Para 2 a 9 de dezembro de 2017
Quem é Israel?
"E,
se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a
promessa" (Gal. 3:29, KJV). Aqui, Paulo define o verdadeiro Israel
espiritual. Mais tarde, ele declara: "A
circuncisão é nada; incircuncisão nada é, a única coisa que conta é a nova
criação! Todos os que tomam esse princípio por seu guia, paz e misericórdia
sejam sobre eles, o Israel de Deus" (Gal 6:15, 16, REB)1.
Depois do sublime "Coro de Aleluia" de Romanos 8, a mudança de humor de Paulo
parece negro e de mau presságio. Como um estudante das escrituras,
especialmente da profecia das 70 semanas em Daniel 9, ele deve ter percebido a
importância do apedrejamento de Estêvão. Ele acaba de declarar que nada pode
nos separar do amor de Deus, mas sua mente está lembrando de que há uma coisa
que pode separar mesmo os que tenham sido especialmente escolhidos por Deus.
Persistentes, deliberadas escolhas para desacreditar das Suas promessas irão,
eventualmente, ser honradas. Paulo percebe que Deus trabalhou muito tempo com
Israel, Seu povo escolhido. Houve provas de fé no deserto depois de deixar o
Egito, a incredulidade à beira da entrada, cativeiro para curar a idolatria, os
anos de apostasia e, finalmente, Israel corporativamente assassinou Seu Filho.
Mesmo assim, Deus envia um mensageiro mais, Estevão; mesmo a cruz não atinge os
seus corações. Através de sua liderança, Israel rejeita e apedreja Estevão.
Assim o evangelho é, oficialmente, direcionado para os gentios.
Paulo, motivado pelo Espírito Santo, sente a angústia pela perda de seus
irmãos. Ele declara que está disposto a ser amaldiçoado ou separado de Cristo
por causa de seus parentes.2 Em
outras circunstâncias, isto seria considerado um exagero de serviço por parte
dele. Para que isso seja verdadeiro, ele só pode ser um dom do Espírito.
Paulo, então, analisa porque a separação de Israel não foi culpa de
Deus. Ele começa por explicar que, como Deus define Israel, Ele manteve as Suas
promessas. Deus não define o verdadeiro Israel por raça, língua ou até mesmo
linhagem de Abraão. As promessas não foram repetidas a Esaú ou a Ismael, mas
vez após vez, lembra-lhes que Ele é o Deus de Abraão, Isaque e Jacob.
Quem inclui Israel? "Nós aprendemos também quem é Israel. O nome
foi dado a ele em sinal da vitória que obteve pela fé. Não concede nenhuma
graça a ele, mas era um símbolo da graça já possuída. ... Não é o nome que traz
a bênção, mas a bênção é que traz o nome. Como Jacó não possuía o nome por
natureza, assim ninguém também pode. O verdadeiro israelita é aquele em quem
não há dolo. ... Então o israelita é apenas aquele que tem fé pessoal no
Senhor. ...
“Que todos
quantos professam ser israelitas considerem como Jacó recebeu o nome, e
percebam que somente assim pode este ser dignamente atribuído a alguém. Cristo,
como a prometida Semente, teve que passar pela mesma luta. Ele lutou e venceu,
mediante a Sua confiança na palavra do Pai, e, assim, tem direito de ser o Rei
de Israel. Somente os israelitas compartilharão o reino com Ele; pois os
israelitas são vencedores, e a promessa é: ‘Ao que vencer Eu lhe concederei que se assente Comigo no Meu trono;
assim como Eu venci, e Me assentei com Meu Pai no Seu trono.’” (Apo. 3:21).3
O que Jacó venceu? “Foi pela entrega de si mesmo e por uma fé
tranquilizadora que Jacó alcançou o que não conseguira ganhar com o conflito em
sua própria força. Deus assim ensinou a Seu servo que o poder e a graça divina
unicamente lhe poderiam dar a bênção que ele desejava com ardor. De modo
semelhante será com aqueles que vivem nos últimos dias. Ao rodearem-nos os
perigos, e ao apoderar-se da alma o desespero, devem confiar unicamente nos
méritos da obra expiatória. Nada podemos fazer de nós mesmos." (Patriarcas e Profetas, pág. 203).
Qual foi a bênção pela qual Jacó ansiava? Ao longo de sua vida, ele
tramou obter o que Deus havia prometido seria dele. Seu pai, Isaque, de fato,
havia concedido o direito de primogenitura a ele, mas ele lutou com um
desconhecido para garantir de que ele a teria. Por que a insegurança? Ele vinha
sendo dependente de sua própria trama, ações e força para assegurar-se do
direito de primogenitura que já era dele. Jacó "prevaleceu", renunciando toda a fé em sua própria
habilidade para vencer. Ele lançou mão da força do Anjo com quem ele vinha
lutando e foi-lhe dada a vitória. Só então ele poderia receber o dom da
vitória.
Em Rom. 9 verso 16, Paulo lembra a Israel que a misericórdia de Deus não
é criada ou gerada pelas ações dos seres humanos. Deus é misericordioso, porque
Ele é amor e é misericordioso para com os objetos do Seu amor. O pedaço de
barro não pode questionar o que o oleiro faz dele, do mesmo modo o homem não
pode ditar as ações de Deus. Se Jacó tivesse bastante força inerente para
vencer o Anjo, ele poderia pedir a bênção de seu direito, mas ele ganhou a
vitória só admitindo que estava sem forças.
