quinta-feira, 9 de maio de 2013

Lição 6 – Ansioso para perdoar (Jonas), por Roberto Wieland

Para 4 a 11 de maio de 2013

Estudiosos do livro de Jonas concordam que o profeta do Senhor estava confuso em seu pensamento. Ele não sentiu o dever evangelístico para com as almas em Nínive por quem Cristo deu o Seu sangue. Ele rejeitou o chamado do Senhor para o ministério, correu para o outro lado. Torna-se evidente que a raiz do problema dele era profunda. Jonas tinha realmente rejeitado as verdades do Novo Concerto que o Senhor tinha falado a Abraão em Gênesis 12. O Senhor prometeu aos descendentes de Abraão, Israel de fato, que "tu serás uma bênção ... e em ti serão benditas todas as famílias da terra" (vs. 2, 3). Isto tinha de incluir o povo de Nínive!
Se Jonas tivesse crido na mui preciosa verdade da Novo Concerto, seu coração se teria emocionado com alegria do chamado de Deus para "levantar e ir a Nínive." Ele estava para se tornar o maior evangelista de todos os tempos — convertendo uma cidade densamente povoada e cheia de violência densamente povoada. O Senhor o estava escolhendo para demonstrar a Sua promessa de fazer dele uma "bênção." Se o Senhor o tinha realmente "enviado" não iria Ele sustentá-lo? Sim, é claro.
Ficamos a imaginar se a experiência de Jonas de arrependimento na barriga do grande peixe realmente reconciliou o seu coração para com a promessa do Novo Concerto1 que Deus tinha feito ao seu "pai" Abraão. Quando Deus finalmente poupou a cidade de sua destruição merecida ele ainda estava atolado no pensamento do Antigo Concerto. Abraão compreendeu o caráter do amor Ágape de Deus, pois Jesus disse que ele "exultou por ver o Meu dia ... e viu-o e alegrou-se" (João 8:56).
Por que, então seria possível que um profeta inspirado do Senhor, chamado para o evangelismo em uma grande cidade, não conseguia entender a Nova Aliança? Será que Jonas era herdeiro de uma grandíssima mentalidade do Antigo Concerto que havia permeado o verdadeiro povo de Deus durante os séculos que se seguiram ao Monte Sinai? E será que o verdadeiro povo de Deus, tão sincero e dedicado quanto o "arrependido" Jonas foi, poderia até hoje, sem querer, ser selado pelos padrões da atitude de coração da Antiga Aliança? (Jesus disse algo sobre o sentimento deles: "rico sou e estou enriquecido", quando, na verdade, o oposto é que era verdade.)
Será que este antigo livro de Jonas, com a sua estranha história, diz algo para nós em nosso mundo moderno? Muitos milhões de outros cristãos há muito tempo rejeitaram o livro como um mito sem esperança, contando histórias impossíveis2: como poderia um peixe engolir um homem e ele sobreviver? Mas o Espírito Santo vai ensinar o povo de Deus a partir do livro de Jonas sobre o arrependimento de todos os tempos, o arrependimento milagroso ainda a vir, o Deus de Jonas ainda vive, ainda trabalha.
Jesus Cristo acreditava na história de Jonas e referiu-se ao livro como fato histórico simples (Mat. 12:40, 41). No processo, Ele falou de um segundo milagre no livro de Jonas, que ofusca a maravilhosa história do grande peixe. Quando o profeta pregou a sua mui preciosa mensagem, o povo desta perversa cidade pagã de Nínive realmente creu em sua mensagem e se arrependeu! Além disso, o altamente sofisticado "rei e os seus nobres" lideraram na obra de arrependimento", todos eles, do maior ao menor", a reviravolta mais incomum da história humana.
