quinta-feira, 17 de maio de 2012

Lição 7 - Evangelismo Corporativo e Testemunho, por Paulo Penno

Para 12 a 19 de maio de 2013


Nossas ardorosas exortações para nos tornarmos uma "igreja que testemunha" nos desgastou. Comandos intermináveis ​​para "fazer" alguma coisa são transcendidos por um simples convite divino para "ver" alguma coisa.
Para entender o que está envolvido no chamado de Cristo para o arrependimento (Apoc. 3:19), devemos considerar a brilhante metáfora de Paulo sobre a igreja como um "corpo". Nós mantemos um relacionamento corporativo uns com os outros e com o próprio Cristo como nossa Cabeça. Embora esta idéia seja estranha para grande parte do nosso pensamento, é essencial aos conceitos bíblicos.
Na verdade, a palavra "corporativo" é uma boa palavra bíblica. "Como o corpo é um só e tem muitos membros, ... assim também é Cristo" (1ª Cor. 12:12).
Há uma unidade corporativa de "um só corpo" (v. 13); uma diversidade corporativa de seus vários "membros" (vs. 15-18); uma necessidade corporativa sentida por todos ("o olho não pode dizer à mão: ‘Não tenho necessidade de ti'", versos 21, 22); um equilíbrio corporativo dos vários membros (vs. 23, 24), um "cuidado" corporativo, que eles sentem uns pelos outros e para com a Cabeça (vs. 25); e sofrimento e alegria corporativos que todos os membros compartilham juntos (vs. 26).
Quão belamente o nosso corpo humano ilustra essa relação divinamente inspirada! Se o dedo do pé golpeia uma pedra afiada, todo o corpo sente a dor e se solidariza com o membro ferido. A perna partilha a culpa de projetar o pobre dedo contra a pedra afiada; a outra perna suporta mais do peso de modo a não agravar a lesão, o olho deseja que tivesse sido mais atento para ver o perigo, as mãos cooperam esfregando o dedo ferido para trazer conforto, todo o corpo para, a fim de cuidar de seu membro que sofre, e em perfeita coesão e unidade procura alívio.
O pecado é uma doença corporativa da raça humana, representada nas Escrituras como "um homem" infectado por ele, pois "em Adão todos morrem." "Então a morte passou a todos os homens," um relacionamento corporativo, como a malária afeta todo o corpo (Rom. 5:12, 18, 19 e 1ª Coríntios 15:22). Estritamente falando, aparte de Cristo nenhum ser humano é melhor que outro, "porque todos igualmente pecaram" (Rom. 3:23, NEB).
Como adventistas do sétimo dia, nós compartilhamos um outro exemplo de culpa corporativa de uma maneira singularpor um pecado muito especial - rejeitando a mensagem da chuva serôdia. Não que sejamos pessoalmente culpados, mas nós somos os “filhos” espirituais dos nossos antepassados ​​que em um notável sentido repetimos o pecado dos antigos judeus que rejeitaram o seu Messias. Nossa culpa corporativa faz com que a chuva serôdia seja retida de nós, tão certo como a impenitência dos judeus afastou deles as bênçãos do ministério do Messias.
"Nós" rejeitamos "a mui preciosa mensagem" que o Senhor nos enviou e que de uma maneira especial O representava. O que nossos antepassados ​​realmente disseram foi semelhante ao que os antigos judeus disseram, "A responsabilidade por atrasar a vinda do Senhor esteja sobre nós e sobre nossos filhos!" (Ver Mat. 27:25). Na verdade, Ellen White disse que "nós" tínhamos muito maior luz do que eles.
"Sofreu resistência a luz que deve iluminar a terra toda com sua glória (*Apoc 18:1), e pela ação de nossos próprios irmãos tem sido, em grande medida, conservada afastada do mundo" (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 235). "Homens professando santidade têm desprezado a Cristo na pessoa de Seus mensageiros. Como os judeus, eles rejeitam a mensagem de Deus" (Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 4, pág. 1651).
Podemos (*até) afirmar que nós não estamos repetindo o pecado de nossos antepassados, mas porque então há um esforço constante para suprimir e desencorajar as pessoas de entender a mensagem real de 1888, e mantê-la longe deles?
