quarta-feira, 6 de março de 2013

Lição 10 – Mordomia Cristã e Meio Ambiente, por Arlene Hill

Para 2 a 9 de março de 2013

Considerando que os adventistas do sétimo dia creem que a Terra será feita completamente nova no final do milênio, por que devemos nos preocupar em "manter" este jardim flagelado pelo pecado? Esse foi o emprego dado a Adão, quando Deus criou a terra. O humanismo secular de hoje nos diz que se todos nós trabalharmos juntos, poderemos salvar todos os animais em risco de extinção, evitar o aquecimento global, e alcançar a paz mundial. "Basta dar uma chance à paz", eles cantam. Isso seria maravilhoso, mas apenas uma mudança individual de coração, por meio de uma apreciação do sacrifício de Cristo, possível somente pela ação do Espírito Santo, produzirá um mundo perfeito de paz. Enquanto as pessoas se recusam a isso, eles continuarão a agir em seus próprios interesses e irão ignorar os direitos dos outros.
"Atender às necessidades humanas" deve ser o princípio orientador da mordomia. Ser bons mordomos significa muito mais do que devolver dízimos e dar ofertas. Em primeiro lugar, e, principlamente, isso significa ceder ao Espírito Santo, que muda o seu coração para refletir o amor autruísta — Ágape. Sem isso, não podemos ter a empatia, guiada pelo Espírito, indispensável para discernir a verdadeira necessidade e gestão adequada dos recursos terrestres, a fim de atender às necessidades humanas.
Na criação, a Adão foi dado o domínio sobre todas as criaturas. O poder sempre vem com responsabilidade. Por um tempo Adão aceitou e cumpriu essa responsabilidade, mas quando ele colocou o seu amor por Eva acima do de Deus, ele renunciou a sua posição e perdeu o poder de executar plenamente a sua responsabilidade. Antes do pecado ele devia cultivar e manter o seu domínio, mas depois do pecado o solo foi amaldiçoado e muito maior esforço era necessário. Na verdade, eles tinham que trabalhar a maior parte do tempo, mas Deus preservou a bênção do descanso sabático no sétimo dia da semana. Eles estavam a apreciar os atributos de Deus, como revelados por Sua criação e receberam descanso dos seus labores nesse dia.
Em vez de entrar no descanso, os descendentes de Adão começaram a agir como se Deus não existisse, e não houvesse necessidade de se lembrar dEle como Criador. No momento em que Israel chegou ao Sinai, Deus teve de dizer-lhes, “lembra-te do dia do sábado”, que, aparentemente, havia sido esquecido. Deus queria que Israel demonstrasse ao mundo como Ele poderia salvar um grupo de pessoas, mas eles precisavam gastar um total de 24 horas por semana apreciando o poder criador de Deus, como revelado em Sua criação. Deus quer que Seus filhos se lembrem de que eles são dEle, não criação deles próprios. Só então poderemos descansar em Suas promessas de criar-nos de novo.
Mas Israel fez tudo exeto respousar em Suas promessas, e nós precisamos aprender com a experiência deles. “O descanso que foi oferecido aos filhos de Israel no deserto é exatamente o mesmo descanso que Cristo oferece a toda a humanidade, descanso em Deus, nos braços eternos — pois o Filho Unigênito ‘está no seio do Pai’ (João 1:18)  ... Mas Deus sempre esteve e está presente em toda parte; por que, então, nem todas as pessoas obtêm descanso? — Pela simples razão de que, como via de regra, os homens não reconhecem a Sua presença, nem mesmo a Sua existência. Ao invés de levar Deus em conta em todos os assuntos da vida, a maior parte das pessoas vive como se Ele não existisse... É como Criador que Deus Se revela, pois o fato de que Ele cria (*do nada, algo que não existia antes) O torna o Deus que tem existência própria e O distingue dos falsos deuses. ... E se o descanso é achado só na presença de Deus, e Sua presença é verdadeiramente conhecida e apreciada somente mediante Suas obras, é evidente que o prometido descanso deve estar mui intimamente ligado à criação” (E. J. Waggoner, O Concerto Eterno, págs. 283 e 284).1
