sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Lição 13 - Exortações do Santuário, por Paulo Penno



Para 21 a 28 de dezembro de 2013

A verdade do santuário tem um grande significado prático. Uma verdadeira apreciação de coração pelo que Cristo realizou na cruz que vai além tanto do calvinismo como do arminianismo1 é o que a mensagem de 1888 vê. A mensagem motiva imediatamente ao verdadeiro arrependimento, confissão, uma mudança total de estilo de vida, novo nascimento, a reconciliação, sim, "boas obras" — tudo sob a "restrição" imposta por se estar debaixo da graça, e não sob um sentimento de medo da ira da lei.
A mensagem de 1888 ilumina as implicações vivenciais da verdade do santuário: O pecado é desmascarado; mornidão é vista como pecado; há uma convicção mais profunda do pecado, a incredulidade é vista como uma nova crucificação de Cristo — fomos "nós" que O crucificamos.
Ao mesmo tempo vem uma convicção mais profunda de justiça — Cristo já é o nosso Salvador, Ele morreu a segunda morte; se pararmos de resistir à Sua graça (Seu ministério no Santíssimo) Ele vai preparar o Seu povo para Seu breve retorno.2 A purificação do santuário celeste é o Seu trabalho, e nós devemos "trabalhar em harmonia com Ele,"3 para deixá-lo realizar  isso.
Cristo nos elegeu a cada um de nós pessoal e individualmente, para a salvação eterna, por isso, se O "deixarmos" seguir o Seu caminho, Ele nos preparará para a vida eterna. Somente se nós formos incrédulos poderemos falhar em "vencer.” Nós paramos de nos preocupar sobre se iremos individual e pessoalmente obter nossa recompensa, e nos tornamos livres para nos preocuparmos com a honra e vindicação de Cristo.
Assim, a mensagem é uma motivação "debaixo da graça" e não "debaixo da lei". Encontramos algo mais importante pelo que vivermos em vez de nos preocuparmos com a salvação de nossas próprias pobres pequenas almas. É a Sua graça, e não o medo de se perder, que nos ensina a dizer "Não!" à impiedade e às paixões mundanas.
Assim, doravante, o Ágape de Cristo nos constrange, para vivermos para Ele que morreu por nós e ressuscitou, porque "julgando nós  assim: que, se Um morreu por todos, logo todos morreram" (*2ª Cor. 5:14), isto é, se Ele não tivesse morrido, nós estaríamos mortos. Portanto cobiça (materialismo, egoísmo) é morta na sua raiz, nós nos entregamos a ele.
A ponte que atravessa o último abismo entre nós e a plena comunhão com Cristo é a rendição da vontade, precisamente da mesma forma que Cristo, em nossa carne, rendeu Sua vontade. "Na qual vontade [de Deus] temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez por todas" (Heb. 10:10).
Por isso nós temos "ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne" (Heb. 10:19, 20). Ao Ele Se render à vontade do Pai, Ele cumpriu esse amor. Ao rendermos nossa vontade a Ele, esse mesmo amor é imediatamente cumprido em nós. O caminho para a ousadia é através de Sua carne.4
A ansiedade e o "medo da morte": Ansiedade é basicamente o que a Bíblia chama de "medo da morte." O que temos chamado de "morte" a Bíblia chama de "sono". Poucos temem isso. Nosso "medo da morte" é medo da segunda morte, o medo da nudez, solidão, abandono, o horror de grandes trevas, que vem quando se está sempre separado da vida e da luz de Deus e Seu grande universo de alegria. Essa ansiedade oculta toca todos os aspectos da nossa vida e até invade nossos sonhos. Vimos que apenas ao sentimos as dimensões do sacrifício de Cristo na cruz é que podemos enfrentar o problema da ansiedade da nudez.
"Plena certeza de fé": Exatamente como se chega à mais preciosa "inteira certeza de fé" (Hebreus 10:22, ou "plena certeza da esperança até ao fim" 6:11)? Seria bom se não estivéssemos constantemente perseguidos pelo medo de não ser salvos afinal. E, por outro lado, temos o suficiente bom senso para perceber que "muitos" no último dia virão a Cristo esperando entrar no Seu reino e Ele deverá dizer: "Nunca vos conheci" (Mat. 7:23). Como é que vamos "equilibrar" essa importante questão da verdade versus falsa segurança?
Embora existam milhares de milhões que devam resolver esta questão, o Pai, sendo infinito, está preocupado com você como se você fosse a única pessoa na terra (Mat. 10:29-31). Venha à Sua presença e dirigia-se a Ele como o vosso pessoal Pai celeste, assim como Jesus fez (Mat. 6:9). Este é o primeiro passo — acredite.
O Pai quer que você seja salvo eternamente, e Seu Filho, "o qual Se deu a Si mesmo em resgate por todos," o que significa — inclusive você (1ª Tim. 2:3-6). Ele fez o Seu trabalho com fidelidade. Daí resulta que a única maneira que você pode finalmente se perder, é por impedir, resistir, rejeitar a vontade de vosso Pai celestial, e, claro, de Cristo. Em outras palavras, fazer o que Esaú fez, o homem que tinha o direito de primogenitura, mas já que o "desprezou" e o "vendeu." Este é o segundo passo — creia nesta verdade pois é uma mui boa nova.
Isto significará que você não confia em si mesmo, o seu medo não será que o Senhor se desvie de você, o seu medo será que você pode esquecê-Lo. Ele prometeu "tomar" você "pela tua mão direita" (Isaías 41:13). Você pode ser como uma criança mimada e rebelde e esquivar-se da Sua mão. Escolha deixar que Ele te segure. Entenda, você está perdido se não o fizer. Este é o terceiro passo — acredite.
E escritura diz: "acheguemo-nos com verdadeiro coração." Ou seja, simplesmente seja honesto. Todos os anjos no céu, mais o Espírito Santo, não podem torná-lo honesto se você optar por não o ser. A decisão é sua. "Acheguemo-nos". Este é o quarto passo — “Achegar-se"
A Consciência: A "consciência" de quem crê em Jesus deve ser "purificada," um trabalho profundo nunca dantes totalmente realizado até o grande dia da expiação. Vamos aproximar-nos do Santíssimo do Santuário, "tendo os corações purificados da má consciência" (Heb. 10:22).
Hebreus capítulos 9 e 10 descrevem Seu ministério Sumo Sacerdotal como purificando os corações de Seu povo, para "aniquilar o pecado" (9:26), "purificando a consciência" (14), preparando um povo para "receber a promessa da herança eterna" (15), "purificando" (14) corações, mentes e lábios, para "aperfeiçoar os que a eles se chegam" (10:1) para tornar obsoleta qualquer "consciência" (2) ou "lembrança ... dos pecados" (3,KJV), para "tirar os pecados" (4) para "aperfeiçoar para sempre os que são santificados" (14), para escrever Suas "leis em seus corações” (16) ... [que são] “purificados da má consciência" (22), para "nos estimularmos [motivar] ao amor e às boas obras” (24) para "crer para a conservação (*salvação) da alma" (39).
Ele, naturalmente, quer que Seu povo entenda por que o que Ele está fazendo é tão incomparavelmente importante e, segundo, Ele gostaria de receber a nossa cooperação, porque Ele não pode realizar nada sem você. Sua cooperação significa que você para de interpor uma vontade rebelde para neutralizar o que Ele está buscando constantemente fazer por você!
Em outras palavras, através de Seu Vigário (o Espírito Santo), Cristo como Sumo Sacerdote está constantemente pressionando sobre o Seu povo a convicção do pecado escondido mais profundo do que eles tinham imaginado que fosse, e quando a convicção é bem-vinda, e o pecado é de bom grado vencido e colocado à parte, o coração está mais reconciliado com Deus. Este processo é chamado de "expiação", ou se tornar unido com Deus. Em Romanos 5:11 é "receber a reconciliação" ou "expiação."  Assim, a purificação do santuário celeste é uma "expiação final."
Somente o evangelho pode produzir um povo verdadeiramente convertido que vai passar no teste da marca da besta. Eles serão ouro genuíno sem pecado, conhecido ou desconhecido.

