sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Lição 10 - O Dia da Expiação escatológico, por Arlene Hill



Para 30 de novembro a 7 de dezembro de 2013

A lição desta semana na parte de domingo, in fine, pergunta: "Nenhum de nós está imune ao perigo de tentar assumir o lugar de Deus. Estamos nós fazendo isso ainda que sutilmente?" Esta séria questão deve ser ponderada com frequência tanto como indivíduos, bem como pela nossa igreja corporativa.

O oitavo capítulo de Daniel usa a palavra hebraica gadal (CONCORDÂNCIA DE STRONG nº1431) para descrever as ações dos quatro poderes que se ampliaram e afirmaram o seu poder e vontades sobre os outros. A palavra tem a conotação de orgulho próprio e desrespeito pelos direitos dos outros em favor de interesses próprios. Este espírito de gadal é mais especificamente descrito em referência ao poder do chifre pequeno (Dan. 8:9-14). O capítulo também a atribui à atitude de Lúcifer, que causou sua queda, para a terra (v.10). Quando Lúcifer cedeu aos pensamentos que ele iria subir ao céu e instalar o seu trono acima das estrelas de Deus, ele decidiu tornar-se semelhante ao Altíssimo (Isaías 14:13-14). No fundo de seu coração, Lúcifer deve ter sabido que ele não tinha o poder de criar, mas, com seu ego fortalecido, Lúcifer lançou a lógica de lado em favor de afirmar-se em detrimento de outros. Com isso, ele produziu todo um sistema de engano próprio que se rebela contra a lógica simples de que Deus é Deus e só Ele cria .

