sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Lição 13 - Quando tudo se fizer novo, por Michael Horton

Para 22 a 29 de dezembro de 2012


A própria experiência de vida em si nos ensinou que há momentos em que um outro reparo no carro não vai adiantar. Não vale a pena. É hora de se adquirir um novo veículo. Muitos que enfrentaram a devastação do furacão Sandy chegaram à conclusão de que um novo lar, uma nova garagem, uma nova residência era a única solução. A devastação, degradação e corrupção do pecado só serão totalmente curadas quando um novo céu e nova terra ocorrer.
Nós experimentamos algumas novas do poder deste mundo por vir. Nós mesmos temos experimentado, muitas vezes, depois de gemidos e labutas o novo nascimento, e a novidade de vida que a salvação através de Jesus Cristo traz — aqui e agora. Estando em Cristo, tornamo-nos novas criaturas e nos regozijamos com a nossa libertação do velho homem do pecado. Mas essa obra de justificação e santificação e vida no poder do Cristo ressuscitado não estará completa e finalizada até que tenhamos a libertação definitiva e final, para a liberdade da glória dos filhos e filhas de Deus. Será algo semelhante ao tempo em que “as estrelas da alva juntas alegremente cantavam e todos os filhos de Deus jubilavam” (*Jô 38:7). Mas na verdade é indescritível.
Somente aquele que pode fazer algo a partir do nada, aquele que é o Criador, pode realmente tornar novos homens e mulheres, e um novo mundo desprovidos de maldição, espinhos, doença, e da praga da perseguição da morte.
Do Luto à Manhã: Reflexões sobre O Despertar de Um Novo Mundo
"Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar do Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1ª Tess, 4: 16 – 18
A segunda vinda do Senhor Jesus Cristo em glória para reunir os Seus santos, para receber os voluntários, amorosos indivíduos de seu reino, é o evento sinalizador do novo amanhã. É o alvorecer do milênio. Este é o amanhecer do dia a que o profeta Pedro se refere quando ele escreve: "E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações" (2ª Pedro 1:19).
Pela fé cada crente já terá recebido o alvorecer de Cristo como a estrela do dia, a estrela brilhante da manhã1, em seus corações, a necessária preparação para encontrá-Lo em paz, quando vier na glória, ao invés de fugir para as rochas. Para eles, os que temem o seu nome e dão glória a Deus, o Sol da Justiça já terá surgido com a cura em suas asas — a cura da justificação e santificação que é a justificação pela fé. Eles O conhecem como O SENHOR, A JUSTIÇA  DELES, Jeremias 23:6
Sua vinda segue-se ao tempo de angústia tal como nunca houve sobre a terra, (*ver Dan. 12:1 e Mat. 24:21). Seu povo está preparado para a Sua obra como Sumo Sacerdote no santuário celestial. O "juízo investigativo" tem um outro lado, o de preparação de um povo (como João Batista fez na primeira vinda) “E irá adiante dEle (em sua segunda vinda) para converter os corações dos pais aos filhos, e dos filhos aos pais, e os rebeldes à sabedoria (Cristo) dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto” (Lucas 1: 17).
A obra sacerdotal de Cristo os preparou para a manhã gloriosa quando “a tristeza e gemido fugirão” (*Isa. 51:11) para longe quando eles entrarem no descanso do milênio, o descanso sabático, antes do amanhecer cheio de paz e alegria eterna seguindo-se ao juízo executivo. É claro, eles já terão entrado no descanso de Cristo, porque eles reconhecem que é direito seu fazê-lo, a santidade, guarda da lei, obediência pela fé e amor no Pai, que cumpriu a lei, sendo a base da salvação deles nEle.
"E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo (“Abusos” em grego), e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás , e amarrou-o por mil anos" Apoc. 20: 1 e 2.
Note-se que Satanás é colocado em um poço sem fundo, um abismo, ou “abusos” em grego. Este aparece primeiro na Bíblia em Gênesis, na Septuaginta, como no texto: "E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo” (“abusos”  em grego, “tachon” em hebraico). Esta foi a criação antes que Deus chamou a luz à existência, um pré-requisito para a vida. No milênio, a terra poderia tornar-se novamente um “abusos”?
