terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Lição 13 — Vida Cristã, por Paulo Penno



Para 23 a 30 de dez. De 2017

Os Livros de Daniel e Apocalipse provocaram o Movimento do Segundo Advento de 1844. As profecias apontaram para um “remanescente” com a “mensagem do terceiro anjo” preparando o caminho do retorno do Senhor. O Senhor prometeu enviar a este povo a “chuva serôdia” e o “alto clamor”, “um mestre de justiça” (em Joel 2:23; as palavras “vos dará em justa medida a chuva temporã” em hebraico é o “mestre de justiça”), com um mensagem indicada pelo Espírito Santo que se unisse ao terceiro anjo (Apocalipse 18: 1-3).1 
Os livros de Romanos, Gálatas e Efésios sobre a justiça pela fé são para o amadurecimento do povo de Deus. Ele cumpriu a Sua promessa de dar a chuva temporã em 1888 sem o Seu povo implorar por isso. Embora a mensagem da cruz, a justificação e o santuário em harmonia com a lei de Deus fossem “desprezados” (veja Testemunhos para Ministros, pág. 92 a 97, e Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 234 e 235). A “boa notícia” é que é recuperável pelo dom do arrependimento que Jesus prometeu a Laodiceia (Apocalipse 3:19).
A verdade pura do evangelho muda vidas. O teste conclusivo e objetivo da doutrina correta é que ela muda mentes, corações e comportamentos uns com os outros. Justificação pela fé aplicada a alguns dos problemas mais difíceis “internas” que a Igreja enfrenta traz uma unidade de crença e prática. Este é o tema de Paulo em Romanos 14-16.
A Igreja é uma mistura de culturas, classes socioeconômicas e raças. As “plantas da igreja” de Paulo são as primícias de novos conversos do Império Romano oriental e judeus étnicos. Alguns cristãos são “fortes”, outros são “fracos” em questões éticas (Romanos 15:1). No entanto, todos tinham estado unidos por causa de Cristo. Eles entraram no curso, “Vida Centrada na cruz” na “Universidade do Corpo de Cristo”. Agora aprenderão o que significa viver diariamente a cruz com Jesus. Isso irá obrigá-los a cultivar muita “humildade”.
A reforma da saúde foi dada ao povo de Deus como justiça pela fé. É o jejum apropriado, que Deus designou para quantos creem que estão vivendo no Dia da Expiação. A negação-própria que é uma qualidade inerente para adotar um regime alimentar simples é necessária para um povo que está antecipando a saída do Sumo Sacerdote do Lugar Santíssimo. (*Mas a ênfase, deve ser posta na autonegação, não na dieta.)
Comer alimentos era problemático para muitos cristãos primitivos, porque a maioria era oferecida aos ídolos antes de ir ao mercado dos produtores (Romanos 14:2-4, 20-23; Atos 15:20; 1ª Coríntios 8:4). Muitas consciências débeis se voltaram para uma dieta vegetariana para evitar comer carne oferecida aos ídolos.
Alguém que acredita que pode comer qualquer e todas as coisas que Deus criou para alimentação pode manter um espírito de zombaria àqueles cuja consciência não lhes permite consumir todas as coisas. A liberdade religiosa em matéria de alimentação é para ser estendida a todos. Infelizmente para uma boa causa, muitos que abraçam uma dieta vegana condenam aqueles que comem um regime mais amplo e, portanto, se separam do Espírito de Cristo. Qualquer obra de reforma que perde o espírito de amor para com os outros é um desfile sem proveito de vaidade humana.
A “preferência” do dia por um homem (Romanos 14:5) não o torna o dia de descanso de Deus. O sábado do sétimo dia de Deus, claramente, tem o selo de Deus sobre ele (Gênesis 2: 3, Êxo. 20:11; Eze. 20:12, 20). Então Paulo não está abordando a questão da observância do sábado do sétimo dia (Romanos 14:5, 6). A igreja romana tinha um contingente de cristãos judeus que ainda se apegavam a dias (*cerimoniais) sabáticos anuais de observância que podiam cair em qualquer dia da semana. Os cristãos gentios não teriam tais lealdades para observar tais dias.
O fato de que Paulo liga a “preferência” ou “respeito” de dias com “comer” é uma conexão adicional aos dias anuais dos festivais de observância judaicos (Romanos 14:6). Comer desempenhava um papel vital nos ritos de guardar os sábados cerimoniais (Lev. 23).
Este texto realmente não resolve a questão de saber se os dias sagrados judeus são sábados válidos ​​para os cristãos observarem hoje. Em outros lugares, Paulo declara-os “sombras” do “corpo de Cristo” (Colossenses 2:16, 17). Seria blasfêmia continuar (*a oferecer) sacrifícios de animais quando o corpo de Cristo já foi crucificado por nós. Por que estabelecer observância de “sombras” quando já temos a realidade de Cristo a Quem apontavam? Nenhuma quantidade de observâncias rituais vai estabelecer Cristo no coração. Eles certamente não conseguiram isso para a nação judaica como um todo nos dias de Cristo. Acabaram perdendo de vista o Seu Messias e O crucificando.
