terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Capítulo 31 — A HISTÓRIA DE BALAÃO

O Êxodo e os Movimentos do Advento

em Tipo e Antítipo, por Taylor G. Bunch, escrito em 1937.

Postado em 01/12/09 no blog http://agape-edicoes.blogspot.com

Capítulo 31 — OS ESFORÇOS FINAIS DE SATANÁS PARA DERROTAR ISRAEL

Pág. 228 {151} O Desespero de Satanás. Desde o começo mesmo do Movimento do Êxodo Satanás pôs em ação todo esforço possível para derrotar o propósito do Deus no triunfo de Israel. Ele teve êxito por duas vezes em fazer o movimento retornar das fronteiras da terra prometida para o deserto. Ele triunfou pela descrença deles. “Eles não puderam entrar.” Mas a experiência da serpente, que deu a Israel uma visão de Cristo e do Calvário, também aumentou grandemente a fé deles e converteu o seu recuo numa marcha vitoriosa em direção a Canaã. A fé os fez invencíveis na guerra, e nada podia detê-los. Com Cristo como o seu Capitão “nenhum gigante poderoso nem cidades muradas, nem exércitos armados, nem as fortalezas rochosas podiam subsistir” a eles. Isto alarmou Satanás e no seu desespero ele usou outras armas num esforço final para deter o movimento e derrotar Israel.

Às Margens do Jordão. Números 22:1. Depois da conquista de Basã os israelitas marcharam até as margens do Jordão bem na divisa da terra prometida e começaram a fazer “preparativos para a invasão imediata de Canaã” [Patriarcas e Profetas, pág. 438]. O êxito de Israel encheu os moabitas de medo e apelaram aos midianitas para cooperar com eles num esforço de derrotar os invasores. Sabendo que as armas de guerra não podiam ajudar, as duas nações enviaram mensageiros à Mesopotâmia para persuadir Balaão, um profeta falso e mágico, a vir e amaldiçoar Israel. Balaão tinha sido um profeta verdadeiro mas devido à cobiça havia apostatado. Ricos presentes e oferecimento de recompensas principescas finalmente persuadiram o falso profeta a tentar deter o progresso de Israel colocando-os sob uma maldição.

Uma Bênção. Mas a maldição tentada foi transformada numa bênção. Era impossível ao homem amaldiçoar aqueles a “quem Deus não amaldiçoara”, e denunciar “quando o Senhor não denuncia” (*Números 23:8). Israel não prestou a mínima atenção aos esforços dos seus inimigos para amaldiçoá-los. Eram “como um grande leão” (vs. 24, KJV), descansando em confiança destemida, sabedores de que (229) nenhuma outra criatura podia “despertá-lo” (*24:9, KJV) com temor por ameaçar a sua segurança. O falso profeta revelou-se impotente ante a perfeita ordem e organização do Movimento do Êxodo e viu-se compelido a admirá-lo e até louvá-lo, ver Números 24:2-5. A prosperidade de Israel parecia com “vales férteis cobertos com abundantes messes e florescentes jardins regados com fontes que nunca secam,” “como ribeiros” que “se estendem, como jardins à beira dos rios” e “como árvores de sândalo o Senhor os plantou, como cedros junto às águas” (*vs. 6). Contra um movimento tão próspero a maldição dos inimigos é inútil.

Pág. 229 {151} Reconhecimentos. O profeta apóstata foi compelido a reconhecer que Deus estava com o Israel, “no meio dele se ouve a aclamação de um rei” (*Num. 23:21). Deus havia pronunciado uma bênção sobre O Seu povo e nenhum homem podia “revogar” (*Num 23:20). O falso líder também descobriu que “contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel” (*vs. 23, p.p.), e que por causa do progresso e triunfo do movimento até os inimigos de Israel seriam compelidos a dizer, Que coisas Deus tem realizado!” (*vs. 23, ú.p.), Balaão descobriu pela experiência que “benditos os que abençoarem, e malditos os que amaldiçoarem” a Israel (*24:9). É uma coisa terrível {152} criticar e amaldiçoar o único povo sobre ao qual Cristo “confere a Sua consideração suprema” (*EGW, Filhos e Filhas de Deus, pág. 13, Manuscrito 155 de 1902). Aqueles que lutam contra o povo de Deus estão lutando contra Deus e por isso estão empenhados numa causa perdida. De Balaão lemos: “sua sabedoria tinha se transformado em loucura; a sua visão espiritual estava anuviada; ele acarretou cegueira sobre si cedendo ao poder de Satanás” [Patriarcas e Profetas, pág.. 444].

