quinta-feira, 11 de abril de 2013

Lição 2 - Amor e Julgamento: o Dilema de Deus (Oseias), por Paulo Penno

Para 6 a 13 de abril de 2013




Da parte de Cristo, ter que perdoar infinitamente, geração após geração, século após século, e amar Seu povo com um amor conjugal nunca correspondido deve ser uma agonia para Ele. Deve o povo de Deus ser sempre motivado por um desejo egocêntrico por recompensa de salvação pessoal deles? Podem eles deixar de sentir uma preocupação pelo coração de amor de Cristo, como um propósito do coração deles para que Ele receba a Sua recompensa, deixando de lado o anseio por recompensa própria? Pode Sua futura esposa, finalmente, aprontar-se para as bodas do Cordeiro, Apoc. 19:7 e 8?
O livro de Oseias diz "sim!". Nos diz para empenhar-nos; como Gomer finalmente o fez, podemos crescer também!
Por que o livro de Oseias foi incluído no cânon sagrado? Oseias foi o último esforço do Senhor para salvar Israel da ruína pelos assírios. Eles colocaram um fim ao reino (*do norte) em 723 a.C., pois era sem esperança a impenitência deles. Elias tentou salvá-los cerca de 150 anos antes; o que tornou o problema mais difícil foi que, sob Jeroboão II o reino havia desfrutado de grande prosperidade e sucesso material. Assim como Laodicéia, o povo e os seus líderes espirituais continuamente diziam, "rico sou, e estou aumentado com bens, e de nada tenho falta" (Apoc. 3:14-17, KJV). O Israel do tempo de Oseias e a nossa Laodicéia têm um problema idêntico.
Os profetas que eram profundamente sensíveis tiveram uma visão sobre a dor que o Deus de Israel estava sofrendo século após século. Salomão tinha percebido que o amor de Deus por Israel era o de um amante (veja isto no livro Cantares de Salomão). Jeremias, Ezequiel, Oseias, escreveram sobre isto (veja Ezequiel 16).
É verdade que Deus sempre amou o mundo inteiro que O rejeitou, mas há uma diferença na rejeição de Israel por Ele. O amor de Cristo por Israel era conjugal. A esperança surge continuamente em Seu coração. Aqui foi “o escolhido" (*o povo de Israel) que poderia apreciá-Lo e, nesse sentido retribuir amor.
Israel "respondeu" a Seu amor. Lemos sobre as reformas e arrependimentos que enchem o Antigo Testamento com a história dos juízes, do reinado dos reis Josafá, Ezequias, Josias, etc. Mas em todo tempo, o amor de Cristo era decepcionado, e Seu "escolhido" O envergonhava perante o mundo e perante o universo e, finalmente, O crucificou.
Qual é a causa de tal apostasia? Desde tempos imemoriais tem sido o problema do verdadeiro povo de Deus. Deus diz através de Oseias,  "o Meu povo é inclinado a desviar-se de Mim" (Oseias  11:7). A sua apostasia era evidente já no tempo dos juízes logo após o tempo de Moisés. A história é cheia de altos e baixos continuamente, mais baixos do que altos, exatamente nos tempos dos profetas maiores e menores do Antigo Testamento. Finalmente, em 586 a.C. o reino de Judá (o verdadeiro povo de Deus), sofreu uma destruição maciça. Mas, mesmo em Babilônia e um pouco mais tarde, a "apostasia" continuou até que eles rejeitaram e mataram o Filho de Deus. A palavra "apostasia" não ocorre no Novo Testamento, mas a palavra "mornidão" está lá, tão ruim, talvez pior, descrevendo o verdadeiro povo de Deus nestes últimos dias (Apocalipse 3:15, 16).
Por que é que tantas vezes depois de ter tido uma maravilhosa série de "reuniões de avivamento" e os nossos corações serem agitados, em seguida, depois de algumas semanas descobrimos que começamos a "retroceder" de novo? O mundo tem-se insinuado (*entre o povo de Deus); temos estado ocupados demais para manter a nossa promessa de empregar tempo de qualidade para o Senhor, no estudo da Bíblia, na oração e testemunho, e mais uma vez perdemos essa experiência de estabilidade. Será que é possível que haja uma razão fundamental para que esse problema tenha continuado por esses milhares de anos, desde Moisés?
O problema começou no Monte Sinai naquela exata experiência "no topo da montanha" ao (*o povo) encontrar o Senhor e ouvi-Lo falar a Sua santa lei com Sua própria voz, com fogo e trovões e terremotos. Apenas algumas semanas após isto, o povo já tinha se para a adoração de ídolos (Êxodo 32:1-6)! O problema foi que prenderam-se à promessa deles do antigo concerto para serem bons e fazerem tudo certo (Êxo. 19:8). (*Deus não nos pede que prometamos nada a Ele, pois sabe que somos pó e não podemos cumpri-las). O de que precisamos é crer nas promessas do novo concerto de Deus.
Apostasia é uma repetição do declínio e queda do reino de Israel. O profeta Oseias rogou aos reis e ao povo para se arrependerem de sua flagrante injustiça, luxuria, extravagância, e repulsiva licenciosidade a corrupção moral ostentada diante de Deus, enquanto o país estava à beira de um desastre irremediável. "Ó Israel", disse Oseias , “para a tua perda te rebelaste contra Mim!" (Oseias  13:9, 10). "O Meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitastes o conhecimento" (4:6).
Algumas pessoas conscientes emigraram, para o reino de Judá, onde a Páscoa ainda era mantida (2º Crô. 30:10-13), mas o próprio Israel desapareceu da face da terra, invadida pela Assíria. Deus retirou o Seu Santo Espírito após ser repetidamente afugentado (Oseias  4:17). Mas havia uma boa notícia. Assim que o Titanic de Israel afundou, havia um barco salva-vidas para todos os que se arrependessem: "Eu sararei a sua infidelidade, Eu voluntariamente os amarei", disse o Senhor (14:4).
Esta cura envolve a chuva serôdia. Você está pronto para a chuva serôdia? Durante anos, os cristãos têm antecipado o derramamento do Espírito Santo nos últimos dias, antes da segunda vinda de Jesus Cristo nas nuvens do céu.
Paulo em Romanos 10:3 disse “Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.” A realização do que custou a Jesus Cristo para resgatar o nosso mundo caído estará à base da preparação do povo de Deus para receber a chuva serôdia.
Se começarmos a reconhecer que Jesus Cristo Se identificou completamente com a nossa natureza humana decaída, e morreu e nos ressuscitou com Ele a partir dessa desgraça de uma sepultura eterna, “e ressuscitou para nossa justificação” (Rom. 4:25), quando esta realização raiar em nossa consciência egocêntrica, e "prosseguirmos em conhecer ao Senhor ... Ele a nós virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra" (Oseias  6:1-3).1 Isto só ocorrerá quando o povo de Deus se conscientizar de que (*o que os impede de receber esta chuva) são as suas iniquidades, sua perversidade, seus corações revoltantes e rebeldes, e sua continua rejeição do conhecimento de Sua justiça.
 (*A mensagem da justiça de Cristo, que nos foi outorgada na Conferência Geral na cidade de Mineápolis, em) 1888, é para a Igreja Adventista do Sétimo Dia o que o Calvário foi para os judeus. A maioria dos judeus são como adventistas do sétimo dia, ocupados com "apenas manter suas vidas pessoais confortavelmente”, que pouco se importa com o que aconteceu cerca de 2000 anos atrás, como "nós" nem um pouco nos importamos com o que aconteceu há mais de 120 anos. Mas a mensagem de 1888 foi o "começo" da chuva serôdia e do alto clamor de Apocalipse 18 e falhamos miseravelmente, “assim como os judeus", diz Ellen White, e ela diz a verdade nua.2 Era o método do Senhor de infundir cada congregação adventista do sétimo dia, com o calor de um verdadeiro amor Ágape, para torná-los "os primeiros a levantar a Cristo perante o mundo."3 A terrível mornidão, o legalismo, a crítica e a amargura sobre que justamente choramos são os subprodutos de mais de cem anos daquela rejeição da verdade.
A bela mensagem da muito mais abundante graça de Cristo, Rom. 5:20, “tem sido, em grande medida, conservada afastada do mundo” e do nosso povo.4 Assim, os críticos e os legalistas têm muito sucesso condenando "o pecado abundante" dentro da igreja, quase totalmente ignorante da muito mais abundante graça.
Alguns sentem que é pura bobagem que nos sintamos de algum modo culpados do pecado de rejeição em 1888. Jesus reconheceu o princípio da culpa corporativa e da necessidade de arrependimento corporativo. Na verdade, o Pentecostes em si foi a consequência direta de reconhecer a culpa corporativa e receber o dom do arrependimento corporativo: "Saiba, pois, com certeza toda a casa de Israel que ... vós crucificastes ... Cristo" (Atos 2:36), “vós negastes o Santo e o Justo ... e matastes o Príncipe da vida. ... bem sei que o fizestes por ignorância, como também os vossos príncipes" (3:14, 15 e 17). Pedro claramente concentra a culpa em "toda a casa de Israel" (*2:36), embora comparativamente falando poucos realmente tomaram parte nela.
Quando escolhemos conhecer o Senhor como Ele Se revelou em nossa história de 1888 (*e alguns anos que se seguiram), Ele virá a nós como a chuva, como a chuva serôdia e a chuva temporã à Terra. A abençoada chuva serôdia cairá, e que refrigério há de ser!!!
Paul E. Penno

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99


* Asteriscos indicam acréscimos que o tradutor fez ao texto do autor.

Notas:
1)           Este maravilhoso texto de Oseias  6:1-3, contem a única predição profética do Velho Testamento de que o Messias ressuscitaria ao terceiro dia, está no verso 2, “Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dEle.”  (Esta nota é do tradutor, as demais, que se segue, são do autor).
[2] "Quando os judeus deram o primeiro passo na rejeição de Cristo, eles deram um passo perigoso. Quando posteriormente tiveram evidência acumulada de que Jesus de Nazaré era o Messias, eles estavam muito foram orgulhosos demais para reconhecer que eles erraram. Assim se dá com os homens do nosso tempo, que rejeitam a verdade. Eles não têm tempo para investigar honestamente, com fervorosa oração, as evidências da verdade, e eles se opõem àquilo que eles não entendem. Assim como os judeus, eles supõem que têm toda a verdade, e sentem uma espécie de desprezo por quem acha que tem ideias mais corretas do que as deles mesmos a respeito do que é a verdade" (Materiais de Ellen G. White Sobre 1888, vol. 1, págs. 169, 170. Originalmente era o Manuscrito 15 de 1888, que foi um apelo da Sra. White aos irmãos reunidos em Mineapolis, em novembro daquele ano, com o título “Um Chamado para um Profundo Estudo da Palavra”).
[3] Evangelismo, p. 188.
[4] Mensagens Escolhidas, vol. 1 págs, 234, 235.
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