domingo, 10 de março de 2013

O Evangelho na Criação, por E.J.Waggoner - Cap. 7. Repousando com o Senhor.

Para 9 a 16 de março de 2013

O Evangelho na Criação, por Ellet Joseph WAGGONER

CAPÍTULO 7 — Repousando com o Senhor
[A partir da pág. 43 da edição original, 2º parágrafo]

"Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados. E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a Sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a Sua obra que Deus criara e fizera" (Gênesis 2: 1-3).  
"Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas; porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou: portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou" (Êxodo 20: 8-11).
O primeiro texto acima é o grande sumário da Criação, e o segundo o relato da sua celebração. Os dias da Criação são suficientemente designados por serem numerados, mas o dia que celebra a criação completa é honrado por ter um nome. O nome do sétimo dia é “sábado. Assim há uma dupla razão. Ao dar nome ao sétimo dia ele é distinguido de todos os outros dias, e pela enumeração dos outros, sem receberem nome, o fato de que o sábado é definidamente um dia repetível, se torna proeminente. Um texto conta a história do sábado; e o outro é um dos mandamentos de Deus que "permanecem firmes para todo o sempre" (Salmo 111:8, p.p.). O que temos a fazer aqui é chamar a atenção às lições espirituais a serem aprendidas da dádiva do sábado ao homem.     
Cristo, como bem sabemos, é o grande Criador. Ele é a sabedoria de Deus, e o poder de Deus. "Porque nEle foram criadas todas as coisas que há nos céus e na Terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por Ele e para Ele. E Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele" (Col. 1:16 e 17). "Sem Ele nada do que foi feito se fez" (João 1:3, ú.p.). Quando o registro declara que Deus em seis dias criou os céus e a Terra, isso significa Deus em Cristo, pois Cristo é a única manifestação de Deus conhecida aos homens.
[Pág. 44]  Portanto, também sabemos que  foi Cristo que repousou no sétimo dia, após completar a obra da Criação, e que foi Cristo quem abençoou o sétimo dia, e o santifi­cou. Assim, o dia de sábado é, num sentido enfático, o "Dia do Senhor" (Apocalipse 1: 10).
Por que foi o sábado criado? "O sábado foi feito para o homem" (Marcos 2: 27). É para ele, no sentido que é não é contra ele. Não é uma coisa arbitrária imposta ao homemalgo apenas mantido porque Deus assim o disse, mas algo que foi feito para a sua ajuda. É uma bênção que Deus concedeu-lhe. Está entre todas "as coisas que pertencem à vida e santidade" (2ª Pedro 1:3), que o poder divino nos concedeu.
Por que foi o sábado dado? O Senhor, mediante o profeta, dá a resposta nestas palavras: "San­tificai os Meus sábados, e servirão de sinal entre Mim e vós, para que saibais que Eu sou o Senhor vosso Deus" (Ezequiel 20:20). Observe, é o sinal pelo qual o povo deve conhecer a Deus. Portanto, não há lugar para suposição de que o sábado foi simplesmente para o propósito de distinguir os judeus dos outros povos. Foi feito antes que os judeus tivessem existência. Foi para que eles conhecessem a Deus, e o que serviria para fazê-los conhecer a Deus serviria ao mesmo propósito para todas os demais povos. Foi dado a Adão no princípio para o mesmo propósito — a fim de que conhecesse e se lembrasse de Deus.
Mas como o sábado seria um sinal para que o homem pudesse conhecer a Deus? A resposta a esta indagação é achada na epístola aos romanos: "Porquanto o que de Deus se pode conhecer se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seu eterno poder, como a Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coi­sas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis" (Romanos  1:19 e 20). Temos que somente nos lembrar de algumas das coisas destacadas nas páginas precedentes para ver como Deus é conhecido por Suas obras.
Contudo, ainda surge a indagação: Como o sábado nos faz conhecer o verdadeiro Deus? Ora, já lemos que o eterno poder e Divindade do Criador são vistos nas coisas que Ele fez, e o sábado é o grande memorial da Criação. O Senhor descansou no sétimo dia, após os seis dias da Criação, e abençoou e santificou o dia porque nele descansou de todas as Suas obras. Assim, lemos: "Grandes são as obras do Senhor, procuradas por todos os que nelas tomam prazer. A Sua obra tem glória e majestade, e a Sua justiça permanece para sempre. Fez com que Suas maravilhas fossem lembradas; piedoso e misericordioso é o Senhor" (Salmo 111:2 a 4). Algumas versões seguem, no verso 4, o sentido mais literal: "Ele fez um memorial para as Suas maravilhosas obras".