Pág. 229 {152} Nenhuma Maldade. Durante a tentativa de amaldiçoar a Israel, foi escrito sob inspiração uma das afirmações mais maravilhosas já registradas: (*“Não viu iniquidade em Israel, nem contemplou maldade em Jacó”) Números 23:21. Parece impossível que isto pudesse ser dito de um povo que tinha sido tão infiel e rebelde como os israelitas durante a maior parte da seu jornadear desde o Egito. Eles tinham certamente sido cheios de inquidade e maldade ao longo de todo o caminho. Mas uma mudança tinha ocorrido desde a sua visão de Cristo e do Calvário. Tinham experimentado um novo nascimento de fé e vida espiritual que os fez vitoriosos sobre todos os seus inimigos. A fé foi a vitória pela qual tinham dominado os seus inimigos e continuariam (230) vencendo. Os israelitas acampados nas planícies de Moabe em preparação para entrar na terra prometida, estavam sob o favor e proteção divinos, porque os seus pecados tinham sido perdoados e cobertos, de modo que até mesmo os penetrantes olhos de Deus não podiam ver nenhuma iniquidade ou maldade neles.

Pág. 230 {152} Ainda Defeituoso. Contudo, sabemos do que aconteceu no futuro próximo, que Israel ainda não era um povo perfeito. Os caracteres de muitos estavam ainda muito defeituosos e milhares daquele mesmo povo tinham que ser sacudidos fora do movimento para purificá-lo, visando à vitória final. Muitos dentre eles eram dos rebeldes que tinham rejeitado a liderança de Deus em Cades-Barneia, e sobre quem tinha sido pronunciada a sentença de um Deus ofendido, de que deviam morrer no deserto e não entrariam na terra prometida. Mas apesar dessa condição, quando uma tentativa estava sendo feita pelos seus inimigos para colocá-los sob maldição, o Senhor contemplou do alto aqueles que eram perversos entre eles e declarou que o movimento estava sem inquidade ou maldade. O Senhor não permitiu que a maldade de indivíduos no acampamento de Israel cegasse a Sua visão do movimento no conjunto e do que ele seria finalmente sob a Sua liderança. A declaração era, indubitávelmente, em parte profética, mas até o falso profeta viu tal contraste entre o povo que tentava amaldiçoar e ele próprio que exclamou: “Que a minha alma morra da morte dos justos, e seja o meu fim como o seu” (*Num. 23:10, ú.p.). Todos os inimigos apóstatas diriam isto se pudessem obter uma verdadeira visão do futuro e ver a sua sorte final. Balaão morreu a morte do mau e compartilhará da recompensa do pecador. Ele nunca se arrependeu e se reuniu com Deus e Seu povo.

O Movimento do Advento. Apocalipse 12:12, 13. O Movimento do Advento experimentará em breve plenamente o antítipo do esforço de Satanás para deter o Movimento do Êxodo pelas tentativas de maldição de Balaão, o falso profeta. Muitos falsos e apóstatas mestres já tentaram deter o progresso do Movimento do Advento pela sua crítica venenosa e ameaças de maldição. Mas o pior ainda está para vir. Não deixamos de pensar nos esforços infrutíferos de Balaão quando ouvimos ou lemos as denúncias amargas de líderes apóstatas de movimentos dissidentes na sua tentativa de espalhar o remanescente (231) povo de Deus e deter o progresso do Movimento do Advento. {153} O seu empenho é “chamar os fiéis” para um novo movimento sob a sua própria liderança. O seu ajuntamento de seguidores para si próprios é um espalhar de almas afastando-as de Cristo. A sua mensagem, em vez de ser de ajuntamento, é um chamado de dispersão. Em vez de unir-se a Cristo eles espalham-se para longe dEle, porque não estão com Cristo e sim contra Ele.

Pág. 231 {153} Advertências. É impossível saber exatamente o que terá lugar no futuro por meio de apostasias e denúncias mas muitas advertências foram dadas pelo Espírito de Profecia de que eles aumentarão ao nos acercarmos do fim. Por esse meio Satanás fará um dos seus últimos esforços para impedir a Obra de Deus. Existirão mensagens de acusação contra o povo de Deus, similares à obra feita por Satanás em acusar o povo de Deus, e estas mensagens serão apregoadas na mesma ocasião em que Deus diz a Seu povo: “Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, etc.” (*Isa. 60:1) [Testemunhos para Ministros, pág. 42].Os que se põem a proclamar uma mensagem sob sua própria responsabilidade, que, enquanto reivindicam ser ensinados e guiados por Deus, ainda tornam sua obra especial demolir aquilo que Deus durante anos tem erguido, não estão fazendo a vontade de Deus. Seja conhecido que esses homens se encontram do lado do grande enganador. Não creiais neles. Estão-se aliando com os inimigos de Deus e da verdade” [Testemunhos para Ministros, pág. 51].

