segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Lição 10, O DIÁRIO (domingo), por João Soares da Silveira.



Para 30º de novembro a 7 de dezembro de 2013,

                        
Muitos anos atrás, quando esse movimento mundial do 3° anjo foi lançado e Deus restaurou à igreja Remanescente o dom de profecia, a escolhida mensageira do Senhor, Ellen G. White, recebeu a seguinte instrução do anjo, oh! Notem isto,
"Vi então em relação ao contínuo, Daniel 8:12 que a palavra sacrifício foi suprida pela sabedoria humana e não pertence ao texto..." Primeiros Escritos”, pág. 74.
Este acréscimo da palavra sacrifício, feito em diferentes versos do livro de Daniel, foi adicionado, inicialmente na versão King James, ao lado da palavra “diário”, ou “contínuo”, ou ainda “costumado,” e todas versões, em todas as línguas seguiram o mesmo erro
Em resumo, este acréscimo da palavra sacrifício deu margem a um novo ponto de vista do conceito do contínuo, ou diário, dizendo ser o ministério de Cristo no Santuário Celestial, sendo que o velho ponto de vista entendia ser o “paganismo” que Roma papal “tirou” de Roma pagã e o apresentou ao mundo como cristianismo, pelo que, em certo sentido, é obra de Satanás. A palavra diário refere-se à contínua obra de Satanás resistindo à obra de Cristo por meio do paganismo.
 Assim, devemos tomar cuidado a fim de verificar, claramente, o que a profecia do chifre pequeno nos está querendo transmitir, e ao adotarmos o ponto de vista do Espírito de profecia e dos nossos pioneiros, expondo-o aos outros, não devemos fazê-lo com espírito de crítica e muito menos para causar polêmica, mas por desencargo de consciência, no intúito de fornecer aos irmãos, para pesquisa, a verdade apresentada pelos piorneiros adventistas. Mas a serva do Senhor nos diz:
O verdadeiro sentido do contínuo (ou DIÁRIO) não deve ser tornado questão de prova?” Mensagens Escolhidas, Vol. I, pág. 164.
Assim, igualmente, ninguém tem nossa autorização para usar esta matéria com fins de discussão e divisão entre os irmãos, mas apenas para estudos pessoais.
Mas é necessário que vejamos, novamente, Primeiros Escritos págs.74, agora até o final do parágrafo:
 "Vi então, em relação ao contínuo, Daniel 8: 12, que a palavra sacrifício foi suprida pela sabedoria humana e não pertence ao texto, e que o Senhor deu a visão correta àqueles a quem deu o clamor da hora do juízo. Quando houve união antes de 1844, quase todos eram unânimes, quanto à maneira correta de se entender o contínuo, mas na confusão desde 1844, outras opiniões têm sido abrigadas, seguindo-se trevas e confusão" Primeiros Escritos”, pág. 74  (grifamos).                   
De acordo com o Comentário Bíblico Adventista, vol. IV, no topo da pág. 65, o velho ponto de vista sobre o que é o contínuo, ou o diário, “tamidem hebraico, foi consistentemente mantido pelos nossos pioneiros e estudantes da Bíblia desde o princípio: Guilherme Miller; Ellen White; “José Bates, na obra – Opening in Heavens págs. 30-32; João N. Andrews, na revista Review adn Herald de 6 de Janeiro de 1853, pág. 129; Urias Smith, idem, em 1° de novembro de 1864, págs.180 e 181; Tiago White, idem, 15 de fevereiro de 1870, págs. 57 e 58,” etc., e, muito particularmente, peio pastor Frederico C. Gilbert, (Enciclopédia Adventista, às págs. 515 e 516). No século XIX ele era o nosso maior erudito na língua hebraica. Ele era judeu por nascimento e ao tornar-se adventista do 7° dia, cresceu fantasticamente no conhecimento da língua hebraica, a qual estudou e entendeu profundamente. Sua exposição do “contínuo”, ou “diário”, tamid”, em hebraico, é extremamente importante.
Nota: Outros pioneiros, além destes acima citados, foram unânimes no entendimento correto (o velho ponto de vista): Josiah Lietch, Sylvester Bliss, Hyrom Edison, Steven Haskell, O.A.Johnson, J.G.Matson, F.C.Gilbert, L.A.Smith, Washberg, and Luthborough, todos criam que o “diário” simbolizava paganismo — e eles apresentaram isto em seus escritos.