O nível de julgamento interior à igreja que o apóstolo aborda é igual às decisões de vida ou morte que Cristo faz no julgamento final. Não temos nenhum assunto transpirando em Seu tribunal (Romanos 14:10). Deus, o Pai, transferiu todo o juízo para o Filho (João 5:22, 27). Jesus diz: “Eu vim não para julgar o mundo” (João 12:47); (*“Porque Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele”) (João 3:17). Jesus proclamou a “palavra” que é a lei e o evangelho. “A palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia” (12:48). Assim, “o tribunal de Cristo” é a lei e a cruz.
Naquele dia maravilhoso de prestação de contas final após a ressurreição dos ímpios no fim do milênio, a lei escrita sobre tábuas de pedra (*“e letras de fogo”) e a cruz serão apresentadas a eles.2 Então o registro inconsciente da vida, inpresso no subconsciente, será claramente trazido à vista para cada um ver. Haverá uma aclamação sem precedentes de unidade nos lábios de todos quantos Deus fez todo o possível para dar salvação a todos, mas os perdidos recusaram o Seu presente. (*“Todo o joelho se dobrará a Mim, e toda língua confessará a Deus” Rom. 14:11).
O propósito do “tribunal de Cristo” é, em última instância, tornar todos responsáveis ​​diante de Deus (*cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus, verso. 12). O propósito de Cristo no julgamento é vindicar quem quer que permita que Ele os sele com o Seu Ágape.
Muitos estão selando o seu julgamento final diariamente (*“Quem crê nEle não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”, João 3:18). Através do evangelho “nós” proclamamos, as almas tomarão sua decisão pela vida ou pela morte (Rom. 14:13). Se o nosso evangelho é “más notícias” sobre o que devemos fazer para sermos salvos, as pessoas vão concluir que não foram eliminadas para a salvação. Se o nosso evangelho é “uma boa notícia” do presente de salvação de Cristo para todos, independentemente das qualificações pré-existentes, então é um sabor de vida para aqueles que não o rejeitam.
A dinâmica do Espírito é o meio pelo qual Paulo conseguiu tudo o que fez em todas as áreas: o discurso, as ações e os sinais e as maravilhas dele. Quando Paulo integralmente “pregava o evangelho de Cristo”, a cruz era uma realidade presente para aqueles que ouviam. Esqueceram-se de todas as distrações presentes e ficaram fixados sobre “o Salvador do mundo”. Foi tal pregação que o Espírito Santo confirmou com “sinais e maravilhas” (Romanos 15:19). Milagres atestam a verdade do evangelho proclamado.
Da mesma forma, na glorificação final de Deus através da proclamação da cruz, “Servos de Deus, com o rosto iluminado e a resplandecer de santa consagração, apressar-se-ão de um lugar para outro para proclamar a mensagem do céu. Por milhares de vozes, em toda a extensão da Terra, será dada a advertência. Operar-se-ão prodígios, os doentes serão curados, e sinais e maravilhas seguirão aos crentes”.3
O que é “a revelação do mistério, que desde tempos eternos esteve oculto”(Romanos 16:25)? “O mistério” é a revelação do próprio Jesus Cristo, como Ele foi revelado na pregação de Paulo, e como Ele é revelado em você e em mim, enquanto proclamamos o evangelho.
O evangelho foi divulgado aos homens desde Adão, e eles tinham uma medida do conhecimento do evangelho. Mas quando o próprio Cristo veio, e revelou Deus em Si mesmo, aos filhos dos homens — nunca fora revelado e compreendido antes como foi revelado e compreendido naquele momento. Quando os apóstolos foram enviados para pregá-lo, como foi revelado, eles o pregaram numa plenitude e numa clareza como nunca fora pregado antes Rom. 15:16.
Agora, Cristo proclama o mistério como nosso Sumo Sacerdote do santuário celestial. É o evangelho claramente coerente com a obra de purificar nossas vidas do pecado que Ele procura ali realizar. Isso envolve uma obra de julgamento que é a reivindicação de Laodiceia. Ele lhe dá o presente de Ágape para que possa crescer em toda a estatura de uma noiva digna de ficar ao lado do Cordeiro no casamento.
O plano evangélico originou-se na mente de Deus na eternidade passada; patriarcas, profetas e apóstolos trabalharam em uníssono para torná-lo manifesto; e “nas eras vindouras” será tanto a ciência quanto a canção dos redimidos (vs. 27). Que conclusão maravilhosa! Alcança de eternidade a eternidade. O Evangelho de Deus é a sabedoria dos séculos!
--Paul E. Penno
________________________

