quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Lição 12 – As Últimas Coisas — Jesus e os Salvos, por Raul Diaz

Para 15 a 22 de dezembro de 2012


Vigiando versus esperando                                                  
Embora os verbos vigiar (*estar de vigília, prestar atenção), e esperar sejam muitas vezes usados ​​como sinônimos, há uma sutil diferença entre os dois. Esperar significa estar em prontidão ou permanecer de repouso em expectativa. Vigiar é olhar e esperar com expectativa ou antecipação. Você pode esperar enquanto realiza outras atividades. Por outro lado, vigiar engloba o conceito de espera, e exige total atenção do observador. Uma pessoa pode estar à espera e ainda perder a coisa que está esperando; mas é improvável que isso aconteça se ele está vigiando. A história a seguir ilustra a diferença.
A jovem Gina telefonou pedindo a sua avó para esperá-la, pois estava indo visitá-la naquele fim de semana. E, naturalmente, a avó Lisa prometeu que a esperaria. Querendo enfatizar a importância de seu pedido, Gina repetiu várias vezes para sua avó, perguntando: "—você vai estar de vigília, não vai? você vai aguardar por mim, certo vovó?" Lisa, que estava começando a ficar incomodada, respondeu várias vezes que ela a esperaria. No dia em que Gina estava para chegar, a avó Lisa pensou: "—Eu ainda tenho tempo para completar algumas tarefas caseiras antes da visita de minha neta Gina, então eu só vou realizá-las e, em seguida, irei para fora para esperar por Gina." No entanto, apesar das melhores intenções da avó, ela tornou-se absorta em suas tarefas e perdeu a noção do tempo. De repente, a avó Lisa ouviu a campainha. "—Oh, não, pensou ela, ainda não pode ser Gina." Correndo para a porta, Lisa a abriu, e, eis que ali estava Gina, porém  muito triste. Vovó Lisa perguntou: "—Por que você está com o rosto triste Gina?, você não está feliz de ver sua avó?". Ao que sua neta replicou: "—Vovó, você não ficou de vigília me esperando como eu lhe pedi." "—Querida", disse a vovó: "—Eu estava preparando coisas gostosas para você, enquanto eu esperei por você." "—Mas vovó!!!", respondeu Gina , "—Eu não queria que você esperasse por mim, o que eu queria é que você ficasse de vigília  prestando atenção à minha chegada." Ela queria que a avó estivesse do lado de fora em expectativa vigiando por ela.
Esta história me fez lembrar da Parábola das Dez Virgens (Mateus 25). Elas foram retratadas como em pé, ou sentadas, enquanto aguardavam o noivo que poderia aparecer a qualquer momento. Como a noite era longa elas adormeceram. Enquanto dormiam um alto clamor acordou-as no meio da noite, “Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro" (vs.6). Ao elas abrirem os olhos, a noite era escura, e mal podiam ver, então elas se apressaram em acender suas lâmpadas. Nós sabemos o resto da história, algumas puderam acender as suas lâmpadas, porque elas tinham óleo extra de reserva. Outras, despreparadas, sem óleo de reserva, não puderam nem acender as suas lâmpadas para anunciar a sua vinda, nem entrar na festa. O que é representado pelo óleo? Ellen White é citada no devocional "Para Conhecê-lo," (Meditação Matinal de 1965) com uma resposta a esta pergunta.
 “Na parábola, as virgens loucas são representadas como implorando por óleo e não sendo atendidas em seu pedido. Isto é simbólico de quem não se prepara através do desenvolvimento de um caráter para ficar de pé em um momento de crise. É como se elas fossem aos seus vizinhos e pedissem: '—Dê-nos o seu caráter ou nós vamos nos perder.’ Aquelas virgens que foram sábias não poderiam dar seu óleo para as lâmpadas das virgens loucas. O caráter não é transferível. Não pode ser comprado ou vendido, deve ser adquirido” (Para Conhecê-lo, Meditação Matinal de 1965, pág. 350.).
