domingo, 24 de março de 2013

Lição 13 – Recriação, por João Soares da Silveira

Para 23 a 30 de março de 20131

Aqui estamos tratando com o paraíso reconquistado, ou, se preferir, O Éden restaurado.
“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Apocalipse 21:1-2).
“Deus pretende restaurar tanto a raça humana quanto a terra em sua glória anterior. Conquanto a natureza dessa existência esteja além de nossa compreensão agora, entretanto é real e Deus deseja que antecipemos as suas gloriosas recompensas para nós.”
O evangelho não seria completo sem a restauração de Deus da ordem original e perfeita paz, beleza e felicidade que Ele estabeleceu na Criação. Sua promessa de alegria futura consuma o plano da redenção. Enquanto as Escrituras nos dão muitos lampejos preciosos quanto às maravilhas do Reino vindouro, nossas mentes não podem atualmente acompanhar o muito mais excelente peso da glória que Deus preparou para os que O amam.
“A realidade dos novos céus e nova Terra, é-nos dito que passamos a maior parte deste trimestre estudando a respeito da criação original desta Terra. Embora vejamos a importância de reconhecer a Deus nosso Criador, e também importante que fiquemos na expectativa de uma nova criação restaurada.”
Há aqueles que não gostam de falar sobre o céu e a nova terra. Influenciados pela Era científica, alguns podem abrigar dúvidas secretas a respeito da realidade da vida futura como apresentada na Bíblia. Outros podem julgar que falar sobre tais coisas é revelar um motivo egoísta em desejar ir para o céu. Mas o que nos deve motivar é o amor a Deus e desejo de estar com Ele em meio a Sua criação perfeita.
“Um desejo de fazer com que a herança futura pareça demasiado material, tem levado muitos a espiritualizar as mesmas verdades que nos levam a considerá-la nosso lar” (O Conflito dos Séculos, págs. 674 e 675).
Esse tópico certamente era muito importante para Jesus e para os autores do Novo Testamento. Eles certamente esperavam que sua ênfase nos encorajasse a sofrermos nesta vida.
Neste estudo contemplamos tal realidade gloriosa futura.
Precisamos nos lembrar ser verdade que fazemos as coisas não porque esperamos recompensa, ou por temermos punição, mas fazemos coisas que são boas porque são boas e corretas.
Não temos que ser motivados por preocupações egoístas.
Como nos é dito em “O Desejado de Todas as Nações,” no capítulo 52, “O Divino Pastor”, pág. 480, “Não é o temor do castigo, ou a esperança da recompensa eterna, que leva os discípulos de Cristo a segui-Lo. Contemplam o incomparável amor do Salvador revelado em Sua peregrinação na Terra, da manjedoura de Belém à cruz do Calvário, e essa visão dEle atrai, abranda e subjuga o coração. O amor desperta na alma dos que O contemplam. Ouvem-Lhe a voz e seguem-nO.”
Quão verdadeiro! Nossas motivações dever ser do mais elevado tipo. Foi Alonzo T. Jones quem descreveu a experiência de alguns que diziam: “Oh, quanto devo trabalhar para fazer o que o Senhor deseja que eu faça. Realizar o preparo adequado para o céu, porque, doutro modo, como poderei ter as jóias na coroa que desejo obter um dia? E o irmão fulano, ou a irmã fulana realizam maiores obras do que eu e terão mais jóias em suas coroas do que eu. Alonzo T. Jones diz: essa é uma boa motivação, não? Ele disse que qualquer um que for motivado por preocupações com as jóias em sua coroa pode terminar não tendo jóia alguma! De fato, nem mesmo uma coroa. Devemos fazer algo porque é certo, não porque vamos obter algum tipo de recompensa por isso. O Senhor vai cuidar das recompensas. Eu dou destaque a isso porque não desejo que nosso estudo nesta tão bela lição de encerramento de nossa série dê ênfase a motivações egoístas. Estamos distantes disso.
