sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Integridade da "Mui Preciosa Mensagem"... e seus efeitos.

Muros protegiam a cidade. Salvavam seus moradores de invasões. É símbolo de salvação nas Escrituras: "Deus lhe põe a salvação por muros e antemuros " (Isaías 26: l). "Aos teus muros chamarás Salvação " (Isaías 60:18).

O Senhor edificou um muro protegendo o Seu povo, com padrões eternos, com , mas há os que "o rebocam de argamassa fraca" (Ezequiel 13:10,). "Um edifica a parede e eis outros a rebocam de barro sem palha" (vs. 15, versão do Pé. António de Figueiredo, a Almeida antiga diz: "de cal não adubada").

Mas, como somos salvos? Bem, a isso os teólogos chamam de os elementos vitais da soteriologia - a ciência de ser salvo, gr. soterion (salvação) + logos (ciência) + ia. Isto lhe parece complicado? Esqueça! vejaMat. 1:21 Jesus "salvará o Seu povo dos seus pecados".
Indiretamente está dizendo que sem a lei de Deus não há esperança para nós no plano da salvação, porque nunca veremos nossa condição de perdidos e não sentiremos necessidade de um salvador.

Consideremos agora Isaías 28:17: "Farei do juízo a regra, e da justiça o prumo ". Aqui o Senhor declara que Ele fará julgamento pela norma, e Seu julgamento terá por base um padrão. Os muros da salvação são estabelecidos seguindo esse marco. Agora, que padrão é esse a que Ele se refere?
Isaías 8:20 diz: "A lei e ao testemunho, se eles não falarem segundo essas palavras, jamais verão a alva ". A Almeida Fiel e a KJV dizem: "É porque não há luz neles ". Claramente o que temos aqui é um prumo, um instrumento geralmente usado pêlos pedreiros para erigirem paredes em perpendicular, pelo qual os muros são medidos e o julgamento estabelecido. Isso significa para nós que salvação do pecado depende de sermos medidos segundo o padrão da Santa Lei de Deus. "Mostrou-me também isto: eis que o senhor estava sobre um muro levantado a prumo; e tinha um prumo na Sua mão. ... Eis que Eu porei o prumo no meio do meu povo de Israel (Amos 7: 7 e 8).

Agora, não há meio pelo qual nós, que somos formados em pecado, tornarmo-nos justos e observarmos a lei de Deus por nossas próprias forças. Mas Deus encontrou o caminho da cruz, pelo qual todo ser humano pode chegar a uma posição em que volva-se de seus pecados, seja salvo deles, Mateus l :21, e assim encontre a sua vida medida segundo o padrão da Santa lei de Deus.

Para fazer isto Deus enviou mensageiros com verdades presentes para cada tempo.
A Amos disse: "... vai e profetiza ao meu povo de Israel" (7:15).

Ao povo do advento: "Ê necessário que ainda profetizes a respeito de muitos povos, nações, línguas e reis" (Apocalipse 10:11). Observe o tempo verbal imperativo: "é necessário", "importa" (Alm. Contemp.), "must" (KJV) e "é uma enfática colocação no grego" (SDABC, vol. 7, pág. 800.) Na verdade descreve o inicio do adventismo, com o desapontamento , vs. 9 e 10, que sobreveio aos mileritas, os precursores dos adventistas do sétimo dia. Quando eles pensavam que a sua mensagem toda havia resultado em nada, e que tinham desperdiçado o seu tempo, vítimas de um terrível engano, não sabendo a quem culpar por isso, então estudaram Apocalipse, e entenderam: Deviam profetizar novamente a muitos povos, nações, línguas e reinos.

O verso seguinte, 11: l, manda "medir o templo de Deus" isto "tinha uma particular aplicação ao completo entendimento do significado do ministério de Cristo no santuário celestial que se iniciou em 1844" (ibidem).

Eles pensavam que com o desapontamento a obra estava encerrada, mas não estava. Havia uma mensagem descrita em Apõe. 14: 9-12 para ser dada a todos os povos, nações e reinos, e esta mensagem eles ainda tinham que dar. Era obrigação deles, pois seu trabalho não estava terminado.

Esta foi a obra desempenhada pêlos pioneiros adventistas, e pela profetiza Ellen G. White.

Qual foi o prumo que Deus usou para edificar Israel? Sua santa lei e a atividade redentora, Deut. 4: 7-9. Notem a ênfase sobre as leis justas de Deus, este é o padrão derradeiro. Com isto Deus criou um povo distinto e ordenou: "Sede santos porque Eu, o Senhor vosso Deus, Sou Santo" (Lev. 19:2".