O anjo Gabriel fez muitas coisas: Ele apareceu a Daniel depois de 21 dias de oração (Daniel 10); apareceu a Zacarias anunciando o nascimento de João e Jesus; apareceu a Maria dizendo que ela seria a mãe de Cristo, Lucas 1; e Ele apareceu a José em um sonho, Mateus 1, dizendo-lhe para não ter medo de receber Maria como sua esposa. Assim, os anjos estavam ocupados no ministério ao longo da história da salvação. No entanto, algumas coisas só Cristo pode fazer. Só Ele pode prender a Satanás. No início do milênio, a própria vinda de Cristo efetua esta prisão. Os ímpios sendo destruídos pelo brilho desta vinda, e os justos sendo libertados, Satanás não tem ninguém para tentar. Em certo sentido, a justiça de Cristo prende Satanás através do desenvolvimento de um povo pronto para encontrar Jesus refletindo o Seu amor Ágape. Uma fase do julgamento é completada, e agora, quem foi o originador, o pai da mentira e do assassinato e do pecado em si é apreendido. Assim como o Azazel no serviço do santuário, no Dia da Expiação, Yom Kippur, era levado para o deserto por um homem forte e abandonado ali para morrer, então Satanás é lançado no deserto da Terra para esperar o fim do milênio.
"E vi tronos, e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição" (Apoc. 20: 4 e 5)
Um maior nível de conhecimento, entendimento e sabedoria é alcançado pelos santos aos eles entrarem plenamente em santidade e não estarem mais acorrentados com a corrupção e as restrições da mortalidade. Eles venceram e, em particular a última geração, "saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro” (Apoc. 15: 2). As palavras de Jesus Cristo ao anjo da igreja de Laodicéia são adequados a eles, "Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no Meu trono; assim como Eu venci, e Me assentei com Meu Pai no Seu trono" (Apoc. 3, 21). Juízo, tribulação, o bom combate da fé, as experiências de dor e sofrimento, tudo isto têm, excepcionalmente se aplicado a estes santos, que sentem a sua indignidade, para sentar-se em tronos em uma função de julgamento e de reinado com Cristo. Tristeza e gemido se transformarão em regozijo e louvor. Eles agora reinam em glória, porque onde abundou o pecado, pela fé, a graça foi muito mais abundante. Corações quebrantados sobre os frutos do pecado, contemplando a cruz de Cristo, deixaram a graça reinar em justiça, para que, quando a chamada for proclamada: "Quem é justo, faça justiça ainda" (*Apoc. 22:11) eles possam ser encontrados justos nEle.
Eles não mais olharão através de um vidro escuro, mas agora vendo face a face, os mistérios da salvação, o grande conflito, o governo de Deus, e a natureza do amor redentor começar a ser desdobrado diante deles sob a tutela do próprio Cristo. (Veja 1ª Coríntios 4: 5).
"E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão, e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra ... E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo do céu, e os devorou" (Apoc. 20: 7-9).
Incrivelmente, depois de um milênio de descanso na presença da Divindade longe do pecado e pecadores e das tentações e estratégias de Satanás, os santos já estão fora de seu alcance, mas devem ainda encontrá-lo ao verem a revelação mais clara da ferocidade e força do princípio (*teoria ou tese) do pecado. A ambição de poder, controle e domínio centrado e si mesmo, continua a impulsionar Satanás, ao ele, apesar de mil anos de reflexão sobre as consequências da sua rebelião, decide continuá-la. Ele é realmente um cativo de si mesmo. Ele é de fato ambicioso. Mesmo para nós agora é altamente preocupante e instrutivo considerar o poder letal e escravidão do pecado, quebrados apenas pela cruz de Jesus Cristo.
Claramente a integridade de Jeová é irrepreensível. “Justos e verdadeiros são os teus caminhos!” (*Apoc. 15:3). Se Ele fosse um político terreno, ele teria tido assessores que o encorajariam a se envolver em um cerco à rebelião de Lúcifer, a origem do pecado e as questões do grande conflito. Em vez disso, Ele optou por expor essas coisas, para colocar essas questões diante de nós e dos mundos não caídos, permitindo a todos julgá-Lo. Verdadeiramente, quão grande é o nosso Deus!


-Michael Horton
O irmão Michael Horton é o pastor da igreja adventista do sétimo dia de Shalem, localizada no endereço: 1105 Pine Street, Waukeghan, Ilinois,  60085-2727, em Chicago, estado de Illinois. Fone (847) 244-0350.
Nota do tradutor:
1) Cristo é a Estrela da Manhã. Em Apocalipse 22:16 Ele mesmo afirma: “Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante Estrela da Manhã.” Ele prometeu à igreja de Tiatira “assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã (Apoc. 2.28). Entretanto sabemos que Satanás deseja ser confundido com Cristo e, em verdade, ele tentará personificá-Lo. Em Isaias 14:12 ele capciosamente levou copistas e tradutores a usarem a expressão Estrela da Manhã, tentando passar-se por Cristo, quando, no original, o texto diz  “Como caíste desde o céu, ó Lúcifer, filho da alva!” Em verdade ele odeia seu nome original, Lúcifer, pois lhe lembra o que ele era e o que perdeu.