quinta-feira, 31 de maio de 2012

Lição 9 – Liberdade para Ministrar, por Paul E. Penno

Para 26 de maio a 2 de junho de 2012


Deus chama aqueles que O servem para ministrar aos outros em necessidade. Ele disse a Abraão que seus descendentes seriam uma bênção para o mundo: "Tu serás uma bênção ... e em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gên. 12:2, 3). Jesus viu que Sua missão era ajudar as pessoas deprimidas: "O Espírito do Senhor é sobre Mim, pois que Me ungiu para pregar o evangelho [boas novas, alegres novas] para os pobres [aqueles que não podem pagar o tratamento médico], enviou-Me a curar os quebrantados de coração, a pôr em liberdade os cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos” (Lucas 4:18 e 19). Estes "pobres" podem estar na Índia, Ilhas do Pacífico, América do Sul, Indonésia, sim, em nossas cidades do interior, talvez entre nossos adolescentes na escola, quem sabe, talvez, um vizinho de porta, cujas lágrimas você não consegue entender.
Cada um de nós que reconhece sua dívida para com o "Salvador do mundo" vai querer estar pronto “para que ... saiba dizer a seu tempo uma boa palavra ao que está cansado" (Isa. 50:4), porque o Senhor enviou-nos para fazer o trabalho que Ele faria se estivesse aqui em pessoa.
Reconheça que o Espírito Santo vem tentando comunicar a boa nova a você por toda a sua vida: como Paulo diz, "Como ouvirão, se não há quem pregue? ... Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz!; dos que trazem alegres novas de boas coisas! ... Porventura não ouviram? Sim, por certo, ... Suas palavras [foram] até aos confins do mundo” (Rom. 10:14 a 18). "Todo homem" (e mulher) foi "iluminado com a luz" (João 1:9, KJV). No ponto em que cada pessoa está, há um bom pastor que o encontrou, que tem uma mensagem de encorajamento e esperança para ele, mesmo que ele tenha caído e vagueado longe.
Uma pesquisa da Igreja tenta vislumbrar como as coisas poderão ser no ano 2020, uma igreja e um movimento muito diferentes daqueles dos nossos pioneiros. Ela vai colocar menos ênfase na "verdade" e uma maior ênfase em “propósito” em outras palavras, francamente proclamar uma mensagem tipo, "o que há nesta igreja pra mim?"  Faculdades, onde o serviço missão foi uma vez o ideal, agora anunciam para os alunos "98,8 por cento de garantia de colocação de trabalho", com os graduados obtendo “máxima” lucratividade em seu "primeiro trabalho".
Onde está a dedicação abnegada daqueles que suportaram o grande desapontamento e deram tudo para espalhar a mensagem de boas novas? Não se pode fugir da convicção de que aqueles que finalmente verão o retorno de Jesus serão pessoas de semelhante total dedicação à verdade, como incorporado em Cristo.
O futuro ano de 2020 se parece muito com a imagem de "eu-também" das igrejas evangélicas populares. O que nos fez distintamente "adventistas" tem sido uma firme convicção no breve retorno de Jesus, uma crença de mudança de vida no ministério sumo sacerdotal de Cristo no Santíssimo do santuário celestial, neste Dia da Expiação, e confiança no dom profético de Ellen G. White. Com pouca confiança nestas verdades doutrinárias, o impacto da igreja em 2020 é descrito em termos como os do Exército da Salvação e da Cruz Vermelha em que uma grande proporção da nossa capacidade será absorvida no trabalho de alívio (*em casos de desastres naturais e sociais) em todo o mundo — tudo é um trabalho muito bom, e, certamente, nosso dever cristão a realizar. Porém contínuos desastres, degradação moral e angústias econômicas farão com que uma necessidade cada vez maior de um evangelho social vá continuar indefinidamente enquanto o mundo existir.
Ao invés de especular sobre o que vamos fazer com a igreja, ou como o mundo pode voltar a moldá-la em outra imagem, vamos inquirir o que o Senhor diz que Ele vai fazer. Ele é a Cabeça da Igreja. Nem todos os demônios do inferno podem deter o que Cristo Se propôs fazer:
"Ele enviará reavivamento e reforma. Tão certo como o Seu caráter é amor, Ele vai visitar o Seu povo: 'Os tempos de refrigério virão da presença do Senhor’" (Atos 3:19)

