domingo, 6 de dezembro de 2009

Capítulo 32 — A IDOLATRIA DO MUNDANISMO

O Êxodo e os Movimentos do Advento

em Tipo e Antítipo, por Taylor G. Bunch, escrito em 1937.

Postado em 06/12/09 no blog http://agape-edicoes.blogspot.com

Capítulo 32 — A IDOLATRIA DO MUNDANISMO

Pág. 236 {156} Outro Ataque. Satanás falhou completamente em seu ataque sobre o Movimento do Êxodo mediante o falso profeta Balaão. As maldições que tentou empregar foram convertidas em bênçãos e ele foi obrigado a admitir que “contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel” (*Num. 23:23). As suas predições do êxito do movimento que tentava amaldiçoar incluíam “o aumento e prosperidade do verdadeiro Israel de Deus no fim do tempo” [Patriarcas e Profetas, pág. 447]. Mas nosso ardiloso inimigo não é facilmente derrotado. Quando um plano falha ele tenta outro. Ele tem muitas armas de guerra e a sua longa experiência fez dele um perito no seu uso. A sua tentativa seguinte de manter Israel fora da terra prometida foi por conduzi-lo ao pecado por meio da idolatria do mundanismo.

Maldição de Deus. A única maldição que pode afetar o povo de Deus é a maldição do pecado. Os transgressores da lei de Deus colocam-se, eles próprios, sob uma maldição divina, ver Deuteronômio 27:15-26; Jeremias 11:3; Malaquias 3:9; Mateus 25:41. Pedro declara que aqueles que seguem “o caminho de Balaão” estão debaixo de uma maldição, 2ª Pedro 2:14,15. Foi por sugestão de Balaão que Balaque seguiu um curso de ação que acarretaria maldição de Deus sobre Israel. “Balaão sabia que a prosperidade de Israel dependia de sua obediência a Deus, e que não havia jeito de causar a sua derrota senão seduzindo-os a pecar. Ele agora decidiu ganhar o presente de Balaque, aconselhando aos moabitas o procedimento a seguir para trazer maldição sobre Israel. ... Os próprios moabitas estavam persuadidos de que, se Israel permanecesse fiel a Deus, Ele seria o escudo deles. O plano proposto por Balaão era separá-los de Deus, atraindo-os à idolatria” [Patriarcas e Profetas, pág. 451].

Um povo Separado. O êxito e a prosperidade de Israel dependiam de permanecerem um povo inteiramente separado de todas as outras nações. Enquanto permanecessem diferentes e separados do mundo não poderiam ser amaldiçoados ou desafiados, ver Números 23:8, 9. Moisés advertiu os israelitas que as associações mundanas levariam a casamentos mistos e idolatria que (237) trariam sobre eles a maldição de Deus e a destruição final, Deuteronômio 7:2-6. A bênção prometida por Deus a Abraão dependia de sua separação completa do mundo, Gênesis 12:1-3. O favor de Deus e as bênçãos da terra prometida dependiam de Israel manter separação completa de todos os demais povos, Êxodo 33:16; Levítico 20:24. Satanás sabia que se pudesse induzir os filhos de Israel a associações mundanas com os moabitas e midianitas poderia trazer sobre eles a maldição de Deus e assim realizar o que não tinha conseguido fazer pelas maldições de um falso profeta.

Pág. 237 {156} Plano Bem Sucedido. Balaão testemunhou o êxito de sua trama diabólica. Viu a maldição de Deus sobrevir a Seu povo, e milhares caindo sob Seus juízos; mas a justiça divina que puniu o pecado em Israel não permitiu que os tentadores escapassem. Na guerra de Israel contra os midianitas Balaão foi morto” (*Num 31:8, ú.p.) [Patriarcas de Profetas, págs.451 e 452], Números 25:1-3. Esta experiência se deu às margens do Jordão quando o Movimento do Êxodo estava exatamente nas fronteiras da terra prometida, quando estavam se preparando para entrar e tomar posse de Canaã. “Somente o rio Jordão se achava entre eles e a Terra Prometida. ... Durante o tempo de seu acampamento à margem do Jordão, {157} Moisés estava se preparando para a ocupação de Canaã. O grande líder esteve completamente ocupado neste trabalho; mas para o povo este tempo de suspense e expectativa foi muito tentador, e antes que transcorressem muitas semanas sua história foi embaçada pelos mais horríveis afastamentos da virtude e integridade” [idem, págs. 453, 454].