Mas voltemos ao pr. Frederico C. Gilbert, resumindo a abalizada opinião dele, notamos que por quase toda Palavra de Deus tamid é um adjetivo. E por ser um adjetivo “tamid” modifica o substantivo2 a que é juntado. Assim podemos falar, por exemplo, a respeito de contínua desobediência, contínua transgressão, contínua rebelião, e assim por diante, em muitos diferentes empregos da palavra. Agora, por toda a Bíblia aparentemente esta palavra hebraica é usada como um adjetivo, mas a situação muda quando chegamos ao livro de Daniel, ali tamid é empregada como um substantivo; em outras palavras, o profeta Daniel sempre fala: “o costumado”, “o diário”, “o contínuo”, ha tamid”, é o que ha” significa: artigo definido, masculino, singular, "o".  Assim há algo diferente a respeito de seu sentido como empregado por Daniel. Por tal razão o pastor Frederico Gilbert declara que isso indica que ha tamid, o diário, no livro de Daniel, é a palavra básica e não a modificada. Daí ele prossegue mostrando que toda versão que temos hoje faz violência ao texto, trazendo uma ou mais palavras associadas com ha tamid, o contínuo; contudo, segundo o texto, isto não é necessário. Seja qual for o argumento apresentado para suprir a “aparente” elipse no texto, não há base nas Escrituras para tal necessidade. Toda palavra ou expressão acrescida ao texto carece de divina autorização. Apesar de o anjo Gabriel não ter fornecido ao profeta Daniel qualquer interpretação particular dessa expressão o diário, ha tamid, ficamos felizes que o anjo não deixou a igreja remanescente com a tarefa de imaginar uma interpretação particular, nem é absolutamente necessário acrescentar ao, ou diminuir do que consta das Escrituras originais.
Assim, quando lemos no livro de Daniel, a expressão “sacrifício diário,” é, na verdade, somente o diário, ha Tamid; a palavra sacrifício foi adicionada e isto é algo de que precisamos nos lembrar. Ha tamid é uma palavra por si mesma, o diário, o costumado, o continuo. Assim temos autoridade divina de que a palavra sacrifício não pertence ao texto que não carece de adição alguma.
Sendo que o dom de profecia declarou que a palavra sacrifício foi suprida, e não pertence ao texto, e não sugere qualquer outra palavra ou palavras para serem inseridas ao texto, torna-se evidente que o texto, originalmente dado ao profeta Daniel, é totalmente suficiente por si só, e, sejam quais forem as palavras adicionadas, elas o foram por “sabedoria” humana e não pertencem ao texto.
Os que aceitam como parte integrante do texto a palavra “sacrifício”, que foi adicionada por “sabedoria humana e não pertence ao texto” (Primeiros Escritos, pág. 74), e que passaram a ensinar que tamid é o ministério de Cristo no Santuário Celestial; estão em frontal e clara oposição ao velho ponto de vista que se apegava à noção de que o costumado, ou diário ou continuo, tamid, era o paganismo; por este modo de se entender seria o ministério de Satanás, pelo outro, o ministério de Cristo.
O Pr. John W. Peters3, sua tese de Doutorado, defendida perante a Universidade de Andrews, intitulada, The Mystery of the Daily (O Mistério do Diário), no capítulo 5.2.2.2, intitulado, “Ligação de Hattamid com Gadal” , diz:
A visão (chazon) aponta quatro atores principais: 1) o bode, 2) o cabrito, 3) o chifre pequeno (fase masculina) e 4) o chifre pequeno (fase feminina), cada um com uma característica dominante similar. O exame da visão revela que Daniel consistentemente introduz e caracteriza cada um dos quatro poderes principais com a palavra hebráica gadal com o significado da raiz de “tornar-se grande” ou “fazer-se grande”. O Bode se tornou grande (verso 4), o cabrito “cresceu muito grande” (verso 8) e “veio, um chifre do littleness (muito pequeno), que cresceu excessivamente grande (verso 9) e o chifre muito pequeno (do littleness, fase feminina) “se tornou grande” ou “se engrandeceu” (verso 10). Finalmente, no verso 11, a fase masculina do chifre (Roma pagã) “se exalta” (se torna grande) contra o Príncipe do exercito. Além disso, esta atividade característica (gadal) é transferida ou “levantada” (rum) dele (de Roma pagã) por Roma papal. O quadro abaixo sumaria a característica de “exaltação” dos 4 poderes do mundo em Daniel 8, que culmina na etapa final (verso 11) em que Roma papal tira o “diário”, (caracterizado por “gadal”) de Roma pagã.

