quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Lição 7 – Vendo por espelho, obscuramente, por Paulo E. Penno

Para 9 a 16 de fevereiro de 2013



Quando John F. Kennedy, Junior, morreu em um acidente de avião, a mídia conjeturou que a família estava sob uma predestinada "maldição". Somos pecadores ligados à terra sob uma "maldição", juntamente com nosso planeta? Por que a natureza é cruel e mortal? O que a Bíblia diz sobre o "bom" na criação e seu manifesto mal? Existe alguma esperança para um mundo de perdedores na clareza do evangelho eterno?
O salmista declara: "Ó Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria" (Salmo 104:24). Como poderia um Deus, que "viu tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom" (Gên. 1:31), ter criado plantas venenosas, micróbios contaminados, o escorpião, e animais selvagens carnívoros? Pode o cristão possivelmente harmonizar essas anomalias óbvias na natureza?
A natureza timidamente reflete a beleza original edênica arruinada (*pelo pecado) e casada, como está com o pecado, mas flores e árvores são um testemunho do "hábil Artista-Mestre." As sarças, os cardos e espinhos, e o joio são lembretes de que a Terra sofre sob uma "maldição", "a lei da condenação." Mas a beleza da natureza testemunha que "Deus ainda nos ama, que Sua misericórdia não está inteiramente retirada da terra."1
A primeira pista para a natureza infestada com a morte, crueldade e competição ferrenha, a (*unha) e dente, nos vem à mente na declaração de Gênesis: "Maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias de tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá" (Gên. 3:17, 18). A terra foi amaldiçoada por causa do pecado de Adão. As inevitáveis ​​consequências de permitir que Satanás controlasse sobre as forças da natureza e os seres humanos era uma maldição.
Depois que Caim matou seu irmão Abel, Deus disse: "e agora maldito és tu desde a terra" por causa do "sangue do teu irmão [derramado pela] tua mão" (Gên. 4:11). Agora, "uma dupla maldição repousava sobre" a terra.2
Dois mil anos depois, a Terra passou por uma crise provocada pela ação do homem. Deus disse: "Não contenderá o Meu espírito para sempre com o homem" (Gên. 6:3). Os homens rejeitaram o Espírito de Deus. A "violência dos homens" foi tão hedionda que Deus disse a Noé: Eu vou destruí-los com a terra, vs. 13. O dilúvio do tempo de Noé foi uma catástrofe geológica global que abalou todo o equilíbrio da natureza.
Cristo, em Sua parábola comparando o impacto do evangelho na mente das pessoas, explicou a existência dos não convertidos na igreja através do simbolismo do joio, ou ervas daninhas, entre o trigo. Quando perguntado de onde veio o joio, Ele disse: "Um inimigo é quem fez isso" (Mat. 13:28). Sua resposta é também simbólica da origem de espinhos, cardos, plantas e animais venenosas, e da carnificina e mal que se vê em toda a natureza. Satanás e os homens estão sistematicamente destruindo a criação de Deus na terra.
A terra está pega no meio de um conflito entre duas forças opostas — o bem e o mal — um fato que poucos negariam. A batalha começou com a queda espiritual de um ser humano, Adão. Adão condenou a humanidade à destruição final.
Nossa preocupação é compreender este problema de uma "maldição". Muitas vezes pessoas sinceras, para quem muitas coisas dão errado, questionam se eles estão sob algum tipo de maldição, imposta pelo destino por causa das fraquezas de um antepassado. Sim, a Bíblia fala muitas vezes da realidade de uma maldição — cerca de 200 vezes. A primeira relatada não é contra qualquer ser humano, mas contra Satanás: "O Senhor Deus disse à serpente: ... maldita serás mais que toda fera, e mais que todos os animais do campo ..." E o Senhor lhe disse que o Salvador vindouro do mundo iria ferí-lo em sua cabeça, Gên. 3:14, 15. Nenhum ser humano jamais esteve sob uma maldição do céu, a menos que ele ou ela tenha se aliado com o diabo e escolhido partilhar da sua maldição.
Um exemplo disso são os judeus que clamaram para que Jesus fosse crucificado, "O Seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos"? (Mateus 27:25). É justo que Deus mantenha como responsáveis crianças inocentes ​​pelo pecado de seus pais? Não, não seria justo, e Deus não faz isso. O que aconteceu no caso dos que crucificaram Cristo é que eles, não Deus, separaram-se de Sua presença. "A vossa casa vai ficar-vos deserta", Jesus disse a eles quando eles finalmente O tinham rejeitado (Mat. 23:38). O Espírito de Deus simplesmente retirou a Sua santa presença, e, então, sem o seu favor e proteção especiais, as pessoas foram deixadas a si mesmas. Qualquer pessoa entregue a si mesma sofre revés. A partir daí, os pais criaram os filhos sem o benefício da bênção especial do Senhor, eles ensinaram-lhes a compartilhar da sua rebelião contra Deus. Mas a qualquer momento, qualquer criança dessas é livre para crer no evangelho, arrepender-se, e receber a bênção de Deus. "Em Cristo" toda maldição é cancelada, porque “Ele, que não conheceu pecado, foi feito ... para ser pecado [a maldição] por nós; para que nEle fossemos ser feitos a justiça de Deus" (2ª  Cor. 5:21).
Há pessoas em sociedades primitivas e algumas em regiões altamente desenvolvidas, que se deitam e morrem quando não há doença física ou causa para morte. Eles pensam que estão sob uma "maldição" imposta por algum inimigo. Essa crença no destino está relacionada com a crença em carma3. Essas pessoas estão entre aquelas queridas que Paulo fala que estão "com medo da morte, por toda a vida sujeitos à servidão" (Heb. 2:15).
Você pode viver um desafio do diabo, "é assim que é" a vida. As pessoas vivem de forma imprudente; decidem "desfrutar" a vida enquanto podem, até a "maldição" atingi-los. Esta era a filosofia popular nos dias de Paulo, "Comamos e bebamos, que amanhã morreremos" (1ª Cor. 15:32.). Essa foi a atitude dos gladiadores que lutaram com as feras no Coliseu, a sua vida humana era de pouco valor.
Você pode ser libertado do fatalismo infeliz que sombreia sua alma sob o sorriso constante que você der. A verdade da boa nova de Deus te liberta: (*“E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”) (João 8:32). Cristo venceu Satanás, cancelou todas as maldições, tomado sobre Si o pecado, assim como os pecados de seus antepassados. Nós não precisamos sofrer sob qualquer "maldição", a menos que as escolhamos. A clareza dinâmica da mensagem de 1888 ajudou-nos a ver algo neste texto: "Cristo nos resgatou da maldição da lei [a segunda morte], fazendo-se maldição por nós" (Gálatas 3:13). Como? Ele morreu em uma árvore. Sua cruz foi o pára-raios, que atraiu a maldição final, o máximo que Satanás podia inventar. Viva, então, à luz da cruz!