Mas, Jones continua: Sim, é verdade, somos motivados por preocupação com a honra e glória do nome de Cristo, a vindicação de Deus em Seu julgamento perante o universo. Mas o Senhor tem achado adequado nos dizer a respeito da realidade da nova terra. Ele julgou adequado descrever-nos em detalhes gloriosos e belos todas as coisas maravilhosas que nos tem preparado. E são-nos dadas na Palavra de Deus por uma razão. Não as ignoramos e podemos ser confortados com o conhecimento do fato de que o paraíso será reconquistado, o Éden será restaurado.
É como um tipo de bolo com sorvete, uma sobremesa deliciosa, que o Senhor acrescentou em Sua Palavra, dizendo-nos que Crer no poder do evangelho e na glória de Sua Salvação não significa que vamos passar por alto as maravilhas das belezas da nova terra que Ele preparará para nós.
Precisamos examinar vários textos: Começamos com Isaias 65: 17 a 25:
“Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que Eu crio; porque eis que crio para Jerusalém uma alegria, e para o seu povo gozo. E exultarei em Jerusalém, e Me alegrarei no Meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor. Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos; porém o pecador de cem anos será amaldiçoado” (Vs. 17 a 20).
Quero dizer, de passagem, que este verso 20 é de difícil compreensão, e eu instaria a que não se gaste muito tempo ponderando a respeito dele. Pode muito bem dar-se que não temos um original apropriado do qual traduzir isto. Pode ser que houve uma perda das palavras  do original, e fazemos o melhor que podemos segundo os copiostas nos deixaram, prosseguindo com as coisas que estão claras e que podemos entender.
Não nos esqueçamos do que Mark Twain disse uma vez, quando lhe indagaram se não se perturbava com as coisas na Bíblia que são difíceis de entender. Sua resposta foi apropriada: “—Essas coisas de modo algum me pertubam. O que me perturba na Bíblia são as coisas que eu entendo.”  Eu diria que esse é o Mark Twain típico. Oh!, como Ele acertou bem no alvo.
“E edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque os dias do Meu povo serão como os dias da árvore, e os Meus eleitos gozarão das obras das suas mãos” (vs. 21 e 22).
Eu gostaria de comentar sobre esses dois versos por um momento. O Senhor declara que edificarão casas e nelas habitarão. Plantarão vinhas e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros morem, nem plantarão para que outros comam. Quando penso nisso não posso deixar de ver as muitas ocasiões neste mundo quando aqueles que constroem nunca moram nas casas que levantam. Eles o fazem para outros. Às vezes eles próprios jamais poderão desfrutar do resultado da habilidade que desenvolveram na edificação de uma casa.
Aqui é dito que plantarão vinhas e comerão do seu fruto. Com muita frequência hoje vemos os que semeiam mas não consomem do fruto do que cultivam. Realizaram o trabalho mas não desfrutam do resultado de seus labores.
Essa é a sorte dos que vivem neste mundo. De um modo ou doutro plantar e deixar outros comerem, edificar e ter outro habitando, parece ser a ordem do dia, mas nos é dito que não deveremos construir para que outros habitem, e plantar para que outros comam.
Agora note isto: “porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos” (v. 22, ú.p.). Oh, como pensei nisso muitas vezes! Não sei se vocês tiveram oportunidade de visitar uma floresta com árvores altíssimas. Eu vi as secóias gigantes das terras altas da Califórnia. Aquelas árvores são simplesmente incríveis. De fato, quando se está entre elas quase se perde de vista o sentido de proporção, pois todas elas são grandes! Essas secóias têm, muitas delas, mais de 10 metros de diâmetro. Sua casca tem mais do 30 centimetros de espessura. Ali têm estado por anos e anos, séculos de fato.
Na ocasião em que uma desses árvores foi arrancada pela ação das intempéries, como o vento, os madereiros cortaram uma seção desse tronco. Pôde-se então contar os aneis que falam da idade da árvore. Determinam que algumas delas chegam a mais de 3.500 anos de idade. Noutras palávras, essas árvores podem remontar ao tempo do dilúvio. Começaram a crescer logo após e têm estado crescendo desde então. Não pude deixar de maravilhar-me diante dessas gigantescas árvores. São lindas de serem vistas. Seria um dos piores crimes cortá-las.