Hattamid caracterizado por Gadal, significando
“tornar-se grande”, ou “fazer-se  grande”.

Verso
Verbo exaltar
Poder do mundo
  4
Gadal
Carneiro
  8
Gadal
Bode
  9
Gadal
Chifre (Masculino)
10
Gadal
Chifre (Feminino)
11
Gadal
Chifre (Masculino)

No Velho Testamento o paganismo consistentemente se magnifica contra o Senhor: Em Jer. 48:26, 42, Moab magnifica (higdil; a raiz é gadal) a si próprio contra o Senhor; em Salmo 35:26; 38:16 & 55:12, tudo com implicações Messiânicas, os rebeldes se magnificam (gadal) (* contra) o Senhor. Finalmente em Daniel 11: 36 e 37, o paganismo (rei do sul) “se magnifica (gadal) acima de cada deus… nem tem consideração para com deus algum, porque ele se magnífica a si próprio (gadal) sobre todos.
A perpétua, contínua, atividade ou característica, do paganismo através de toda a história tem sido de auto-exaltação. Esta característica foi personificada pelos quatro poderes pagãos mundiais: Babilônia, Medo-Persia, Grécia e Roma. Daniel propositadamente enfatiza esta “contínua” característica com a palavra “gadal”, que é a essência da adoração pagã ou auto-adoração de Baal. Daniel associa gadal com o termo cultista  “hattamid” significando “o contínuo” que é um substantivo ao invés do usual adjetivo (* tamid). Assim, o verso 11 pode ser (* literalmente) traduzido: “… ele se exaltou e dele o contínuo foi tirado (levantado) …”.
Sugere-se que a evidência suporta fortemente o entendimento de que hattamid ou “o contínuo” é representado e caracterizado pela palavra hebraica, gadal, no contexto de Daniel 8, significando “se exaltar a si próprio” no formulário do hiphil (higdil). Esta característica foi auto-manifestada pelas formas e práticas da adoração pagã ou da adoração de Baal que foi primeiro exibida por Caim com a oferta de grãos, desse modo evitando a cruz de Cristo. O fenômeno de auto-exaltação cujo autor é Satanás (Isaias 14 e Eze. 28) exibiu-se não somente em cada cultura pagã mas infiltrou-se no próprio Israel (Jer. 23:13; Oseas 2: 16 - 17) do mesmo modo que o cristianismo personificou Roma.
No capítulo 5.2.2.3. intitulado, Hattamid: The Daily Identified, o Pr. John Peters diz:
“Recente estudo adventista concluiu que o “diário” é associado com o ministério sumo-sacerdotal de Cristo no santuário celestial. Mas os pioneiros adventistas de sétimo-dia até 1900 identificavam o “diário”, ou “contínuo”,  “hattamid”, tanto como paganismo, como Roma pagã, (* interpretação esta) que não evocou praticamente nenhuma controvérsia. Por exemplo,
Urias Smith identifica "o diário" em Daniel 8:11 como Roma pagã, mas em Daniel 8:13 e 11:31 ele identifica "o diário" como paganismo. Semelhantemente,
Guilherme Miller ligou "o diário" de Daniel 8:11 com "o mistério da iniquidade" de 2ª Tessalonicenses 2:7-8 identificando ambos como paganismo que era equivalente a Roma pagã.
No entanto, uma distinção clara deve ser mantida entre o termo "Roma pagã" e "paganismo." Roma pagã é um poder nacional ou a besta terrível e espantosa, com dentes de ferro (Dan. 7: 7 e 19). Por outro lado, paganismo é uma "atividade" ou sistema religioso falso em rebelião contra Deus, manifestado por atributos de caráter de auto-exaltação contra Deus.
Sucintamente declarado, "o diário" é uma atividade rebelde manifestando atributos de caráter de auto-exaltação.
