domingo, 17 de março de 2013

O Evangelho na Criação, Waggoner, Cap. 1.

O Evangelho na Criação, por Ellet J. Waggoner
[Pág. 3, 2º parágrafo] - PRIMEIRO CAPÍTULO
Este capítulo 1 vai da pág. 3, 2º parágrafo, até à pág. 18, 4º parágrafo, da NUMERAÇÃO da edição ORIGINAL)

— O Primeiro Dia: CRIAÇÃO E REDENÇÃO

“No princípio criou Deus o Céu e a terra” (Gên. 1:1). Nesta breve sentença temos toda a verdade do evangelho sumariada. Aquele que a lê corretamente recebe uma palavra de conforto dela.
Primeiramente consideremos quem é que criou os céus e a terra. “Deus Criou”! Mas Cristo é Deus, o resplendor da glória do Pai, e a expressa imagem da Sua pessoa, Heb. 1:3. Ele disse de Si mesmo, “Eu e o Pai somos um” (João 10:30).Ele foi o que, representando o Pai, criou o céu e a terra. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez” (João 1:1-3). E também lemos de Cristo, que “nEle foram criadas  todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por Ele e para Ele. E Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele” (Col. 1:16, 17).
O próprio Pai Se dirige ao Filho como Deus e Criador. O primeiro capítulo de Hebreus diz que Deus não disse, em momento algum, a nenhum dos anjos: "Tu és Meu Filho, hoje te gerei." "Mas do Filho diz: Ó Deus, o Teu trono, subsiste pelos séculos dos séculos: cetro de equidade é o cetro do Teu reino." E Ele também disse ao Filho: "Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obra de Tuas mãos" (Hebreus 1:5, 8, 10). Então, nós estamos bem certos de que, quando lemos no primeiro capítulo do Gênesis: "No princípio, Deus criou o céu e a terra", refere-se a Deus em Cristo. pág. 3, par. 5.
Poder criativo é a marca distintiva da Divindade. O Espírito do Senhor, através do profeta Jeremias, descreveu a vaidade dos ídolos, e continua: "Mas o Senhor é o verdadeiro Deus, Ele é o Deus vivo e o Rei eterno, ao Seu furor a terra treme, e as nações não podem suportar a sua indignação. Assim lhes direis, os deuses que não fizeram os céus e a terra, esses perecerão da terra e de debaixo deste céu. Ele fez a terra pelo Seu poder. Ele estabeleceu o mundo por Sua sabedoria, e com a Sua inteligência estendeu os céus” (Jeremias 10:10-12, KJV). A terra foi feita por Seu poder, e estabelecida por Sua sabedoria. Mas Cristo é "o poder de Deus e sabedoria de Deus" (*1ª Cor. 1:24). Então aqui novamente encontramos Cristo inseparavelmente ligado à criação como o Criador. Somente quando reconhecemos e adorarmos a Cristo como o Criador é que vamos reconhecer a Sua Divindade.
 [Pág. 4]  Cristo é o Redentor, em virtude do seu poder como Criador. Nós lemos que "temos a redenção, pelo Seu sangue, a saber, a remissão dos pecados", porque "nEle foram criadas todas as coisas" (Colossenses 1:14 e 16). Se Ele não fosse Criador, Ele não poderia ser Redentor. Isto significa simplesmente que poder redentor e poder criador são idênticos. Redimir é criar. Isso é mostrado na declaração do apóstolo de que o evangelho é o poder de Deus para a salvação, declaração esta que é imediatamente seguida por outra no sentido de que o poder de Deus se manifesta por meio das coisas que foram criadas, Romanos 1:16-20. Quando consideramos as obras da criação e o poder manifestado nelas, estamos contemplando o poder da redenção.
Tem havido uma grande quantidade de especulação sem sentido quanto ao que é maior, a redenção, ou a criação. Muitos têm pensado que a redenção é uma obra maior do que a criação. Tal especulação é inútil, porque só o poder infinito poderia executar qualquer trabalho, e poder infinito não pode ser medido por mentes humanas. Mas, conquanto não possamos medir o poder, podemos facilmente resolver a questão de qual é o maior, porque as Escrituras nos dão a informação. Nenhum é maior do que o outro, pois ambos são a mesma coisa. Redenção é criação. Redenção é o mesmo poder que foi manifestado no começo para criar o mundo e tudo que nele há, agora estendido para salvar os homens e a terra da maldição do pecado.
As Escrituras são muito claras neste ponto. O salmista orou: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto" (Salmo 51:10). O apóstolo diz que "se alguém está em Cristo, nova criatura é" (2ª Coríntios 5:17), ou uma nova criação. E mais uma vez, lemos: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus: não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou, para que andássemos nelas" (Efésios 2:8-10).
Comparado com Deus, o homem é "menos do que nada e como coisa vã" (Isaías 40:17). Nele "não habita bem algum" (Romanos 7:18). Agora, o mesmo poder que no princípio fez a terra do nada, toma o homem, se ele o permitir, e faz dele o que é "para louvor e glória da sua graça" (Efésios 1:6).
A palavra criadora:
Tendo em vista que Cristo, a Palavra, é o Criador de todas as coisas, e que Ele redime pelo Seu poder criativo, vamos agora aprender o que a Bíblia diz sobre a forma como Ele criou. Aqui está a resposta: "Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da Sua boca. Ele ajunta as águas do mar como num montão; põe os abismos em depósitos. Tema toda a terra ao Senhor; temam-nO todos os moradores do mundo. Porque falou, e foi feito; mandou, e logo apareceu" (Salmo 33:6-9). É muito simples, e mui maravilhoso, por causa de sua inacreditável simplicidade. Bem podemos todos nós exclamar: "Que maravilhosa palavra é essa!"
"Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente" (Hebreus 11:3). Como sabemos como os mundos foram feitos? Pela fé. A fé dá conhecimento. Esse é o seu trabalho especial. Conhecimento adquirido pela fé não é vago e incerto, mas é a mais absoluta certeza de qualquer conhecimento. Na verdade, não há conhecimento real que não brote da fé. Conhecimento que vem de qualquer outra forma é especulação. A alma descrente considera à fé como loucura, mas a alma fiel sabe que a fé constroi para ela uma base sólida. Quem crer pode adquirir o saber.
