quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Lição 8 - Jesus, Provedor e Mantenedor, por Paulo Penno

Para 16 a 23 de fevereiro de 2013



Qual é a relação do Criador para com Sua criação? Existe um conflito entre a ciência e a interpretação da Bíblia a respeito do cuidado providencial divino da criação? São as coisas da natureza auto-sustentáveis ao agirem elas em harmonia para definir leis observáveis ​​pela descoberta científica?
Como devemos compreender os acontecimentos extraordinários milagrosos da natureza e os eventos comuns ou ordinários da natureza? Qual é o propósito da providência divina nos eventos "milagrosos" comuns e extraordinários na natureza? Há uma revelação providencial "dinâmica" para ser vista na natureza e nos movimentos de Deus entre os homens que revelam o Seu amor divino?
Há falsa ciência e há verdadeira ciência. Com a falsa ciência há conflito com a Bíblia. Na verdadeira ciência há perfeita harmonia com as Escrituras.
As leis da natureza compreendem o que os homens foram capazes de descobrir com relação às leis que regem o mundo físico, mas quão limitado é seu conhecimento, e como é vasto o campo em que o Criador pode trabalhar, em harmonia com Suas próprias leis, e ainda totalmente além da compreensão de seres finitos.
Muitos ensinam que a matéria possui poder vital, que certas propriedades são comunicadas à matéria, e é então deixada a agir por meio de sua própria energia inerente, e que as operações da natureza são conduzidas em harmonia com as leis fixas, com as quais o próprio Deus não pode interferir. Isto é falsa ciência, e não é sustentada pela palavra de Deus. A natureza é o serva de seu Criador. Deus não anula Suas leis, ou trabalhar contrário a elas, mas Ele está sempre usando-as como Seus instrumentos.1
Há, na natureza, a contínua obra do Pai e do Filho. Cristo diz: "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também" (João 5:17). Os levitas, em seu hino registrado por Neemias, cantavam, "Tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há ... e Tu os guardas com vida a todos" (Neemias 9:6).
Acreditar em milagres é uma consequência necessária de uma crença em Deus. Quem não acredita em milagres não acredita em Deus. Milagres são simplesmente ações naturais de Deus. Seus menores atos devem ser milagrosos aos olhos dos homens, simplesmente porque Ele é Deus.
A vida de Jesus na terra, do Seu nascimento à Sua ascensão, foi um milagre, porque era a vida de Deus. Todos os atos do Filho foram os atos do Pai, que habitava nEle. "Ele [o Pai] faz as obras" (João 14:10). Milhares de pessoas que nunca ouviram falar de Jesus, tentaram viver uma vida sem pecado, mas nenhum foi capaz de fazê-lo. Mas Cristo viveu uma vida sem pecado, em face de tais tentações, como todo o mundo juntos nunca tinha conhecido. Foi porque Ele viveu a vida do Deus infinito.  
Esses milagres foram operados com um propósito definido, "para que creiais que Jesus é o Cristo, ... e para que, crendo, tenhais vida em Seu nome" (João 20:30, 31). Cristo não realizou os milagres simplesmente com a finalidade de chamar a atenção para Si mesmo, mas para mostrar o amor e o poder de Deus para com o homem. A cura dos corpos de homens foram ajudas para a fé, para capacitar os homens a compreender realidades invisíveis, para mostrar-lhes o poder de Cristo para curar a doença da alma enferma do pecado.
Tão certo como Cristo criou o mundo e sustenta tudo o que nele há, também Ele vai trazer, pela Providência Divina, a conclusão da obra do evangelho de uma colheita madura na Sua segunda vinda.2 Cristo usou os atos de Deus na natureza para ilustrar como Sua providência irá produzir uma colheita madura para Sua segunda vinda. Jesus compara Sua igreja com a ceifa da ceara a ser colhida (Marcos 4:26-29).
Ao contar esta parábola, Jesus obviamente intentou comentar sobre o tempo de Seu retorno, porque o mesmo símbolo aparece na imagem de Sua vinda no Apocalipse: "assentado sobre a nuvem um semelhante ao filho de homem,  que tinha ... na Sua mão uma foice aguda. Outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: ‘Lança a Tua foice e sega; a hora de segar Te é vinda, porque já a seara da terra está madura'” (Apocalipse 14:14, 15).
De acordo com essas passagens, o tempo real da segunda vinda de Cristo depende da "colheita" ficar madura, isto é, o povo de Deus estar pronto para a Sua vinda. O fator que faz a diferença é o de que a Bíblia fala como derramamento do Espírito Santo" da chuva serôdia". Todos os milhares de anos de história da terra têm sido a estação preparatória de crescimento para este momento de "colheita", quando Ele retornar pessoalmente. Dos bilhões de habitantes da terra de todas as eras, vem, finalmente, um remanescente de almas preciosas que, de bom grado, recebem os aguaceiros da chuva serôdia. Sua fé madura finalmente produziu, em uma comunidade de crentes, um reflexo da beleza do caráter de Cristo. Sem falhar, "precisa ser consumada a grande e importante obra, de preparar um povo que possua caráter semelhante ao de Cristo, e que seja capaz de subsistir no dia do Senhor” (Testemunhos para a Igreja, vol. 6, pág. 129).
Ninguém prepara a si mesmo para "a colheita". A chuva serôdia faz com que o grão amadureça. Robert J. Wieland perspicazmente assinalou: "Há na história adventista do sétimo dia um grande e profundo projeto da Providência que vai levar este povo a uma reconciliação do fundo do coração com o Senhor, como nenhuma comunidade anterior do povo de Deus já experimentou” (Robert J. Wieland, "Uma Resposta à ‘Avaliação Adicional do Manuscrito 1888 Reexaminado’, outubro de 1958, pág. 68). A nossa parte é acolher essa bênção, e não combatê-la e resistí-la).
Essa imagem da colheita estar madura para que Cristo possa lançar Sua foice para a ceifa é um símbolo bem expressivo. Aquele que foi à cruz por nós, que derramou a Sua alma até a morte, que sofreu agonias indescritíveis para a nossa redenção, olha o "grão" amadurecido como o fruto duramente conquistado de todo o Seu sacrifício e obra expiatória no santuário acima. Ele merece uma recompensa!