O manso, gentil e humilde herdará a terra. Usando Israel como um tipo dos redimidos, Deus estava prestes a dar a terra de Canaã para Israel quando Moisés lhes disse: "porque até agora não entrastes no descanso e na herança que vos dá o Senhor vosso Deus” (Deut. 12:9).
 “O descanso e a herança são inseparáveis. Em Cristo, que é ‘Deus conosco’ (*Mat. 1:23), encontramos descanso, “no qual também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito dAquele que faz todas as coisas segundo o conselho da Sua vontade” (Efé. 1:11). ‘Tu, Senhor, és a porção da minha herança’ (*Salmo 16:5). Ele é tanto o nosso descanso quanto nossa herança; tendo a Ele, temos tudo” (idem, pág. 285). Os mansos humildemente aceitam que só em Cristo entrarão no descanso e na herança prometida.
Uma vez que eles entraram na terra e Deus lhes havia dado o descanso, que sempre foi insuficiente por causa da incredulidade, Moisés lembrou Israel da sua responsabilidade de mordomos para trazer ofertas e dízimos ao Senhor, Deut. 12:11. A terra era boa, e eles prosperaram com ela. Pode ter havido pessoas que não devolviam nada ao Senhor, mas Ele faz o Seu sol brilhar sobre todos. Só no julgamento as diferenças de coração serão conhecidas. Bons mordomos recebem as bênçãos de Deus nesta terra e na terra por vir. Mordomia, como entrar no descanso sabático, não é forçada por Deus — ela é voluntária.
Se apreciar as coisas que Deus criou O revela a nós, devemos utilizar as horas do sábado para adorá-Lo como Criador. Quanto mais poluimos e administramos mal a terra e os seus recursos, menos podemos desenvolver uma apreciação adequada de Deus como um Criador amoroso e generoso.
Há também uma mordomia espiritual responsavel dada àqueles que entendem o Evangelho. Se usarmos as horas especialmente abençoadas do sábado para apreciar a criação de Deus e o plano para resgatar tanto a humanidade quanto a Terra das maldições que o pecado trouxe, estamos entrando no descanso de obras orientadas pela religião e pelo medo egocêntrico constante de sermos inadequados e inseguros para nos salvarmos. Esta mensagem dada à nossa igreja em 1888 dá uma paz especial àqueles que a conhecem e a amam. Eles se tornarão conscientes da sua responsabilidade de ser bons mordomos dela  e irão juntar-se a Israel em sua responsabilidade de anunciá-la "até aos confins da terra" (*Atos 1:8). Que o desígnio de Deus para Israel era que proclamassem o Evangelho a todo o mundo, é visto no fato de que se permanecessem no Seu concerto, seriam um reino de sacerdotes. (ídem, pág.. 272).2
Mas a mensagem de 1888 também nos ensinou que uma maior motivação tornar-se-á realidade no tempo do fim do que tem prevalecido na igreja nas eras passadas — uma preocupação para que Cristo receba a Sua recompensa e encontre o Seu "descanso" na erradicação final do pecado. Toda motivação egocêntrica baseada meramente no medo do inferno ou esperança de recompensa é menos eficaz. A maior motivação é simbolizada no clímax da Escritura — a noiva de Cristo, fazendo-se "pronta".3


-Arlene Hill


Notas da autora:
 [1] Para ler o capítulo inteiro em O Concerto Eterno", (cap. 38), intitulado “As Promessas para Israel: o Prometido Descanso (Part 1)" , em Inglês por favor, vá ao site:
Em português o traduzimos e postamos todo o livro no nosso blog http://www.agape-edicoes.blogspot.com  no 3º trimestre de 2010, e este capítulo 38 na data de 22 de agosto de 2010.

2) Ídem, capítulo 37, intitulado “As Promessas para Israel: Israel, Um Povo Missionário,” foi postado na mesma data no blog http://www.agape-edicoes.blogspot.com

[3] Extraido do artigo “As Dez Grandes Verdades do Evangelho que Fazem a Mensagem 1888 Única,” por Roberto Wieland, págs. 27-29.


A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642.