sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Lição 13 — As cidades de Refúgio

Refúgio. Esta palavra transmite um sentido de apoio vigoroso (*ou socorro imediato). Proteção. Paz. Segurança. Permanência. Hoje, mais que em qualquer outro tempo na história da terra, a humanidade anseia para refúgio. Como adventistas do sétimo dia, temos algo imediato e premente para compartilhar com os que estão em necessidade.

A lição do domingo faz estas duas perguntas: "Como podemos nos protege das influências negativas que estão sempre ao nosso redor"? e "Que decisões pessoais você, e só você, deve tomar para limitar o impacto negativo dessas influências"?

Não, não podemos protege-nos. Mas há Um que pode nos amparar. "A história das cidades de refúgio é uma das coisas escritas antigamente 'para nosso ensino ..., para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança' (*Romanos 15:4). Achamo-nos continuamente rodeamos por inimigos. Isto não é nenhuma figura de linguagem, mas um fato real. Todo o mundo sabe que possui maus hábitos e traços de caráter que são reais inimigos para ele, frequentemente destruindo não apenas sua felicidade aqui, mas sua esperança do mundo porvir. E o que é pior, são mais fortes que nós, de modo que nós não podemos lutar contra eles com êxito.

"De todos estes inimigos, mais perigosos que quaisquer inimigos terrenos, temos um refúgio seguro. 'Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia” (*Salmo 46:1). David escreveu, 'O Senhor é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu alto refúgio.

"Este refúgio é real. As paredes de Siquém e Hebrom (*Josué 20:7) não protegiam um refugiado do seu inimigo, tão seguramente como Deus guarda os que fogem a Ele dos pecados que os rodeiam.

"Tente-o. Quando o inimigo pressiona sobre você, agarre-se às promessas de Deus, e elas serão para você uma parede que nenhuma tentação pode transpor. O próprio Satanás, em pessoa, não pode passar por elas para colocar suas mãos violentas sobre alguém que ele persegue. O Deus do céu é infinitamente mais real, embora invisível, ao contrário de todos os outros deuses que podem ser vistos; então, Sua Palavra é uma pedra infinitamente mais real e mais resistente (*e maior) que Gibraltar" (E. J. Waggoner, em The Present Truth, de 10 de Outubro de 1895).

"Conhecemos o poder da ressurreição de Cristo somente por experimentar o mesmo poder no perdão dos pecados, e na vitória sobre o pecado. Assim compartilhamos, mesmo agora, na ressurreição de Cristo, e isso é a segurança da ressurreição futura na Sua vinda" (E. J. Waggoner, The Bible Echo, de 1º de agosto de 1893).

Leia o contexto imediato do verso para memorizar desta semana (Heb. 6:17-20). Aqui vemos que nossa esperança é ancorada no ministério sumo-sacerdotar de Cristo no santuário celestial. Tudo ali reflete o que acontece, em realidade, nos corações e mentes dos filhos terrenos de Deus. Em Apocalipse 3:20 nosso Refúgio é retratado, sempre batendo na porta de nosso templo da alma (veja Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 325)1. O mais leve clamor do coração é ouvido por esse Visitante persistente, e Ele não falhará em responder nosso convite para entrar. Afinal de contas, quão bom é um refúgio se está longe, e é difícil de ser alcançado? Não tenho refúgio algum, absolutamente, se não está onde e quando eu necessito dele alí. Cristo, ministrando dentro do véu, "vivendo sempre para interceder" por nós (Heb. 7:25).

A lição da quinta-feira faz a pergunta, "Em que maneiras achamos o mesmo tipo de refúgio e proteção em Cristo que esses que fugiram às cidades de refúgio achadas"?

Uma cidade de refúgio foi colocada ao alcance de cada israelita. Na mesma maneira, fé é dada a cada ser humano é (Rom. 12:3). "Desde que fé é depender da palavra de Deus somente, pelo que essa palavra diz, ser justificado pela fé é, simplesmente, ser considerado justo por depender da palavra somente.

"Se Ele fez o caminho tão simples, a justificação tão completa, e a paz tão segura a todos, e pede a todas as pessoas tão somente para recebê-los completamente, simplesmente por aceitá-los dEle, e depender dEle para tê-los, por que não deveria cada alma na terra ser assim justificada, e ter a paz de Deus por nosso Senhor Jesus Cristo"? (A. T. Jones, Adventist Review and Sabbath Herald, de 14 de Fev. de 1899, pág. 104).

“O culpado de matar alguém não teve nenhuma parte em preparar este esconderijo para ele próprio". ... "É bom que nos conscientizemos de que a Cidade de Refúgio é nossa casa permanente. Somos privilegiados em permanecer ali para sempre, escondidos em Cristo. Partir é assassinar nosso Redentor e cometer suicídio. A liberdade dos salários do pecado é achado só em Cristo, a real 'Cidade de Refúgio’ .”

Considere o seguinte: "Habitar com Cristo é escolher só a direção de Cristo, de modo que o interesse de ambos se identifique. Quando você abandona a própria vontade, a própria sabedoria, e aprende de Cristo como lhe convidou, então você achará entrada no reino de Deus. Ele requer, rendição absoluta e inteira. Abandone sua vida para Ele ordená-la, moldá-la, e modelá-la; tome sobre seu pescoço o Seu jugo; submeta-se para ser dirigido e ensinado, assim como dirigir e ensinar; aprenda que a menos que torne-se como uma criancinha você nunca entrará o reino de céu. Confie nEle, para ser e fazer só o que ele desejar. Estas são as condições de discipulado.