Em contraste com as virgens loucas, as virgens prudentes tinham caráter justo. Assim, embora as virgens prudentes parecessem ser tão indolentes como as tolas (pois nenhuma delas estava olhando vigilante pelo noivo) as virgens prudentes tinham óleo de reserva e, portanto, estavam preparadas para a espera. Vivendo pela fé, elas estavam capacitadas para receber o noivo. Com o que foi dito, o que teria agradado o Esposo mais: se as virgens estivessem esperando ou vigiando? Ou os dois?
Ao, o noivo aproximar-se delas ele deve ter notado que elas estavam dormindo e, (*logo depois) que cinco estavam faltando. Podemos apenas imaginar sua perplexidade e decepção, ao que ele questionou, "não deveriam elas ficar acordadas e iluminar o caminho para a sala do banquete? Como é que elas todas caíram no sono? E por que apenas cinco estavam preparadas para o atraso?" "Todas sabiam que eu poderia vir a qualquer momento ..." Ele não parecia estar alegre com o que viu.
Foi isto um símbolo das coisas por vir? Este incidente revelou que as virgens ficaram cansadas após a longa demora. E que, embora sentissem que estava havendo um atraso, não previram um período de espera tão prolongado.
Há coisas escondidas dentro dos recessos de cada uma de nossas mentes, coisas que só o Espírito Santo através do tempo e das circunstâncias pode nos revelar para que possamos, através do arrependimento e perdão, receber a sua eliminação. Sempre que uma promessa é dada pelo Senhor, um período de espera decorre antes que Ele cumpra Sua promessa para nós. Seu objetivo não é, nem nos levar à distração, nem nos frustrar. Em vez disso, Ele deseja que esperemos pacientemente, com expectativa, vigiando, duradoura e perseverantemente até o seu cumprimento.
Esperar não é uma tendência natural do ser humano. Queremos o que quer que seja, agora. E nossas naturezas egoístas encontram muitas maneiras de atingir nossos desejos. Muitas vezes, inconscientemente, apresentamos o nosso pensamento ou comportamento à luz mais moral ou racional, como tentativa de esconder o nosso verdadeiro propósito, para que o eu possa ganhar a bênção prometida agora.
Jesus deu a entender que, na vida do cristão, esperar pacientemente seria um problema, é por isso que Ele foi tão longe ao dizer: "—Quando eu vier, porventura vou achar fé na terra?" A demora que Ele está usando para o nosso bem, a fim de revelar o nosso verdadeiro estado escondido para nós, enquanto há tempo de se arrepender, é usado por muitos para objetivos próprios, que é evitar o conhecimento verdadeiro.
Ao permanecer em união com a fonte de renovação de energia ou poder, o Espírito Santo, somos capacitados, pela fé, a "ser renovados no espírito de nossas mentes" (João 15, Romanos 12:1). A batalha, afinal de contas, é para nossas mentes, bem como para nossas afeições. Vigiando e esperando pacientemente não são atividades inativas, pois elas exigem vigilância, bem como descansando e repousando no Pai.
"Ora, sem fé é impossível agradar-Lhe: porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia ... que Ele é galardoador dos que O buscam (inquirem dEle)" (Hebreus 11:6). "Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza" (2ª Pedro 3:17).

-Raul Diaz

O irmão Raul Diaz é um membro da Igreja adventista da cidade de Monte Vernon, no estado de Illinois, perto de Chicago. Ele atua em diversos departamentos da igreja, prega em diferentes ocasiões e locais, e ensina a lição da escola sabatina em sua unidade evangelizadora em sua igreja local — Seventh-day Adventist church, na cidade de Mt Vernon, Illinois, localizada no endereço: 12831 N. Norton Dr., Mount Vernon, Il. 62864-8231, U.S.A, Tel.: 001 XX (618) 244-7064, endereço eletrônico: www.mtvernonadventist.org