Se Roma pagã é representada pelo pronome masculino na frase preposicional, “dele (mimmennu) o diário foi tirado” (verso 11), então, “o diário” (* ou contínuo) não pode representar a entidade ou poder de Roma pagã. É um absurdo (ilogismo = falta de lógica) sugerir que Roma pagã é tirada de Roma pagã. É sugerido que “o diário” deve ser cuidadosamente definido como um princípio, a saber, o caráter de auto-exaltação do paganismo, inerente à humanidade, do qual o Arianismo se tornou integrado. A “abominação (transgressão) assoladora” em Daniel 8: 11 e 12, que substitui e restabelece “o diário,” pode ser definido como o caráter de auto-exaltação do Cristianismo nominal, do qual o papado tornou-se a principal fonte. A essência “do diário” é “o mistério da iniquidade” que procura se tornar como Deus (Isaias 14: 12 - 14; 2ª Tess. 2: 3 - 7). O ponto da comunhão entre “o diário” e a “abominação da desolação” é o “mistério da iniquidade.” Este atributo do caráter foi elevado, retirado, por Roma papal de Roma pagã com o resultado de que os sistemas religiosos falsos (paganismo) foram restabelecidos e substituídos pelo Cristianismo nominal, um novo sistema religioso falso professando Cristo, não criado, em contraste com o Cristo criado do Arianismo. Este processo começou no ano 508 d.C. quando os poderes Arianos sob Teodorico fizeram a paz com Clovis e a resistência dos poderes arianos começou a chegar a um fim.
A conclusão indicada acima de que “o diário” é representado pelo princípio de exaltação própria, manifestado no caráter do paganismo e inerente à humanidade.
O Comentário Bíblico Adventista, volume, IV, pagina 843, assim resume o velho ponto de vista, esposado pelos nossos pioneiros:
Primeiro: o diário representa o paganismo, em contraste com a abominação da desolação, o papado, Daniel 11: 31; segundo: Os dois termos identificam poderes perseguidores; terceiro: A palavra diário refere-se à contínua obra de satanás resistindo ao trabalho de Cristo por meio do paganismo; quarto: O tirar do diário e o estabelecimento da abominação desoladora, representam Roma papal, substituindo Roma pagã; quinto: Este evento é o mesmo descrito em 2ª Tessalonicenses 2: 7: "Pois já o mistério da iniquidade opera, somente há um que agora o detém, até que do meio seja afastado", e sexto: isto está também profetizado em Apocalipse 13: 2, última parte: "O Dragão’, Roma pagã, ‘deu à besta’, Roma papal ‘o seu poder, o seu trono, e grande autoridade".
No livro O Grande Conflito, pág. 50, Ellen G. White dá suporte a esta interpretação dizendo que o “paganismo” e “suas doutrinas, cerimônias e superstições incorporam-se à fé e o culto dos professos seguidores de Cristo ...”  o que   “resultou no desenvolvimento do ‘homem do pecado.”
Vamos nos aprofundar um pouco mais neste assunto: O Pr. John W. Peters, em  sua tese de Doutorado, The Mystery of the Daily, O Mistério do Diário, diz, na – Introdução (1.0): “O marco fundamental da igreja Adventista é a doutrina do santuário, ‘uma chave que revelou os mistérios do desapontamento de 1844 e abriu à visão um completo sistema de verdades’” O Grande Conflito, pág. 423.
Intimamente associado com o decifrar da profecia de tempo, de Daniel 8:14, está o entendimento do “diário” (o continuo, hattamid)4 em 8:1-13.
– Sumário histórico (2.0): Guilherme Miller conectou ‘o diário’, Daniel 8:14 e 12:11, com 2ª Tess. 2:75  Ele identificava “o diário” com o paganismo que deu caminho a Roma papal.
