sexta-feira, 31 de maio de 2013

Lição 9 - O Dia do Senhor (Sofonias), por Paulo Penno

Para 25 de maio a 1º de junho de 2013


Se você soubesse que o Dia do Juizo de Deus consiste em apreciar-se "o amor incomparável de Cristo,"1 mudaria este fato de aspecto de temor do juízo em uma boa nova? Isto é exatamente o que o Senhor está tentando dizer ao Seu povo remanescente nos últimos dias através da "mui preciosas mensagem", que começou em 1888.
O tema do livro de Sofonias é o "dia do Senhor". Este dia envolve dois aspectos: julgamento e restauração. O julgamento purificador vai trazer a esperança de um remanescente em todo o mundo.
A razão pela qual Deus anunciou o dia do juízo sobre Sua antiga igreja (*na velha dispensação) é que os líderes foram os principais responsáveis ​​pelos males da sociedade. O governo, o sistema judicial, e os líderes religiosos eram todos corruptos e perversos. "Ai da rebelde e contaminada, ... Os seus príncipes são leões rugidores, ... seus juízes são lobos ... seus profetas são levianos, homens aleivosos; os seus sacerdotes profanam o santuário" (Sofonias 3:1-4).
Citando Sofonias 1:15, 16, Ellen White escreve, Deus "apela para Seu povo a fim de que desperte de sua letargia espiritual e busque Sua face com arrependimento e humilhação."2 Mas eles se sentam, "gordos e preguiçosos, divertido-se e relaxando" (Sofonias 1:12, Edição A Mensagem, por Peterson3). Eles não se sentem ameaçados pelo julgamento de Deus de modo algum.
Eles demonstram orgulho e arrogância. "Esta é a cidade alegre, que vive despreocupadamente, que diz no seu coração: Eu sou, e não há outra além de mim" (Sofonias 2:15). Orgulho de poder institucional permanente e de rápido crescimento estatístico, pode não ser a medida de sucesso para o povo de Deus. "Não é aconselhável abrir mais campos do que podem ser muito bem trabalhados." Porque tem havido, "primeiramente egoísmo" nos “corações dos obreiros, ... ciúmes, ruins suspeitas, invejas construíram barreiras entre vocês e Deus, tornando-se impossível para o Senhor fazer a Sua obra .... "4
O grande problema da igreja antiga eram seus professores, pregadores e eruditos. "Os profetas são irresponsáveis ​​e traiçoeiros; o sacerdotes profanam o que é sagrado (*o Santuário, Alm. Fiel), e torcem a lei de Deus em seu próprio benefício" (Sofonias 3:4, versão Boas Novas. O espírito de profecia nos alertou que "toda a variedade de erro será apresentada no misterioso trabalho de Satanás, que, se possível fora, enganaria até os escolhidos (*Mat. 24: 24), e os afastaria para longe da verdade. Haverá sabedoria humana para defrontar, a sabedoria de homens instruídos, que, como os fariseus, são mestres da lei de Deus, mas eles mesmos não a obedecem".5
Há muita sabedoria humana para defrontar nas teorias da justificação pela fé que menosprezam a lei de Deus. Em outras palavras, há "evangelhos" sendo ensinados e proclamados que são antinomianismos6.
Qualquer evangelho que ensina que a vida eterna é oferecida a todos, mas não faz nenhum bem a você até que creia e tenha uma relação salvadora com Jesus, faz da fé uma obra humana que inicia a salvação pessoal. O apelo é para o arrependimento individual, porque há um céu a ganhar e um inferno a evitar. A motivação é salvar sua própria alma individual. Mas não há interesse próprio na lei de amor de Deus. Se alguém pode ser salvo em seu egoísmo, esse evangelho é contrário à lei).
Na medida em que esta visão da justificação pela fé, e variações dela, se infiltraram em nosso pensamento através de nossas instituições educacionais, mídia impressa, políticas administrativas e agências evangelísticas, o ministério do juízo investigativo de nosso Sumo Sacerdote busca revelá-los a nós a fim de purificar o Seu povo.