O que é necessário para ser aprendido pelo homem nesta vida é Deus. O poeta nos diz que o estudo apropriado da humanidade é o homem; mas o Senhor nos diz que o apropriado estudo da humanidade é Deus. "Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força, não se glorie o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em Me entender e Me conhecer, que Eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas Me agrado, diz o Senhor" (Jeremias 9:23 e 24). Conhecendo-O temos tudo quanto vale a pena saber, pois Ele é a verdade, e toda a verdade. Jesus Cristo é a sabedoria de Deus, e nEle estão contidos "todos os tesouros da sabedoria e da ciência" (Colossenses 2: 3).
[Pág. 45]  O sábado foi estabelecido com o propósito de se ter em mente o poder criativo de Deus, que é Sua característica distinta. Mas o poder criador é o poder do evangelho, pois o que celebra a Criação também celebra a redenção. Cristo é o Redentor, porque nEle todas as coisas foram criadas. Ele concede a graça de Deus aos ho­mens por Seu poder criador. O poder que salva os homens é o poder que criou os céus e a terra. Assim, quando o salmista diz que o Senhor estabeleceu um memorial para as suas maravilhosas obras, ele adiciona, imediatamen­te: "Piedoso e benigno é o  Senhor" (Salmo 145:8). Em Cristo a graça do Pai é revelada. "E o verbo Se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a Sua glória, como a glória do unigênito do Pai cheio de graça e de verdade" (João 1: 14). Ele concede a Sua graça, que propicia ajuda em tempo de necessidade, pelo mesmo poder misterioso e gracioso pelo qual Ele criou a Terra; o mesmo poder mediante o qual os raios do sol transmitem vida às plantas da terra.
Notem quão inseparavelmente Cristo está ligado com o sábado. É por Ele que todas as coisas são criadas, e são todas sustidas. Mas as obras de Deus revelam o Seu eterno poder e Divindade; e Cristo é o poder de Deus, e “nEle habita corporalmente toda a plenitude da Divindade” (Col. 2:9). Portanto, as obras da criação mostram o poder e Divindade do Senhor Jesus Cristo. O sábado é o grande memorial das maravilhosas obras de Deus em Cristo, e assim é o grande sinal da Divindade de Cristo. Observar o sábado como Deus estabeleceu durante a Criação, é reconhecer a Divindade de Cristo. Na medida em que alguém falhe em observar o sábado do Senhor em Espírito e em verdade, deixa de reconhecer a Divindade de Cristo, e de receber os benefícios que derivam do fato de Sua Divindade.
Isso é indicado nas palavras de Cristo para os fariseus que, injustamente, O acusavam e a Seus discípulos de violarem o sábado, porque satisfizeram sua fome naquele dia, e porque Ele curou um homem no sábado. Dis­se Ele: "O Filho do homem até do sábado é Senhor" (Mateus 12:8). Não é algo sem significação que Ele seja o Senhor do sábado. Ser Senhor do sábado significa que Ele é o Criador dos céus e da Terra — que é Senhor de tudo.
Há uma bênção especial relativa ao sábado. É verdade que muitos que o professam observar não recebem essa bênção; mas isso é porque realmente não O conhecem. A declaração das Escrituras é de que Deus abençoou o sétimo dia e o santificou. Ele abençoou o dia. Não há dia da semana em que os homens não possam ser abençoados pelo Senhor. Na verdade, tanto os bons quanto os maus são igualmente objetos das bênçãos de Deus cada dia. Não somente isso, mas os que buscam ao Senhor podem encontrar bênçãos especiais a qualquer tempo. O Senhor está sempre perto, e sempre pronto a abençoar; mas há uma bênção que acompanha o dia de sábado, e que não pode ser encontrada em nenhuma outra parte: é a bênção do sábado. Deus colocou Sua bênção sobre o sába­do, e a bênção sabática acompanha somente o sábado. Ninguém pode encontrar algo onde tal não exista. A bênção sabática não foi colocada sobre nenhum dia, exceto o sétimo; portanto, não pode ser encontrada em nenhum outro lugar.
Para que é essa bênção? — É para o mesmo propósito por que todas as bênçãos de Deus são concedidas. "Ressuscitado Deus a Seu Filho Jesus, primeiro O enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, no apartar, a cada um de vós, das vossas maldades" (Atos 3:26). Deus abençoa os homens, não porque são bons, mas a fim de que possam tornar-se bons. Todas as Suas bênçãos têm o propósito de afastá-los do pecado e vol­verem-se a Ele. Se os homens conhecem o Senhor, então as bênçãos que Ele concede têm o propósito de atraí-los para mais próximo dEle ainda. Assim se dá com o sábado. É para volver os homens a Deus, lembrando-os de Sua bondade e gracioso poder. O poder da Criação é o poder de Cristo. Cristo é de Deus, "feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" (1ª Cor. 1:30). O poder pelo qual Ele nos dá essas coisas é o poder pelo qual criou os mundos. Portanto, encontramos um sentido mais profundo nas palavras do Senhor. "E também lhes dei os Meus sábados, para que servissem de sinal entre Mim e eles, para que soubessem que Eu sou o Senhor que os santifica" (Ezequiel 20:12). A bênção do sábado é a bênção da santificação. Como o sábado é o memorial da Cria­ção de Deus, assim deve fazer-nos conhecido o poder de Deus, para nos tornar criaturas inteiramente novas em Cristo.