A mensagem da Justiça de Cristo, abrangendo a doutrina do santuário, que leva o crente a esta santidade, vivida por Cristo nele, foi dada com INTEGRIDADE ao povo do advento pelo dois mensageiros de 1888, com total endosso de Ellen G. White1. Entretanto "aquela mui preciosa mensagem" não foi totalmente abraçada pela liderança da igreja (Veja TM, pág. 91 em diante), e como se isto não bastasse, na década de 1950 a 1960 dois ou três elementos da nossa
Organização, a fim de não sermos taxados de "seita", fizeram um acordo com os evangélicos destruindo a base desta mensagem. Foi uma guinada de 180 graus na natureza humana que Cristo assumiu na encarnação. Ellen G. White diz que "A natureza humana de Cristo é tudo para nós."

Similar mudança havia ocorrido no catolicismo romano com a adoção da doutrina da imaculada concepção da virgem Maria, seguindo o princípio babilónico dos "deuses cuja morada não é com os homens ", Dan. 2:11. A "mui preciosa mensagem" fala de um "Deus conosco ", isto é, tendo a nossa natureza caída, entretanto sem pecado.

Uns edificaram com INTEGRIDADE o "muro de salvação", mas outros o rebocaram com argamassa fraca.

"Nos profetas de Somaria bem vi Eu loucura: profetizavam da parte de Baal, e faziam errar o Meu povo Israel" (Jeremias 23: 13).

Quem fez os filhos de Israel errarem? - Os profetas,. Claramente há aqui uma condenação àqueles que deveriam ter sido mensageiros do Senhor, mas ao invés disto estavam liderando o povo de Deus pêlos caminhos do erro.

Notem o vs. 26: "Até quando se sucederá isso no coração dos profetas que proclamam mentiras, que proclamam só o engano do próprio coração? "; e o verso 32: "Eis que Eu sou contra os que profetizam ...e com ... mentiras e leviandades fazem errar o Meu povo; pois Eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e também proveito nenhum trouxeram a este povo, diz o Senhor ".
Há uma condenação semelhante em Jeremias 14:14: "Disse o Senhor: Os profetas profetizam mentiras em meu nome, nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa e adivinhação, vaidade e o engano do seu íntimo é o que eles vos profetizam ". Há nisso tudo uma terrível condenação e denúncia daqueles que estão em uma posição de responsabilidade entre o povo de Deus, os que ocupam posição como líderes, e isso abrange amplamente também a nós que somos líderes leigos.

Notem o que Jeremias diz no capítulo 9:16: "Espalhá-los-ei entre nações, que nem eles nem seus pais conheceram; e enviarei a espada após eles até que Eu venha a consumi-los ".
A destruição de tantos entre o povo de Deus é acarretada pela irresponsabilidade dos que deveriam ser líderes em Israel e, no entanto se transformaram em instrumento de engano.
Agora, muitos podem estar inclinados a perguntar: "É isso realmente justo? Deve o povo de Deus perder-se e finalmente ser destruído sem ser isto sua própria falta, mas em vista de terem sido desviados por líderes entre o povo de Deus?"

Aqui devemos observar uma conexão extremamente importante. Trata-se de Jeremias 5:31: "os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam de mãos dadas com eles; e é o que deseja o Meu povo". A KJV diz: "mas o Meu povo ama que seja assim".
Que texto este!!! Não só o povo de Deus tem sido desviado, levado ao erro pelos profetas falsos, os falsos ensidnos, por aqueles que estão em posição de liderança, mas o povo, "o Meu povo gosta que seja assim".

Como vêem, implícita está aí à ideia de que Deus não deixa os sinceros dentre o Seu povo à mercê daqueles que o conduzem a um caminho falso. Eles não têm que ser enganados, Deus protegerá este Seu povo. Ele permitirá que a verdade e entendimento lhes venham de modo que reconheçam os falsos líderes e os falsos ensinadores (1a João 4:3, por exemplo), mas o problema é que quando as pessoas apreciam ouvir os ensinos desses falsos profetas e falsos líderes, Deus acha difícil, senão impossível, ajudá-los. Porque, vejam, Deus não viola o livre arbítrio de nenhum dos Seus racionais seres criados. A consciência de cada um de nós é um templo sagrado que Deus jamais violará. Temos de fazer nossas próprias escolhas.

Quando as pessoas buscam ansiosamente o Senhor por direção, quando mediante o Seu Espírito se impressionam com o fato de que estão sendo levadas na direção errada, então elas podem volver-se ao Senhor e Ele as ajudará e as guardará de prosseguirem nos caminhos da destruição. Mas quando elas amam que seja assim, que sejam conduzidas nesses falsos caminhos, então, o que mais pode Deus fazer?