"Em visões da noite, passaram perante mim representações de um grande movimento de reforma entre o povo de Deus. ... um espírito de intercessão tal como se manifestou antes do grande dia de Pentecostes. ... corações eram convencidos pelo poder do Espírito Santo, e manifestava-se um espírito de genuína conversão. ... O mundo parecia iluminado pela influência celestial. ... parecia haver uma reforma como a que testemunhamos em 1844’ (Testemunhos para a Igreja, vol. 9, pág. 126).
Ele vai alcançar este objetivo através de uma mensagem especial. "E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim" (Mateus 24:14; o evangelho é "verdade", Gál. 2:5 e 14). . "Em meio a gritos confusos, (*dizendo de Cristo:) "Ei-Lo aqui, ou Ei-Lo ali," proclamarão um testemunho especial, uma mensagem singular de verdade apropriada para este tempo, mensagem esta a ser recebida, crida, e posta em prática.’ (Review and Herald, 13 de outubro, 1904). Tão certo como o dia segue a noite, essa mensagem vai chegar. O arrependimento pela rejeição da mensagem da Era de 1888 trará a aceitação de todo o coração de sua renovação.
Esta mensagem será o derramamento da chuva serôdia. Trará renovação espiritual e preparará a igreja para a questão final da marca da besta: "E vós, filhos de Sião, regozijai-vos e alegrai-vos no Senhor vosso Deus, porque Ele vos dará em justa medida a chuva temporã; fará descer a chuva — a temporã e a serôdia. ... E restituir-vos-ei os anos que comeu o gafanhoto” (Joel 2:23-25). "Ouvi os que estavam vestidos da armadura falar a verdade com grande poder. ... Fora-se todo o receio de seus parentes, e somente a verdade lhes parecia sublime. ... perguntei o que havia operado esta grande mudança. Um anjo respondeu: "Foi a chuva serôdia, o refrigério pela presença do Senhor, o alto clamor do terceiro anjo" (Primeiros Escritos, pág. 271, grifamos).
A chuva serôdia será uma mais clara revelação do evangelho da justificação pela fé do que temos discernido. O significado da frase hebraica (*que sublinhamos no § anterior) em Joel 2:23 é, "um mestre da justiça"1, liga a chuva serôdia à mensagem da justificação pela fé. Aqui está a verdade fundamental que é quase totalmente ignorada hoje — as chuvas iniciais da chuva serôdia manifestaram-se na "mui preciosa mensagem" da justiça pela fé que o Senhor enviou a este povo em 1888 (ver Testemunhos Especiais, série A, nº. 6, pág. 19, e *Testemunhos para Ministros, pág. 91). Aguaceiros adicionais da chuva serôdia devem incluir a recuperação da mensagem, porque a intenção do Céu nunca pode ser derrotada.
Esta revelação do verdadeiro evangelho será tão poderosa que irá polarizar a igreja em aqueles que a aceitam e aqueles que a rejeitam. Assim, a sacudidura final resultará do "testemunho direto" da verdade do evangelho puro, contrastando toda semelhança de legalismo. "Porém ainda ficarão nele alguns rabiscos, como no sacudir da oliveira: duas ou três azeitonas na mais alta ponta dos ramos, e quatro ou cinco nos seus ramos mais frutíferos, diz o Senhor Deus de Israel" (Isa. 17:6). A luz brilhante (*de Apoc. 18:1) do evangelho que é para iluminar a terra com glória fará com que os "os ambiciosos [se tornem] separados do grupo de crentes" (Testemunhos para a Igreja, vol. 9, pág. 126).
Com esta recuperação do puro evangelho de Cristo, a sacudida e purificada Igreja Adventista do sétimo dia estará pronta a dar um testemunho final para o mundo. Através da providência de Deus isso vai se tornar o alto clamor do anjo de Apocalipse 18: "Vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra foi iluminada com sua glória" (v. 1). Esta mensagem final será de graça, graça mais copiosa do que todo o pecado abundante que o inferno pode conceber nos últimos dias.
O clímax da história do mundo será "as bodas do Cordeiro" (Apoc. 19:7). Este clímax glorioso do evangelho vai preparar a igreja para crescer à medida da estatura da plenitude de Cristo, preparada para ser Sua noiva. A agenda de Cristo para essa Igreja inclui o crescimento espiritual e maturidade — a fruição de Seu ministério final no Santíssimo (*do Santuário celestial). "E ouvi como que a voz de uma grande multidão, como o som de muitas águas e como que a voz de grandes trovões, que dizia: 'Aleluia! pois já o Senhor Deus onipotente reina! Regozigemo-nos  e alegremo-nos e demos-Lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a Sua esposa se aprontou’” (vs. 6, 7).
O fator que a faz estar pronta, que nunca foi totalmente eficaz anteriormente, é uma verdadeira compreensão da justificação pela fé. O versículo seguinte diz: "E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente, porque o linho fino são as justiças dos santos" (vs. 8), tornadas possíveis apenas por uma mais clara, mais brilhante, mais madura fé. Esta é a agenda de Cristo para Sua igreja. Ela deverá realizar a tarefa designada para ela por Aquele que morreu por ela. Sua reivindicação exige que ela vença como Ele mesmo venceu. Este cenário é a muito melhor boa nova que deve emergir!