Ao estar alí entre aquelas árvores, caminhando e observando sua beleza e tamanho, não pude deixar de maravilar-me. Lembro-me das palavras de um cântico bem conhecido nos EUA: “somente Deus pode fazer uma árvore”.
“Porque os dias do Meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mão até à velhice.” “Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a perturbação; porque são a posteridade bendita do SENHOR, e os seus descendentes estarão com eles. E será que antes que clamem Eu responderei; estando eles ainda falando, Eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; e pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor” (vs. 23 a 25).
Jesus disse em Mat. 5:12: “Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus.”
É impossível em nossas mentes finitas compreender o que nosso infinito Deus está preparando para nós. Como pode a perfeição do novo céu e nova terra ser adequadamente descrita?.
De Primeiros Escritos, pág. 289, ouvimos:
A linguagem é demasiadamente fraca para tentar uma descrição do Céu. Apresentando-se diante de mim aquela cena, fico inteiramente absorta. Enlevada pelo insuperável esplendor e excelente glória, deponho a pena e exclamo: ‘Oh, que amor! que amor maravilhoso!’ A linguagem mais exaltada não consegue descrever a glória do Céu, ou as profundidades incomparáveis do amor de um Salvador.” 
Agora note estas palavras de 2ª Cor. 4:17 e 18: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”.
De fato, toda evidência da Bíblia parece indicar que Deus está ansioso por compartilhar o gozo da vida futura com Ele. Ele nos oferece pistas atraentes para que possamos compreender e nos ajudar a esperar por isso. Jesus apresenta as vantagens e belas imagens dos céus, para que as atrações deles se tornem familiares aos pensamentos e galeria de lembranças de bondade eterna e amorável.
Do livro “Our High Calling” (Nossa Alta Vocação), pág. 256, ouvimos.
“O grande Mestre dá aos homens uma visão da vida futura. Ele a traz com essas atraentes possessões no limite de sua visão. Se puder prender-nos a mente sobre a vida futura e sua bendita condição em comparação com as preocupações temporais deste mundo, o enorme contraste é profundamente impressionado sobre a mente, absorvendo o coração e a mente do ser todo.”
Agora nos volvemos a Apoc. 21, começando com o primeiro verso,
“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o Seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. E disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Omega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. Quem vencer, herdará todas as coisas; e Eu serei seu Deus, e ele será Meu filho. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte. E veio a mim um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro. E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente. E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel. Do lado do levante tinha três portas, do lado do norte, três portas, do lado do sul, três portas, do lado do poente, três portas. E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro. E aquele que falava comigo tinha uma cana de ouro, para medir a cidade, e as suas portas, e o seu muro. E a cidade estava situada em quadrado; e o seu comprimento era tanto como a sua largura. E mediu a cidade com a cana até doze mil estádios; e o seu comprimento, largura e altura eram iguais. E mediu o seu muro, de cento e quarenta e quatro côvados, conforme a medida de homem, que é a de um anjo.”
Na ú.p. do vs. 17 a cana que o anjo estava usando é dito na Almeida ser medida de homem, que o anjo estava usando. Na KJV lemos “quer dizer, medida do anjo.”
“E a construção do seu muro era de jaspe, e a cidade de ouro puro, semelhante a vidro puro. E os fundamentos do muro da cidade estavam adornados de toda a pedra preciosa. O primeiro fundamento era jaspe; o segundo, safira; o terceiro, calcedônia; o quarto, esmeralda; o quinto, sardônica; o sexto, sárdio; o sétimo, crisólito; o oitavo, berilo; o nono, topázio; o décimo, crisópraso; o undécimo, jacinto; o duodécimo, ametista. E as doze portas eram doze pérolas; cada uma das portas era uma pérola; e a praça da cidade de ouro puro, como vidro transparente. E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro. E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada. E as nações dos salvos andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra. E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite. E a ela trarão a glória e honra das nações. E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.”
Estas palavras dispensam comentários. Contam a sua bela história.