[Pág. 46]  O REPOUSO SABÁTICO: A palavra "Sábado significa descanso. É a palavra hebraica, não traduzida, que significa descanso. Então, onde lemos: "O sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus", é o mesmo como se lessemos, "O sétimo dia é o descanso do Senhor teu Deus." Que isso é assim, será claro a qualquer um que lembra a afirmação de que no sétimo dia Deus descansou de todas as obras que Ele tinha feito.
Agora, deixe-me ressaltar que é o sábado do Senhor, que somos chamados a guardar. Nestes dias ouvimos termos como "O sábado judeu", "O sábado Continental", "O sábado puritano", "O sábado Americano", "O sábado cristão", etc., mas o único sábado de que a Bíblia fala é "O sábado do Senhor teu Deus" (Êxo. 20:10). "Certamente guardareis Meus sábados" (Êxodo 31:13). O Senhor fala do sábado como "Meu santo dia" (Isaías 58:13). Portanto, é o repouso do Senhor que devemos guardar. Não somente temos que nos abster de nosso próprio trabalho no dia em que o Senhor descansou, mas temos que guardar o Seu descanso. O que isso significa? Vamos ver.
O Salvador nos diz que "Deus é um Espírito" (João 4:24). Mais exata é a nota marginal da Versão Revisada: "Deus é Espírito". Ele não é apenas um de uma série de espíritos, mas Ele é Espírito. Ele é um ser espiritual, não físico. Isso quer dizer que Ele é apenas uma sombra? De modo algum. As únicas coisas duradouras são aquelas que são espirituais. Deus é substância, pois foi declarado que Cristo é "a expressa imagem da Sua substância" (Hebreus 1:3, RV). É uma idéia equivocada que estamos tão propensos a ter, de que as coisas espirituais são irreais. "Há corpo natural, há também corpo espiritual" (1ª Coríntios 15:44). O corpo de Cristo após a Sua ressurreição, o corpo com o qual ascendeu ao céu, foi certamente um corpo espiritual, no entanto, era muito real e tangível. Nós não podemos dizer que um corpo espiritual é, mas sabemos que é infinitamente mais elevado e perfeito do que os nossos corpos físicos. Não está sujeito às limitações naturais, que estão os corpos físicos.
Deus é Espírito, portanto o repouso que Ele tomou desfrutou após a criação foi repouso espiritual. Não houve cansaço físico incorrido na criação da Terra. "O eterno Deus, o Senhor, o Criador dos confins da terra, nem Se cansa, nem Se fadiga” (Isaías 40:28). A criação não foi um trabalho físico, era totalmente espiritual. Deus falou, e tudo ocorreu. E sua palavra é espírito. Portanto, guardar o sábado de Deus, ou o descanso, é aproveitar o descanso espiritual. O sábado não foi projetado para descanso físico, mas sim, para o espiritual. Ele tem um maior significado do que é o normalmente ligado a ele. É verdade, somos ordenados a não fazer o nosso próprio trabalho naquele dia, mas a cessação do trabalho físico no dia de sábado, é apenas um emblema do repouso espiritual que Deus dá àqueles que O aceitam como o Criador de todas as coisas. Sem descanso espiritual não há verdadeira guarda do sábado. O Senhor diz, se desviares o teu pé do sábado, e não fazeres a tua vontade, e seguir os seus próprios caminhos no Seu santo dia, mas chamares o sábado deleitoso, e o santo dia do Senhor, digno, então te deleitarás no Senhor, Isaías 58:13 e 14. Um homem pode se abster de trabalhar no sétimo dia por escrupulos, como sempre o mais rigoroso fariseu fez; entretanto, se ele não sabe e se deleita no Senhor Jesus Cristo, ele não está guardando o sábado do Senhor. O verdadeiro descanso sabático só pode ser encontrado em Cristo.
 [Pág. 47]  Não seja esquecido que o sábado foi dado ao homem no Éden, antes que o pecado entrasse no mundo. O trabalho foi dado a Adão, mas não era cansativo. O trabalho não faz parte da maldição, mas o cansaço do trabalho sim. Não foi senão após a queda que foi dito a Adão: "Maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também te produzirá, e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra, porque dela foste formado; porquanto és pó e em pó te tornarás" (Gênesis 3:17, ú. p., a 19). Tudo isso foi por causa de ter ele pecado. Se tivesse permanecido fiel a Deus, a terra teria produzido em abundancia somente o que fosse bom, e o trabalho teria sido um prazer. Contudo, o sábado teria sido observado, não como um descanso para o corpo, que jamais se tornaria cansado, mas como uma ocasião de comunhão deleitosa com Deus.