Pág. 237 {157} Influências Mundanas . “Mas, por entre aqueles atrativos arredores encontraram um mal mais cruel do que poderosos exércitos de homens armados, e animais ferozes do deserto. Aquela região, tão rica em vantagens naturais, tinha sido contaminada por seus habitantes. ... De todos os lados havia lugares que eram notados pela idolatria e licenciosidade, os próprios nomes eram sugestivos da vileza e corrupção do povo. ... Estes locais punham em ação uma influência corruptora sobre os israelitas. Suas mentes se tornaram familiares com os vis pensamentos constantemente sugeridos; sua vida de sossego e falta de ação produzia os seus efeitos desmoralizadores; e quase inconscientemente eles (238) estavam se afastando de Deus e vindo a uma condição em que cairiam facilmente presas da tentação” [ibidem].

Pág. 238 {157} Associações Mundanas.No começo havia pouca comunicação entre os israelitas e seus vizinhos pagãos. ... Por sugestão de Balaão, foi marcada, pelo rei de Moabe, uma grande festa em honra a seus deuses, e foi arranjado secretamente que Balaão deveria induzir os israelitas a ela comparecerem. ... Grande número de pessoas se juntaram a ele, para ver as festividades. Aventuraram-se a pisar em terreno proibido, e foram enredados na cilada de Satanás. Seduzidos pela música e dança, e atraidos pela beleza das vestais pagãs, descartaram sua lealdade a Jeová. Ao se unirem em prazeres e festas, a indulgência com o vinho obscureceu-lhes os sentidos e quebrou as barreiras do domínio próprio. A paixão teve pleno poder; e, havendo corrompido a consciência pela indecência, foram persuadidos a se curvarem aos ídolos” [idem, pág. 454].

Rumo Perigoso. Ao dar o primeiro passo em direção ao mundo os israelitas começaram a seguir um rumo perigoso que levou milhares à tragédia. Certamente os líderes nessa apostasia eram da “mistura de gente”, sempre os primeiros a transgredir. “Um pecado acariciado irá, pouco a pouco corromper o caráter, trazendo todas as suas mais nobres faculdades à sujeição ao mau desejo. A remoção de uma única salvaguarda da consciência, a tolerância com um mau hábito, uma negligência dos elevados reclamos do dever, quebram as defesas da alma, e abrem o caminho para entrar Satanás e transviar-nos. O único meio seguro é fazer nossas orações subirem diariamente, de um coração sincero, como fazia Davi: “Dirige os meus passos nos Teus caminhos, para que as minhas pegadas não vacilem,” [Salmo 17:5, idem, pág. 452]. Um passo levou a outro até que muitos dos israelitas tinham avançado demasiado para voltar atrás.

O Antítipo. 1ª Coríntios 10:6-8, 11. Um dos últimos ataques de Satanás contra o Movimento do Advento será com a mesma arma eficaz. Nas bordas da Canaã celeste ele procurará derrotar o propósito do Deus para o Israel moderno conduzindo-o à idolatria do mundanismo. “Foi por associar-se aos idólatras {158} e unir-se às suas festividades que os hebreus foram levados a transgredir a lei de Deus, e a trazer Seus juízos sobre a nação. Assim, agora, é levando (239) os seguidores de Cristo a associar-se com os ímpios e unir-se às suas diversões que Satanás é mais bem-sucedido em seduzi-los ao pecado. ... Deus requer de Seu povo agora tão grande distinção do mundo, em costumes, hábitos e princípios, como exigia de Israel antigamente. Se fielmente seguirem os ensinos de Sua Palavra, esta distinção existirá; não pode ser de outro modo. As advertências dadas aos hebreus contra o assemelharem-se aos gentios, não foram mais diretas ou explícitas do que as que vedam aos cristãos ajustarem-se ao espírito e costumes dos ímpios” [idem, pág. 458].

Pág. 239 [158} Advertência Oportuna. Muitos dos entretenimentos populares do mundo hoje, mesmo com aqueles que pretendem ser cristãos, tendem para o mesmo fim como faziam aqueles pagãos. Há na verdade poucos entre eles, que Satanás não responsabilize pela perdição de almas. Por meio do teatro ele tem operado durante eras para excitar a paixão e glorificar o vício. A ópera com sua fascinante ostentação e música sedutora, o baile de máscaras, a dança, o jogo, Satanás emprega para quebrar as barreiras da conduta e abrir a porta à indulgência sensual. Em toda reunião por prazer onde o orgulho é acalentado ou o apetite é satisfeito, onde alguém é levado a esquecer-se de Deus e a perder de vista os interesses eternos, ali está Satanás atando suas correntes em redor da alma. ... Aqueles que não querem ser presa dos ardis de Satanás devem guardar bem as avenidas da alma; devem evitar ler, ver, ou ouvir aquilo que sugira pensamentos impuros. A mente não deve ser deixada a divagar ao acaso em todo o assunto que o adversário das almas possa sugerir. ... Isto exigirá oração fervorosa e incessante vigiar. Devemos ser ajudados pela duradoura influência do Espírito Santo, que enlevará a mente, e habituá-la-á a ocupar-se com coisas puras e santas. E devemos fazer diligente estudo da Palavra de Deus” [idem, págs. 459 e 460]. Aqui são estabelecidos princípios cristãos sólidos que devem guiar-nos na escolha da nossa leitura, música, e divertimentos e que devem regular a conduta das nossas reuniões sociais.