 [Pág. 5]  O conhecimento do alfabeto é uma das coisas mais comuns em todo o mundo. Encontra-se no fundamento de toda a aprendizagem. Ninguém zomba da criança por dizer que ela sabe as letras do alfabeto, e por declarar mais positivamente, apesar de todas as contradições, que "A" é "A." E, entretanto, ela sabe isto somente pela fé. Ela nunca investigou o assunto por si mesma, ela aceitou a declaração de seu professor. O próprio professor teve que aprender o alfabeto da mesma maneira — pela fé. Não foi demonstrado a ele que "A" é "A." Não poderia ter sido. Se ele se recusasse a acreditar o fato, até que lhe fosse demonstrado, ele nunca teria aprendido a ler. Ele teve que aceitar o fato, pela fé, e então este iria revelar-se verdadeiro sob qualquer circunstância. Não há nada de que as pessoas estejam mais absolutamente certas do que das letras do alfabeto, e não há nada de que eles sejam mais absolutamente dependentes da fé.
Agora, assim como a criança aprende o alfabeto, nós aprendemos as verdades de Deus. Quem recebe o reino dos céus deve recebê-lo como uma criança pequena. Pela fé aprendemos a conhecer Jesus Cristo, que é o Alfa e o Omega — todo o alfabeto de Deus. Aquele que crê na simples declaração da Bíblia, sobre a criação, pode saber com certeza que Deus criou o céu e a terra pelo poder de Sua palavra. O fato de que algum incrédulo duvide disso, e ache que é tolice, não abala o seu conhecimento, nem prova que ele não sabe isso, mais do que o nosso conhecimento do alfabeto é abalado ou refutado pela ignorância de outra pessoa quanto ao mesmo.
"Pela palavra do Senhor foram feitos os céus,. E todo o exército deles pelo sopro da sua boca" Na Century Magazine de maio de 1891, houve uma descrição muito interessante da produção de figuras da voz. O artigo foi intitulado "Som Visível". A sra. Watts Hughes tinha empregado um dispositivo simples para testar as intensidades de sons vocais. Era uma membrana elástica esticada sobre a boca de um receptor, em que o receptor de voz foi introduzido por meio de um tubo de boca larga. Nesta membrana areia ou um pó fino foi aspergido. Verificou-se que após se cantar dentro do tubo o pó foi agitado suavemente pelas vibrações da membrana, que correspondia às vibrações da voz, diferindo de acordo com a altura e a intensidade do som. Isto, naturalmente, é o que poderia ser esperado. Mas a maravilha era que em cada caso a agitação produzida na forma de uma planta ou flor, ou mesmo de algumas das formas inferiores de vida animal. Algo semelhante a isso pode ser visto quando se respira sobre o vidro da janela no tempo gelado.
Verificou-se que, quando o pó estava seco, não iria reter a forma após a vibração da voz cessar. Assim, o expediente foi adoptado de ligeiramente humedecê-lo, quando as várias formas podiam ser retidas e fotografadas. . . . [Waggoner aqui refere-se a uma imagem das formas de voz.]
Isso mostra que o ar, ao sair dos pulmões tem a forma de seres vivos, e para o cantor sugeriu um pensamento que ela exprime:
 [Pág. 6] "Fechando agora este meu breve esboço dessas figuras da voz, como os tenho observado, eu gostaria de acrescentar que meus experimentos têm sido feitos como vocalista, usando minha própria voz como instrumento de investigação, e eu devo deixá-lo para outros mais familiarizados com a ciência natural para ajustar o acordo dessas aparições com os fatos e leis já conhecidas. Entretanto, passando de uma fase para outra dessas investigações, pergunta após pergunta se apresentou a mim, até que eu tenha continuamente me sentido diante de um mistério, em grande parte oculto, apesar de alguns lampejos parecerem revelados. E devo dizer, além disso, que, dia a dia eu continuei cantando e moldando estas formas peculiares, e, pisando fora das portas, têm visto os seus paralelos vivendo nas flores, samambaias e árvores ao meu redor, e, de novo, ao eu assisti os pequenos montes na formação das figuras florais reunir-se, e, em seguida, atirar as suas pétalas, assim como uma flor brota do rebento — a esperança veio a mim que esses humildes experimentos podem prover algumas sugestões no que diz respeito à produção da natureza de suas próprias belas formas, e pode, assim, ajudar, em algum grau leve, a revelação de mais um elo na grande cadeia do universo organizado que, nos é dito nas Sagradas Escrituras, tomou sua forma, à voz de Deus."
Isto não é dado como um exemplo de como o Senhor falou a Terra à existência no princípio, pois não podemos saber como Ele fez isso, mas vai servir para nos ajudar a compreender o fato. O homem é feito à imagem de Deus, mas ele não tem poder criativo. Em sua respiração, pode haver apenas as formas de seres vivos, mas no sopro de Deus, há não só as formas, mas as próprias coisas vivas, pois Ele é o Deus vivo, e com Ele está a "fonte da vida." Quando Ele fala, a palavra que nomeia a coisa, contém a coisa em si mesma. Seja qual for a palavra descreve existe na forma viva naquela palavra.
Isto é indicado pelas palavras do apóstolo Paulo a respeito de Deus que Ele "chama as coisas que não são como se já fossem" (*Rom 4:17). Este é um atributo só da Divindade. Se um homem chamar uma coisa que não é, como se fosse, isto é uma mentira. Mas Deus faz isso, e Ele não pode mentir. Como é isso possível? Simplesmente porque quando Ele chamar uma coisa pelo nome, ou dizer que uma coisa vai existir, ela já existe, mesmo que ela não possa ser vista. A coisa está em Sua Palavra. Quando Ele cita uma coisa que anteriormente não existia, naquele instante a coisa passa a existir, então é tão certo como se já tivesse aparecido, porque existe realmente na palavra que foi falada. É por esta razão que muito da profecia está no tempo perfeito, como se já cumprida. Assim, quando os mundos eram para ser trazidos à existência, Deus falou, e lá estavam eles. Eles foram formados pelo sopro da sua boca.