"A menos que você concorde com estas condições, não poderá ter descanso. O descanso está em Cristo; não pode ser achado como algo que ele dá à parte dEle. O momento que o jugo é ajustado ao seu pescoço, naquele momento ele torna-se suave; e o mais pesado trabalho espiritual pode ser executado, os mais pesados fardos podem ser suportados, porque o Senhor dá força e poder, e ele dá alegria para fazer o trabalho. Marque os pontos: ‘Aprendei de Mim, que Sou manso e humilde de coração’ (*Mat. 11:29). Quem é que fala assim? A Majestade do céu, o Rei de glória. Ele deseja que sua concepção de coisas espirituais seja purificada do nevoeiro do egoísmo, da mancha da fraude, da indelicadeza, da natureza desapiedada. Deve ocorrer uma alta experiência interior. Você deve obter um crescimento em graça habitando em Cristo.

"Ao estas coisas serem faladas, eu via que alguns saíram tristemente para longe, e misturaram-se com o escarnecedores; outros com lágrimas, todos contritos de coração, faziam confissões aos que tinham ofendido e ferido. Não pensaram em manter a própria dignidade, mas, perguntado em cada passo, 'o que eu devo fazer para ser salvo?’ A resposta era, 'Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que vossos pecados possam ir de antemão a julgamento, e apagados'" (A. T. Jones, obra citada).

"Temos praticado o mal. Pecamos. Qual é o salário do pecado? Morte. Então, quem vem ao nosso encalço? A morte. Quem tem o poder da morte? Satanás. Então, quem vem ao nosso encalço? Satanás. E fugimos por refúgio para nos apegarmos à esperança posta diante de nós. Onde está esta esperança? Em Cristo. Quem é nosso refúgio? Cristo. Quem é nossa cidade de refúgio? … Agora então, quando estamos em Cristo, nosso refúgio, pode Satanás tocar-nos? Não, não pode. Como você sabe? Assim foi dito. Suponha que saímos antes de finalizada a obra do Sumo Sacerdócio, o que acontecerá então? Satanás pode, e ele nos afligirá, e nosso sangue estará sobre nossa cabeça. Se saímos antes do encerramento do sacerdócio, não temos nenhuma proteção e ele nos tomará. Se esse homem permanecesse na cidade dez ou quinze anos e tivesse crescido e se tornado suficientemente forte para defrontar seu inimigo, não iria ele fazer isto? Teria ganhado experiência ali, e portanto ele podia dizer, 'sou suficientemente forte agora, não estou com medo de qualquer inimigo; agora posso sair. Posso sair agora, estou bem. Outro companheiro foi embora e esqueceu todo sobre isto'. Mas ele não é capaz de defrontar o inimigo, é? Onde somente é ele capaz de encontrar o inimigo? Na cidade. E na cidade ele não tem que encontrá-lo absolutamente, tem? As paredes da cidade encontram o inimigo. Esse escudo de fé que apaga todos os dardos inflamados do maligno — escudo da fé que é Jesus Cristo, são as paredes da nossa cidade de refúgio, e os dardos inflamados do inimigo não podem passar por elas absolutamente.

"Bem, então nossa força e nossa segurança para sempre, é só dentro de nosso refúgio, não é? E então, quando o sacerdócio findar, podemos ir em qualquer parte deste universo — mas não fora de Cristo. Então poderemos ir a toda parte, e o inimigo pode fazer-nos qualquer dano? Não senhor. Permaneçamos na Cidade, irmãos; permaneçamos no refúgio para o qual fugimos, onde nossa segurança está. E quando estamos ali não temos nós a vitória? Sim, temos. NEle temos a vitória. Podemos defrontar então a tentação com alegria. Por quê?, porque temos a vitória antes de entrarmos em tentação, não temos? Então, não podemos ser felizes? Você não preferiria ter uma batalha quando você sabe que tem uma vitória antes de você começá-la, ao invés de não ter nenhuma batalha absolutamente? Então vamos fazer algum tipo de luta desse. Venha, para que serve ter medo? A vitória é a nossa" (A. T. Jones, Boletim Diário da Conferência Geral de 1893, pág. 205, Sermão de nº 10, pregado em 9 de Fev.).

Helene Thomas

A irmã Helena é esposa de um obreiro bíblico adventista. Eles vivem no estado de Michigan, nos EUA. Além de exercer as funções do lar, como esposa, mãe e avó, ela é escritora, e produz artigos literários de dentro da própria casa. A partir de Janeiro de 2010 ela será a nova editora do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888.

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira

Notas do tradutor:

1) “Quão disposto está Cristo para tomar posse do templo da nossa alma, se O deixarmos entrar! É Ele representado como esperando e batendo à porta do coração. Então, por que não entra? É orque o amor do pecado fechou a porta do coração. Logo que consintamos em renunciar ao pecado, reconhecendo nossa culpa, é removida a barreira entre a alma e o Salvador” (EGW, obra e pág. acima citadas).


_________________