sábado, 29 de dezembro de 2012

Respeito próprio X amor a si mesmo

Antes de encerrarmos o 4º trimestre de 2012, em que estudamos sobre “Crescimento em  Cristo”, sentimos o dever de apresentar aos nossos irmãos um capcioso ardil de Satanás que nos leva à transgressão do primeiro mandamento. Encontra-se na lição 11 na terça feira, dia 11 de dezembro último.
Você pode ver isto em agape-dicoes.blogspot.com intermitentemente.                                                                                
A mensagem de 1888 tem um efeito transformador sobre a vida cristã relativa ao auto conhecimento, talentos, missão, e vida familiar. De acordo com Jesus há "dois mandamentos," e “destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mat. 22:40) “e o segundo ... é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (vs. 39). Não há uma negativa neste mandamento.1 É uma promessa positiva de Deus.2 A fé crê na promessa de Deus de que, em todas as circunstâncias da vida, Ele vai lhe dar amor ao próximo.
Mas, primeiro, Deus lhe dá uma estimativa correta de si mesmo. Mas será que o ensinamento de Jesus é o popular movimento de auto-estima advogado pelas igrejas? Deve você amar a si mesmo antes de poder amar o próximo?
Jesus abordou este assunto com o jovem rico que fez uma pergunta do antigo concerto: "Que bem farei para conseguir a vida eterna?" (Mat. 19:16). O Senhor lhe respondeu: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (v. 19). Sob mais apurada auto-investigação o jovem estava convencido de que tinha cumprido todos os mandamentos. Mas algo não identificável o deixou perturbado: "que me falta ainda?" (V. 20).
Quando Jesus sugeriu que ele vendesse tudo o que tinha e desse o dinheiro aos pobres, Ele convidou o jovem a segui-Lo no caminho da abnegação — o caminho da cruz, v. 21. “O jovem ... retirou-se triste porque possuía muitas propriedades" (vs. 22). Seu ídolo era ele mesmo que a riqueza garantia. Ele, realmente, não tinha guardado nenhum dos mandamentos, porque era motivado pelo egoísmo.3
O que quer que Jesus estivesse ensinando com as palavras "amarás o teu próximo como a ti mesmo," Ele não está ensinando que você deve amar a si mesmo antes de poder amar o próximo. Amor próprio é a base para o movimento de auto-estima. Amor-próprio foi inventado por Lúcifer e foi o pecado original que o motivou a se rebelar contra Deus e assassinar o Filho de Deus. O falso espírito santo assegura ao pecador que autonegação é a raiz de seus problemas. Ele não precisa sair por aí se sentindo mal sobre si mesmo. "—Estou bem e você está OK!!!".
Rom. 12:3 é o botão no telado do “computador” da sua alma a ser acionado a cada dia. "Porque pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós, que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um." Pela primeira metade deste verso podemos orar facilmente — sem problema. “Eu sou o principal dos pecadores" (1ª Tim. 1:15), "o mínimo de todos os santos" (Efé. 3:8), "servo inútil" (Luc. 17:10), (*“o menor dos apóstolos,” 1ª Cor.15:9). A fé de nenhuma pessoa é fraca, Deus a deu a todos).
O conselho de Paulo não é para humilhar-nos no pó; a você e a mim foi dada "a medida da fé," que nos permite manter nossa cabeça erguida no mundo, e, sim, alta na igreja do Senhor também. Um saudável, mesmo vigoroso, auto-respeito é o presente que a "fé" nos dá aqui e agora.
*Em 2ª Timóteo 3:2-4 Paulo lista as características dos homens ímpios dos últimos dias, e começa exatamente aonde Satanás começou, pelo amor de si mesmo. “Porque haverá homens amantes de si mesmos”. Os maus não serão julgados por sua fé, porque eles não têm nenhuma. Eles serão "julgados ... segundo as suas obras" (Apoc. 20:12) que foram motivadas pelo amor próprio.