Agora veja quão firme fundamento é dado a um crente que sabe que todas as coisas foram criadas pela palavra de Deus, e que quando Deus fala, a coisa nomeada existe, cheia de vida. O salmista diz: "Escutarei o que Deus, o Senhor, falar; porque falará de paz ao Seu povo, e aos santos" (Salmo 85:8). Ele fala de paz através da Palavra divina, “porque Ele é a nossa paz" (Efésios 2:14). Mas a paz significa justiça, pois, lemos: "Muita paz têm os que amam a Tua lei, e para eles não há tropeço" (Salmo 119:165), ou os levá a tropeçar. E ainda: "Ah! Se tivesses dado ouvidos aos Meus mandamentos, então seria a tua paz como um rio, e a tua justiça como as ondas do mar" (Isaías 48:18). Então deve ser que Deus fala justiça, quando Ele fala de paz. E assim é, pois, novamente lemos:
 [Pág. 7] “Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no Seu sangue, para demonstrar a Sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da Sua justiça neste tempo presente, para que Ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” (Romanos 3:21-26).
Note-se que o homem é declarado não ter justiça: "Não há quem faça o bem, não há nem um só" (Rom. 3:12). Nenhuma pessoa tem nada nela da qual a justiça possa ser feita. Então, a justiça de Deus é colocada, literalmente, em e sobre todos os que creem. Então ambos estão vestidos com a justiça, e cheios dela, de acordo com a Escritura. Na verdade, eles tornam-se então "a justiça de Deus" em Cristo. E como isso é feito? Deus declara Sua justiça sobre aquele que crê. Declarar é falar. Então, Deus fala ao pecador, que não é nada, e que não tem nada, e diz: "Você é justo", e, imediatamente aquele crente pecador deixa de ser um pecador, e é a justiça de Deus. A palavra de Deus que fala justiça tem a justiça em si mesma, e assim que o pecador crê, e recebe a palavra em seu coração pela fé, nesse momento ele tem a justiça de Deus em seu coração, e desde que do coração procedem as fontes da vida, Prov. 4:23, segue-se que uma nova vida, deste modo, começou nele, e esta vida é uma vida de obediência aos mandamentos de Deus. Assim, a fé é realmente o fundamento das coisas que se esperam, Heb. 11:1; porque a fé se apropria da palavra de Deus, e a palavra de Deus é a substância.
A Palavra, um Firme Fundamento. A mesma palavra que criou a terra também a sustém. Citamos novamente as palavras a respeito de Cristo: "Pois nEle foram criadas todas as coisas que há nos céus e na Terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por Ele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas e todas as coisas subsistem por Ele" (Col. 1:16,17). Subsistir significa manter junto. Por­tanto, todas as coisas sobre a terra, e a própria terra, devem sua contínua existência a Cristo. Assim, Paulo decla­rou sobre a colina de Marte: "NEle vivemos, e nos movemos, e existimos" (Atos 17: 28).
Essa subsistência é mediante a palavra dEle. Assim: "Havendo Deus, antigamente, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu her­deiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da Sua glória, e a expressa imagem da Sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder, havendo feito por Si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-Se à destra da Majestade nas alturas" (Hebreus 1:1-3). Cristo é a Palavra Divina; Ele está na palavra falada; e assim, uma vez que todas as coisas se mantêm unidas por Seu intermédio, são subsistidas mediante a Sua poderosa palavra.
 [Pág. 8]  Leia também as palavras escritas pelo apóstolo Pedro: "Existiram os céus, e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste. Pelas quais coisas pereceu o mundo de então, coberto com as águas do dilúvio. Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra, se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios" (2ª Pedro 3:5-7). A mesma palavra que fez a terra causou sua submersão por um dilúvio, trazendo-a transformada das águas, e ainda a sustém. Essa palavra, portanto, deve de fato ser substancial. É mais real e sólida do que a própria terra, tanto quanto o fundamento de algo deve ser mais substancial do que a coisa que sustenta. Essa palavra é viva, e permanece para sempre(1ª Pedro 1:23). Portanto, aquele que nela confia nunca sofrerá dano.
Chegará um tempo quando "de todo está quebrantada a terra violentamente se move. De todo cambaleia a terra como um ébrio, e será movida e removida como a choça de noite" (Isaías 24: 19,20, KJV), quando toda ilha fugirá, e “os montanhas se transportem para o meio dos mares". Mas mesmo nessa ocasião terrível, o cristão pode dizer: "Deus é o nosso refúgio e fortale­za, socorro bem presente na angústia. Portanto não temeremos" (Salmo 46:1,2).
Edificando Sobre a Palavra
            "Todo aquele, pois, que escuta estas Minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; e desceu a chuva, e correram os rios, e sopraram os ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas Minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; e desceu a chuva, e correram os rios, e combateram aquela casa, e foi grande a sua queda" (Mateus 7:24-27).
Cristo é uma rocha. Lemos acerca dos antigos israelitas que "beberam todos de uma mesma bebida espiritual; por­que bebiam da pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo" ( Coríntios 10:4). O salmista afir­ma: "Ele é a Minha rocha, e nEle não há injustiça" (Salmo 92:15). Àqueles que O tomam como a sua paz, é dito: "Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina" (Efésios 2:19,20). Não somos edificados sobre apóstolos e profetas, mas sobre o fundamento sobre que eles edifi­caram: "Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo" (1ª Coríntios 3:11).
Segundo as palavras de Cristo, no sermão do monte, edificamos sobre a rocha por ouvir e cumprir Suas palavras. A palavra de Deus é "o suave sopro de Deus"  e, portanto, cheia de Sua própria vida. "A fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus" (Romanos 10:17), e Cristo habita no coração pela fé; portanto a palavra tem Cristo nela, porque traz Cristo ao coração. A palavra de um homem representa o próprio ho­mem. Vale tanto quanto ele mesmo. Se o seu caráter for sem valor, sua palavra de nada valerá; mas se for um homem honrado, e prometeu algo, sua palavra tem o mesmo valor que ele, ou tudo o que ele pode fazer. A palavra o representa. Dizemos que um homem faz algo que um servo seu executa em obediência a sua palavra. Assim a pa­lavra de Deus está no lugar dEle próprio. Tudo quanto Deus vale, a Sua palavra vale. Ela O representa, por­que está repleta de Sua vida.
