quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Lição 12 – As Últimas Coisas — Jesus e os Salvos, por Roberto Wieland

Para 15 a 22 de dezembro de 2012


O tema da lição desta semana não poderia ser mais oportuno ao o autor da lição nos convidar a "olhar para o nosso mundo"; então nos perguntamos: "temos nós, como seres humanos, feito dele um lugar melhor?" Com os eventos atuais que mostram as atrocidades que ocorrem em todo o mundo, um evento em uma pequena escola nos Estados Unidos tomou conta do coração corporativo do mundo, que é descrito em nossa lição como um lugar de “pecado, sofrimento, miséria, decepção e morte" (última frase da lição de Terça-feira, 18 de dezembro). Tais eventos, muitas vezes desaparecem da memória uma vez que a "mídia" se move para a próxima crise, mas como cristãos adventistas do sétimo dia, esses eventos devem ajudar a "nos despertar" para ver que a Segunda Vinda de Cristo é iminente?
O ministério de Cristo no santuário celestial é designado como um dos "eventos especiais" dentro do período geral das "últimas coisas", isto é, antes de Sua Segunda Vinda. A verdade do santuário é a base da mensagem adventista do sétimo dia, e algumas declarações surpreendentes por Ellen G. White em Evangelismo tornam isso claro:
 “A compreensão correta do ministério do santuário celestial constitui o alicerce da nossa fé” (pág. 221). “O assunto do santuário foi a chave que desvendou o mistério do desapontamento de 1844. Revelou um conjunto completo de verdades, ligadas harmoniosamente entre si, e mostrando que a mão de Deus dirigira o grande movimento do advento e apontara novos deveres ao trazer a lume a posição e obra de Seu povo” (pág. 222). “Deve o povo de Deus ter agora os olhos fixos no santuário celestial, onde se está processando a ministração final de nosso grande Sumo Sacerdote na obra do juízo —onde está intercedendo por Seu povo (pág. 223).
No entanto, a pergunta continua a ser feita: "O que Jesus está fazendo agora?"
A idéia comum é que Ele é um construtor empreiteiro de palácios ou "mansões" para aqueles que chegarem ao céu (uma interpretação infantil de João 14:2). Mas "vou preparar-vos lugar" é uma idéia muito mais abrangente do que a atividade celestial de construção. Hebreus 9 e 10 descrevem o Seu ministério sumo sacerdotal como purificando os corações de Seu povo, "para aniquilar o pecado" (*Heb. 9:26), "purificará as consciências" (*vs.14), preparando um povo para que "recebam a promessa da herança eterna" (*vs.15) "purificando" corações e mentes e lábios, para "aperfeiçoar os que a ... [Ele] se chegam" (*Heb. 10:1), para tornar obsoleta qualquer "consciência de pecado" (*vs.2) ou "lembrança de pecado", para que "tire os pecados" (*vs.4), pois "aperfeiçoou para sempre os que são santificados" (*vs. 14), para escrever Suas "leis em seus corações” (*vs.16), [os quais são] “purificados da má consciência" (*vs.26), "para nos estimularmos (provocar, KJV = motivar) ao amor e às boas obras" (*vs.24) para os que "creem para a conservação (salvação, KJV) da alma" (*vs.39).
*“O apagar do pecado não se tratava de erradicação da natureza pecaminosa do sr humano, mas a sua extirpação de nossas vidas, de tal forma que não saibamos mais deles. ‘Purificados uma vez’ pelo sangue de Jesus, ‘não teriam mais consciência de pecado’ (Heb. 10: 2). ... Tal é a obra de Cristo no verdadeiro santuário (adaptado de Review and Herald de 30 de setembro de 1902, Waggoner).
Grande obra! Primeiro, Ele naturalmente quer que Seu povo entenda por que o que Ele está fazendo é tão incomparavelmente importante, e, segundo, Ele gostaria de receber a nossa cooperação, porque Ele nada pode realizar sem ela. Cooperação significa que nós paremos de interpor nossa vontade rebelde, contrariando o que Ele está constantemente buscando relizar por nós!
Em outras palavras, através do Espírito Santo, Cristo como Sumo Sacerdote está constantemente pressionando sobre o Seu povo a convicção de pecado, enterrada mais profunda do que eles imaginavam que ela fosse, e quando a convicção é bem-vinda e o pecado é de bom grado vencido, e posto de lado, o coração está mais intimamente reconciliado com Deus. Este processo é chamado de "expiação", ou (*em inglês, atonement < at-one-ment =) tornar-se-um-com Deus. Em Romanos 5:11 é "alcançamos a expiação" ou "reconciliação". Assim, a purificação do santuário celeste é uma "expiação final".