Muito nos tem sido revelado no livro “Primeiros Escritos” e é intererssante que exatamente na primeira visão que foi dada à serva do Senhor, sra. Ellen G. White; há um relato inspirador do que ela teve o privilégio de contemplar ao ter uma, viagem, por assim dizer, através das maravilhas da nova terra e do céu. Não podemos abranger toda a visão, pois é muito longa para ser lida. Mas aqui da pág. 17 ouvimos:
Ali vimos a árvore da vida e o trono de Deus. Do trono provinha um rio puro de água, e de cada lado do rio estava a árvore da vida. De um lado do rio havia um tronco da árvore, e do outro lado outro, ambos de ouro puro e transparente. A princípio pensei que via duas árvores. Olhei outra vez e vi que elas se uniam em cima numa só árvore. Assim estava a árvore da vida em ambos os lados do rio da vida. Seus ramos curvavam-se até o lugar em que nos achávamos, e seu fruto era esplêndido; tinha o aspecto de ouro, de mistura com prata. 
Todos nós fomos debaixo da árvore, e sentamo-nos para contemplar o encanto daquele lugar, quando os irmãos Fitch e Stockman, que tinham pregado o evangelho do reino, e a quem Deus depusera na sepultura para os salvar, se achegaram a nós e nos perguntaram o que acontecera enquanto eles haviam dormido. Tentamos lembrar nossas maiores provações, mas pareciam tão pequenas em comparação com o peso eterno de glória mui excelente que nos rodeava, que nada pudemos dizer-lhes, e todos exclamamos – ‘Aleluia! é muito fácil alcançar o Céu!’ - e tocamos nossas gloriosas harpas e fizemos com que as arcadas do Céu soassem.” 
Parece tão incrível quando se pensa a respeito. Ordinariamente podemos relegar algo como isso à imaginação de alquém que é, talvez, conduzida numa fantasia ou algum tipo de êxtase religioso. Sabemos não ser esse o caso. Aqui há realidade. Continuamos à base da pág. 17:
Com Jesus à nossa frente, descemos todos da cidade para a Terra, sobre uma grande e íngreme montanha que, incapaz de suportar a Jesus sobre si, partiu-se em duas, formando uma grande planície. Olhamos então para cima e vimos a grande cidade, com doze fundamentos, e doze portas, três de cada lado, e um anjo em cada porta. Todos exclamamos: ‘A cidade, a grande cidade, vem, vem de Deus descendo do Céu’; e ela veio e se pôs no lugar em que nos achávamos. Pusemos então a observar as coisas gloriosas fora da cidade. Vi ali casas belíssimas, que tinham a aparência de prata, apoiadas por quatro colunas marchetadas de pérolas preciosas, muito agradáveis à vista. Destinavam-se à habitação dos santos. Em cada uma havia uma prateleira de ouro. Vi muitos dos santos entrarem nas casas, tirarem sua coroa resplandecente, e pô-la na prateleira, saindo então para o campo ao lado das casas, para lidar com a terra; não como temos de fazer com a terra aqui, não, absolutamente. Uma gloriosa luz lhes resplandecia em redor da cabeça, e estavam continuamente louvando a Deus. 
    “Vi outro campo repleto de todas as espécies de flores; e quando as apanhei, exclamei: ‘Elas nunca murcharão.’ Em seguida vi um campo de relva alta, cujo belíssimo aspecto causava admiração; era uma vegetação viva, e tinha reflexos de prata e ouro quando magnificamente se agitava para glória do Rei Jesus. Entramos, então, num campo cheio de todas as espécies de animais: o leão, o cordeiro, o leopardo, o lobo, todos juntos em perfeita união. Passamos pelo meio deles, e pacificamente nos acompanharam. Dali entramos num bosque, não como os escuros bosques que aqui temos, não, absolutamente, mas claro e por toda parte glorioso; os ramos das árvores agitavam-se de um para outro lado, e todos exclamamos: ‘Moraremos com segurança na solidão, e dormiremos nos bosques.’ Atravessamos os bosques, pois estávamos a caminho do Monte Sião. 