 [Pág. 9]  Abraão é um maravilhoso exemplo de edificar sobre Cristo por crer em Sua palavra. Deus fez uma pro­messa a Abraão, que, como todas as promessas de Deus, estava em Cristo. A seguir, o registro fala de Abraão: "E creu ele no Senhor, e  imputou-lhe isto por justiça" (Gênesis 15:6). Há algo bastante peculiar a respeito dessa expressão, "creu ele no Senhor". A palavra traduzida por "creu" deriva do hebraico "amém". Na palavra "amém" temos bem proximamente o termo hebraico. A palavra não é traduzida, mas simplesmente transliterada. É uma palavra hebraica, e aparece nas diferentes línguas em que a Bíblia foi traduzida. Grego, latim, francês, alemão, espanhol, dinamarquês, inglês, etc. — todas têm a mesma palavra "amém".
A idéia básica da palavra é firmeza. A idéia de solidez e estabilidade se liga a ela. Tem uma varieda­de de definições, todas trazendo essa idéia. Uma definição é "edificar, ou depender de". Assim, literalmente, Abraão edificou sobre Deus, e isso lhe foi contado por justiça. Isto se harmoniza com a idéia de que a palavra de Deus é um alicerce. A idéia da raiz da palavra é algo substancial, sobre que se pode edificar, reflete-se no nos­so linguajar ordinário. Dizemos a respeito de certo homem: "Você pode depender da palavra dele". Isto significa que você pode apoiar todo seu peso sobre ela. Agora, se isso pode ser verdade a respeito de um homem, quão mais ver­dadeiro não o será a respeito de Deus! Podemos repousar sobre a Sua palavra, pois ela sempre nos susterá.
Isso oferece uma melhor idéia do sentido bíblico de crer do que normalmente se tem. As pessoas geralmente pensam que crer nada mais é do que anuir com a cabeça. Mas crer no Senhor é muito mais do que isso. É contar com essa palavra como a coisa mais segura no universo, porque ela sustenta o universo, e repousar toda a alma, e todas as esperanças, sobre ela, conquanto tudo pareça con­trário a ela. É caminhar onde parece não haver nada, desde que a palavra do Senhor esteja lá, sabendo que é um firme fundamento. O poeta John Greenleaf  Whittier (1807-1892) assim o expressou:
"Nada antes, nada atrás,
os passos da fé
caem sobre um aparente vazio, e acham
a Rocha por bai­xo".

Quando o Senhor, ao caminhar sobre a água, disse a Pedro, "Vem", Pedro saiu do barco e seguiu na di­reção de seu Senhor. É contrário à natureza que um homem caminhe sobre a água. É impossível que a água sus­tente um homem em pé. O que susteve Pedro? Foi aquela palavra "Vem". Quando o Senhor profere uma palavra, a coisa descrita está na palavra; e assim, quando Ele disse a Pedro, "Vem", o poder para agir estava na palavra. Foi por isso que Pedro caminhou, tanto quanto o fez. Quando olhou ao seu redor e percebeu as ondas bravias, começou a afundar. Por quê? Porque, então, se esqueceu da palavra, e pensou somente na água. Tão logo deixou a palavra, começou a afundar, porque a água não tinha poder para sustê-lo. Era somente a palavra do Senhor que podia mantê-lo acima da água. Se a palavra do Senhor tivesse dito a Pedro para caminhar no ar, ele poderia tê-lo feito tão facilmente quanto pôde caminhar sobre a água. A palavra do Senhor fez com que Elias viajasse através do ar, e assim ela em breve o fará a todos quantos aprenderem sobre o seu poder.
 [Pág. 10] Mas observem o fato de que quando Abraão creu no Senhor, isto lhe foi imputado por justiça, Gên. 15:6. O Senhor nunca comete qualquer erro em Sua avaliação. Quando a fé de Abraão foi-lhe imputada por justiça, deveu-se a que era realmente justiça. Como assim? Ora, Abraão edificou sobre Deus, edificou sobre a justiça eterna. "Ele é minha Rocha e nEle não há injustiça" (Salmo 92:15). Ele se tornou um com o Senhor, e assim a justiça de Deus era sua própria.
"As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes". (Salmo 12:6). Portanto, aquele que edifica sobre a Rocha, Jesus Cristo, por aceitar a Sua palavra em fé viva, edifica sobre um fundamento comprovado. Assim, lemos: “Deixando, pois, toda a malícia, e todo o engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações, desejai afetuosamente, como meninos, novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que, por ele, vades crescendo; se é que já provastes que o Senhor é benigno; e chegando-vos para Ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; E quem nela crer não será confundido” (1ª Pedro 2:1-6).
A força disto não é vista tão claramente até lermos a passagem da Escritura que é citada pelo apóstolo, em ligação com a que citamos do sermão do Salvador sobre o monte. Recordando da última, lemos da profecia de Isaías:
 “Portanto assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse. E regrarei o juízo pela linha, e a justiça pelo prumo, e a saraiva varrerá o refúgio da mentira, e as águas cobrirão o esconderijo. E a vossa aliança com a morte se anulará; e o vosso acordo com o inferno não subsistirá; e, quando o dilúvio do açoite passar, então sereis por ele pisados. Desde que comece a passar, vos arrebatará, porque manhã após manhã passará, de dia e de noite; e será que somente o ouvir tal notícia causará grande turbação” (Isaías 28:16-19).
Cristo é o fundamento provado. A justiça é o prumo pelo qual tal fundamento é lançado. O Seu caráter é perfeitamente verdadeiro e reto. Satanás esgotou todas as suas artimanhas tentando levá-Lo ao pecado, mas não teve sucesso. Ele é um fundamento seguro. Edificamos sobre Ele crendo em Sua palavra, tal como Ele mesmo o disse. As cheias certamente advirão. Haverá uma enchente de castigo que destruirá o refúgio de mentiras, e todos quantos edificaram sobre um fundamento falso. A casa edificada sobre a areia certamente cairá. Quando a tempes­tade começar a golpear com ímpeto, aqueles que fizeram da mentira o seu refúgio, fugirão para salvarem a vida na medida em que o fundamento deles começa a vacilar; mas a enchente os carregará para longe. Este é o quadro apresentado pelas duas passagens das Escrituras.