A única autêntica justiça pela fé é o evangelho do santuário. O que Cristo realizou na cruz é um eficaz inversão salva-vidas da condenação trazida sobre a raça humana pelo primeiro Adão. Cristo tem realmente dado a "absolvição e vida" a cada um (Rom. 5:18, edição da Bíblia Inglesa Revisada). Seu divino amor sacrifical derrete o coração humano em arrependimento pelo pecado, para que a fé aprecie o que custou ao Filho amado de Deus morrer a segunda morte do pecador. Ela recebe a expiação que Deus dá (Romanos 5:11). Isso significa que a fé opera por amor e é obediente a todos os mandamentos de Deus.7 Este evangelho está em harmonia com a lei de Deus. É "a verdade do evangelho", revelada a partir do santuário.
Em um artigo intitulado "A Igreja de Laodicéia," Ellen White faz a aplicação do livro de Sofonias ao Israel moderno. "Aqueles que trabalham no temor de Deus para livrar a igreja de obstáculos, e para corrigir graves erros, para que o povo de Deus possa ver a necessidade de abominar o pecado, e que eles possam prosperar em pureza, e o nome de Deus seja glorificado, sempre irão defrontar influências opositoras dos não consagrados. Sofonias descreve o verdadeiro estado desta classe, e os terríveis juízos que virão sobre eles."8
Enquanto a mensagem à igreja de Laodicéia é dada, haverá duas opostas "confissões de pecado," uma verdadeira e outra falsa: "Confissões de pecado feitas no momento certo para justificar o povo de Deus será aceito por Ele. Mas há aqueles entre nós que farão confissões como a de Acã, tarde demais para salvar a si mesmos ... Eles desprezam o testemunho direto que atinge o coração, e se alegrariam em ver silenciada cada pessoa que faz censura."9
O temido "juízo investigativo" é preciosa boa nova; os livros do céu são meros reflexos fiéis de nossos corações; a sua "purificação" no santuário não pode ser feita até que, primeiro, nossos corações aqui na terra sejam purificados. O Senhor vai fazer isso, se nós pararmos de impedi-Lo!
Alguém tem nos feito passar fome de nossa nutrição espiritual dada a nós por Deus, se o medo domina nosso pensamento sobre um juízo pré-advento, pois João diz que "o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena" (1ª João 4:18, a NVI diz “porque o medo envolve castigo”). Se o medo ainda está lá, então uma verdadeira compreensão do Evangelho está ausente! Seria impossível para tal medo prender a atenção da nossa juventude neste século 21, se "nós" tivéssemos aceitado "a mui preciosa mensagem" na época de 1888 e desde então. A idéia especial, Ágape (amor), é a idéia básica da mensagem, e é esse Ágape que "lança fora o temor."
Será uma muito esperada união de corações — Cristo e Seu povo — Sua igreja. A união será tão próxima quanto a de uma noiva com seu marido (Apoc. 19: 7 e 8). O juízo pré-advento que assusta a muitos se torna como a alegria de um casamento! "Regozijemo-nos e alegremo-nos" é o clamor do coração daqueles que abrem seus corações para a "mui preciosa" mensagem de graça muito mais abundante (*Rom. 5: 20). É o que o Espírito Santo tem procurado imprimir em nossos corações todas essas muitas, muitas décadas!
Mas, por favor, lembre-se, isso não é "graça barata". Tal mui abundante graça motiva o crente à devoção sem fim, total obediência à lei de Deus (não por temor, mas por alegria), total reconciliação de coração com Ele. Vamos parar de resistir a Sua graça!
                                                                                                     - Paul E. Penno
Notas (a 3ª e a 6ª são do tradutor):
[1] Materiais de Ellen White sobre1888, vol. 3, pág. 1076.                                       
[2] Ellen G. White, O Grande Conflito, pág. 311.      
3) A versão “A Mensagem — A Bíblia em linguagem contemporânea,” do pastor presbiteriano Eugene H. Peterson. A Almeida Fiel diz: Castigarei os homens que se espessam como a borra do vinho, que dizem no seu coração: O SENHOR não faz o bem nem faz o mal.”
 [4] "What Might Have Been Accomplished If Selfishness Had Been Eradicated." [O que Poderia Ter Sido Feito se o Egoísmo Tivesse Sido Erradicado]. Manuscript Releases, vol. 11, págs. 80-81. Carta 3, 1892 (de Ellen G. White para Will D. Curtis, 16 de janeiro de 1892).