Uma lição prática pode ser aprendida neste ponto a respeito da legislação sabática. Se o sábado fosse meramente para o propósito de dar aos homens repouso físico, a fim de que pudessem ser capazes de começar o empenho por riqueza mais decididamente na semana seguinte, seria possível que o governo requeresse que todos os homens observassem o sábado. Mas sendo que o repouso do sábado é de caráter espiritual, patenteia-se a im­possibilidade de se obrigar quem quer que seja a observar o dia de repouso. As coisas espirituais pertencem ao Espírito de Deus. O repouso sabático, sendo espiritual, é o repouso que somente o Espírito de Deus pode conce­der, e o Espírito de Deus não está sujeito a atos de parlamento, ou decretos de tribunais. Embora o sétimo dia, o dia que o próprio Senhor abençoou e santificou, fosse o dia buscado para ser imposto, o resultado seria o mesmo. Deus não se vale de compulsão, e Ele não autorizou homem nenhum ou qualquer corpo de homens a empregá-lo em Seu lugar. O sábado é para o homem; é a maior bênção que Deus tem para o homem. É o que lhe mostra o poder pelo qual pode ser salvo. Obrigar os homens, portanto, a observar o sábado seria o mesmo que obrigá-los a serem salvos. Cristo declara que Ele atrairia a Si todos os homens, mas não os obriga a vir. Ele é o Bom Pastor; como tal vai à frente das ovelhas, e as conduz com Sua voz, mas não as força com uma vara.
Está claro que a mera restauração corporal não é o objetivo do dia de sábado, e que apenas abster-se de tarefas físicas não constitui absolutamente a essência da observância sabática. Contudo, a cessação integral de to­das as nossas obras, seja da espécie que for, está implícita no sétimo dia. Isso não só com o fito de nos conceder tempo para contemplar as obras de Deus sem interrupção, mas para causar uma lição muito necessária de confian­ça em Deus. Ao cessarmos todos os nossos labores pelos quais conseguimos os meios para viver, é-nos lembrado o fato de que Deus nos supre não somente bênçãos espirituais, mas também as necessidades temporais. Portanto, reconhecemos que, ainda que em obediência ao Seu mandamento trabalhemos pelo nosso pão diário, dependemos tanto dEle quanto se nada fizéssemos.
Um entendimento apropriado do sábado e de seu objetivo, portanto, para sempre descartaria a indagação que frequentemente surge nas mentes das pessoas convencidas de que devem obedecer a Deus na questão da ob­servância sabática. A questão é — "Se tenho que observar o sétimo dia, como obterei o meu sustento? Certamente perderei o meu emprego, e sendo que comparativamente poucas pessoas observam esse dia, e é o principal dia de negócios da semana, não terei condições de encontrar emprego. O que posso fazer?" Digo que uma pergunta des­sas jamais será formulada por alguém que conhece a natureza e objetivo do sábado. Ele saberá que o próprio sá­bado oferece a resposta. A própria idéia da observância do sábado é de perfeita confiança em Deus, cujo poder trouxe o universo desde o nada, e o sustém, e cujo amor por Suas criaturas é igual a Seu poder de lhes fazer bem.
 [Pág. 48]  Responderá também à indagação, ou melhor, impedirá que seja suscitada, sobre se um homem deve, num caso extremo, trabalhar no sábado na lavoura, quando esta parece ser a única esperança de garantir a safra. Ele saberá que o Deus que pode fazer o milho crescer, é plenamente capaz de protegê-la, ou fazer ampla provisão para ele de outro modo se a colheita tiver que ser destruída. Mas todos entenderão que a perfeita observância do sábado é coerente com a concessão de todo cuidado necessário aos afligidos; pois o próprio sábado nos faz lem­brar que Deus é "misericordioso e compassivo".
O REPOUSO QUE PERMANECE: “Temamos, pois, que, porventura, deixada a promessa de entrar no Seu repouso, pareça que algum de vós fica para trás. Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram. Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como disse: Assim jurei na Minha ira, que não entrarão no Meu repouso; embora a suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo. Porque em certo lugar disse assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as Suas obras no sétimo dia. E outra vez neste lugar: Não entrarão no Meu repouso. Visto, pois, que resta que alguns entrem nele, e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas novas não entraram por causa da desobediência, determina outra vez um certo dia, Hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois, como está dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações. Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria depois disso de outro dia. Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no Seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das Suas” (Hebreus 4:1-10).