Outras Predições. “Todo estágio de fanatismo e teorias errônea, alegando ser a verdade, será introduzida entre o povo remanescente de Deus” [Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 14]. “O fanatismo aparecerá no meio de nós mesmos. O engano virá, e de um tal caráter que, ‘se possível fora, enganariam os próprios escolhidos’” (*Mat. 24:24) [ibidem, pág. 16]. “O último engano de Satanás será tornar de nenhum efeito o testemunho do Espírito de Deus. ... Satanás agirá astutamente, de diferentes modos e através de diferentes agentes, para perturbar a confiança do povo remanescente de Deus no testemunho verdadeiro. Ele trará visões falsas para enganar e misturar o falso com o verdadeiro, e assim levará as pessoas a rejeitarem tudo quanto leve o nome de visões como uma espécie de fanatismo” [ibidem, pág. 78]. Coisas novas e estranhas surgirão constantemente para levar o povo de Deus a falsas emoções, reavivamentos religiosos, (232) e curiosos acontecimentos” [ibidem, pág. 17]. “Se Satanás percebe que o Senhor está abençoando O Seu povo e preparando-o para discernir os seus enganos, ele operará com o seu poder de mestre para fazer entrar o fanatismo por um lado, e o frio formalismo por outro” [ibidem, pág. 19]. “Ao aproximar-se o fim, o inimigo trabalhará com todo o seu poder para introduzir o fanatismo entre nós” [Obreiros Evangélicos, pág. 316] (*Os textos acima foram incluídos numa compilação, feita em 1934 com o título:) “Instructions for the Church Regarding Past and Future Manifestations of Fanaticism and Deceptive Teachings”, págs. 6, 8, 9, 13, 21].

Pág. 232 {153} Nada a Temer. Mas o povo remanescente de Deus não tem nada mais a temer das insinuações e maldições desses acusadores dos irmãos do que o Israel antigo temeu os esforços de Balaão. Deus vai converter do mesmo modo as suas maldições em bênçãos, pois é ainda impossível amaldiçoar o que Deus abençoou e abençoar o que o Deus amaldiçoou. Bendito é quem abençoa, e maldito o que amaldiçoa (*Num. 24:9) o Israel moderno. Se sempre nos lembrarmos dos textos seguintes nunca nos incomodaremos ou ficaremos perturbados com as denúncias ou oposição: “Certamente a cólera do homem redundará [154] em Teu louvor; o restante da cólera tu o restringirás” [Sal. 76:10]. “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade” [2ª Coríntios 13:8]. Agitar-se por causa, ou mesmo preocupar-se, a respeito de doutrinas falsas ou movimentos dissidentes é evidência de falta da fé no Movimento do Advento, sua liderança divina, e seu triunfo final.

Ajuda Traz Sacudidura. Que esses falsos ensinos e movimentos dissidentes desempenharão um papel importante na sacudidura final e por isso na purificação da Igreja para a trasladação é evidente pelas seguintes declarações: “Quando a sacudidura vier, pela introdução de falsas teorias, esse leitores superficiais, não ancorados em parte alguma, serão como a areia movediça. Deslizarão para qualquer posição para agradar o curso de seus sentimentos de amargura” [Testemunhos para Ministros, pág. 112]. “Deus despertará o Seu povo; se todos outros meios falharem, heresias surgirão entre eles, que os peneirará, separando a palha do trigo” [Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, pág. 707]. Esta última declaração indica que a heresia reunirá para fora do Movimento do Advento somente a “palha” sem valor e é, portanto, uma bênção disfarçada para a Igreja. É uma das “todas as coisas” quecontribuem (223) juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito” [Romanos 8:28].

Pág. 233 {154) Não Vê Nenhuma Inqüidade. Enquanto esses ataques estão sendo feitos podemos regozijar-nos em saber que o Senhor não está concentrando Sua atenção nas inquidades do Seu povo e a maldade no seu meio como fazem esses profetas falsos, “não viu iniquidade em Israel, nem contemplou maldade em Jacó;” pois “o Senhor seu Deus é com ele, e no meio dele se ouve a aclamação de um rei” (*Num. 23:21). Os ataques e as maldições de falsos mestres serão certamente os maiores durante a chuva serôdia, que eles “não reconhecerão” ou “discernirão”. Estarão ainda procurando a iniquidade e a encontrando porque há males na igreja”, e terão “de existir até ao fim do mundo” [Testemunhos para Ministros, pág. 49]. O joio não é todo separado do trigo até a ceifa, que é “o fim do mundo”, ou “o fim do tempo de graça” [Parábolas de Jesus, pág. 72]. “Os falsos irmãos serão encontrados na Igreja até o fim do tempo” [idem, pág. 73]. “Quando a obra de pregação do Evangelho for concluída, segue-se imediatamente a separação entre os bons e os maus, e o destino de cada classe é para sempre fixado” [idem, pág. 123].

