural; os santos não vão para o céu no momento da morte. Mas isto, por sua vez, não pode ocorrer antes da segunda vinda de Jesus (nenhum anjo pode ressuscitar os mortos). Mas Ele não ousa vir, desde que haja pecado acariciado ou desconhecido ainda nos indivíduos de Seu povo, senão a Sua vinda haveria de "consumi-los" (Hebreus 12:29).
Assim o amor de Deus para com "os mortos em Cristo" requer que a última geração viva vença totalmente, pois de outro modo Ele estará frustrado. O "reformacionismo" popular nega isso, mas ele não entende o Dia da Expiação de purificação do santuário.1
"A sepultura" nunca foi o ideal de Deus para aqueles que Ele criou. A Bíblia oferece o que chama de "a bem-aventurada esperança", não apenas de uma ressurreição para todos os que creem, mas para a trasladação sem ver a morte, para aqueles que se prepararem para encontrar o Doador de Vida quando Ele voltar. Eis a “voz do arcanjo, com a trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois [e aqui está a mensagem para nós agora] nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor" (1ª Tess. 4:16, 17.).
Você não ouve muito sobre isso, mas é claramente uma parte do ensino bíblico: os do povo de Deus que estão prontos serão trasladados sem ver a morte na segunda vinda de Jesus.
Para alguns, esta doutrina bíblica soa como fanatismo para discussão cômoda. Na verdade, não é mais difícil para Deus trasladar o Seu povo sem experimentar a morte do que será para Ele ressuscitar os mortos de seus túmulos — na segunda vinda. Esta é a essência da "bem-aventurada esperança" que é valorizada por aqueles que acreditam na segunda vinda, Tito 2:13.
Por que a última geração torna-se totalmente rendida, a fim de ser trasladada? A acusação de Satanás por 6000 anos tem sido de que é impossível para os seres humanos, com uma natureza caída e pecaminosa, verdadeiramente vencer o pecado (ver O Desejado de Todas as Nações, pág. 24). Ele afirma ter inventado algo (o pecado) que prova que Deus está errado. Julgando pelo péssimo desempenho de Laodicéia, parece que ele ganhou o debate. (*Mas) o fato de que o Filho de Deus venceu e "condenou o pecado na carne" não é a questão final, embora o "Reformacionismo" popular gostaria de considerá-lo deste modo — assim, "nos" desculpando de verdadeiramente vencer.
Mas algo mais é necessário. A vitória de Cristo foi de fato um retrocesso para Satanás, e provou ao universo celeste que este estava errado, mas a acusação de Satanás ainda está de pé no que se refere à raça humana: "É impossível para nós obedecermos ..." (Ibidem). O motivo pelo qual a mensagem de 1888 sofre tão vigorosa oposição é por causa de sua doutrina da certeza, de que Deus terá um povo que vencerá completamente. Haverá uma demonstração da justiça de Cristo em carne pecaminosa. (*O poder que o Pai transmitia, dia a dia, a Seu Filho está plenamente ao nosso dispor hoje).
"A honra de Deus" está envolvida na perfeição do caráter de Seu povo. Se eles ao final apoiarem a acusação de Satanás, Ele será para sempre humilhado.
Por que podem as gerações anteriores na primeira ressurreição entrar no céu sem a experiência da vitória total sobre o pecado exigida de quem vai ser trasladado? (*Grifamos). (Lutero pode criticar os judeus, beber sua cerveja em seu leito de morte, e ainda estar no reino de Deus).
 (*O verbo que grifamos acima) “exigir” implica algo que requer equilíbrio adicional no pensamento de preparação. Um noivo não exige a rendição de sua noiva, ele a ganha. O casamento do Cordeiro não ocorre porque Deus rigidamente exige uma devoção de auto-sacrifício que é, finalmente, forçada. Vencer "assim como [Cristo] venceu" é um alegre desenvolvimento do caráter, que ocorre ao a fé crescer a uma união (*íntima) de coração, com o Esposo divino. Não é uma "exigência" imposta à força. É o fruto da justificação pela fé por fim claramente compreendida.
Por que é a última geração as "primícias para Deus e para o Cordeiro" (Apoc. 14:4)? Soa o oposto! É uma geração, uma entidade corporativa, e não apenas um punhado de indivíduos, alguns poucos de todos os tempos (por exemplo, Enoque e Elias). Cristo deve ter uma noiva, um corpo coletivo de crentes, o primeiro a demonstrar que a vitória que Cristo realizou em Sua vida, os seres humanos, que têm uma fé madura, podem "copiá-la" (embora nunca possam igualá-la). Eles irão "refletir" Seu caráter, como tantos pedaços quebrados de espelho inútil não brilham por conta própria, mas cada um refletindo perfeitamente uma outra faceta de Seu caráter reto, como (*as facetas de) um enorme diamante. Este órgão corporativo julga todas as gerações anteriores.
"Aquele que está morto está justificado do pecado" (Rom. 6:7), e nenhum santo vai ressurgir na ressurreição ainda em cativeiro a ele. Toda tal escravidão ao pecado será deixada no túmulo. Mas, aparentemente, os 144.000, a última geração, de tal modo apreciam "o sangue do Cordeiro", tão claramente  compreendem o comprimento, a largura, a profundidade e a altura do Ágape, que o eu é verdadeiramente "crucificado com Cristo". Eles morreram para o pecado, e como um grupo corporativo são as primícias para demonstrar isso.
A verdadeira comunhão com Cristo é empatia de coração com Ele em Suas preocupações, como uma noiva que realmente ama seu marido está presa aos seus interesses. Agora ela vive para ele, um com ele, porque ela o ama. É possível que uma igreja mundial possa crescer para ser tão madura em relacionamento com o Filho de Deus? Em todo o mundo existem aqueles que ouvem o apelo insistente do céu. Que Ele nos dê a graça de responder!