O repouso que é aqui referido, evidentemente se trata do repouso que resta ao povo de Deus no reino e­terno de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. É o repouso na terra feita nova, que os antigos judeus não obtive­ram devido à descrença. O que eles receberam na terra de Canaã constituía somente uma sombra do descanso real que Deus lhes prometeu. O mesmo evangelho do Reino que nos é pregado, foi primeiro pregado a eles. Mas o que tem o sétimo dia a ver com esse repouso eterno no reino de Deus? Veremos.
O sábado é o memorial da Criação, como vimos. Mas não vamos nos esquecer que o sábado foi dado quando "Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom". Assim, o sábado celebra uma Criação perfeita. Ele nos trás à memória que a Terra não esteve sempre sob as condição em que a vemos. Portanto, sendo que nenhuma palavra de Deus pode falhar, e todo propósito será levado adiante, exatamente como o sábado nos lembra uma Criação perfeita, completada como a habitação do homem, ele nos assegura que a Terra será renovada e tornada adequada para a habitação daqueles que receberão a herança dos santos na luz.
"Envergonhar-se-ão, e também se confundirão todos; cairão juntamente na  afronta os que fabricam imagens. Porém Israel é salvo pelo Senhor, com uma eterna salvação; por isso não sereis envergonhados nem confundi­dos em toda a eternidade. Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; Ele a confirmou, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor e não há outro" (Isaías 45:16-18).
Deus fez a Terra, e colocou o homem sobre ela. Quando o homem foi criado, ele era correto; portanto Deus tencionava que a Terra fosse habitada por uma raça de seres perfeitos. A esses Ele concedeu o sábado para que tivessem em mente o seu Criador, e assim retivessem sua perfeição. Mas essa perfeição não era meramente uma perfeição física, mas também espiritual. O homem, em perfeição de caráter, foi criado à imagem de Deus. Assim, ele deveria observar o sábado, como um lembrete da perfeição espiritual que havia recebido de Deus, e que somente poderia ser preservada por Ele. É a essa condição perfeita que o Senhor restaurará a Terra, e medi­ante o evangelho Ele está preparando um povo perfeito para habitar na Terra restaurada1. Conquanto o homem haja caído, e a Terra sido contaminada, o sábado ainda permanece um fragmento do Éden, sendo tanto um lembrete ao homem do que Deus preparou no princípio, como também um meio de fazê-lo alcançar aquela elevada posi­ção, de modo que o possa desfrutar quando for restaurado.
 [Pág. 49] O descanso que resta, portanto, é a Terra renovada e o Éden restaurado. As obras foram termina­das na fundação do mundo, ou seja, tão logo a Terra fora criada, era o descanso do homem. A homem recebeu trabalho para cumprir, mas não um trabalho exaustivo. Uma tradução estritamente literal de Gênesis 2:14 seria: “Deus causou o homem a descansar no jardim que havia plantado. Ele deu ao homem descanso na Terra que estava pronta para o seu deleite. A prova disso é encontrada nas palavras "E Deus des­cansou no sétimo dia de todas as Suas obras".     
Então, o sábado foi dado ao homem como um sinal de que ele deveria descansar por toda a eternidade com o Senhor. Isto é, ele devia desfrutar descanso espiritual — perfeita liberdade de todo pecado.
Durante os seis dias Deus havia pronunciando palavras que trouxeram a Terra a sua perfeita condição. Então, descansou. Ele deixou de falar, e Suas palavras, que vivem para sempre, continuaram a suster o que fora criado. Assim, Deus descansou de Sua palavra. Ele poderia descansar da obra da Criação em perfeita confiança de que tal palavra susteria o universo. Assim, quando observamos o sábado do Senhor, simples­mente tiramos o descanso que deriva de calma e irrestrita confiança nas promessas de Deus.
Assim se dá que "nós que cremos, entramos no descanso" (Heb. 4:3). E aquele que entrou no descanso, também cessou de suas próprias obras, tal como Deus fez com as Suas. Antes que os homens aceitem ple­namente a simples palavra do Senhor, tudo procede do eu. As obras da carne são unicamente pecado; e conquanto os homens professem servir a Deus, e tenham ansioso desejo de fazer o que é certo, suas próprias obras para tal fim são fracassos. "Todas as nossas justiças’ [são] ‘como trapo de imundície" (Isaías 64:6). Mas quando percebe­mos o poder da palavra de Deus, e sabemos que ela é capaz de edificar os que nela confiam, então cessamos de nossas próprias obras, e permitimos que Deus atue em nós, tanto o querer quanto o realizar, segundo a Sua boa vontade, Fil. 2:13. Então, todas as nossas obras são operadas nEle, e elas são justas. Isso realmente é descanso. O descanso que procede quando percebemos que a salvação não vem de nós mesmos, mas da palavra que fez os céus e a Terra, e que os sustém, este é o descanso que o sábado nos traz quando observado tal como Deus determinou.