 [Pág. 11] Mas muito diferente será como se dará com os que edificaram sobre a Rocha dos Séculos. Esse seguro fundamento resistirá a todo golpe. Nada poderá abalá-lo. Aqueles que edificaram sobre ele não se precipitarão. Eles frequentemente comprovaram que é um refúgio seguro, e assim podem calmamente observar a torrente. Não precisam fugir para salvar suas vidas. Tendo edificado sobre a Rocha, estão tão seguros quanto a própria Rocha. E por quê? Porque são realmente parte da Rocha, pois — a Rocha edifica quantos sobre Ela edificam. Ouçam as palavras do apóstolo: "Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à palavra da Sua graça; a Ele que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os santificados" (Atos 20: 32). Quando alguém edifica sobre a Rocha, a própria Rocha, sendo uma Rocha viva, cresce nEle, de modo que o fundamento e a edificação se tornam uma só peça. Isso é revelado por muitas passagens das Escrituras. Nós vamos repetir algumas.
"Porque, assim o que santifica, como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não Se envergonha de lhes chamar irmãos" (Hebreus 2:11).
"Assim que já não sois estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus: edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito" (Efésios 2:19-22).
"E, chegando-vos para Ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual" (1ª Pedro 2:4,5).
"Como, pois,  recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nEle, arraigados e edificados nEle, e con­firmados na fé, assim como fostes ensinados, nela abundando em ação de graça" (Colossenses 2:6,7).
Aqui temos combinada a figura de uma casa com a de uma planta. Isso é perfeitamente natural, porque a Rocha sobre a qual edificamos é uma pedra viva, e concede vida àqueles que estão edificados sobre ela, de modo que, como pedras vivas, crescem na proporção de um edifício. As duas figuras são combinadas pelo apóstolo Pau­lo: "Vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus" (1ª Coríntios 3: 9).
Isso também é demonstrado muito belamente na exortação que Josafá deu a Israel quando, sob ordens do Senhor, estavam saindo contra uma força vastamente superior, confiando em Sua palavra, de que Ele lutaria por eles. "Pela manhã cedo se levantaram e saíram ao deserto de Tecoa; e, ao saírem, Josafá pôs-se em pé, e disse: Ouvi-me, ó Judá, e vós, moradores de Jerusalém! Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e prosperareis" (2° Crônicas 20:20). Aqui, como temos visto no caso de Abraão, a pa­lavra "crer" deriva do termo hebraico "amem". A palavra "seguro" é também outra forma da mesma palavra. Assim, essa passagem poderia apropriadamente ser assim traduzida: "Edificai sobre o Senhor vosso Deus, e as­sim sereis edificados".
 [Pág. 12] A MENSAGEM DE CONFORTO  Um ponto mais somente será dado para demonstrar a esperança e conforto que estão contidos nas coisas que foram outrora escritas. O quadragésimo capítulo de Isaías é totalmente uma mensagem de conforto. Começa assim: "Consolai, consolai o Meu povo, diz o vosso Deus". Então segue-se uma garantia de perdão, e depois a mensagem especial é dada pela voz daquele que clama no deserto. Essa mensagem é o poder da palavra de Deus, em contraste com a fraqueza do homem. "Uma voz diz: Clama; e alguém disse: Que hei de clamar? Toda a carne é erva e toda a sua beleza como a flor do campo; seca-se a erva, e cai a flor, soprando nela o espírito do Senhor. Na verdade o povo é erva; seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente" (Isaías 40:6-8).
Seguem-se depois ilustrações do poder da palavra. Os fatos da criação são referidos e o poder de Deus é contrastado com a fraqueza dos homens. A seguir vem esta belíssima passagem: "A quem, pois, Me fareis semelhante, para que Eu lhe seja igual? diz o Santo. Levantai ao alto os vossos olhos, e vede quem criou estas coisas? Foi Aquele que faz sair o exército delas segundo o seus número; Ele as chama a todas pelos seus nomes; por causa da grandeza das Suas força, e porquanto  é forte em poder, nenhuma delas faltará" (Isaías 40: 25,26).
Aqui novamente nos é referido o fato de que Deus é o sustentador do céu; que é o Seu poder que mantém os corpos celestes em seus lugares. Não fosse por Sua intervenção direta, seria o caos. Nos versos seguin­tes este fato é oferecido ao povo de Deus para seu especial encorajamento. "Por que dizes, ó Jacó, e tu falas, ó Israel: O Meu caminho está encoberto ao Senhor, e o Meu juízo passa despercebido ao meu Deus? Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem Se cansa nem se fatiga? É inescrutável o Seu entendimento. Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor" (Isaías 40:27-29).
Que lição de confiança existe aqui! "Deus falou uma vez; duas vezes ouvi isto; que o poder pertence a Deus" (Salmo 62:11). Esse poder é o poder que sustém os céus e faz com que as estrelas e planetas sigam em suas órbitas. É esse poder que Ele dá ao fraco, e àqueles que não têm poder, caso nEle confiem. Que a alma aflita passe um pouco de tempo na contemplação dos céus, pensando ao mesmo tempo nesta passagem, e será mais capaz do que nunca antes de perceber o que o apóstolo quer dizer quando declara: "Corroborados em toda a fortaleza, segundo a força da Sua glória, em toda a paciência e longanimidade com gozo" (Col. 1:11).