- Paul E. Penno

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99

Notas (de Ellen G. White):

[1] Mensagens Escolhidas, livro 1, p. 291.
[2] "A maldição sobre o solo em primeiro lugar tinha sido sentida mas de ânimo levemente, mas agora uma dupla maldição repousou sobre ele" (O Espírito de Profecia, vol. 1, pág. 57). No entanto, observe a misericórdia de Deus para com Caim. "Apesar de Caim, pelos seus crimes, haver merecido a sentença de morte, um Criador misericordioso ainda lhe poupou a vida, e concedeu-lhe oportunidade para o arrependimento" (Patriarcas e Profetas, pág. 78).

Nota (do tradutor, colhida do sítio http://pt.wikipedia.org/wiki/Carma):
3) Carma ou karma (do sânscrito Karmam, e em pali, Kamma, "ação") é um termo de uso religioso, Teológico, dentro das doutrinas budista, hinduísta, jainista e sikhista, adotado, posteriormente, também pela Toosofia, pelo espiritismo da obra teológica de Alan Kardec, e dentro dessa doutrina ligado ao sentido de Saga, do "dever a ser cumprido no SOU", como a figura de Jesus Cristo, MESSIAS, vide livros de Alan Kardec, e a doutrina espiritualista do chamado "Kadercismo". Por outros subgrupos significativos dos movimentos da Nova Era, para expressar um conjunto de ações dos homens e suas consequências no chamado “Tempo. Este mesmo termo, na física, é equivalente a lei, segundo Alberto Einstein: "Para toda ação existe uma reação de força equivalente em sentido contrário, no devido espaço do Tempo (Lei de Newton)". Neste caso, para toda ação praticada pelo Homem ele pode esperar uma reação contrária. Se praticou o mal então receberá de volta um mal em intensidade equivalente ao mal causado. Se praticou o bem então receberá de volta um bem em intensidade equivalente ao bem causado, dependendo da Ação, pois: - "Bem gera-Bem e o Mal gera-Mal". Dependendo da doutrina e dos dogmas da religião e/ou "teologia" - discutida. Este termo pode parecer diferente, porém sua essência sempre foca as ações e suas consequências. Vale a pena lembrar que o termo Karma (Carma) diz respeito ao Hinduísmo, Budismo e sistemas de pensamentos originários na Índia, e ligado a "Reencarnação" e/ou "Ressucitar-dos-Mortos". Qualquer outra reconceituação feita por outros sistemas de pensamento (por ex: teosofia, esoterismo, espiritismo etc) pode estar conduzindo a um equivoco do termo original, se não se observar uma ORDEM NO PENSAMENTO TEOLÓGICO, segundo Confúcio.
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