Note que devemos nos lembrar do dia de sábado para mantê-lo santo. É santo, e assim devemos ob­servá-lo. Não devemos torná-lo santo, pois isso seria impossível. Somente Deus pode fazê-lo. Nenhum ato nos­so pode acrescentar ou diminuir sua santidade. Nem devemos tornar-nos santos a fim de que possamos observá-lo apropria­damente. Isso não podemos fazer. Mas o mesmo poder que santifica o dia de sábado nos santificará. Esse poder é o poder que criou o universo. É o poder criativo pelo qual devemos ser santificados, porque Cristo é o Cria­dor, “o qual para nós foi feito sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (1ª Cor. 1:30). Deus nos concedeu o sábado — o memori­al de Seu poder criativo — para que possamos saber que Ele é o Deus que nos santifica.2
Este é o descanso que Cristo concede a todos quantos vão a Ele. Diz Ele: "Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas" (Mateus 11:28 e 29). Devemos ir a Ele e descansar sobre a Palavra que sustém o universo. É isso que significa o sábado. Ele celebra a Criação, mas re­denção é simplesmente o poder que cria todas as coisas, operando para restaurá-las. Assim, o sábado assinala a mais elevada conquista do evangelho.
[Pág. 50]  Vimos que o sábado foi dado no Éden, e que é parte daquele descanso no qual Deus entrou. Quan­do observado em espírito e verdade, é um pedaço do Éden preservado para nós, em meio a todas as mudanças operadas pela maldição. E sendo que Deus não criou a Terra em vão, mas formou-a para ser habitada pela mesma classe de pessoas que Ele primeiramente sobre ela colocou, assim ainda será. Portanto, o sábado não é somente uma porção do Éden original preservado para nós, mas também idêntico àquele descanso que será desfrutado pelos santos de Deus por toda a eternidade. O céu na verdade começa sobre a Terra para aqueles que ple­namente aceitam o Salvador, e que se entregam a Ele sem reservas. O sábado — um fragmento do paraíso — supera o abismo entre o Éden perdido e o Éden restaurado, e como memorial do primeiro, é a garantia do segundo.
Não é o sábado, pois, um real deleite? Pode alguém que entenda o que ele significa conside­rá-lo sob qualquer outra luz senão uma bênção? O homem de Deus nos ofereceu um salmo que mostra como deve ser considerado o sábado e o que ele fará por nós. "Bom é louvar ao Senhor, e cantar louvores ao Teu nome, ó Altíssimo; para de manhã anunciar a Tua benignidade, e todas as noites, a Tua fidelidade; sobre um instrumentos de dez cordas, e sobre o saltério; sobre a harpa com som solene. Pois Tu, Senhor, me alegraste pelos Teus feitos; exultarei nas obras das Tuas mãos" (Salmo 92:1 a 4). Devemos ser fortes no Senhor, e no poder de Sua força. Devemos ser “mais do que vencedores por Aquele que nos amou" (Rom. 8:37). Assim, quando estivermos sendo cercados pela tentação, apenas pensemos no poder de Deus — o poder que criou os mun­dos a partir do nada — e saibamos que Ele providenciará a nossa libertação, se a ela não nos opusermos. Nada é por demasiado di­fícil para o Senhor, e nada é capaz de detê-Lo. Todas as hostes de Satanás não têm poder algum quando empenhadas numa disputa com o Senhor. Cristo despojou "os principados e potestades" (Col. 2:15). Assim, quando descansamos nesse poder, a vitória já foi conquistada. As coisas que Deus tem feito nos recordam de Seu poder, e assim triunfamos nas obras de Suas mãos. Essas gloriosas vitórias é o que o sábado tencionava nos trazer.
Assim como o sábado é o sinal de uma perfeita Criação, é o selo da nova criatura em Cristo. É, portanto, o selo de Deus, ministrado pelo Espírito de Deus. Como veio do Paraíso, e como parte do des­canso do Paraíso, assim mostra que aqueles que o observam em Espírito (não meramente em forma) são, pelo grandioso poder de Deus, destinados a um lugar no Paraíso. E assim se dará que nas eras vindouras, quando o Éden for restaurado, toda carne virá, juntamente, de sábado a sábado, para adorar a Deus, cujo poder e amor e bondade em Cristo, os trouxe a compartilhar das glórias de Sua presença. E ao se reunirem naqueles benditos dias de sábado, cantarão: "Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graça." Mas a hoste dos redimidos não estará só em seus louvores. Todas as obras de Deus O louvam até agora, enquanto gemendo e aguardando a redenção; mas então, quando todo traço da maldição for removido e o evangelho trouxer de volta a Criação original, "toda a criatura que está no céu, e na Terra, e que estão no mar, e todas as coisas que neles há," em perfeição se união numa só voz, e dirão: "Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graça, e honra, e glória, e poder para todo o sempre" (Apoca­lipse 5: 12, 13).