Mas o que tudo isso tem intenção de revelar? O poder da palavra; pois é pela palavra de Seu poder que todas as coisas são sustentadas. É a palavra do Senhor que criou todas as coisas. Essa palavra é trazida à nossa aten­ção na primeira parte do capítulo, em contraste com toda carne, como a palavra que vive para sempre. Leia agora o capítulo quarenta de Isaías inteiro, e preste atenção nos versos 6-8, e 26, e depois leia o comentário do apóstolo Pedro:
 [Pág. 13] "Fostes regenerados, não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente" ( Pedro 1:23-25). Aqui temos a citação do quadragésimo capítulo de Isaías com respeito à palavra de Deus, que cria e sustenta todas as coisas. É a palavra viva, que é a vida e a força de todas as coisas. Assimile tudo isso e depois leia as palavras finais do apóstolo: "Esta é a palavra que vos foi evangelizada"
O evangelho, portanto, é simplesmente o poder criador de Deus aplicado aos homens. Qualquer evange­lho que deixa fora a criação, ou que não prega o poder criativo de Deus, como visto nas coisas que Ele fez, e que não consola os homens por esse poder, sempre lhes apelando para o manterem em mente, como sua única fonte de força, é "outro evangelho", que, simplesmente, não é evangelho algum, uma vez que não pode haver ne­nhum outro.
Esta, então, é a lição a ser aprendida "no princípio". Aquele que a aprendeu é uma nova criatura em Cristo, e está pronto para aprender o que se segue; a saber, a lição de crescimento. Com esses maravilho­sos fatos em mente, quão pior do que inúteis parecem ser os temores que alguns expressam: "—Temo que se eu me iniciar na vida cristã, não serei capaz de manter-me firme". Logicamente, você não seria capaz de manter-se. Você não tem força; mas auxílio tem sido posto à disposição por Aquele que é poderoso. Ele é capaz de fazer com que você se sustenha, e o guardará até o fim. "Que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação,  já prestes para se revelar no último tempo" (1ª Pedro 1:5). Portanto:
"Ora, Àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a Sua glória, ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo os sempre. Amen" (Judas 24, 25).
HAJA LUZ "E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz. E fez Deus separação entre a luz e as trevas" (Gên. 1:3 e 4).
Até então havia trevas sobre a face do abismo. Não havia tal escuridão, como estamos acostumados; pois a mais grossa escuridão o homem jamais conheceu desde aquela época (com a possível exceção da praga de trevas no Egito) sempre tem havido uma mistura de luz. Alguma luz tempera a escuridão, mesmo na noite escura, quando não há lua, nem estrelas aparecem, mas aqui houve trevas, como o homem não pode conceber, pois a luz ainda não tinha sido criada.
Desta escuridão Deus mandou a luz brilhar. O apóstolo nos diz que Deus "disse que das trevas resplandecesse a luz" (2ª Cor. 4:6). Aqui, novamente, somos levados a ver o maravilho poder criativo. Deus não trabalha como o homem. O homem tem que ter a material toda pronta à sua mão quando ele faz alguma coisa. Deus não é limitado dessa maneira. Nada absolutamente é tão apropriado para o Seu propósito como qualquer coisa pode ser. "Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes, e Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele" (1ª Cor. 1:27-29). Isto é feito por nós, para que possamos aprender a colocar nossa confiança nEle.
 [Pág. 14] Assim, quando Deus quis fazer a luz, Ele a causou brilhar fora da escuridão. Devemos dizer que Ele fez a luz da escuridão? Não seria inadequado, porque isto está no poder de Deus. "Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão, então a noite será luz à roda de mim. Nem ainda as trevas me encobrem de Ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para Ti a mesma coisa" ( Salmo 139:11 e 12). E, ao falar sobre o conforto de Seu povo em tempo de angústia, Deus diz: "E guiarei os cegos pelo caminho que nunca conheceram, fá-los-ei caminhar pelas veredas que não conheceram; tornarei as trevas em luz perante eles, e as coisas tortas farei direitas. Estas coisas lhes farei, e nunca os desampararei" (Isaías 42:16).
Nada é difícil demais para o Senhor. Ele mesmo é a fonte de todas as coisas. A alma sábia vê Deus em todas as Suas obras. Ele imprimiu a Si mesmo sobre toda a criação. Tudo é carimbado com Sua própria personalidade. A total escuridão das nações veio da perversão desta verdade. Em vez de ver o poder de Deus em tudo, eles disseram que tudo é Deus. Assim eles transformaram a verdade de Deus em mentira. Mas é um fato que do próprio Deus tudo se origina. Assim, Deus poderia fazer a luz brilhar na escuridão, porque Ele mesmo é luz. "Esta é a mensagem que dEle ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nEle trevas nenhumas" (1ª João 1:5).
Não nos esqueçamos ao estudarmos a criação, que Cristo é o Criador. Ele é a sabedoria de Deus e do poder de Deus. Foi Ele quem criou a luz. Ele a fez de Si mesmo, pois nEle todas as coisas foram criadas. Não é só no sentido espiritual que Cristo é a luz do mundo. A luz que alegra os olhos de toda a humanidade é a luz que é derramada sobre eles a partir de Cristo. O visível é para nos ensinar o invisível. Do natural devemos aprender do espiritual. A luz física que brilha no mundo é projetada para ensinar-nos que Deus é luz, e essa luz espiritual dEle brilha tão livremente para todos, entretanto lemos. "Aos justos nasce luz nas trevas" (Salmo 112:4), para que Ele possa dizer: "Não te alegres a meu respeito; Ainda que eu tenha caído, levantar-me-ei; se morar nas trevas, o Senhor será a minha luz" (Miquéias 7:8).
Cristo é a luz do mundo. Assim, lemos que, quando Ele foi para a Galiléia as palavras do profeta, acerca daquela região foram cumpridas: "A terra de Zebulom, e a terra de Naftali, junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galiléia das nações, o povo, que estava assentado em trevas, viu uma grande luz; e, aos que estavam assentados na região e sombra da morte, para eles fez-se a luz da Primavera" (Mateus 4:15, 16, RV). O pecado é escuridão. Vem do príncipe das trevas, e traz escuridão. A palavra do Senhor é luz, mas foi praticamente escondida das pessoas quando o Senhor veio ao mundo. Sábios em seu próprio conceito tomaram sobre si a "interpretação" da lei de Deus, e, como consequência, a tinham encoberto. Eles haviam tirado a chave do conhecimento. Assim foi na Idade Média, que é geralmente conhecida como a Idade das Trevas, porque, então, a Bíblia era um livro proscrito. Foi presa na cela escura, e seus raios não iluminaram as pessoas. Os homens andaram às cegas procurando a luz e não sabiam para onde ir. O conhecimento de Deus quase desapareceu da terra, porque até mesmo os sacerdotes, cujos lábios deviam guardar o conhecimento, eram ignorantes dos oráculos vivos. Satanás havia causado falsas idéias de Deus e o direito para prevalecerem.