Paulo continua seu argumento de que Deus não tem culpa pela separação
dos judeus, usando o triste exemplo de Gomer infiel que persistira na procura
de apoio e conforto em seus amantes ilícitos. O fiél Oséias cortejava o amor
dela, apesar de sua falhas; um retrato vivo de Cristo tentando alcançar o amor
da noiva indiferente.
Aqui é onde o exemplo de Paulo da desobediência de Israel entra no nosso
tempo na história. Nunca a Igreja esteve tão distraída que ela não soubesse da
sua real condição. A experiência da Noiva de Cristo será diferente da
experiência de qualquer geração anterior. A verdade sobre o caráter de Deus
deve estar revelada na final Glória que ilumina a terra.
"O supremo interesse de Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é conquistar o
coração de Sua noiva, para que ela permita que a expiação se complete nela. Sua
reticência em aceitar seu divino amante é o resultado de sua imaturidade. Sua
inconstância e seu relacionamento com os príncipes de Babilônia foi fruto de
sua infantil apreciação do que seu real Amante deu e passou (*no Getsêmane e no
Calvário) para ganhar a mão dela. ... Ele está esperando por sua noiva crescer
e deixar sua paixão louca com a honra dos homens que vem uns dos outros, mas que
destrói a fé, João 5:44. ... Sua consumada beleza não é apenas porque ela
abandonou as suas prostituições e cessou de pecar, mas porque ela conhece e
aprecia o esforço que seu Amante enfrentou para obter a vitória; e ela, como um
exército em batalha, passou pela mesma luta. Ela foi à cruz com ele. Ela
cresceu nesta conquista e sua alma anseia por estar ao lado de seu Amante. ...
Sua união com o Noivo provê muito mais do que o perdão dos pecados. Seu pecado
não é apenas tirado, mas o vazio é preenchido com o Espírito Santo"
(Donald K. Short, em Então o Santuário
Será Purificado, pág. 91).
Hoje, nós, os indivíduos que compõem a igreja, estamos adormecidos com
as dez virgens. Continuamos obcecados com a vitória sobre o pecado como se isto
fosse a única coisa necessária para a salvação. Como o Israel antigo,
mergulhado no pensamento do velho concerto, persistimos em crer que "nascer de novo", significa se
esforçar mais e mais em obedecer. A verdadeira obediência flui de um coração
completamente integrado com Cristo, pela habitação do Espírito Santo. Na cruz,
os crentes se recusam a ser garantidos por sua própria força, mas com Cristo,
submetem seu espírito a Ele na fé de que Ele cumprirá Suas promessas ao
verdadeiro Israel.
—Arlene
Hill
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A irmã Arlene Hill é uma
advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno,
estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista
local. Ela
foi um dos oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”,
que se realizou em maio de 2010, na Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada
no endereço 7125 Weest 4th Street ,
Reno, Nevada, USA.,
Telefone 001 XX
(775) 327-4545.
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Notas desta Edição:
1) REB, Revised Enlish Bible
(Versão Revisada da Bíblia em Inglês). 1898. Na segunda metade do século XX
foram produzidas muitas versões da Bíblia. Comparativamente podem ser usadas
como análises de determinados textos. Entretanto deve-se ser cauteloso pois
grande foi a influência da Nova Era. Se você desejar podemos lhe enviar artigos
diversos sobre este assunto. Se você desejar podemos lhe enviar artigos
diversos sobre este assunto.
Veja a nota 1 do Cap. 44 de O Concerto Eterno, que postamos no nosso Blog Ágape Edições (http://agape-edicoes.blogspot.com.br/) no início de setembro de 2010:
2) Esta angústia, pela perda dos seus irmãos, é uma demonstração do
verdadeiro amor, o amor de Deus — Ágape, com que Paulo aprendeu a
amá-los. Os pecadores, mortais,
centralizados em si mesmos, podem aprender a amar com Ágape, pois
João diz: “o amor [Ágape] é
de Deus; e qualquer que ama [com Ágape] é nascido de Deus e
conhece a Deus. Aquele que não ama [com Ágape] não conhece a Deus; porque
Deus é amor [Ágape]” (1ª João
4: 7 e 8).
Paulo é um excelente exemplo de alguém que aprendeu isto. Ele encontrou
o mesmo Ágape em Seu coração, pois ele também
desejou ser amaldiçoado de Cristo por causa de seu perdido povo (Romanos
9:1-3). Veja o vs. 3, “Porque eu mesmo
poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus
parentes segundo a carne” Cada qual que vê a cruz como ela verdadeiramente
é, e crê, encontra o milagre de Ágape reproduzido em seu próprio coração. Assim é como o mundo vai ser
alvoroçado novamente, “Porque
o amor [Ágape] de Cristo
nos constrange,” que nós “não
mais vivamos para [nós mesmos] mas para Aquele que morreu e ressuscitou [por
nós]” (2ª Cor.5:14 e 15).
3) O citado texto é o último § do cap. 13, de O Concerto Eterno (http://agape-edicoes.blogspot.com.br/) postado no
blog Ágape Edições em 1º de agosto de 2010;
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