“O diário foi interpretado como a ‘continua abominação’, representado pelo paganismo em geral, ou Roma, mais especificamente, e ‘a abominação desoladora’ foi identificada como Roma papal. Assim em Daniel 12:11 o império Romano seria tirado e Roma papal seria estabelecida.6
“Após o grande desapontamento, os pioneiros do adventismo incluindo José Bates, Tiago White, J. N. Andrews, Urias Smith, J. N. Loughborough e S. N. Haskell, entre outros, seguiram a identificação que Guilherme Miller fazia do ‘diário’ (o ‘continuo’), com Roma pagã, cujo santuário (a cidade de Roma) foi herdada pelo papado. Este ponto de vista, do ‘diário’ conectou,  Daniel 8:11-13; 11:31, e 12:11 com 2ª Tess. 2,7, e foi, teologicamente, parte da herança adventista até 1900, quando L. R. Conradi, na Alemanha, interpretou o ‘diário’ como se referindo ao serviço sumo-sacerdotal de Cristo no ministério celestial.”  (como faz a lição de domingo, 1/12/13, ao dizer, no último §: “o ‘diário’ (tamid) se refere à continua mediação sacerdotal de Cristo no santuário celestial”)
Após Conradi proeminentes lideres da igreja Adventista, como A. G. Daniells e W. W. Prescott, aceitaram o ponto de vista de Conradi sobre o “diário”, e posteriormente alguns apostataram, adotaram pontos de vista divergentes concernente ao santuário, rejeitaram a inspiração de Ellen G. White, já tendo se oposto à mensagem da Justiça de Cristo pela fé, na conferência geral de 1888, opondo-se assim à própria profetiza Ellen G White que apoiara e endossara tal ‘mui preciosa mensagem’7
“Conradi, posteriormente, adotou o conceito evangélico de que Lutero proclamou as três mensagens angélicas.
 “Ellen White apoiou o ponto de vista dos pioneiros durante toda sua vida, começando com sua clara declaração em Primeiros Escritos, págs. 74 e 75 (1850):
"Vi então, em relação ao contínuo, Daniel 8: 12, que a palavra sacrifício foi suprida pela sabedoria humana e não pertence ao texto, e que o Senhor deu a visão correta àqueles a quem deu o clamor da hora do juízo. Quando houve união antes de 1844, quase todos eram unânimes, quanto à maneira correta de se entender o contínuo, mas na confusão desde 1844, outras opiniões têm sido abrigadas, seguindo-se trevas e confusão.”    
“Esta declaração foi muito discutida; mas o Patrimônio dos Escritos de Ellen White descobriu um manuscrito dela, de 1910, expressando sua desaprovação severa ao irmãos A. G. Daniells e W.W. Prescott por promoverem o "novo ponto de vista" entre nossos ministros (a mesma maneira de entender ‘o diário’ que a nossa Lição advoga). Ela nunca em toda a sua longa vida proferiu sequer uma palavra depreciativa, da maneira dos pioneiros entenderem este assunto. Destes, os que sobreviveram os primeiros anos da década de 1900, quando o ‘novo ponto de vista’ primeiro começou a agitar a igreja, o deploraram; nenhum deles creu nele.’
Para vencer a corrente da rejeição de Conradi e os que o seguiram, tais como A. G. Daniells, W. W. Prescott e Desmond Ford, entre outros, “um contra-ataque foi iniciado por proeminentes teólogos e estudiosos adventistas sob os auspícios do instituto de Pesquisa Bíblica (*da Conferência Geral), publicando uma monumental obra em apoio à visão histórica do santuário.8
   “Estes esforços resultaram em significantes e benéficas realizações (*conclusões); entretanto a exaustiva exegese de Dan. 8: 9-14 deixou sem solução algumas dificuldades linguísticas e contextuais.
--Declaração Sumária do Problema (3.0): “Linguisticamente algumas das mais aparentemente difíceis passagens nas escrituras ocorre em Daniel  8: 9 a 14. O texto é abundante  em nuanças linguísticas  e contextuais.
 “Um exame destas questões, entre outros temas, ajudará a lançar luz na interpretação do ‘diário’, ou ‘contínuo’ no livro de Daniel.”
Hasel9 argumenta que a mudança em gênero em Daniel 8:9-12 (no texto Hebraico Masorético) de feminino, no vs. 10, para masculino, no verso 11, denota uma mudança em atividade de Roma pagã para Roma papal. Ele argumenta mais que os versos 9 e 10 são de natureza pagã e os vs. 11 e 12 de natureza papal.10
Concordamos com Hasel que a alternação em gênero em Dan. 8:9-12 tem implicações significativas na identificação da fase especifica da atividade do chifre pequeno, mas uma maior compreensão na oscilação do gênero, nos diferentes versos, nos leva a concluir que o profeta Daniel, intencionalmente, usou uma sintaxe peculiar para criar uma distinção genérica entre as duas frases do chifre pequeno delineadas nos versos 9 a 12.
