sexta-feira, 3 de maio de 2013

Lição 5 - Buscai ao Senhor e Viva (Amós), por Paulo Penno

Para 27 de abril a 4 de maio de 2013


Milhões ao redor do mundo estão estudando (*esta semana) Amós, o profeta de Deus para Israel pouco antes de a nação desaparecer da história, em 722 a.C. A lição é intitulada: "Buscai ao Senhor, e vivei", baseado em Amós 5:6.1
A palavra hebraica traduzida como "buscai" na realidade significa "preste atenção em Mim", ou "consulte-me." Ela não representa Deus como escondendo-Se de nós, Aquele que precisamos "procurar" como as forças armadas especiais (*americanas) tentam "achar" terroristas em alguma caverna escondida.
Não, Deus representa-Se a Si mesmo como estando no corredor principal de um shoping center. Longe de ficar em algum lugar solitário, onde apenas "forças especiais" podem localizá-Lo, Ele diz que está indo de porta em porta, "constantemente batendo" (Apoc. 3:20, A Bíblia Viva). (*Quem O encontra) não são teólogos de renome, uns poucos afortunados, mas são as pessoas comuns que descobrem que, afinal, após a sua cansativa "busca", a verdade é que "Ele não está longe de cada um de nós" (Atos 17:27).
Jesus quer que vejamos a Deus como um pastor constantemente buscando Sua ovelha perdida (Luc. 15:3-10). Paulo diz, "A justiça que é pela fé diz assim" — não vá você subir para o céu procurando por Ele, ou cavar "no abismo" para encontrá-Lo, mas "a palavra está perto de ti, ... isto é, a palavra da fé, que pregamos" (Romanos 10:6-9).
Alguns entendem que a igreja deve falhar como o antigo Israel no tempo de Amós. Mas há algo novo, nunca antes visto — o grande dia da expiação (reconciliação final), a purificação do santuário (Daniel 8:14). Não duvide ou resista ao que o grande Sumo Sacerdote está realizando — algo bom que Amós nunca chegou a ver.
Os três últimos capítulos de Amós (7-9) contêm cinco visões de julgamento sobre Israel. É claro que elas eram avisos de Deus para o povo de sua época. Mas eas também nos falam agora, porque estamos vivendo no dia cósmico da Expiação — o dia do Juízo. O que o Senhor mostrou a Amós foi "um grande enxame de gafanhotos para destruir toda a principal cultura que surgiu após a primeira ceifa" (Amós 7:1, Bíblia Viva). A mensagem de Elias, que começou em 1888, tinha como objetivo produzir uma ceifa preparada pelo Mestre para coletá-la na Sua segunda vinda. Mas, na visão de Amós vemos os gafanhotos corroendo a mensagem de Deus, destruindo a safra, assim como o que aconteceu no antigo Israel. Sempre foram os "adventistas históricos" que resistiram à mensagem graciosa do amor de Cristo. Os irmãos que se opunham à mensagem de 1888 mais de um século atrás, eram fiéis adventistas históricos que aceitaram o equivalente a todas as nossas "28 crenças.” Citaram Ellen White continuamente, entretanto cometeram o trágico erro de rejeitar a "mui preciosa mensagem" que o Senhor os enviou (*veja Testemunhos para Ministros, págs. 91 a 97).
Deus tem usado mensageiros para manter a preciosa mensagem viva. Eles a passaram de geração em geração. Em certo sentido, este "remanescente" se arrependeu, em nome do povo de Deus, pelo seu pecado de rejeitar o seu menosprezado Amante. Assim como Amós disse: "Senhor Deus, perdoa, rogo-Te, quem levantará Jacó?" (Amós 7: 2). Então Deus deu para o povo outra oportunidade. "O Senhor Se arrependeu disso e não cumpriu a visão: ‘Eu não vou fazer isso', Ele me disse" (Amós 7:3). Mas, se eles não responderem, nada resta senão o julgamento final.
Haverá "uma segunda oportunidade ... dada para aceitarmos [*crermos] na graciosa luz da verdade [a mensagem de 1888] ... [e nós] Devemos estar preparados a não endurecer [os nossos] corações em preconceito e orgulho ... em rejeição final da mensagem."2 Conhecendo a nossa história, vamos atrever-nos a repeti-la? Ellen White previu que o Céu vai nos enviar a mensagem de 1888 novamente. A guia do Espírito Santo hoje pode parecer tão aparentemente contraditória aos nossos entendimentos arraigados, como a mensagem que "o Senhor enviou" pareceu a Smith e Butler em seus dias.