Paul E. Penno
com Robert J. Wieland.

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em



O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.
Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:
1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e
2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones.
38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido, a despeito de inúmeras recomendações da serva do senhor à mensagem e às pessoas deles.


Nota do tradutor.
1)     "reformacionismo" popular.
 “Os Concílios Anuais da Igreja adventista de 1973-74 nada fizeram de prático e eficaz para recuperar e promulgar a mensagem de 1888. Antes, inadvertidamente asseguraram que o vácuo fosse preenchido com uma infusão de "reformacionismo" calvinista de "justificação pela fé". A mensagem de 1888 nunca foi livre e claramente proclamada para a Igreja a nível mundial com pleno suporte da Associação Geral.
“Reconhecendo que a Igreja carece de "justificação pela fé", a Associação Geral reuniu-se na Conferência de Palmdale em 1976 onde certos teólogos dominaram as discussões e exigiram apoio a seus pontos de vista "reformacionistas" — opiniões calvinistas de "justificação pela fé". (*Calvino tratou da justificação pela fé em suas Institutas da Religião Cristã, escrevendo sobre ela centenas de páginas. Calvino seguiu os passos dos reformadores de primeira geração, como Lutero, Melanchton, Zwinglio, no aspecto forense da justificação).
Os teólogos que dominaram a Conferência de Palmdale alegavam que os seus pontos de vista eram um verdadeiro reavivamento do conteúdo da mensagem de 1888, quando, de fato, eram uma negação de cada elemento básico dessa "preciosíssima mensagem". A ignorância geral dos pontos essenciais de 1888 somada a uma antipatia pelo "legalismo" criaram um vácuo a que se precipita­ram essas idéias "reformacionistas".
(*Ora, legalismo existe se eu pretender obedecer aos mandamentos de Deus por minhas próprias forças. Mas se Deus me transmite poder para obedecer, e se Cristo vive em mim, e Ele é quem pratica as obras, através de mim, isto não é legalismo).
O passar do tempo logo demonstrou como esses pontos de vista eram incompatíveis com a verdade ad­ventista da purificação do santuário. Se a Associação Geral e nossas casas editoras tivessem apreciado o conteúdo singular da mensagem de 1888 por si, e, fielmente, a tivesse publicado e sustentado, essas opiniões nunca poderiam ter-se disseminado. Um entendimento equivocado da história da década de 1890 resultou na repetição daquela história, com consequências ainda mais trágicas. Po­demos documentar a perda de centenas de pastores, e ninguém sabe quantos leigos e jovens.
Esses pontos de vista calvinistas de justificação pela fé foram lançados por teólogos nossos a partir de 1920 até 1970 insistindo que a mensagem de 1888 foi somente uma renovada ênfase das opiniões protestantes populares.
Algo deve acontecer no tempo do fim que nunca ocorreu antes. Milênios de derrota devem ser reverti­dos. Essa é a única maneira pela qual a purificação do santuário pode ser completada. A profecia de Daniel decla­ra que isso "será" feito (8:14). O Senhor purificará a Sua Igreja de modo a que esta possa dar a última mensagem para iluminar a terra (*Apoc. 18:1).
Roberto J. Wieland

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