         Verso 11. De quem o “diário” (ou continuo) foi tirado?
         O ponto central na interpretação do “diário” é a identificação do antecedente: “dele”
         Nas nossas Bíblias em português, e na tradução grega, o antecedente é “o Príncipe do exercito”, o que pode nos levar ao erro de entender como certo o “novo ponto de vista” sobre o “diário”.
         Mas tomando-se por base o texto Masorético hebraico, e estritamente usando-se o principio de “proximidade gramatical’ a primeira parte do vs. 11 finaliza com a expressão “ele se exaltou a si mesmo” (higdil) e a segunda parte do verso 11 começa com “dele” (mimmennu)
         Assim o antecedente de “dele” é “exaltou-se a si mesmo”.
         Hasel salienta que contrario ao normal a ordem das palavras está invertida, o objeto precede o sujeito.11
         Ele sugere que Daniel inverteu a normal sintaxe hebraica com o especifico propósito de tornar indiscutível a conexão do antecedente (ele exaltou-se a si mesmo) associado com a expressão “dele”, colocando-os juntos (“... ele exaltou-se a si mesmo, e dele...”). Assim o “diário” é intimamente associado com o chifre pequeno, e não com o Príncipe do exercito.
Em essência “o diário”, é o “mistério da iniquidade” que procura tornar-se como Deus, Isaias 14: 12 – 14; 2ª Tess. 2:3-7. O ponto comum entre “o diário e a “abominação da desolação” é o mistério da iniquidade.
Este atributo de caráter foi tirado por Roma papal de Roma pagã com a consequência do falso sistema religioso (paganismo) foi substituído (tirado ou posto à parte) pelo cristianismo nominal, um falso sistema professando Cristo, não criado, em contraste com o cristo criado do arianismo. Este processo começou em 508 a.D.,

                                                                   --João Soares da Silveira


Notas:
1) Em algumas versões, como na usada pela serva do Senhor, a KJV, e nas Almeida fiel e antiga, os termos acrescidos aparecem em itálico.
2) Esta é a função gramatical do adjetivo.
3) “The Mystery of the Dayly”, págs. 40 a 42 do pastor  Dr. John W. Peters. Tese de doutorado apresentada na Andrews University, e impressa na editora daquela instituição em 23 de dezembro de 1992, e (em forma de apostila, pág. 26), impressa pelo                                                         
                      1888 Message Study Committee,
                       8784 Valley Vew Drive, Berrien Springs, MI. 49103, USA
                       Para pedir um exemplar escreva para este endereço ou pelo
                       Telefone:  001 XX 269 – 473-1888 ou Fax:  001 XX 269 – 473-5851

4) Ha tamid, ha’tamid e hattamid, são as três formas em que encontrei o termo “contínuo”, ou “diário”, em diferentes publicações como sendo a forma hebraica, escrita com caracteres do nosso alfabeto.
   5) The Daily, Midnight Cry, vol. 5, nº 7, págs. 52 e 53, 5 de outubro de 1843.
   6) P.G. Damsteegt, Foundations of the Seventh-day Adventist Message Mission, Berrien Springs, Andrews University Press, págs. 38 e 39.
   7) Testemunhos para Ministros, páginas 91 e 92 (mas leia até o final do capítulo).
   8) F.B. Holbrook, Ed., Symposium of Daniel, Série da Comissão (* de estudos) sobre Daniel e Apocalipse, Vol. 2, Instituto de Pesquisas Bíblicas da Conferência Geral dos Adventistas do 7º dia, Washington,DC, 1986 (Veja também vol. 1 e 3-6).
9) Simpósio de Daniel, Série sobre Daniel e Apocalipse, Vol. 2, Instituto de Pesquisas Bíblicas da Conferência Geral dos Adventistas do 7º dia, Washington, DC, 1986, vol.2, págs. 418 e 419.
 10) Ibidem, pág. 399,
 11) Ibidem, pág. 404,

Asteriscos em citações acusam adição do tradutor ao texto.

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