    “No trajeto encontramos uma multidão que também contemplava as belezas do lugar. Notei a cor vermelha na borda de suas vestes, o brilho das coroas e a alvura puríssima dos vestidos. 
“Quando os saudamos, perguntei a Jesus quem eram eles. Disse que eram mártires que por Ele haviam sido mortos. Com eles estava uma inumerável multidão de crianças que tinham também uma orla vermelha em suas vestes. O Monte Sião estava exatamente diante de nós, e sobre o monte um belo templo, em cujo redor havia sete outras montanhas, sobre as quais cresciam rosas e lírios. E vi as crianças subirem, ou, se o preferiam, fazer uso de suas pequenas asas e voar ao cimo das montanhas e apanhar flores que nunca murcharão. Para embelezar o lugar, havia em redor do templo todas as espécies de árvores; o buxo, o pinheiro, o cipreste, a oliveira, a murta, a romãzeira e a figueira, curvada ao peso de seus figos maduros, embelezavam aquele local.”
E então há uma pergunta feita a respeito dos animais. Oséias 2:18-20, por exemplo:
“E naquele dia farei por eles aliança com as feras do campo, e com as aves do céu, e com os répteis da terra; e da terra quebrarei o arco, e a espada, e a guerra, e os farei deitar em segurança. E desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias. E desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás ao Senhor.”
E as palavras de Isaias 11:6-9, “E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão e o animal cevado andarão juntos, e um menino pequeno os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, seus filhos se deitarão juntos, e o leão comerá palha como o boi. E brincará a criança de peito sobre a toca da áspide, e a desmamada colocará a sua mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o Meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar.”
E vamos ao capítulo 35, “O deserto e o lugar solitário se alegrarão disto; e o ermo exultará e florescerá como a rosa. Abundantemente florescerá, e também jubilará de alegria e cantará; a glória do Líbano se lhe deu, a excelência do Carmelo e Sarom; eles verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus. Fortalecei as mãos fracas, e firmai os joelhos trementes. Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não temais; eis que o vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus; Ele virá, e vos salvará. Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão. Então os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo. E a terra seca se tornará em lagos, e a terra sedenta em mananciais de águas; e nas habitações em que jaziam os chacais haverá erva com canas e juncos. E ali haverá uma estrada, um caminho, que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para aqueles; os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão. Ali não haverá leão, nem animal feroz subirá a ele, nem se achará nele; porém só os remidos andarão por ele. E os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido.”
E ainda Isaias 65:25, um texto que já lemos ao consideramos a passagem inteira, “O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; e pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor.”
Oh!, Não podemos senão nos maravilhar ao lermos palavras como estas. E novamente formulamos a pegunta, São essas expressões de fanáticos religiosos? São fruto de pura imaginação?, nada mais do que invenções fantásmicas que penetraram o pensamento daqueles que não se preocupam com a realidade, que têm mentes não científicas e, assim, vivem num mundo etéreo, tratando com entidades aéreas e seres fantasmagóricos? São essas palaras de seres humanos nesse tipo de experiência? Tomemos o espírito de profecia na descrição do que ouvimos e formulemos as mesmas perguntas, São essas expressões de fanáticos religiosos?
Oh, amigos, a realidade destas coisas não podemos por de lado de modo leviano.
Lembre-se disso: essas descrições vêm, em muitos casos, com as palavras exatas do que declarou nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo, Esse homem, Jesus de Nazaré, não somente pronunciou palavras de encorajamento com respeito à recompensa dos remidos, mas deu grande ênfse sobre a importância das palavras dos profetas que descrevem o que Isaías e outros fizeram — as maravilhas da nova terra e recompensa e glórias que Deus está prepaprando para os que O amam.
Lembre-se que esse homem Jesus foi Aquele que, entre outras coisas, reivindicou Ser Deus. Ele declarou que “antes que Abraão existisse, Eu Sou” (João 8:58), identificando-Se com Aquele mesmo que falou com Moisés na sarça ardente. E temos que nos indagar: foram essas palavras verdadeiras? Estava Ele falando a verdade quando reivindicava ser Deus? Se decidimos que Ele não etá falando a verdade, então temos que concluir que aqui temos Alguém que andou entre os homens e que, sem dúvida, foi o maior mentiroso e impostor que o mundo já coneceu. Não podemos chegar a nenhuma outra conclusão so o que Ele disse não for verdadeiro.