Forma de Idolatria. Que o mundanismo ou a conformidade mundana é uma espécie da idolatria é evidente. Adorar e servir (240) “mais a criatura do que o Criador” é idolatria, como exposto em Romanos 1:25. “Idolatria é cada adoração que não alcance plenamente o Supremo” [“New Standard Dictionary”]. (*O termo) “criatura” inclui qualquer objeto ou pessoa feita pelo Criador. “O homem está proibido de dar a qualquer outro objeto o primeiro lugar nas suas afeições ou serviço. O que quer que acariciemos que tenda a diminuir nosso amor para com Deus, ou a interferir com o culto a Ele devido, disso fazemos um deus” [Patriarcas e Profetas, pág. 305]. Qualquer coisa que permitirmos interpor-se entre nós e nosso Senhor Jesus Cristo é um ídolo. Pode ser uma pessoa que amamos mais do que amamos a Deus, ou podem ser outras coisas, interesses, objetivos, ou propósitos que tomem o primeiro lugar no nosso culto e afeições, e, portanto, constitui-se idolatria. A cobiça é chamada de idolatria em Efésios 5:5.

Pág. 240 [158} Advertência Para Nós. 1ª Coríntios 10:7, 11, 14. A busca de prazer é aqui chamada de idolatria, algo de que os membros do Movimento do Advento “para {159} quem já são chegados os fins dos séculos” têm recomendação de “fugir”. Os ídolos da idolatria mencionados aqui são identificados na afirmação seguinte do Espírito de Profecia: “As palavras de advertência do apóstolo à igreja de Corinto, são aplicáveis a todos os tempos, e são especialmente adaptadas aos nossos dias. Por idolatria ele quer dizer não apenas a adoração de ídolos, mas o egocentrismo, o amor à comodidade, a satisfação do apetite e a paixão. Uma mera profissão de fé em Cristo, um orgulhoso conhecimento da verdade, não fazem de um homem um cristão” [Atos dos Apóstolos, pág. 317]. “Qualquer coisa que os homens amem e têm mais confiança ao invés de amarem ao Senhor e nEle confiarem inteiramente, torna-se um ídolo, e é assim registrado nos livros do Céu” [Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, pág. 250]. Assim, quando consideramos o mandamento de Deus, “Não terás outros deuses diante de Mim”, devemos responder com o salmista, “O Teu mandamento é amplíssimo” (*Salmo 119:96, ú.p.).

Pág. 240 [159} Separação Completa. O exato propósito do Movimento do Advento é chamar o povo de Deus para sair da moderna Babilônia, o que abrange o mundo inteiro, Apocalipse 18:1-5. A aceitação desse chamado os torna um povo separado e distinto de todas as nações; um povo que “habitará só, e entre as nações não será contado” (*Num. 23:9, ú.p.). Pouco antes que o decreto final saia contra o povo remanescente de Deus, que se congregou (241) fora de Babilônia eles serão contados como uma “nação não desejável,” ver Sofonias 2:1-3. Eles são “os mansos da Terra” que buscaram “a justiça” de Deus e “guardaram as suas ordenanças1, e por isso serão “escondidos no dia da ira do Senhor”. O decreto final de morte sairá contra o povo do Advento porque eles “se tinham separado dos povos das terras para a lei de Deus” (Neemias 10:28), e são, por isso, um povo peculiar e separado.

Pág. 241 {159} Causa da Perseguição. João 15:18-20. (*“porque não sois do mundo”). Não “ser do mundo,” porque é diferente do mundo, é a causa principal da perseguição. Jesus foi perseguido porque não era do mundo e era, por isso, diferente. A sua vida piedosa era uma repreensão constante aos pecadores e os fazia irados. Ele foi odiado, difamado, repreendido, perseguido, e finalmente morto, não porque Seus inimigos pudessem encontrar qualquer falta nEle, mas porque não podiam. Foi por ser diferente e separado deles que O cravaram na cruz. O mesmo é verdade dos Seus discípulos genuínos. Se nos parecermos com Cristo seremos diferentes do mundo e as diferenças sempre despertam oposição. Um cristão genuíno é uma repreensão constante ao coração egoísta e orgulhoso e faz com que os outros se sintam incomodados. A sua vida desinteressada os ofende e levanta o seu ódio e a inimizade que termina em perseguição. Jesus orou para que os Seus discípulos não fossem “do mundo”, assim como Ele não era “do mundo” e conquanto permanecessem no mundo deviam ser livrados “do mal”, e “santificados pela verdade,” ver João 17:15-17.