Compilado por Paul E. Penno
- A partir dos escritos de Robert J. Wieland



Nota do tradutor:
1) Segundo o Comentário Bíblico Adventista, vol 4, pág. 945, “a expressão “Chuva temporã” (former rain), vem do hebraico “moneh”, literalmente “professor” ou “mestre”, assim também traduzido em Prov. 5:13, “a voz dos que me ensinavam”; e em Isaias 30:20, “os teus mestres”. “Moreh” vem da raiz “yarah”, que significa: dirigir, ensinar, instruir. “Yarah” é também a raiz de “torah”, a palavra comumente traduzida por “lei” no Velho Testamento, como em Provérbios 3:1, “não te esqueças do Meu ensino, e o teu coração guarde os Meus mandamentos.”
Na KJV (a versão King James), à margem para a expressão “Chuva temporã”, há a alternativa: “ou, ‘professor de justiça’”.
Voltando ao comentário bíblico, na mesma página e volume, comentando ainda Joel 2:23, a expressão “em justa medida” (“moderately”), nos diz que literalmente  significa “com respeito à justiça”, ou “por justiça.”
Na KJV (a versão King James), à margem para a expressão “moderately” há a alternativa: “ou, ‘de acordo com a justiça’.”.
Voltando outra vez ao Comentário Bíblico “Alguns expositores adventistas, ao fazerem uma aplicação de Joel 2:23 à igreja cristã, adicionaram um significado especial ao sentido literal, “o mestre de justiça.” Visto que o tempo da chuva serôdia é também o tempo do alto clamor (veja O Grande Conflito, pág. 611, e Primeiros Escritos, pág. 71, eles aplicaram a cláusula “o mestre de justiça,” à mensagem da justiça de Cristo à qual deve ser dada grande proeminência neste tempo. ’A mensagem da Justiça de Cristo há de soar desde uma até outra extremidade da Terra, a fim de preparar o caminho ao Senhor. Essa é a gloria (*Apoc 18:1) de Deus com que será encerrada a mensagem do terceiro anjo’ (’Testemunhos para a Igreja,” vol. 6, pág. 19).”


O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho último, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.
Ele é autor de dezenas de livros.
Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:
1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e
2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones.
38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas, tamanho A4, xerocopiadas dos originais da serva do Senhor.
Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido, muito embora haja inúmeras recomendações da serva do senhor à mensagem e às pessoas deles. Esta é uma das muitas evidências de que a liderança até hoje ainda reluta em aceitar plenamente a mensagem de 1888 de justificação pela fé, uma vez que isto significaria reconhecer a rejeição da mensagem por parte de antigos líderes.



Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
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