Na segunda visão "Deus estava chamando uma tempestade de fogo" (Amós 7:4, Peterson3). O amor Ágape não é um sentimentalismo insípido. O mesmo Deus que é Ágape, é também "um fogo consumidor" (Heb. 12:29). Esse fogo é morte para o egoísmo, a sensualidade, o amor do mundo, orgulho e arrogância. É morte para a mornidão. Por mais estranho que possa soar aos ouvidos legalistas, é impossível para uma igreja ser fraca e doentia se o amor é compreendido e apreciado.
Hoje o Senhor Jesus Se apresenta à igreja3 como o fogo do Divino-Ágape que consome o egoísmo e o pecado. Esta é a mensagem da cruz erguida (*no calvário)4. É a mais clara mensagem de Deus, a partir do santuário, do Seu amor pelos pecadores. Como o Portador dos pecados Cristo estava sujeito aos raios da ira, pois a lei universal exige a morte do pecador. Jesus experimentou na cruz "os salários" da segunda morte pelo pecado (*de todos os homens em todas as eras). Ele percorreu todo o caminho para o inferno por você e por mim. É essa mensagem da cruz que o Espírito Santo usa para nos induzir ao arrependimento dos pecados para que possamos receber a expiação e entrar em união de coração com Deus. Assim, existem aqueles que foram “como um tição arrebatado do incêndio [o julgamento]" (Amós 4:11). Para todos os outros que rejeitam a mensagem da cruz torna-se um fogo que tudo consome em autodestruição.
Como no caso da primeira visão assim na segunda, Amós, o mensageiro do Senhor, intercede em favor de Israel: "Senhor Deus, cessa, Te peço, por favor, não faça isso, se Tu Te voltares contra eles, que esperança haverá? ... E o Senhor Se arrependeu disso. 'Eu não vou fazer isso também" (Amós 7:5, 6).
Assim, em nossos dias, desde 1888, mensageiros passaram a tocha da verdade de uma geração para a seguinte. Após Jones e Waggoner, Ellen White apelou para a igreja em livros importantes, como Patriarcas e Profetas, O Desejado de Todas as Nações e Caminho a Cristo, todos escritos após 1888, e refletem os conceitos desses mensageiros. Ellen White morreu em 1915 e E. J. Waggoner morreu em 1916. Naquele ano, Robert Wieland nasceu, a quem Deus usou nos últimos anos para trazer perante o Israel moderno a mensagem de 1888 da verdade do santuário e da cruz. Ele foi acompanhado por Donald K. Short em seu esforço de colaboração com a obra “1888 Reexaminado”. A tese do livro é que as chuvas iniciais da "chuva serôdia" começaram em 1888 com a mensagem da justificação pela fé, mas foi um choque elétrico, sendo rejeitada por "muitos" líderes da linha de frente, e ainda está para ser recuperada na sua plenitude.
O fato de que tem havido alguns que mantiveram viva a mensagem deu ao Senhor oportunidade de comandar aos anjos de contenção reterem as forças do mal que estão empenhadas em toda a destruição afora (*Apoc. 7:1).
Nós acreditamos que só há uma solução para os pecados que abundam. Essa solução é a graça de Cristo, muito mais abundante (Rom. 5:20). A verdadeira equilibrada mensagem da graça de 1888, e não um duro legalismo renovado, é o único antídoto eficaz para a "mornidão" de Laodicéia.



- Paul E. Penno

Notas:
[1]
Todas as passagens são citadas a partir de A Bíblia Viva salvo indicação em contrário.
[2] Materiais de Ellen G. White sobre 1888, pág. 398.
[3] O texto diz: "Queimou-se o oceano. Em seguida, ele queimou a Terra Prometida," Que é a igreja (Amós 7: 4, na versão “A Mensagem — A Bíblia em linguagem contemporânea,” do pastor presbiteriano Eugene H. Peterson). A Almeida Fiel diz “O Senhor Deus clamava, para contender com fogo; este consumiu o brande abismo, e também uma parte da terra.”
[4] "O pecador pode resistir a esse amor, pode recusar a deixar-se atrair para Cristo; mas, se não resistir, será atraído para Jesus. O conhecimento do plano de salvação o conduzirá ao pé da cruz em arrependimento pelos seus pecados, os quais causaram os sofrimentos do amado Filho de Deus” (Caminho a Cristo, pág. 27).