quinta-feira, 8 de maio de 2014

Lição 6 – A Morte de Cristo e a Lei, por Roberto J. Wieland.



Para 3 a 10 de maio de 2014

No final do nosso guia de estudos, há uma pergunta que indaga: “por que é falsa a ideia de que a lei de Deus foi abolida depois da cruz? Quando as pessoas defendem este pensamento o que elas realmente querem dizer que foi abolido? Qual mandamento as pessoas alegam que foi abolido?” (*Pergunta para reflexão de nº3, pág. 74 na edição do professor, 44 na do aluno).
Os opositores da verdade do sábado ao longo de décadas têm usado Col. 2:13-17, em um esforço para derrubar a observância cristã do sábado do sétimo dia. "Os Dez Mandamentos foram pregados na cruz," eles exultam. "O sábado do sétimo dia era apenas ‘uma sombra das coisas por vir.’"1 Agora que Cristo veio, "Ninguém, pois, vos julgue ... no que diz respeito ... aos sábados" (*vs. 16). Sabemos que os Dez Mandamentos não foram pregados na cruz, e nós sabemos que o sábado ainda é o verdadeiro dia do Senhor.
Mas o que era "contrário a nós," que foi "tirado do caminho, cravado na cruz"? Ellen White comenta essa passagem:
"Há uma lei que foi abolida, a qual Cristo" tirou do caminho, cravando-a na cruz. “Paulo a chama de "a lei dos mandamentos na forma de ordenanças." Esta lei cerimonial, dada por Deus através de Moisés, com seus sacrifícios e ordenanças, devia ser obrigatória para os hebreus até que o tipo encontrasse o antítipo na morte de Cristo como o Cordeiro de Deus para tirar o pecado do mundo."2
Em outra passagem, Ellen White vai mais a fundo sobre o significado espiritual da ideia de Paulo. É mais do que a alienação judeu/gentio que foi um problema local há dois mil anos. Ellen White entende que Paulo está falando do problema espiritual em nossos corações hoje:
"O propiciatório sobre o qual a glória de Deus repousava no santíssimo, é aberto a todos os que aceitam a Cristo como a propiciação pelo pecado, e através da Sua intermediação são levados à comunhão com Deus. O véu é rasgado, as paredes divisórias quebradas, os escritos de dívida cancelados (*ver Col. 2:14). Em virtude de Seu sangue a inimizade é abolida. Através da fé em Cristo judeus e gentios podem partilhar o pão vivo."3
Embora seja verdade que a lei cerimonial com as suas provisões de "carne" e "bebida" (*= libações, Joel 1:9) e a "Lua Nova" foram abolidas pelo sacrifício de Cristo, obviamente, ela viu que isto não é tudo o que Paulo pretendia dizer. Por que foi que a abolição da lei cerimonial "despojando os principados e potestades , ... triunfou sobre eles mesmos"(v.15)? Dizer que a lei cerimonial foi pregada na cruz é correto; mas o que é evidente aqui?
Era a lei cerimonial "contra nós ... nos era contrária"(*vs.14)? Os judeus helenistas consideravam que pelo menos uma provisão dela era a circuncisão. Mas entendemos que o sistema levítico, em geral, prenunciava o ministério e sacrifício de Cristo. Nos tempos do Antigo Testamento, ela apontava à "nossa" fé à frente, a Ele.
Quais foram os "principados e potestades" negativos que estavam "triunfando sobre" a cruz? De acordo com o contexto de Paulo, havia algo fundamentalmente ruim no que foi "pregado" lá, alguma coisa "contra nós."
Introspecções da mensagem de 1888 colocam o foco sobre o orgulho egoísta que existe na carne. O problema era "inimizade" nos corações humanos, que Ellen White reconhece em sua frase: "A inimizade é abolida" para que "sejamos levados à comunhão com Deus. "Essa inimizade na verdade era "contra nós"! A palavra grega traduzida como "caligrafia" (*escritos) é “cheirographon,” que significa "um documento escrito à mão." Nos dias de Paulo a palavra se refere a um documento legal ou nota promissória assinada por um devedor, uma hipoteca, em nossa língua. A expressão "apagando" foi a lavagem da tinta solúvel em água, apagando assim a evidência manuscrita da dívida. Talvez o equivalente moderno mais claro para nós seria a queima (*do documento) de uma hipoteca com o sentido resultante de exultação de que não paira mais dívida alguma sobre nós.
Será que Cristo realizou algo parecido com isso por nós na Sua cruz? O pensamento vigoroso de Paulo diz, sim !!!  Seu contexto imediato é o seu louvor exultante a Deus "perdoando-vos todas as ofensas"(v.13). Em seguida, na mesma frase, utilizando a forma o particípio do verbo, ele explica como Cristo nos perdoou todos os nossos pecados — e fez isto "riscando a cédula que era contra nós nas ordenanças, a qual de alguma maneira era contrária a nós, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz"(v.14). Sabendo como Paulo ama gloriar-se na cruz de Cristo, torna-se claro que ele está falando do registro de nossos pecados sendo apagados. Era (*uma escritura) um documento legal que era de fato realmente "contra nós ... nos era contrária", e que foi apagada e tirada "do meio de nós" na cruz (*veja o v.14).
O que foi "abolido na carne [de Cristo]" não foi a própria lei, mas a inimizade secular que foi incentivada por um legalismo motivado por medo. Pedro, em Atos 15:10, se referiu ao "jugo ... que nem nossos pais nem nós pudemos suportar," como a circuncisão, e "a lei de Moisés." A circuncisão foi instituída por causa da incredulidade de Abraão ao tomar Hagar (Gên. Capítulos 16 e 17). "A lei de Moisés" foi imposta ao povo por causa de sua incredulidade em assumir sobre si o velho concerto no Sinai, Êxodo 19:8. O que foi "abolido" na cruz foi a inimizade carregada de medo e culpa gerada por essa incredulidade. Assim, a circuncisão e a "lei de Moisés" chegaram ao fim na cruz; mas, em princípio, algo mais fundamental também chegou ao fim lá, Paulo diz que o próprio pecado foi conquistado, com a sua resultante alienação de Deus.
Cristo, de fato redimiu toda a raça humana por Seu sacrifício; “aboliu a [segunda] morte;" arrancou o medo que assombra a humanidade; "tirou o aguilhão de todos os poderes que se estendem contra nós," acorrentando Satanás e seus maus "principados" à Sua carruagem triunfal em Sua procissão vitoriosa; cancelou o registro "escrito à mão" dos pecados que nós mesmos tínhamos assinado como nosso endividamento a ser pago por nossa própria segunda morte, e reverteu a "condenação" que veio a "todos os homens" em Adão, pronunciando sobre "todos os homens" o glorioso “veredicto de absolvição."
O Espírito Santo nos convence do pecado, e nos leva à vitória contínua. Mas, em vista da cruz, não devemos "deixar que ninguém nos julgue" ou coloque em cima de nós um sentimento de culpa por ofensas pagas pelo sacrifício de Cristo. Não devemos deixar que "ninguém nos engane" quanto à nossa "recompensa" por meio dos falsos ensinos de uma "mente carnal" (Colossenses 2:16-18). A conotação de Paulo aos Colossenses de sua época incluía a libertação dos regulamentos da lei cerimonial, mas também fez referência à infinitamente maior boa nova da libertação de todo vestígio de tirania de Satanás sobre nossas almas. Essa é a ideia que está no coração da "terceira mensagem angélica em verdade," — a libertação do jugo mortificante do pecado.4 É possível um povo preparar-se para a segunda vinda de Cristo! (*E está profetizado que isto vai acontecer antes que Cristo volte, Apoc 19:7, e Paulo nos dá referências em Efé. 5:22-32. “Grande é este mistério ... de Cristo e da igreja,”  v.32).