Notas Finais:                                         

1) Veja o que Ellen G. White nos diz em Testemunhos para a Igreja, vol. 6: “A mensagem da justiça de Cristo há de soar desde uma até a outra extremidade da Terra, a fim de preparar o caminho ao Senhor. Essa é a glória de Deus com que será encerrada a obra (sic) [a mensagem] do terceiro anjo” (pág. 19). Quando se fala da mensagem do 3º anjo significa, em verdade, a mensagem dos três anjos de Apoc. 14 ; “A primeira, segunda e terceira mensagens angélicas ... estão relacionadas entre si” (pág. 17, último parágrafo), e a proclamação das três “simbolizam a obra daqueles que as proclamam” (ibidem).

2) Veja Ellen G. White, O Grande Conflito, pág. 666.                    

3) Idem, pág. 612                                                                            
________________________

Notas:                                                     

O vídeo desta lição do pastor Paulo Penno, em inglês, está na Internet em: https://youtu.be/jFY2ieoCork

Você pode se inscrever para receber semanalmente a lição em inglês solicitando-o no site sabbathschooltoday@1888message.org.
Também esta lição, em inglês, está na Internet em: http://1888message.org/sst.htm  

O Pastor Paulo Penno preparou um estudo sobre Romanos, verso por verso, dos capítulos 14, 15 e 16. Se você quiser recebê-lo envie um e-mail para dailybread@1888message.org; solicitndo-o. Diga: Please send me Paul Penno’s study on Romans chapters 14, 15, and 16.   
 ________________________

Biografia do autor, Pastor Paulo E. Penno Jr:
Paulo Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há 42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia.” (Este livro postamos, por inteiro, em Ágape Edições (agape-edicoes.blogspot.com) em 1º de agosto de 2017). Ao longo dos anos o Pr. Paulo Penno, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
    Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor. ­­­­­­­­­­­­­­­­­­
_____________________________________