*O estilo de vida do mundo é contrário ao padrão do Reino de Deus. As pessoas vivem em função de si mesmas, do prazer e do dinheiro, o discípulo de Jesus é chamado a negar-se a si mesmo e crucificar a sua carne. Jesus disse: “Se alguém quiser vir após Mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de Mim, achá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” (Mateus 16.24-26). Paulo também escreveu: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no Filho de Deus, O qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim” (Gálatas 2.20). Não O resista, crucifique o seu eu e deixe que Ele viva em você!
A serva do Senhor nos diz:  “Alguns têm fracassado ao distinguir entre o ouro puro e o mero brilho ...  Há entre nós um afastamento de Deus, e ainda não se fez a zelosa obra do arrependimento e volta ao primeiro amor ... Para muitos, o clamor do coração tem sido: ‘Não queremos que Este reine sobre nós’ (Luc. 19:14). Baal, Baal, é a escolha. A religião de muitos dentre nós será a religião do Israel apostatado, porque amam a seus próprios caminhos, e abandonam o caminho do Senhor.
O culto do amor próprio é uma atual manifestação sofisticada e sutil de adoração a Baal. Através de uma hábil manipulação das Escrituras, o amor a si mesmo, foi transformado em uma virtude. Nos últimos anos, tem sido exaustivamente ensinado como um suposto dever cristão. A ordem divina de amar o nosso próximo como a nós mesmos é distorcida em um comando de amar a nós mesmos, quando, em verdade, o Senhor ensinou que o nosso amor por nós mesmos, nato, pecaminoso, deve ser redirecionado, através da fé genuína, a um amor cristão ao próximo.
Já o genuíno auto respeito é outra questão. Torna-se autêntico somente através de uma valorização do amor do auto-esvaziamento de Deus, revelado na cruz (*veja Fil. 2: 7 e 8). O respeito próprio verdadeiro é, portanto, enraizado na expiação de Cristo. Mas o amor de si mesmo é contrário à devoção a Cristo e Sua obra. É compreensível que o inimigo tente promover o culto do egoísmo, como se fosse o ensinamento de Cristo. Isso é estranho para um povo que está se preparando para a trasladação.
Não importa o quanto possamos professar servir a Cristo, não importa qual a nossa posição possa ser na igreja; onde quer que o eu se torne o objeto de devoção, temos adoração a Baal. As inúmeras formas que esta adoração assume são assustadoras. Em certo sentido, o ministério está em maior perigo do que qualquer outro segmento da igreja. É entre o ministério que uma espécie de escalada de promoção fraternal tem sido estabelecida, como se uma função de liderança pudesse aprimorar o caráter. Onde temos uma cobiça de promoção, uma busca de melhor posição, com prestígio e poder, como a motivação ao ministério, aí temos os profetas de Baal.
Esta negação do verdadeiro Cristo, e glorificação de si mesmo, tem sido hoje encontrada em muitas de nossas padronizadas práticas. Por que a Igreja Remanescente precisa de placas, troféus, certificados, e todas as outras armadilhas que o mundo usa e adora? Quando a verdadeira mensagem da justificação pela fé é entendida e crida, estes emblemas de grandeza desaparecem. A adoração a Baal é o fruto de uma espécie de ensinamentos corrompidos que incentivam uma profissão de fé em Cristo, enquanto o eu se recusa a ser crucificado com Ele.


Compilado por João Soares da Silveira,
de fontes como: o site http://gospel-herald.com, e
pastores de nossa igreja, que promovem a mensagem
de justificação pela fé da Igreja Adventista, como nos
foi outorgada em 1888 e anos que se seguiram.

Asteriscos (*) indicam acréscimos nossos.


Notas (de Ellen G. White):

1) "Não há uma negativa nesta lei, embora assim possa parecer" (Carta 89, 1898; Comentário Bíblico Adventista, Vol. 1, pág. 1105; O Cuidado de Deus, Meditação Matinal de 1995, pág. 205 )
2) "Os Dez Mandamentos ...são 10 promessas" (Ms. 41, 1896; Comentário Bíblico Adventista, Vol. 1, pág. 1105).
3) "O amante de si mesmo é transgressor da lei .... O jovem ... [manifestou] o egoísmo de seu coração .... Não possuía o verdadeiro amor a Deus e ao homem .... Em seu amor ao próprio eu ... estava em desarmonia com os princípios do Céu" (Parábolas de Jesus, pág. 392, grifamos).

_____________________________________