quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

QUