Para 13 a 20 de abril de 2013
A nossa Igreja Adventista do Sétimo Dia a nível
mundial está passando por um "reavivamento e uma reforma" na busca de
uma preparação de coração para o fim do mundo e a segunda vinda de Jesus
Cristo. Pessoas sinceras estão enviando insistentemente suas orações ao
"trono da graça" de Deus (Heb. 4:16). É cada vez mais reconhecido que
os desenvolvimentos dos últimos dias estão ocorrendo diante de nossos olhos.
Há uma promessa no pequeno livro de Joel que está em
vigor desde quase o início do tempo: "E
há de ser que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo [livrado]."
O Senhor continua a prometer que o "livramento" será "entre
os sobreviventes que o Senhor chamar" (Joel 2:32). Esse é o convite do
evangelho, falando desses últimos dias perigosos quando os corações das pessoas
estão "desmaiando de terror"
(*Lucas 21:26).
Ao abrir-se o livro de Joel, o profeta, transmitindo "a palavra do Senhor" que foi
dirigida a ele, adverte de terríveis juízos, e
tenta despertar o povo (1:5). Seu chamado aos "sacerdotes" e
"ministros" é "Santificai
um jejum, convocai uma assembléia solene, congregai os anciãos, e todos os
moradores desta terra, na casa do Senhor vosso Deus, e clamai ao Senhor"
(1:14).
Por que o jejum? Você anseia a muito tempo entender o
que Deus está tentando dizer-lhe. Então você ora,
mas é isto suficiente? Joel ajuda a entender a razão para o jejum. Em Joel 2:12
Deus diz: "Convertei-vos ... a Mim
de todo o vosso coração, e isso com o jejum." Em outras palavras, a
sinceridade do fundo do coração é o que o Senhor quer ver, e você não pode
culpá-Lo. Você mesmo fica revoltado quando as
pessoas falam a você sem sinceridade. Quando
você ora, o Senhor tem o direito de perguntar: "Você realmente está
falando sério ou você está apenas brincando?" Será que faz sentido para Ele
perguntar: "Você é honesto o bastante para ir
para a próxima fase, o “jejum”?
Foi em tempos de grande crise que Israel não só orava,
mas “jejuava.” Em nossa era moderna, não devemos esquecer
que estamos vivendo no grande antitípico cósmico Dia da Expiação,
antigamente, o único dia no ano em
que Deus pedia a Israel que jejuasse (Lev. 23:27). Não
podemos jejuar o tempo todo, é claro, mas podemos viver humildemente na
presença do Senhor, negando o próprio eu, e não festejar, enquanto outros seres
humanos, queridos em Cristo como nós, morrem de fome.
Um dos versos mais belos em
Joel para nós, como adventistas do sétimo dia, está no capítulo 2: "Regozijai-vos e alegrai-vos no Senhor
vosso Deus, ... Ele fará descer a chuva, a chuva
serôdia" (v. 23). Mas algumas pessoas estão perplexas: o que é
exatamente a "chuva serôdia"?
A história da "chuva
temporã" (ver Joel 2:23) ajudará a explicar
o que é a "chuva serôdia".
Foi no Pentecostes que o verdadeiro povo de Deus (aqueles que criam em Cristo) recebeu
o derramamento do verdadeiro Espírito Santo provindo de Deus. Agora, depois de
dois milênios, esperamos que o dom do Espírito Santo seja dado novamente como
complemento da “primeira” bênção.
A “chuva temporã" foi a luz da
verdade que foi dada como um presente — foi a percepção da verdade que o
professo povo de Deus tinha rejeitado, assassinado e crucificado o Senhor da
glória. Aquela bênção não foi um grande barulho tanto quanto foi luz que a fez
brilhar: Pedro proclamou que aquelas pessoas ali presentes tinham crucificado o
Messias, o Filho de Deus. "E, ouvindo eles isto, compungiram-se
em seu coração" (Atos 2:36, 37).
A "chuva serôdia" é o derramamento final do
Espírito Santo. Ela irá capacitar o povo de Deus para ser Suas testemunhas no
último conflito de todos os tempos. Embora a "chuva temporã" no Pentecostes
tenha sido gloriosa, somos informados de que o derramamento final será muito
maior em todos os aspectos. Ellen G. White identificou a mensagem de (*Justificação
pela fé, outorgada à igreja remanescente na cidade de Mineápolis em) 1888 como
"aguaceiros da chuva serôdia do céu"
(*grifamos). (Testemunhos Especiais, Série
A, n º 6, pág. 19). Esta é a mensagem que "O Senhor, em Sua grande
misericórdia, enviou" como "o começo" da mensagem do alto clamor
de Apocalipse 18:1-4 (Testemunhos para
Ministros, págs. 91-93).
Era o plano de Deus que a
mensagem da justiça de Cristo devesse ir tanto para a igreja como para o mundo
(Mensagens Escolhidas, livro 1, págs.
234 e 235). Reavivamento, reforma e arrependimento são essenciais para a igreja
antes que a luz daquele “outro anjo” (*veja Apoc. 18) possa brilhar
claramente para o mundo em
geral. Portanto, uma mensagem de graça muito mais abundante,
a qual Ellen White declarou ser o "começo" da chuva serôdia, e
deve, na providência de Deus, ser trazida para a igreja primeiro (*antes que
possa ser dada ao mundo). Tal obra é o mais puro evangelismo ganhador de almas.
Ao invés de uma mensagem do antigo concerto, (*ou
antiga aliança) que é centrada no ego1,
a mensagem de 1888 (da Justiça de Cristo) revelou uma nova e superior motivação
— uma preocupação com a honra e vindicação de Cristo, como uma noiva sente por
seu marido. Transcende os próprios desejos egoístas
dela. Fé é revelada como uma apreciação
de coração pelo grande amor revelado na cruz, independentemente do nosso desejo
de recompensa (*em ganhar a vida eterna) ou medo do inferno. Toda a
motivação egoísta é transcendida. Nenhuma outra motivação pode levar Seu povo a
superar o egoísmo e o pecado, exceto uma preocupação pela honra e a integridade
de Seu trono. Mas essa motivação é todo poderosa. É a fé do Novo Testamento!
A chuva serôdia será, portanto, um dom do Espírito
Santo que vai trazer a verdadeira e final convicção do pecado que somente Ele
pode trazer aos corações humanos: a culpa da crucificação de Cristo é o nosso pecado. Mas isso é uma verdade que
não compreendemos claramente ainda. De acordo com Zacarias 12:10-13:01, quando
o povo de Deus compreender a realidade, virá o maior arrependimento de todos os
tempos. Vai tornar-se a experiência "final"
de reconciliação com Cristo. Isso tornará possível um movimento, um segundo
"Pentecostes", uma mensagem será proclamada em todo o mundo que vai "iluminar a terra com Sua glória"
(Apoc. 18:1), e que vai preparar um povo para a volta de Cristo.
A chuva serôdia será uma revelação mais clara do
evangelho da justificação pela fé que nós já discernimos. O significado da
frase em hebraico em Joel 2:23 ["a
chuva temporã em justa medida"] – “moderadamente” na KJV] é "um mestre da justiça", ligando
a chuva serôdia à mensagem da justificação pela fé.
A justiça que nosso Sumo Sacerdote ministra para nós
a partir do segundo compartimento do santuário celeste (*o Santíssimo) vai além
de um (*simples) perdão legal para os nossos pecados. Se fosse meramente uma questão de ajustar nosso registro de
pecados nos livros do Céu, então não teríamos avançado além do ministério no
lugar Santo e seguido a Cristo ao Santíssimo, e isso nos colocará séculos atrás
com os evangélicos que têm o "evangelho da reforma".
Em vez disso, a justificação pela fé desde 1844 a partir do segundo compartimento (*o Santíssimo) está vendo o
perdão de Deus ao pecador realizada na cruz, e, em seguida, "sendo justificados pela fé"
(Rom. 5:1). "Pelo qual agora
alcançamos a reconciliação" (vs.11). É um coração que foi cativado
pelo divino Ágape de Deus
que agora motiva uma fé que é obediente a todos os mandamentos de Deus.
Aqui está a verdade fundamental que é quase
totalmente ignorada hoje — as águas iniciais da chuva serôdia foram
manifestadas na "mui (sic.) preciosa
mensagem" (*Testemunhos para
Ministros, págs. 91 e 92) da justificação pela fé, que o Senhor enviou a
este povo em 1888. Outros aguaceiros da chuva serôdia devem necessariamente
incluir uma recuperação dessa mensagem, porque a intenção do Céu nunca pode ser
derrotada.
A segunda vinda de Cristo é a validação final da
mensagem adventista do sétimo dia. Nosso próprio nome exprime a nossa confiança em Sua breve volta. Se Cristo nunca devesse
retornar, não temos tido nenhuma razão de existir como povo, e somando nossos
150 anos de história, são uma desilusão. Como diz Paulo, que seriamos,
então, "os mais miseráveis de todos
os homens" (1ª Coríntios 15:19). E mesmo que Sua vinda seja certa, mas
deva ser adiada por muitas décadas ou até mesmo séculos, nós ainda não temos
razão de existir, pois temos dito repetidamente que Sua vinda está próxima, porque Ele disse isso. Não é a nossa honra, mas é a dEle que está em
jogo.
Compilado dos escritos
de Roberto J. Wieland
Por
Carol Kawamoto
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor
adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor
de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a
África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua
morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era
atuante na sua igreja local.
Ele é autor de dezenas de livros.
Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África,
em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência
Geral:
1º) que fossem publicadas todas as matérias
de Ellen G. White sobre 1888, e
2º) que fosse publicada uma antologia dos
escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200
recomendações de Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988,
a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na
publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4,
com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888.
Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o
mesmo ainda atendido
A irmã Carol Kawamoto vive no sopé
da bela Serra da Califórnia. Ela freqüenta uma pequena igreja adventista onde
foi batizada há muitos anos. Pouco depois do batismo ela conheceu Helen Cate,
então editora para o Comitê de Estudos da Mensagem de1888 (que também era um
membro da mesma igreja) e o pastor Robert J. Wieland, que pregava as verdades
da Boa Nova da mensagem de 1888. Ela começou a trabalhar com Helen, que fundou
a revista “1888 Message
Newsletter” (Noticiário da Mensagem de 1888). Após a morte de Helen, Carol
foi eleita editora para o Comitê de Estudos da Mensagem de1888, onde teve o
privilégio de trabalhar diretamente com o pastor Wieland, redigindo o boletim
de notícias para aquela revista, e publicando os numerosos livros dele. Ela
continua com o seu amor em partilhar a "mui preciosa mensagem" (TM,
pág. 91), através da edição de diversos artigos, de diferentes autores, que
publicamos neste blog. Ela tem também outros projetos. Ela envia suas saudações
a todos os leitores deste blog, tanto no Brasil como em outros países de fala
portuguesa.
Nota do tradutor:
1)
Este concerto foi
a promessa dos israelitas de que “tudo o que o Senhor tem falado, faremos”
(Êxo. 19: 8). E mais tarde a esta frase ainda acrescentaram a expressão “obedeceremos”
(Êxo. 24:7). Eles prometeram o que não podiam cumprir. E não o podiam porque
confiavam si mesmos. Semanas depois estavam adorando um bezerro de ouro. Deus
fez este concerto com eles para que quando falhasse vissem que, sem o poder do
Espírito Santo, atuando neles, não conseguiriam obedecer, e veriam que
necessitavam do Messias vindouro, Cristo, o Salvador, que lhes transmitisse
poder para uma perfeita obediência.
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