Mas, por outro lado, se Ele realente disse a verdade, e por que não? Tudo em Sua vida aponta a uma vida que foi a maior evidência de excelência e perfeição moral que o mundo já testemunhou. De fato, a única domonstração de perfeição moral que a humanidade já viu.
Para mim é muito mais facil aceitar estas palavras pelo que elas são, as palavras da verdade, as palavras que têm sua origem no Deus Vivo, pois Jesus é o Filho do Deus vivo.
Podemos edificar um fundamento da verdade, podemos formular uma filosofia de vida sobre esse fundamento e perdurará sobre todo tipo de força que puder ser exercida contra ela. E podemos estar seguros de que permaneceremos sobre a Rocha quando contemplarmos as glórias da recompensa que Ele tem para aqueles que fazem isto: creem no Seu nome e creem nEle como o Filho do Deus vivo.
E há esta pergunta mais solene que poderiamos levantar, dada aqui na Palavra de Deus: “como escaparemos nós se negligenciarmos tão grande salvação” (Heb. 2:3, ú.p.). Este certamente deve ser um dos pensamentos mais solenes que jamais nos veio da Palavra de Deus.
Supondo que tudo isso seja verdade, que o que Jesus disse é a verdade final absoluta, que o que a Bíblia nos diz é a verdade derradeira também, que não fomos instruídos em fábulas ardilosamente formuladas, supondo que tudo isso seja verdade, “como escaparemos se negligenciarmos tão grande salvação.”
Do livro O Grande Conflito, pág. 675, ouvimos:
“Na Bíblia a herança dos salvos é chamada um país (Heb. 11:14-16). Ali o Pastor celestial conduz Seu rebanho às fontes de águas vivas. A árvore da vida produz seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a saúde das nações. Existem torrentes sempre a fluir, claras como cristal, e ao lado delas, árvores ondeantes projetam sua sombra sobre as veredas preparadas para os resgatados do Senhor. Ali as extensas planícies avultam em colinas de beleza, e as montanhas de Deus erguem seus altivos píncaros. Nessas pacíficas planícies, ao lado daquelas correntes vivas, o povo de Deus, durante tanto tempo peregrino e errante, encontrará um lar. 
    "‘O meu povo habitará em morada de paz, e em moradas bem seguras, e em lugares quietos de descanso.’ ‘Nunca mais se ouvirá de violência na tua Terra, de desolação ou destruição nos teus termos; mas aos teus muros chamarás salvação, e às tuas portas louvor.’ ‘Edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; ... os Meus eleitos gozarão das obras das suas mãos’ (Isa. 32:18; 60:18; 65:21 e 22). 
    “Ali, ‘o deserto e os lugares secos se alegrarão disto; e o ermo exultará e florescerá como a rosa’. ‘Em lugar do espinheiro crescerá a faia, e em lugar da sarça crescerá a murta’ (Isa. 35:1; 55:13). ‘E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, ... e um menino pequeno os guiará.’ ‘Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da Minha santidade’, diz o Senhor’ (Isa. 11:6 e 9). 
    “A dor não pode existir na atmosfera do Céu. Ali não mais haverá lágrimas, cortejos fúnebres, manifestações de pesar. ‘Não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, ... porque já as primeiras coisas são passadas’ (Apoc. 21:4). ‘E morador nenhum dirá: Enfermo estou; porque o povo que habitar nela será absolvido da sua iniqüidade’ (Isa. 33:24). 
    “Ali está a Nova Jerusalém, a metrópole da nova Terra glorificada, como ‘uma coroa de glória na mão do Senhor e um diadema real na mão de teu Deus’ (Isa. 62:3). ‘Sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como cristal resplandecente.’ ‘As nações andarão à sua luz; e os reis da Terra trarão para ela a sua glória e honra’ (Apoc. 21:11 e 24). Diz o Senhor: ‘Folgarei em Jerusalém, e exultarei no Meu povo’ (Isa. 65:19). ‘Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o Seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus’ (Apoc. 21:3). 