Normalmente, tem sido entendido que qualquer reavivamento genuíno ou reforma deve começar no nível da base e, em seguida, com a bênção do Senhor espalhar para cima, para a liderança. Mas, desta vez, foi às avessas. "Quando a notícia chegou ao rei de Nínive, ele se levantou do seu trono, tirou suas vestes reais, ... e sentou-se na poeira. Em seguida, ele emitiu uma proclamação" convidando a cidade como um todo, como um corpo coletivo, a se arrepender e se reconciliar com Deus (Jonas 3:5-9, NVI). Funcionou! A "cidade", respondeu! Eles se arrependeram!
Em contraste, o Pai "enviou" Jesus Cristo, Seu Filho, para a cidade perversa de Jerusalém, convocando-os a se arrependerem. Mas a liderança se levantou em rebelião contra Ele, e O assassinou. E, em geral, as pessoas seguiram seus líderes em ruína nacional. Imagine que bênção teria sido para a nação (e o mundo) se Caifás, seu líder espiritual, tivesse seguido o exemplo do "rei de Nínive", e se levantado de sua cadeira de liderança e liderasse a nação em arrependimento! Nesta passagem de Mateus, Jesus apelou para a história de Jonas como um exemplo do tipo de arrependimento a que Ele estava apelando ao povo judeu. Mas, tragicamente, eles se recusaram.
Não há dificuldade em compreender o que o Senhor Jesus quer dizer com a Sua chamada ao arrependimento. Temos uma ilustração divina em Seu chamado para a liderança da nação judaica de Seu tempo. Se descobrirmos o que Ele quis dizer, então, saberemos o que Ele quer dizer agora. Com o arrependimento de Nínive permanecendo na história sagrada como o modelo, podemos facilmente ver o padrão que o Senhor Jesus espera ver desenvolver hoje. "Desde o maior até ao menor" (*3:5) o arrependimento previsto na mensagem de Laodicéia deve se espalhar a partir do "topo para a base" por toda a igreja em todo o mundo. Quando a experiência à qual Cristo apela for entendida e abraçada pelo "anjo" da igreja, os métodos de sua promoção serão excepcionalmente eficazes. Será claramente visto que o Espírito Santo, não anunciando técnicas promocionais, terá feito “com que fosse proclamada e publicada." Como nos dias de Nínive, "o rei e seus nobres" vão enfileirar-se firmemente em apoio à experiência que Cristo conclama.
Em nosso estudo, nós ficamos fascinados ao descobrir que temos pontos em comum com o humilhado profeta (*enviado) a Nínive. Ele fez papel de bobo, estamos descobrindo que ele é nosso irmão na fé. Não somos melhores, individual ou coletivamente. Leva um tempinho para descobrir a realidade.
O "grande peixe" que o Senhor tinha "preparado ... para engolir" Jonas passou um mau com ele; o próprio Senhor teve um tempo duro com ele. Dentro do peixe, nada iria digerir; Jonas fez tão mal ao seu estômago (se é que os peixes têm estomago) que "vomitou-o", para emprestar uma frase da Versão do Rei Tiago (*KJV) que nos é familiar (Apoc. 3:16) . Pode você imaginar algo tão humilhante para um ser humano passar, exceto ser crucificado nu? (Por que Jesus compara a experiência de Jonas à Sua própria?)
Quando Jonas foi "vomitado" o Senhor disse: Nós não vamos desistir; comece tudo de novo. Eu te perdôo essas falhas tristes de "ontem". "E veio a palavra do Senhor segunda vez a Jonas, dizendo: Levanta-te, e vai à grande cidade de Nínive" (3: 1 e 2).
O Senhor nos diz: "Levanta-te." Há um "segundo tempo"3. Eu te purifiquei, Eu te perdoei, eu aceito você. E você vai para "Nínive" mais uma vez, com entusiasmo.
Mas no grande dia final da Expiação, todas as falhas do antigo Israel devem e vão finalmente ser corrigidas em um arrependimento sem igual em todos os tempos (Apoc. 3:19, 20). Então, finalmente, a "Nínive" será dada a mensagem do Senhor (18:1-4), e Cristo será honrado.