Um sistema que substitui qualquer coisa no lugar de Deus, independente de sua lógica, está exibindo esse espírito de gadal. O paganismo não inventa nenhuma desculpa para ensinar que o homem deve fazer algo para atrair e manipular os deuses. A sutileza é que, enquanto os homens não são capazes de fazer o que os deuses exigem, eles são capazes de manipular os deuses para fazer isso por eles.
A Bíblia ensina que "debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (Atos 4:12). Mesmo que, objetivamente, conheçamos que o caminho de Jesus é o único caminho, somos facilmente tentados a olhar para nós mesmos e nosso comportamento para assegurar-nos salvação. Mesmo a nossa amada Igreja Adventista do Sétimo Dia tem tido dificuldade em entender isso. Muitos professores sinceros e respeitados têm caído em uma armadilha de obras, temendo que a graça vai sempre dar lugar a concessões. Há aqueles que têm ensinado que as obras são produzidas por contemplar a Jesus e sendo influenciado por Seu grande amor por nós, como manifestado pela cruz. Isto Lhe permite dar-nos uma "habilitadora graça" para guardar a Sua lei, e é a nossa guarda das leis que nos dá direito ao céu. Assim, pensamos que temos mantido um "equilíbrio" adequado entre graça e obras. Temos feito a nossa parte (satisfazendo o nosso gadal) e Deus tem feito a Sua, e a nossa carne é agora santa pelos nossos esforços combinados.
Desde que gadal é um traço comum a todos, Deus deu a Israel o sistema do santuário para demonstrar os Seus e os nossos papéis no plano de salvação. O pecador deve humilhar-se e trazer um sacrifício que portará seus pecados depois que ele confessá-los. Depois ele mata o sacrifício, e o restante do processo é realizado pelo sacerdote. O pecador não é sequer autorizado a assistir o sacerdote levar o sangue do sacrifício para dentro do véu do santuário. Este ritual foi realizado pelos sacerdotes em uma base contínua ao longo do ano. Isso reforçou que os pecados confessados e perdoados para sempre eram constantemente transferidos para a sala do trono de Deus, simbolizado pelo Santíssimo.
Maravilhoso como isto é, David pediu mais: "Segundo a Tua benignidade; apaga as minhas transgressões. ... Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado" (Salmo 51:1 e 2). Mesmo João contempla mais do que apenas uma transação de perdão, se eu confessar, Ele é fiel e justo para me perdoar (1ª João 1:9). Deus quer ir muito além do que somente perdoar, Ele quer nos purificar. Como é que o simbolismo do santuário retrata isso? Nós já olhamos para as funções sacerdotais diárias: a assistência com os sacrifícios, reabastecimento do azeite no candelabro, da mesa de pão, e o altar do incenso, mas um serviço especial tinha lugar somente uma vez por ano, chamado o Dia do Perdão, o Yom Kippur. Isso exigia a participação de cada pessoa no acampamento. A idéia era que tanto os pecado conscientes bem como os ocultos tornavam o acampamento "corporativamente" impuro. Era necessária uma purificação em escala corporativa.
O processo está descrito em Levíticos capítulos 16 e 23. Tempo e espaço nos impedem de explorar o significado de cada detalhe, mas são ricos em nos mostrar a mente de Deus. Os sacrifícios cotidianos demonstram a vontade de Cristo para ser o portador do pecado para todo o pecado. Já os rituais especiais do Dia da Expiação significam o processo de purificação final. Israel já havia compreendido há muito tempo que isto tinha implicações com o fim dos tempos, em vez de apenas um evento anual. Quando a Igreja Adventista do Sétimo Dia passou pelo grande desapontamento em 1844, eles começaram a compreender o seu papel nos eventos do fim dos tempos como participantes do processo de Israel chamada de "afligir a alma" (*Lev. 23:29).
A maioria das pessoas têm medo deste processo porque eles acreditam que irá revelar mais uma coisa que têm que vencer. Eles estão certos, mas a única razão para temer isso é porque eles acham que eles devem fazer isto por si próprio. Cristo usou a metáfora de colocar uma veste de casamento, que ele fornece para descrever a purificação do nosso caráter antes de Sua vinda por Sua noiva. É só o espírito de gadal que prefere nossas vestes sujas, porque isso é o melhor que podemos agregar.
Por que não pode Deus só nos deixar continuar pecando até que Ele venha e depois resolver tudo? E se a igreja nunca, coletivamente, tornar-se disposta a se submeter? Cristo respondeu a esta última pergunta, quando disse que "ninguém" sabe o dia nem a hora, senão o Pai (Marcos 13:32). Esta é uma afirmação de esperança, porque o Pai mantém Sua onisciência e pode ver o futuro. O fim virá.
Mas, novamente, por que é este cósmico Dia da Expiação necessário? Encontramos um exemplo no mundo dos esportes. Por muitos anos foi considerado impossível que o recorde de correr uma milha em quatro minutos nunca seria quebrado. Depois, em 1954, Roger Bannister fez o impossível, ele bateu o recorde. De forma semelhante, a última geração do povo de Deus vai julgar toda a raça humana dos séculos passados , bem como todos os seres vivos . Eles vão constatar que não há nenhuma razão para o fracasso e pecado. Eles vão provar a verdade da purificação do santuário e confirmar que um povo pode estar diante de Deus, sem constrangimento, tendo chegado até o padrão delineado para Adão antes da queda. Todos os casos serão decididos quando Laodicéia, a última igreja, passar a ver a si mesma como ela realmente é. Então o arrependimento de todos os tempos pode acontecer e a ela ser concedida as "vestes brancas" e discernimento espiritual que tem sido oferecida há muito temo. A porta da graça pode fechar-se quando, em humilde arrependimento, a igreja aceitar a veste nupcial, e abrir a porta ao seu amante Divino. [ 1 ]


- Arlene Hill

Nota de rodapé :

1) Veja Donald K. Short, "Then Shall the Sanctuary Be Cleansed, (Então o Santuário Será Purificado", capítulo 7, intitulado, "A Purificação do ‘Verdadeiro Tabernáculo" (especialmente p. 78)

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642.
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