[5] Ellen G. White, no artigo "Perigosas Doutrinas Errôneas," Publicado em Signs of the Times, de 27 de Março de 1884. 
6) “O antinomianism no cristianismo é a crença de que, sob a dispensação do evangelho da graça, a lei moral é inútil, não havendo obrigação de observá-la, porque somente a fé é necessária para a salvação. O antinomianism e a doutrina protestante sola fide (justificação pela fé) são historicamente relacionados. Comumente visto como o oposto teológico ao antinomianismo é a noção de que a obediência a um código de lei religiosa ganha a salvação, como legalismo ou salvação pelas obras, ou judaizantes. O termo "antinomianismo" surgiu logo após a Reforma Protestante (c.1517) e, historicamente, tem sido usado principalmente como um pejorativo contra os pensadores cristãos ou seitas que levaram a sua crença na justificação pela fé, mais do que era costume. Um exemplo foi a crítica ao antinomianismo por Martinho Lutero,  e outro foi a controvérsia antinomianista do século XXVII da Colonia da Baia de  Massachusetts. Embora o termo seja do século 16, o tema tem suas raízes em visões cristãs sobre o antigo concerto (*de Êxodo 19:8 e 24:7), e se estende até o primeiro século. O antinomianismo também pode ser usado em relação a qualquer pessoa que rejeita a moralidade social estabelecida. No entanto, alguns grupos, fora do anarquismo, como o anarquismo cristão ou anarquismo judáico, explicitamente se auto-denominam ‘antinomiano’.” (colhido da Wikipedia, the free enncyclopedia).
“ANTINOMIANISMO. De anti, ‘contra,’ e nomos, ‘law,’ e significa uma atitude de hostilidade para com a lei, especialmente de cristãos contra a lei, incluindo o decálogo. Vestígios de antinomianismo eram evidentes entre os gnósticos maniqueístas do terceiro século, e através da Idade Média. Originou-se como um fenômeno teológico distinto com o alemão Johanes Agrícola (1494-1566), (*Reformador protestante que, embora sendo amigo de Lutero, se opôs a ele  na questão da imposição da lei sobre os cristãos), cujos pontos de vista eram condenados pela Fórmula de Concorde em 1577. Durante os séculos XXVI e XXVII o antinomianismo apareceu na Inglaterra, onde seus advogados eram conhecidos como ‘Ranters.’ São encontrados hoje  em certas formas de dispensacionalismo.
“A antítese de antinomianismo é nomianismo, o qual se manifesta como legalismo, isto é, a idéia de que a salvação pode ser obtida por estrita submissão aos requerimentos legais ao invés de pela fé de Jesus Cristo. Os adventistas do 7º dia crêem que legalismo e antinomianismo são igualmente contrários ao espírito do evangelho. Eles [nós] vemos os dez mandamentos e a graça não como se auto excluindo, mas como harmônicos entre si (Rom. 1:7; 3:31; 5:1; 7:12).Para os adventistas do 7º dia, salvação é pela graça somente, mas a obediência a toda a vontade revelada de Deus, incluindo o decálogo, é fruto da fé” (Enciclopédia Adventista, vol. 10 da série SDABC, páginas 57 e 58)
“Preciosa era a mensagem que [Lutero] levava às ávidas multidões, que ficavam embevecidas ante suas palavras. Nunca dantes tais ensinos lhes haviam caído aos ouvidos. As alegres novas do amante Salvador, a certeza de perdão e paz mediante Seu sangue expiatório, alegravam-lhes o coração, inspirando-lhes imorredoura esperança” (E. G. White, em O Desejado de Todas as Nações, pág. 126).
“A função do decálogo é condenar (*provar a culpabilidade) o pecado, mas a lei não tem poder para perdoar. O perdão vem, exclusivamente, pela justificação através da fé de Jesus” (Enciclopédia Adventista, vol. 10 da série SDABC, pág. 58)
 [7] Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 91 e 92.  
 [8] Ellen G. White, no artigo, "A Igreja de Laodicéia," publicado na Review and Herald, de 23 de setembro de 1873.
 [9] Ibidem.
                                                                                                               
Nota: O site "Escola Sabatina Hoje" e o vídeo dessa lição do Pastor Paulo Penno estão na Internet em inglês em: http://1888mpm.org
Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
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