Outra pergunta comum é: "Ele prometeu voltar, por que é que não voltou ainda?"
A única resposta que pode fazer sentido é que Seu povo ainda não está pronto para Ele vir. A colheita ainda não está madura (ver Marcos 4:26-29). E qual ministério especial pode preparar um povo? Apenas o ministério de Cristo como Sumo Sacerdote no santuário celestial (Hebreus 8-10). Havia um sumo sacerdote terreno no antigo santuário terrestre, assim há um Sumo Sacerdote divino no celestial; havia um cordeiro terreno oferecido no antigo santuário, Cristo é “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1:29). Como havia um dia anual de expiação no santuário terrestre, assim há um Dia cósmico da Expiação no céu, onde o Sumo Sacerdote ministra no santíssimo, o segundo apartamento, do santuário celestial.
O propósito específico deste ministério é preparar um povo para a segunda vinda de Jesus. Daniel, entendeu que há um santuário celeste — todos os israelitas que eram fiéis a Deus o entenderam; é natural, então, que quando o anjo em Daniel 8:14 respondeu à pergunta "até quando ...?" dizendo "até 2300 dias, então o santuário será purificado," que Daniel, tenha entendido que era o santuário celeste. Aquele ministério do grande Dia da Expiação é a mais importante atividade acontecendo hoje no universo celeste.
A mensagem de 1888 reavivou o interesse neste final ministério de nosso grande Sumo Sacerdote. Restaurou o "seu poder de presidir nos corações dos crentes". Ellen White entendeu esse significado. Tendo experimentado pessoalmente a emoção de esperar a vinda de Cristo no movimento de 1844, ela nunca perdeu o primeiro amor.
Quando ouviu a mensagem de 1888, pela primeira vez, algo crepitava em sua memória. Ela quase intuitivamente reconheceu a Boa Nova na mensagem que anunciou ao coração espectante, "—Eis que vem o esposo!" (*Mat. 25:6, KJV). Ela ouviu os passos divinos de boas-vindas, que, entretanto, poucos de seus contemporâneos queriam ter ouvidos para ouvir.
Essa novidade foi a união da verdade adventista da purificação do santuário com uma revelação mais completa da justificação pela fé. Era como se a confluência de dois rios que tinham corrido separadamente, mas agora juntavam-se para produzir uma onda que poderia levantar o navio encalhado e impulcioná-lo na sua rota para o porto. Ela viu na mensagem os meios gloriosos da graça divina provida para tornar um povo pronto para a vinda do Senhor. Ela estava excitada. Ela reconheceu que a "união com Cristo" significava união com Ele em Sua obra final de expiação, em clara distinção da Sua obra no primeiro apartamento do santuário celestial, onde a porta estava agora fechada (cf. Primeiros Escritos, págs. 55, 56, 260, 261).
A boa nova que Jesus nos dá não é apenas que "a nossa redenção está próxima" (*Luc. 21:28), como se nós merecessemos mais recompensas do que qualquer outra pessoa. Quando Jesus diz "sua redenção," Ele quer dizer a nossa juntamente com o Seu triunfo em Seu grande conflito cósmico. O que à primeira vista pode parecer uma motivação egocêntrica (uma popular), em um pensamento mais acurado, é uma comunhão com Cristo em Seus sofrimentos, uma comunhão em levar a Sua cruz (nenhuma coroa é possível de outra forma).
O que estamos entendendo é o crescimento do povo de Deus, um outro nome para o grande "Dia da Expiação", a purificação do santuário celeste, para conhecer o Salvador intimamente. Não é um tempo para um medo covarde, como o mundo agora experimenta. "O perfeito amor [Ágape] lança fora o temor" (1ª João 4:18), de modo que o tempo final de provação será uma caminhada destemida com o Salvador até mesmo pelo vale das sombras.
Sim, vamos "levantar [nossas] cabeças" (*Salmos 24:9). Com Ele ao nosso lado, não há nada a temer.


- A partir dos escritos de Robert J. Wieland


O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.
Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:
1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e
2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones.
38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido, a despeito de inúmeras recomendações da serva do senhor à mensagem e às pessoas deles.