[Pág. 15] Foi em escuridão semelhante a esta, que Cristo, a Luz do mundo, veio. Para os que estavam nas trevas, a luz surgiu. A luz brilhou nas trevas, e as trevas não a apreenderam ou a venceram. Nada poderia apagar aquela luz, santa e viva. Quando os homens tateando nas trevas, e não conheciam o caminho da verdade, a luz da vida de Cristo resplandeceu nas trevas, para mostrar-lhes o caminho. Tudo isto o idoso Simeão viu quando ele tomou o menino Jesus em seus braços e disse: "Já os meus olhos viram a Tua salvação, a qual Tu preparaste perante a face de todos os povos; luz para iluminar as nações, e para glória do Teu povo Israel" (Lucas 2:30-32).
A luz da vida  Como o pecado é trevas, assim é a morte. "Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram" (Romanos 5:12). "Porque a inclinação da carne é morte" (Romanos 8:6). "O pecado, sendo consumado, gera a morte" (Tiago 1:15), pois "o aguilhão da morte é o pecado" (1ª Coríntios 15:56). O pecado e a morte vêm de Satanás, pois é ele que tem o poder da morte. Por isso é que nos é dito que não lutamos contra a carne e o sangue, mas com os príncipes das trevas deste mundo. A treva deste mundo é a escuridão do pecado, e que é a escuridão da sombra da morte. Aqueles que se sentam em pecado, sentam-se à sombra da morte; e a luz que brilha para eles é a luz da vida sem pecado de Cristo.
Como o pecado é morte, assim a justiça é vida. "A inclinação do Espírito é vida" (Rom. 8:6). A inclinação do Espírito é ter a mente do Espírito de Deus, e isto é ter Sua vida e justiça. É ter a lei de Deus na mente, "porque bem sabemos que a lei é espiritual" (Rom. 7:14). A única coisa que pode dissipar a escuridão é a luz. Então a única coisa que pode tirar o pecado é a justiça. E a única coisa que pode vencer a morte é a vida.
Mas a vida do homem não pode obter a vitória sobre a morte, pois é a própria morte. O pecado é natural ao coração da humanidade. "Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as fornicações, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o enganoo, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro, e contaminam o homem" (Marcos 7:21-23). Mas o coração é a sede da vida, “porque dele procedem as fontes da vida" (Provérbios 4:23). Portanto, desde que o pecado é morte e o pecado em todas as suas várias formas nasce do coração, segue-se que a própria fonte da vida do homem é envenenada com morte. A vida do homem não é senão, uma vida morta. O apóstolo Paulo, depois de lamentar a pecaminosidade do homem natural, clamou: "Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" (Romanos 7:24).
Desde que justiça, e ela, por si só, é vida, o homem não pode ter esperança de vida de si mesmo, pois ele não pode obter justiça de si mesmo. "O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mau" (Lucas 6:45). O homem só tem mal em seu coração, por natureza, portanto ele pode produzir somente o que é mau. As Escrituras dão testemunho abundante disso. Deixe que elas contem sua própria história.
"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3:23). "Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nenhum só" (Romanos 3:12). "Porque a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus" (Romanos 8:7,8). Não importa o quanto a alma desperta pode desejar que possa fazer o que ele sabe que é certo, ele não tem poder em si mesmo para fazê-lo. "Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis" (Gálatas 5:17).
 [Pág. 16]  Agora, desde que o mal só pode vir do mal, e o coração do homem produz apenas o mal, é uma negação da Escritura afirmar que o homem de si mesmo pode fazer qualquer coisa boa. Primeiro, porque a Bíblia diz que ele não pode. Segundo, quem diz que há qualquer poder no homem para fazer o que é bom, nega que haja qualquer coisa má no homem. Porque não pode haver algum mal e algum bem no homem por natureza. Uma fonte não pode jorrar da mesma abertura tanto água doce como amarga. Um pouco de água venenosa contaminará a fonte inteira. "Um pouco de fermento faz levedar toda a massa" (1ª Coríntios 5:6). Assim, se há qualquer mal em um homem, por natureza, ele deve ser totalmente mal. Potanto segue-se que, quem diz que pode, de si mesmo, fazer qualquer coisa boa, ainda que pequena, nega que haja qualquer vestígio de maldade nele. Mas Cristo disse a verdade sobre o homem, nas palavras, "sem Mim nada podeis fazer" (João 15:5).
Terceiro, há uma outra posição possível para aquele que diz que pode, por si mesmo, fazer o que é bom, e isto é a alegação de que ele pode fazer o bem sendo mau. Há muitos que afirmam abertamente que o mal é apenas o "bom subdesenvolvido", mas eles não afirmam mais categóricamente do que a alegação daqueles que pensam que eles são capazes de por si fazer o que é bom. Dizer que o mal é bom subdesenvolvido é negar a Bíblia, que diz que o homem não tem coisa boa nele. E, insinuar que o pecado pode ser transformado em bondade, é colocar-se a si mesmo acima de Deus, pois Ele não pode fazer isso. Fazer isso seria negar a Si mesmo, pois Ele é justiça.
Só Deus é bom. Isto a Escrituras claramente declaram. Quando Cristo estava na Terra, "correu para Ele um homem, o qual se ajoelhou diante dele, e lhe perguntou: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senãoum, que é Deus" (Mar. 10:17, 18). Desde que só Deus é bom, segue-se que para qualquer um afirmar que ele tem bondade em si mesmo, é tornar-se igual a Deus. O homem que faz isto virtualmente se faz Deus.
É claro que se um homem deve fazer justiça deve começar a partir de fora de si mesmo. Ele deve, de fato, ser feito em outro homem. Ele deve ter a vida completamente diferente de sua vida natural. Isto é vagamente reconhecido no desejo frequentemente expresso de "viver uma vida diferente." Isso é exatamente o que todo mundo precisa fazer. O problema é que muitos tentam viver outra vida com a velha vida de pecado, o que é impossível. Para que o homem possa viver uma vida diferente da que ele tem vivido, é necessário que ele tenha outra vida.