Orar pela chuva serôdia é bom. Mas será que há algo que estamos deixando de fora? Temos orado fervorosamente por ela durante cem anos, como os judeus oraram pela vinda do seu Messias durante milhares de anos. Não seria um plano melhor para nós nos arrependermos de rejeitar "o início" dessa mesma bênção que o Senhor nos enviou há mais de um século atrás, e demonstrar nosso arrependimento, recuperando a mensagem que nós perdemos? "A mensagem que nos foi dada por Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner é a mensagem de Deus para a igreja de Laodicéia, e ai de quem professa crer na verdade e ainda não reflete a outros os raios dados por Deus." "A mensagem de Laodicéia deve ser proclamada com poder, porque ela é agora especialmente aplicável .... Aquele que não abomina a si mesmo não pode compreender o significado da redenção .... Há muitos que não se vêem a si mesmos à luz da lei de Deus. Eles não detestam o egoísmo; portanto, eles são egoístas" (Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 3, pág, 1052, escrito em 1892; publicado na Review and Herald, em 25 de setembro de 1900).
É o chamado de nosso Senhor para nos arrependermos uma questão séria como esta? (Apoc. 3:19). Será que década após década de seca espiritual se passarão porque Seu apelo não foi seriamente considerado? Se Ele chama ao arrependimento, deve haver alguma forma que possamos responder.
Parece difícil para nós reconhecermos nossa necessidade de 100 por cento da justiça imputada de Cristo, (*achamos) que certamente temos algo de bom em nós. Mas a Escritura é enfática: "Em mim, (isto é, na minha carne,) não habita bem algum" (Rom. 7:18). Exceto pela graça de Cristo, o pecado que outro ser humano comete eu poderia cometer se tivesse havido oportunidade. A justiça de Cristo não pode ser um complemento para as nossas próprias boas obras, um leve empurrão para nos elevar para cima; a nossa justiça é toda de Cristo ou não é nada. Exceto pela graça de um Salvador, os pecados de todo o mundo são meus pecados.
O princípio da culpa corporativa reconhece esta verdade, definindo a realidade da nossa necessidade, como membros de uma raça humana comum. Em um sentido mais amplo do que podemos ter imaginado, nós também compartilhamos a nossa responsabilidade comum, uma culpa corporativa como membros do corpo de Cristo. Decepcionamos a nossa Cabeça. Se entendermos corretamente o nosso relacionamento, podemos ver como os pecados dos outros são realmente nossos próprios também, exceto pela graça de Cristo.
John Wesley disse de um bêbado deitado na sarjeta, "A não ser pela graça de Cristo eu sou este homem." Suponha que eu tivesse nascido onde ele nasceu, tivesse uma prostituta por mãe, e um criminoso alcoólatra por pai, e nunca tivesse estado dentro de uma igreja ou ouvido um sermão, o que eu poderia ser hoje? Como posso realmente ajudar uma outra alma a não ser que eu sinta este relacionamento corporativo que eu mantenho com ele?
Quando a Igreja aprender a apreciar o que é isso, o amor de Cristo vai circular através de suas veias e transformá-lo no mais eficaz ganhador de almas da história que o "corpo" já viu.1
Isto porque somente este arrependimento pode permitir que alguém ame o próximo como a si mesmo, não no sentido de desculpar o seu pecado por saber que poderia ser tão culpado quanto ele, mas porque tal arrependimento inclui uma purificação eficaz da contaminação do próprio pecado. Esse amor ao próximo vai muito além de uma simpatia sentimental; torna-se uma efetiva cooperação com Cristo para alcançar o coração com o poder redentor. A Cabeça finalmente encontrará os membros do corpo preparados para serem Seus eficazes agentes.

Compilado dos escritos de Roberto J. Wieland
 por Paulo E. Penno

Nota do autor:
1) "Os que aguardam a vinda do esposo devem dizer ao povo: 'Eis aqui está o vosso Deus’" (*Isa. 40:9). Os últimos raios da luz misericordiosa, a última mensagem de graça a ser dada ao mundo, é uma revelação do Seu caráter de amor. Os filhos de Deus devem manifestar a Sua glória. Revelarão em sua própria vida e caráter o que a graça de Deus por eles tem feito" (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, págs. 415 e 416).



O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho último, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.
Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:
1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e
2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones.
38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido, muito embora haja inúmeras recomendações da serva do senhor à mensagem e às pessoas deles.


O irmão Paulo Penno, compilador destas idéias, é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99

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