Isso é uma boa nova para essas últimas horas da história da Terra. Incontáveis ​​milhões estão esperando para ouvi-lo.

A partir dos escritos de Robert J. Wieland
From the Writings of Robert J. Wieland

O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido.

Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.

Notas (a 1ª é do tradutor):

1)                  Tipo, Shadow, em inglês; “sel,” no hebraico. Note a expressão “O Sábado foi feito...” (Mar. 2:27), os demais dias da semana da criação foram simplesmente “dias ordinários,” mas o Sábado foi criado para ser um presente ao homem. O repouso no primeiro dia de sua existência mostra ao homem que ele depende inteiramente do Senhor. O fato de que o sábado veio à existência antes da queda impossibilita a interpretação de que ele é um tipo, como muitos querem.
O texto não diz que o sábado do sétimo dia era uma sombra das coisas por vir, mas que “dias de festa” ... e “os sábados,” no plural; a “lua nova,” no singular, vs. 16, são sombras das coisas futuras. “As cerimônias judaicas eram sombras lançadas por realidades celestiais” (Comentário Bíblico Adventista, vol. 7 da série SDABC, pág. 206). As sombras não são “a imagem exata das coisas” (Heb. 10:1). Os sacerdotes no santuário terrestre eram “sombra das coisas celestiais” (8:5), isto é, apontava ao nosso Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, mas nunca representaram, nem de longe, o que Cristo é. “A vida, o ministério e o reino de Cristo são a realidade. O Quadro disto na lei cerimonial era somente uma sombra. O comentarista presbiteriano Albert Barnes (1798-1870), diz que ‘não há evidência de que Paulo estivesse ensinando que não havia obrigação de observar nenhum tempo santo. ... Ele tinha seus olhos voltados para o grande número de dias que eram observados pelos hebreus como festivais, como parte da lei típica e cerimonial deles, e não para os dez mandamentos, que são de natureza da lei moral, de aplicação universal e perpétua  (ibidem, originalmente publicado em 1932 no livro “Answers to Objections, por Francis David Nichol, (1897-1966) um dos 40 autores do Comentário Bíblico Adventista. Grifamos).  
Muitos não entendem isto, mas através do estudo criterioso deste texto e dos demais paralelos e relacionados com ele, e sem ideias pre-concebidas, você vai ver o quadro inteiro com clareza.

[2] Ellen G. White, Bible Echo, de 16 de abril de 1894;
[3] Carta 230, 1907; Comentário Bíblico Adventista, vol. 5, pág. 1109.
[4] Ao referir-se à Sessão da Conferência Geral realizada em Minneapolis em 1888, Ellen G. White escreveu: "Vários me escreveram, indagando se a mensagem da justificação pela fé é a mensagem do terceiro anjo, e tenho respondido: ‘É a terceira mensagem de anjo em verdade’".
"O Senhor, em Sua grande misericórdia, enviou uma mensagem mais preciosa a Seu povo por intermédio dos pastores [EJ] Waggoner e [A. T.] Jones. Esta mensagem foi trazer mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo . Apresentava a justificação pela fé no Fiador ; convidava o povo para receber a justiça de Cristo, que se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus " ( Eventos último dia, pp 199-200).

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