O final do verso diz: "Mas o que fareis quando chegar o fim? "
Certamente o Senhor um dia exercerá uma terrível retribuição sobre aqueles que de algum modo levaram outros a perder o rumo e a seguirem caminhos errados quando imaginavam estar no rumo do reino dos céus. Sim, pastores, nós somos aqueles que terão um dia de prestar terrível conta por nossas ações. Mas, como mencionamos, não são somente os líderes e pastores, o povo deve assumir grande porção de responsabilidade quando se alegra em só seguir o que está acontecendo, batendo palmas a tudo que nós, os líderes, lhes dizemos, sem conferirem, como os bereanos faziam, "se a coisas eram de fato assim. "

Oh, o que irão eles dizer um dia quando o Senhor declarar: "—Ouvi as vossas orações e agora tenho que fazer que deixe de estar o Santo de Israel perante vos, portanto agora, estais perdidos para toda eternidade e nada há mais que Eu possa fazer por vocês. Eu atendi as vossas próprias escolhas".

Isso, podem ver, traz consigo o pensamento do fim do tempo de graça.

Após repetidas mensagens e muitas oportunidades para o arrependimento, o juízo finalmente será realizado, e então virá a sentença que encerra o tempo de graça: "Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo, o justo continue na prática de justiça e o santo continue a santificar-se " Apocalipse 22:11.

A maioria terá feito a decisão errada, mas as boas novas é que muitos terão feito as escolhas correias que serão confirmadas pelo próprio Deus. Em certo sentido a ideia de "uma vez salvo sempre salvo" tornar-se-á então verdade para estes. Uma vez se encerre o tempo de graça e tenhamos feito nossas escolhas por Cristo, não mais poderemos perder-nos. Sim, estas são boas novas tornadas ainda melhores.

Deus nos concedeu liberdade de escolha entre vida eterna ou morte eterna. Se escolhermos nossos próprios caminhos seremos sentenciados com morte eterna, mas ao escolhermos o caminho de Deus viveremos com Ele por toda eternidade. Amém

—João Soares da Silveira.

Nota:
1) Veja neste blog o artigo "Justificação e Justiça pela Fé", do pr. Roberto Wieland, uma comparação das três posições contrastantes: A dos evangélicos; a da igreja Adventista hoje, e a de 1888 de E. J. Waggoner e A..T. Jones, com total endosso de Ellen G. White, postado junto com a lição 2 deste trimestre. Na coluna à direita deste blog clique em 2009 /janeiro / e no referido artigo.
Mas Cuidado: Declarações que ouvimos aqui e acolá nas publicações da nossa denominação e sermões, que parecem que contradizem a tríplice tabela acima referida, têm que ser testadas pela Bíblia e pelo conjunto total da "mui preciosa mensagem". Ouvi um pastor citar em minha igreja, em Belo Horizonte, a afirmação da pena inspirada de que ao Cristo se encarnar Ele assumiu a natureza humana com "risco de perda eterna." Eu achei isto maravilhoso. Na mensagem de 1888 isto é o mesmo que dizer que Ele adotou , ou, tomou a nossa natureza caída, para ser "Deus conosco", não "Deus lá com Deus, não longe de nós nem mesmo a sombra de um único grau. Assim, resta saber a opinião do pastor que citou esta declaração inspirada. É ela INEGRALMENTE dentro da mensagem de 1888, o que vale dizer, de acordo com a Bíblia?.
Em 1950 dois jovens pastores da nossa igreja, missionários por toda a vida na África, fizeram dois apelos à Conferência Geral, para que cada membro pudesse apreciar por si mesmo, aquela mensagem:
1°) Que fosse publicado tudo o que E.G. White havia escrito sobre 1888, e que não tinha ainda sido publicado. Este apelo foi atendido 38 anos depois, em 1988, no centenário da secão daquela assembleia, o que resultou em 1821 páginas A4, xerocopiadas, para que não pairasse dúvidas quanto à autenticidade.
2°) Que fosse publicada uma Antologia de todos os escritos dos dois mensageiros acima citados, E. J. Waggoner e A..T. Jones. Até hoje este pedido continua inatendido; mas pior estamos no Brasil. Entretanto surgem, em profusão, livros e artigos sobre o assunto, e o que aconteceu naquela assembleia. E o que era a mensagem, naturalmente que na opinião dos diferentes autores.
Que tragédia haveria de ser se a Bíblia fosse negada à cristandade, e apenas tivéssemos comentários e mais explicações sobre ela, sem o texto seco das Escrituras? Seria lamentável. Assim é mesmo frustrante que não nos é dado, a nós brasileiros, o direito de ter estes livros na nossa língua materna. Nisto o adventismo no Brasil está mais retrogrado atrasado do que nos EUA, onde a organização, embora haja opiniões contrarias, respeita o livre arbítrio dos membros de examinarem por si mesmos a mensagem. Ali nossas editoras publicam tais obras.