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Notas do tradutor (para dois parágrafos no do final do cap. 7):

1)        Vamos repetir aqui a frase acima, que consta da pág. 48, parágrafo 6 da publicação original deste livro: “É a essa condição perfeita que o Senhor restaurará a Terra, e medi­ante o evangelho Ele está preparando um povo perfeito para habitar na Terra restaurada.”
    O que isso significa? Que é melhor nos condicionarmos fisicamente, ou algo assim? Não, de modo algum. Observe — Nessa mesma sentença Waggoner diz, “medi­ante o evangelho Ele está preparando um povo perfeito para habitar na Terra restaurada.”
Noutro livro deste mesmo autor, The Glad Tidings [As Boas Novas], que é um comentário ao livro de Gálatas, à pág. 72, ele declara: “Não se esqueçam que o concerto e a promessa são a mesma coisa’ [e aqui ele está falando do Concerto Eterno) e transmite terra, a terra tornada nova, para Abraão e seus filhos. E lembre-se também que, considerando que apenas a justiça habitará o novo céu e a nova terra, a promessa inclui tornar justos a todos quantos creem. Isso é realizado em Cristo, em Quem a promessa é confirmada.”
    Que maravilhosas boas novas temos aqui: MEDIANTE O EVANGELHO Cristo está preparando um povo perfeito para habitar a Terra restaurada.’

2)  Perdoe-me a repetição, mas é importante ressaltar  e enfatizar este aspecto vital. Espero que em tudo isso possamos captar a essência vital da mensagem da justiça de Cristo. Note: O mesmo poder que santifica o dia de sábado nos santificará. Esse poder é o poder que criou o universo. É o poder criativo pelo qual devemos ser santificados, porque Cristo é o Criador, e Ele para nós foi feito sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção(1ª Cor. 1:30). Deus nos concedeu o sábado o memori­al de Seu poder criativo para que possamos saber que Ele é o Deus que nos santifica. (Pág. 49, parágrafo 5)
“Este é o repouso que Cristo concede a todos que vão a Ele.’ ELE AQUI ESTÁ PASSANDO ALGUM TEMPO ELABORANDO SOBRE O CAPÍTULO QUATRO DE HEBREUS. Ele Diz: "Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas" (Mateus 11:28 e 29).
“Devemos ir a Ele e descansar sobre a Palavra que sustem o universo. É isso que significa o sábado; ele celebra a Criação, mas redenção é simplesmente o poder que cria todas as coisas, operando para restaurá-las. Assim, o sábado assinala a mais elevada conquista do evangelho.” (Pág. 49, parágrafo 6)
*É importante esvaziar-nos do eu.
“Os que desconfiam do eu, que se humilham diante de Deus, e purificam a alma pela obediência à verdade, estão recebendo o molde divino, e preparando-se para receber na fronte o selo de Deus. Quando sair o decreto, e o selo for aplicado, seu caráter permanecerá puro e sem mácula para toda a eternidade. ... O selo de Deus jamais será colocado à testa de um homem ou mulher impuros” (Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pág. 216.
“Os fariseus orgulhavam-se de sua santidade; porém, quando provados, foram achados em falta. ... Não possuíam verdadeiro amor a Deus e aos homens. ... Confiavam em si mesmos e orgulhavam-se de sua bondade; mas desprezavam os mandamentos de Deus” (Parábolas de Jesus, págs. 278 e 279).
 “Não permitamos que Deus seja desonrado pela declaração ... “—Eu estou sem pecado; sou santo.’ A afirmação do Apostolo Paulo foi ‘Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo’ (Fil. 3:12). ... A atitude de Paulo é a atitude que cada seguidor de Cristo deveria tomar ao prosseguir na luta pela coroa imortal” (Atos dos Apóstolos, pág. 562).
“Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (1ª João 1: 8 e 9).
 “Note-se que o homem é declarado não ter justiça: "Não há quem faça o bem, não há nem um só" (Rom. 3:12). Nenhuma pessoa tem nada nela da qual a justiça possa ser feita. Então, a justiça de Deus é colocada, literalmente, em e sobre todos os que creem. Então ambos estão vestidos com a justiça, e cheios dela, de acordo com a Escritura. Na verdade, eles tornam-se então "a justiça de Deus" em Cristo. E como isso é feito? Deus declara Sua justiça sobre aquele que crê. Declarar é falar. Então, Deus fala ao pecador, que não é nada, e que não tem nada, e diz: "Você é justo", e, imediatamente aquele crente pecador deixa de ser um pecador, e é a justiça de Deus. A palavra de Deus que fala justiça tem a justiça em si mesma, e assim que o pecador crê, e recebe a palavra em seu coração pela fé, nesse momento ele tem a justiça de Deus em seu coração, e desde que do coração procedem as fontes da vida, Prov. 4:23, segue-se que uma nova vida, deste modo, começou nele, e esta vida é uma vida de obediência aos mandamentos de Deus. Assim, a fé é realmente o fundamento das coisas que se esperam, Heb. 11:1; porque a fé se apropria da palavra de Deus, e a palavra de Deus é a substância” (Pág. 7, parágrafo 2).