Vê O Seu Próprio. É-nos dito que no tempo da separação “aqueles que se uniram à Igreja, mas não se uniram a Cristo, serão manifestos” [idem, pág. 74]. Cristo não reconhece os rebeldes e hipócritas entre O Seu povo remanescente como Seu próprio, pois o Seu corpo espiritual é composto só daqueles que estão em união com Ele. Esse corpo invisível, dentro do corpo visível, será perfeito quando o tempo de graça findar, embora o joio ou palha não terão sido todos separados dentre eles. Ele, por isso, não vê nenhuma iniquidade ou maldade naqueles que são israelitas de fato porque as suas iniquidades foram perdoadas e cobertas pela justiça imputada e comunicada de Cristo. Muitos textos descrevem a Igreja perfeita que estará esperando por Cristo quando Ele voltar, ver Efésios 5:25-27; Filipenses 2:15; 1ª Tessalonicenses 5:23; Apocalipse 14:5, 12. Nós também {155} devemos aprender a ver a Igreja desse ponto de vista, e ver o povo de Deus como será visto quando o plano da redenção estiver completado e a sua obra neles. Com tal visão, não prestaremos mais atenção aos ataques de apóstatas do que fez Israel aos esforços de Balaão.

Pág. 224 {155} A Motivação de Balaão. O verdadeiro motivo que controlou Balaão nas suas tentativas de amaldiçoar Israel foi o seu amor por ganho e posição. Pedro declarou que Balaão “amou o prêmio da injustiça” (2ª Pedro 2:15). Ele foi cobiçoso e é-nos dito que “um homem avarento” é “ idólatra” e não terá qualquer “herança no reino de Cristo e de Deus” (Efésios 5:5). “Balaão tinha sido um bom homem e profeta de Deus; mas tinha apostatado e se deu à cobiça; entretanto ele ainda professava ser servo do Altíssimo. ... o suborno de presentes caros e a perspectiva de exaltação excitaram-lhe a cobiça” [Patriarcas e Profetas, pág. 439. O amor por posição e liderança e o desejo de lucro e honra pessoal levaram Balaão a vender-se ao serviço dos inimigos de Deus e Seu povo.

Balaãos Modernos. Este mesmo motivo desempenha um papel importante na obra dos Balaãos modernos. A maior parte dos que apostatam e começam movimentos dissidentes são controlados pela cobiça e são, por isso, idólatras. Eles “amam a preeminência” e almejam posições de liderança. Sentindo que os seus talentos e capacidades não foram apreciados no próprio movimento, começam algo por sua conta e assim tornam-se líderes por sua própria escolha. Também muitas vezes são dominados pelo amor ao lucro e fazem do Evangelho uma mercadoria, vendendo a sua literatura herética e reunindo dízimos e ofertas para uso pessoal. Quanto mais membros do Movimento do Advento eles puderem envenenar com os seus ensinos falsos e desviar do rebanho para o seu próprio pequeno campo, mais proeminente será a sua posição de liderança e maior o seu ganho em dízimos e ofertas. Isto explica muito de sua dedicação e zelo.

Escrito Para Nós. 1ª Coríntios 10:11. “O grande mágico tinha experimentado o seu poder de encantamentos, de acordo com o desejo dos moabitas; mas, com relação a esta mesma ocasião, dever-se-ia dizer de Israel: ‘Que coisa Deus tem realizado!’ Enquanto estão sob a proteção divina, nenhum povo ou nação, embora ajudado por todo o poder de Satanás, seria capaz de prevalecer contra eles. O mundo todo se maravilharia ante a obra admirável de Deus em favor de Seu povo, — de que um homem, determinado a seguir um curso pecaminoso, pudesse ser tão controlado (235) pelo poder divino, que proferisse em vez de maldições, as mais ricas e preciosas promessas, na linguagem de sublime e fervorosa poesia. E o favor de Deus, então manifesto para com Israel, deveria ser uma garantia de Seu cuidado protetor por Seus filhos obedientes e fiéis, em todos os tempos. Quando Satanás devesse inspirar homens maus a caluniar, a atacar e destruir o povo de Deus, este mesmo acontecimento seria trazido à lembrança deles, e lhes fortaleceria a coragem e a fé em Deus” [Patriarcas e Profetas, pág. 449].