-A partir dos escritos de Robert J. Wieland
(Compilado por Carol A. Kawamoto


O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido


A irmã Carol Kawamoto vive no sopé da bela Serra da Califórnia. Ela freqüenta uma pequena igreja adventista onde foi batizada há muitos anos. Pouco depois do batismo ela conheceu Helen Cate, então editora para o Comitê de Estudos da Mensagem de1888 (que também era um membro da mesma igreja) e o pastor Robert J. Wieland, que pregava as verdades da Boa Nova da mensagem de 1888. Ela começou a trabalhar com Helen, que fundou a revista “1888 Message Newsletter”  (Noticiário da Mensagem de 1888). Após a morte de Helen, Carol foi eleita editora para o Comitê de Estudos da Mensagem de1888, onde teve o privilégio de trabalhar diretamente com o pastor Wieland, redigindo o boletim de notícias para aquela revista, e publicando os numerosos livros dele. Ela continua com o seu amor em partilhar a "mui preciosa mensagem" (TM, pág. 91), através da edição de diversos artigos, de diferentes autores, que publicamos neste blog. Ela tem também outros projetos. Ela envia suas saudações a todos os leitores deste blog, tanto no Brasil como em outros países de fala portuguesa.


Notas (a de nº 2 é do tradutor):

[1] A verdade do novo concerto era um elemento essencial da mensagem de 1888, e até hoje levanta uma carga de dúvida e desespero de muitos tristes corações. Ellet J. Waggoner, um dos dois "mensageiros" de 1888 escreveu em Boas Novas: "O Concerto e a promessa de Deus são uma e a mesma coisa. ... Os concertos (ou alianças) de Deus com os homens, não podem ser nada mais do que promessas a eles. ... Deus promete-nos tudo o que precisamos, e muito mais do que podemos pedir ou pensar, como um presente. Nós Lhe damos a nós mesmos, e isto nada é. E Ele nos dá a Si mesmo, e isto, é tudo" (p. 71).

2)
 A inspiração Juvenil de 1987, “Começando com Deus,” de Eric B. Hare, CPB, Tatuí, São Paulo, à pág. 228, relata a história  publicada na revista Literary Digest (a revista Seleções?), de 4 de abril de 1896, “que mostra a possibilidade de um homem ser engolido por uma baleia comum e ainda viver. Em fevereiro de 1891  o navio pesqueiro de baleias, “Star of the East”, lançou dois pequenos barcos com homens  e arpões à caça de uma grande baleia que estava não muito distante. Os homens foram bem sucedidos em arpoar a baleia e capturá-la, mas em sua luta, um dos barcos foi atingido pela cauda da baleia e feito em pedaços. Os homens foram lançados ao mar. Finalmente, todos, exceto dois homens foram salvos pelos companheiros do outro barco, e mais tarde foi encontrado o corpo de um dos dois homens desaparecidos. Porém o outro, Tiago (James) Bartley, não pôde ser encontrado em lugar nenhum. Levou um dia e meio para eles levarem a enorme baleia para o convés e retalhá-la. Ao abrir o seu grande ventre, lá estava Tiago Bartley, inconsciente, porém, ainda vivo. Por muitos dias ele ficou delirando, e levou três semanas para recobrar a razão e poder contar a respeito de sua terrível experiência.”
Agora, colhido da internet.  James Bartley “lembrava-se de poucas coisas além da abertura de mandíbulas enormes e de ter escorregado para dentro de um tubo comprido em direção ao estômago da baleia, onde permaneceu por quinze horas, conforme atesta declaração assinada pelo médico de bordo e por todos os outros tripulantes. A declaração de Bartley após sua recuperação foram surpreendentes: ‘Me pareceu que a baleia me tragava ... Me rodeava um muro de carne [...] Me encontrei em um saco muito maior que meu corpo, estava completamente às escuras. Apalpei em volta e toquei diversos peixes. Alguns pareciam estar vivos pois escapuliam por entre meus dedos ... Senti uma forte dor de cabeça e minha respiração se havia tornado muito difícil. Ao mesmo tempo sentia um calor que me consumia. Um calor que ia aumentando. Em todo momento eu estive convencido que ia morrer no estômago da baleia. O tormento era irresistível e o silêncio ali era absoluto. tentei virar-me, mover os braços, as pernas, gritar.  Mas era impossível, minhas idéias estavam perfeitamente claras e a compreensão de minha situação era plena. Por fim, graças a Deus, perdi a consciência’. “A visão de Bartley ficou afetada por essa experiência e sua pele perdeu a cor normal. Passou o resto de seus dias em terra, e morreu com a idade de 39 anos. Fonte: tradução das declarações por Charles Berlitz”. Colhido do site Engolido por uma Baleia | Sobrenatural.org.

[3]  Ellen G. White escreve sobre "uma nova oportunidade" ou "segunda chamada" para a salvação: "Os homens de Nazaré fizeram a obra de Satanás [arrastando Jesus de dentro da sinagoga], mas Cristo não poderia abandoná-los sem conceder-lhes mais uma oportunidade para salvação" ... "Estamos em tão grande perigo em nossos dias como estavam as pessoas nos dias de Cristo. O Senhor está falando através de Seus mensageiros delegados, mas a mesma incredulidade é exibida" ... "Aqueles que .... têm tomado um curso semelhante ao dos homens de Nazaré, devem tomar cuidado para que eles não sigam o seu exemplo, quando uma segunda oportunidade é dada para aceitar a luz da graça de verdade" (Materiais de Ellen G. White sobre 1888, págs. 397 e 398).

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