Condição de Discipulado. 2ª Coríntios 6:14-18. Sem uma separação completa do mundo não podemos ser povo de Deus ou desfrutar dos privilégios de filhos e filhas. Ele não receberá na Sua família aqueles que são “conformados com o mundo” e com os seus costumes. Somente os que são “transformados pela renovação das suas mentes”2 (KJV) e a purificação dos seus corações e hábitos podem entrar no Reino de Deus. Romanos 12:1, 2. É-nos dito que todo que experimenta o novo nascimento e se tornam nova criatura em Cristo Jesus {160} “vence o mundo” pela fé. 1ª João 5:4, 5. “O mundo” aqui representa “a soma de todas as forças antagônicas à (242) vida espiritual”. Isso inclui todas as tentações e influências mundanas que levam ao pecado. Para o nosso encorajamento Jesus disse: “Tende bom ânimo, Eu venci o mundo” [João 16:33].

Pág. 242 {160} Nosso Destino Eterno. A questão de nossa relação com o mundo envolve o nosso destino eterno. 1ª João 2:14-17. Não podemos amar tanto a Deus quanto ao mundo, nem podemos “servir a dois senhores” (*Mat. 6:24 e Luc.16:13). Na vitória sobre o mundo devemos vencer “o maligno” que é o príncipe, o deus e o soberano do mundo. Todas as luxúrias e tentações mundanas são abrangidas nos três aqui mencionados. Ante esses três o primeiro Adão caiu, mas o segundo Adão deparou a mesma tríplice tentação e venceu. Obter a vitória sobre o mundanismo é uma questão de vida ou morte. “Deve haver humildade muito maior, uma distinção muito maior do mundo, entre os adventistas do sétimo dia, ou Deus não nos aceitará, seja qual for nossa posição ou o caráter da obra em que estejamos empenhados” [Testemunhos Para a Igreja, vol. 7, págs. 296, 297].

O Selo de Deus. Ezequiel 9:1-7. “A levedura da santidade não perdeu inteiramente o seu poder. No tempo em que o perigo e a depressão da Igreja são maiores, o pequeno grupo que permanece na luz estará suspirando e clamando pelas abominações que se fazem na terra. Mais especialmente, porém, fazem as suas orações subir em favor da Igreja, porque os seus membros estão agindo ao modo do mundo” [Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, pág. 209, no original: 209 e 210]. “Aqueles que estão se unindo com o mundo, estão recebendo o padrão mundano e se preparando para a marca da besta. Os que desconfiam do eu, estão se humilhando perante Deus e purificando as suas almas obedecendo a verdade — esses estão recebendo o modelo celeste, e preparando-se para o selo de Deus nas suas testas. Quando sair o decreto e o selo for impresso, os seus caracteres permanecerão puros e limpos para a eternidade. Agora é o tempo de preparar-se. O selo do Deus nunca será colocado sobre a testa de um homem ou mulher impuros. Nunca será colocado sobre a testa do homem ou mulher ambiciosos que amem o mundo. Nunca será colocado sobre a testa de homens e mulheres de línguas falsas ou corações enganosos. Todos que recebem o selo do Deus devem estar (243) sem mancha perante Deus — candidatos para o céu” [idem, pág. 216].

Pág. 243 {160} O Último Ataque de Satanás. Infectar o Israel antigo com o espírito do mundanismo foi um dos últimos esforços de Satanás para frustrar o propósito de Deus de conduzi-los à terra prometida. Também será um dos seus últimos ataques contra o Israel moderno para derrotar o Movimento do Advento e atrasar a entrada do povo remanescente de Deus na Canaã celeste. Será um dos meios pelos quais o joio será separado do trigo na sacudidura final que purificará a Igreja para a trasladação. O mundo moderno está contaminado por casua de seus habitantes, Isaías 24:5. Os jornais, as revistas e os anúncios publicitários contêm nomes e fotos e sugestões do que é impuro e que leva à idolatria. Só o poder de Deus pode proteger o Seu povo remanescente durante as derradeiras e mais desesperadas tentativas de Satanás para impedi-los de entrar no reino celestial.


Notas desta edição:


1) Sofonias 2:3, “Que guardaram as Suas ordenanças” (Standard Version): “que cumpris o Seu juízo” (Almeida contemporânea); “que tendes posto por obra o Seu juízo” (Almeida Fiel); “que tendes obrado o Seu juízo” (KJV);

2) Romanos 12: 2. “sede transformados pela renovação das suas mentes,” (KJV); “sede transformados pela renovação do vosso entendimento” (Almeida).

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