- Paul E. Penno



Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99


Notas:

 [1] "Ao lidarem com às leis da matéria e da natureza, muitos perdem de vista, ou até chegam a negar, a intervenção contínua e direta de Deus. Insistem eles na idéia de que a natureza atua independentemente de Deus, tendo em si mesma seus próprios limites e seus próprios poderes com os quais trabalhar. Nas suas mentes há uma distinção muito clara entre o natural e o sobrenatural. O natural é atribuído a causas comuns, sem relação com o poder de Deus. Poder vital é atribuído à matéria, e a natureza é tornada uma divindade. Supõe-se que a matéria é colocada em certas relações e deixada agir por leis fixas, com as quais o próprio Deus não pode interferir; que a natureza é dotada de certas propriedades e colocada sujeita a leis, e é, então, deixada a si mesma para obedecer a essas leis, e executar a obra que lhe é originalmente designada.
"Isso é falsa ciência: nada há na palavra de Deus que a sustente. Deus não anula Suas leis, mas está continuamente operando por meio delas, usando-as como instrumentos Seus. Elas não atuam por conta própria. Deus está perpetuamente atuando na natureza" (Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, vol. 8, págs. 259-260).

[2] "Ao eles aprenderem a trabalhar de forma eficaz, proclamarão a verdade com poder. Através das mui maravilhosas obras da providência divina, montanhas de dificuldades serão removidas, e lançadas ao mar. A mensagem que tanta importância tem para os moradores da Terra, será ouvida e compreendida. Os homens discernirão a verdade. Avante, e sempre para a frente, a obra vai progredir até que toda a terra tenha sido advertida, e então virá o fim" (Testemunhos para a Igreja, vol. 9, pág. 96, grifamos).
"O Senhor levantará homens para levar a mensagem da verdade para o mundo e para o Seu povo. Se aqueles em posições de responsabilidade não se movem para frente nas providências iniciais de Deus, tendo uma mensagem apropriada para este tempo, as palavras de advertência serão dadas a outros que serão fiéis na sua confiança. Mesmo cristãos jovens serão escolhidos, para clamarem em alta voz e não se deterem" (Ellen G. White, “Sabbath-School Worker,” 1º de abril de 1892).

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