 “Observem o fato de que quando Abraão creu no Senhor, isto lhe foi imputado por justiça, Gên. 15:6. O Senhor nunca comete qualquer erro em Sua avaliação. Quando a fé de Abraão foi-lhe imputada por justiça, deveu-se a que era realmente justiça. Como assim? Ora, Abraão edificou sobre Deus, edificou sobre a justiça eterna. "Ele é minha Rocha e nEle não há injustiça" (Salmo 92:15). Ele se tornou um com o Senhor, e assim a justiça de Deus era sua própria” (Pág. 10, parágrafo 1º).
"Assim que já não sois estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus: edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito" (Efésios 2:19-22). (Pág. 11, parágrafo 3).
 “O evangelho, portanto, é simplesmente o poder criador de Deus aplicado aos homens. Qualquer evange­lho que deixa fora a criação, ou que não prega o poder criativo de Deus, como visto nas coisas que Ele fez, e que não consola os homens por esse poder, sempre lhes apelando para o manterem em mente, como sua única fonte de força, é "outro evangelho", que, simplesmente, não é evangelho algum, uma vez que não pode haver ne­nhum outro” (Pág. 13, parágrafo 2)
Esta, então, é a lição a ser aprendida "no princípio". Aquele que a aprendeu é uma nova criatura em Cristo, e está pronto para aprender o que se segue; a saber, a lição de crescimento. Com esses maravilho­sos fatos em mente, quão pior do que inúteis parecem ser os temores que alguns expressam: ‘—Temo que se eu me iniciar na vida cristã, não serei capaz de manter-me firme’. Logicamente, você não seria capaz de manter-se. Você não tem força; mas auxílio tem sido posto à disposição por Aquele que é poderoso. Ele é capaz de fazer com que você se sustenha, e o guardará até o fim. "Que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação,  já prestes para se revelar no último tempo" (1ª Pedro 1:5). Portanto:” (Pág. 13, parágrafo 3)
"Ora, Àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a Sua glória, ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo os sempre. Amém" (Judas 24, 25).” (Pág. 13, parágrafo 4)
 A justiça de Deus é uma coisa que o homem pode ter. O Salvador disse a seus discípulos: "Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça" (Mateus 6:33). Mas onde é que vamos buscar isso? Em Cristo, porque Deus O fez para nós "sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" (1ª Coríntios 1:30). É nEle que podemos ser feitos a justiça de Deus. Mas desde que a justiça de Deus é a Sua vida, é impossível para nós termos a Sua justiça, sem ter a Sua vida. Esta vida está em Cristo, pois Cristo é Deus, e “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2ª Cor. 5:19). A única vida que já viveu na terra que foi perfeitamente justa foi a vida de Cristo. Somente Sua vida poderia resistir ao pecado. "E bem sabeis que Ele Se manifestou para tirar os nossos pecados; e nEle não há pecado" (1ª João 3:5). A vida de Cristo é a justiça de Deus. É isso que devemos a procurar.” (Pág. 17, parágrafo 1º)
Mas o homem não pode viver a vida de Deus. Só Deus pode viver Sua própria vida. Seria o cúmulo da presunção alguém pensar que ele pode viver a vida de Deus. A vida de Deus deve ser manifestada no homem, se ele tem alguma justiça, mas o próprio Deus deve viver a vida. O apóstolo Paulo expressa isto assim: "Estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim" (Gálatas 2:20). (Pág. 17, parágrafo 2).

E, AGORA, UM POUCO MAIS DO ESPÍRITO DE PROFECIA:
 “O sábado é um sinal do poder criador e redentor; ele indica a Deus como a fonte da vida e do saber; lembra a primitiva glória do homem, e, assim, testifica do propósito de Deus de criar-nos de novo à Sua própria imagem” (EGW, em Educação, pág. 250).
Um devido temor de Deus, crendo em Suas advertências, obra os frutos pacíficos de justiça, fazendo com que o crente sincero fuja para Jesus” (comentário de EGW sobre 2ª Cor. 5:11, em Comentário Bíblico Adventista, vol. 6, pág. 1100.
Falando das lamentações do povo de Israel no deserto Ellen White explica que hoje, igualmente, quando a fé e o amor a Deus de alguns cristãos “são testados eles se esquivam das provações, e murmuram contra o processo pelo qual Deus escolheu purificá-los” (EGW, em Spiritual Gifts, vol. 3, pág. 251).
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