- Paul E. Penno

Notas (a 1ª e a 3ª são do tradutor):

*1) A mensagem de 1888 trouxe uma “nova luz” na compreensão do evangelho da justificação pela fé para estes últimos dias, uma mensagem que deve incluir "torrentes celestiais da chuva serôdia,” e "o começo” do alto clamor, que deve ainda iluminar a terra com glória (Apoc. 18:1).
Ela vai além do que pregou João Calvino, que dizia que “—Cristo na cruz salvou aqueles por quem Ele morreu, mas a expiação é limitada aos eleitos pré-escolhidos de Deus—.”
Por outro lado Jacó Armínio (*1560-1609, que foi um teólogo holandês que estudou, ensinou e eventualmente se desligou do calvinismo), dizia que “—Cristo morreu para colocar a salvação à disposição de todos no mundo. Mas apenas aqueles que fazem algo por crer em Jesus são salvos.”
Já a mensagem de 1888, nos diz que “—Cristo provou a morte por todo homem” (Heb. 2:9). Ele pagou o “salário do pecado,” que “é a morte" (Romanos 6:23) — a verdadeira morte (*para a qual não há retorno), “a segunda morte” (*Apoc. 20:14).
Cristo realmente salvou o mundo através de Sua morte na cruz. Como Paulo o afirma, "A ação judicial, na sequência do crime [de Adão], (*foi) emitida em um veredicto de condenação, mas o ato de graça, seguindo por tantos crimes, emitidos num veredicto [judicial] de absolvição.... O resultado (*foi) “um ato justo, [a cruz] é absolvição e vida para todos os homens” (Rom. 5:16, 18, NEB). (*Nova Versão da Bíblia em Inglês).

[2] Cf.  Review and Herald, de 21 de janeiro de 1890;

*3) “Testemunhos para a Igreja”, vol. 5, pág. 575;

[4] "Na Sua vinda em carne e osso — tendo sido feito em todas as coisas semelhante a nós, e tendo sido tentado em todos os pontos como nós somos — Ele identificou-Se com cada alma humana exatamente onde essa alma está. E do lugar onde cada alma humana está, Ele consagrou para esta alma um novo e vivo caminho, através de todas as vicissitudes e experiências de uma vida inteira, e até mesmo através da morte e do túmulo, para o mais santo de todos, à direita de Deus para todo o sempre. ... E este "caminho" Ele nos consagrou. Ele, tornando-Se um de nós, o tem feito, desta forma, o nosso caminho, e nos pertence. Ele dotou cada alma com direito divino de caminhar nesse consagrado caminho; e por Ele ter feito isto nEle próprio na carne — em nossa carne — Ele tornou possível, sim, Ele deu a garantia real, que cada alma humana pode andar nesse caminho, em tudo o que esse caminho é, e por ele entrar, plena e livremente, no Santíssimo do Santuário celestial" (Alonzo T. Jones, o Caminho Consagrado, págs.
87, 88, edição Glad Tidings).

Nota: "Esta lição do Pastor Paulo Penno está na Internet em: http://1888mpm.org, mas aqui neste blog asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.

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