    “Na cidade de Deus ‘não haverá noite’. Ninguém necessitará ou desejará repouso. Não haverá cansaço em fazer a vontade de Deus e oferecer louvor a Seu nome. Sempre sentiremos a frescura da manhã, e sempre estaremos longe de seu termo. ‘Não necessitarão de lâmpada nem de luz do Sol, porque o Senhor Deus os alumia’ (Apoc. 22:5). A luz do Sol será sobrepujada por um brilho que não é ofuscante e, contudo, suplanta incomensuravelmente o fulgor de nosso Sol ao meio-dia. A glória de Deus e do Cordeiro inunda a santa cidade, com luz imperecível. Os remidos andam na glória de um dia perpétuo, independentemente do Sol. ...
“Ali, mentes imortais contemplarão, com deleite que jamais se fatigará, as maravilhas do poder criador, os mistérios do amor que redime. ...
“Todos os tesouros do Universo estarão abertos ao estudo dos remidos de Deus. Livres da mortalidade, alcançarão vôo incansável para os mundos distantes - mundos que fremiram de tristeza ante o espetáculo da desgraça humana, e ressoaram com cânticos de alegria ao ouvir as novas de uma alma resgatada. ...
“E ao transcorrerem os anos da eternidade, trarão mais e mais abundantes e gloriosas revelações de Deus e de Cristo. Assim como o conhecimento é progressivo, também o amor, a reverência e a felicidade aumentarão. Quanto mais aprendem os homens acerca de Deus, mais Lhe admiram o caráter. Ao revelar-lhes Jesus as riquezas da redenção e os estupendos feitos do grande conflito com Satanás, a alma dos resgatados fremirá com mais fervorosa devoção, e com mais arrebatadora alegria dedilharão as harpas de ouro; e milhares de milhares, e milhões de milhões de vozes se unem para avolumar o potente coro de louvor. 
    “‘E ouvi a toda a criatura que está no Céu, e na Terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre’ (Apoc. 5:13). 
    “O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação de harmonioso júbilo vibra por toda a vasta criação. DAquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor.” 
Muitos anos atrás, quando eu visitei Elmshaven, o lar da Sra. White, em Santa Helena, não muito longe do Colégio da União do Pacífico, lembro-me que me foi mostrada aquela habitação, e a pessoa que nos estava falando a respeito do lugar, uma descendente da Sra. Ellen G. White, nos disse que, com freqüência, quando ela saía de uma visão, andava pelo cômodo e dizia: “—Escuro, escuro, tudo está escuro.” Ela havia visto uma terra melhor, o país dos remidos, toda sua beleza e luz e vida. E ela sentia saudades. Não se sentia mais em casa neste mundo.
Creio, caros amigos, que nós também precisamos ver o dia em que possamos ser reunidos nas glórias eternas dos remidos.
A Sra. White escreveu este pensamento em livros que autografou para algumas pessoas, e assim dizia:
“Nós estamos perto do lar, um pouco mais e as lutas cessarão. Que nós que nos encontramos em meio ao conflito, sempre mantenhamos diante de nós a visão daquele dia, quando os anos transcorrerão em gozo.”
Oremos:
Querido Pai celestial, dá-nos uma parte no cumprimento de Teus sonhos para uma Terra redimida, oramos em nome de Jesus, amém.


Nota :
1) Este artigo foi gravado em CDs e Fitas K7, por João Soares da Silveira e sua esposa, Lea Cândida Silveira (o Espírito de Profecia) para a 13ª lição da Escola Sabatina do 3º trimestre de 1999. Aquela série, e esta, deste 1º trimestre de 2013, tiveram íntima correlação, tanto nos títulos como nos respectivos conteúdos. Por exemplo, o título desta lição 13, em 1999 era: A Recriação de Deus. Quem ainda dispuser dos CDs e Fitas K7 poderão acompanhar este texto com a gravação, com raras modificações.