Do último texto citado, é evidente que ele deve ter esta vida. Só Deus é bom. A vida de Deus é a própria bondade. A vida de Deus consiste em atos de bondade. A vida de alguém é apenas o que os seus caminhos são, e todos os caminhos de Deus são direitos. A lei de Deus expressa Seus caminhos, pois lemos: "Bem-aventurados os retos em seus caminhos, que andam na lei do Senhor. Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos, e que O buscam com todo o coração. E não praticam iniquidade, mas andam nos Seus caminhos" (Salmo 119:1-3). E os Seus caminhos são tão mais altos do que os caminhos do homem, como os céus são mais altos do que a terra.
 [Pág. 17]  Agora, a justiça de Deus é uma coisa que o homem pode ter. O Salvador disse a seus discípulos: "Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça" (Mateus 6:33). Mas onde é que vamos buscar isso? Em Cristo, porque Deus O fez para nós "sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" (1ª Coríntios 1:30). É nEle que podemos ser feitos a justiça de Deus. Mas desde que a justiça de Deus é a Sua vida, é impossível para nós termos a Sua justiça, sem ter a Sua vida. Esta vida está em Cristo, pois Cristo é Deus, e “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2ª Cor. 5:19). A única vida que já viveu na terra que foi perfeitamente justa foi a vida de Cristo. Somente Sua vida poderia resistir ao pecado. "E bem sabeis que Ele Se manifestou para tirar os nossos pecados; e nEle não há pecado" (1ª João 3:5). A vida de Cristo é a justiça de Deus. É isso que devemos a procurar.
Mas o homem não pode viver a vida de Deus. Só Deus pode viver Sua própria vida. Seria o cúmulo da presunção alguém pensar que ele pode viver a vida de Deus. A vida de Deus deve ser manifestada no homem, se ele tem alguma justiça, mas o próprio Deus deve viver a vida. O apóstolo Paulo expressa isto assim: "Estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim" (Gálatas 2:20).
Observe novamente como é fácil para um homem se colocar acima com Deus. Desde que justiça é vida, a saber a vida de Deus, é evidente que para um homem afirmar que tem vida em si mesmo — que ele tem, por natureza, em si mesmo, um princípio que não pode, por qualquer possibilidade, morrer — é o mesmo que dizer que ele tem justiça em si mesmo, e, assim, novamente reivindicar indiretamente, que ele é Deus. Este novamente é o homem do pecado.
Foi esse sentimento que impediu os fariseus de aceitarem a Cristo. Eles "confiavam em si mesmos, crendo que eram justos" (Lucas 18:9). Eles professavam crer na vida eterna, e pesquisavam as Escrituras com isso em mente; mas, infelizmente, Jesus lhes disse: "Não quereis vir a Mim, para terdes vida" (João 5:40). Por que eles não vinham a Ele, para que terem vida? A razão é que eles achavam que a tinha em si mesmos. Pois justiça é vida. Cristo veio a esta terra com o único propósito de dar vida aos homens, pois haviam perdido a vida por causa do pecado. Ele dá a Sua vida a nós, e isto nos dá a Sua justiça. A única razão por que alguém não venha a Cristo para ter vida é ele pensar que já a tem. Mais uma vez repetimos, que quem afirma que possa ter vida eterna sem Cristo, está afirmando que se pode ter justiça sem Cristo. Os dois devem andar juntos.
Vamos ler alguns textos familiares para fixar este fato mais fortemente em nossas mentes. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16). "Tu Lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos Lhe deste. E a vida eterna é esta: que Te conheçam, a Ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (João 17:2, 3). "Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o Seu sangue, não tereis vida em vós mesmos" (João 6:53). "Assim como o Pai, que vive, Me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de Mim se alimenta, também viverá por Mim" João 6:57. Esta vida no homem é a única forma de justiça. Estamos para sermos "feitos justiça de Deus em Cristo" (2ª Coríntios 5:21).
 [Pág. 18]  Esta vida é nossa pela fé, pois o justo viverá pela fé. Isso não significa que a vida não é real, mas que pode ser mantida apenas pela fé. À medida que a vida é recebida deve ser retida. "Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nEle" (Colossenses 2:6). O homem não tem essa vida por seu próprio direito, e por seu próprio poder. É a vida de Deus, e não a vida do homem. "E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em Seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida" (1 João 5:11 , 12). É a vida de Jesus manifesta na vossa carne mortal, 2ª Coríntios 4:11.
Esta vida é a luz dos homens. "Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo: quem Me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida" (João 8:12). Esta vida de justiça é dada aos homens tão de graça como a luz do dia. Ela é tão abundante como a luz, e há o suficiente para todos. Uma característica da luz é que ela pode multiplicar-se. Uma única tocha poderá acender outras mil tochas, e ainda haverá tanta luz quanto no início. Assim é com a luz da vida de Cristo. Com Ele está a fonte da vida. Ela vem dEle em abundância. Ele pode dar vida a cada homem no mundo, se todos a receberem, e ainda há tanta quanto no início. Ele pode viver em Sua plenitude em cada homem. Todo aquele que crê recebe o benefício de toda a vida de Cristo. Cristo não está dividido.
Aqueles que se sentam na sombra da morte, que é a sombra que o pecado lança, podem ter essa sombra dissipada, por permitir que a luz brilhe dentro deles. Essa luz deverá se manifestar em sua plenitude na igreja antes do fim, de modo que a vida de Cristo será manifestada perante o mundo tão claramente como quando Cristo esteve aqui na terra em pessoa. Este será o padrão em torno da qual milhares vão se reunir, assim como os discípulos o fizeram no dia de Pentecostes. É esta luz da vida de Cristo, de que o profeta fala com estas palavras:
"Levanta-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti: Porque eis que as trevas cobriram a terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor virá surgindo, e a Sua glória se verá sobre ti. E os gentios caminharão à tua luz, e os reis ao esplendor que te nasceu" (Isa. 60:1-3). Tudo isso, e muito mais do que pode, eventualmente, ser expresso pela pena de uma pessoa sem inspiração, nos é ensinado nas simples palavras, "E disse Deus: Haja luz: e houve luz" (Gên. 1:3).
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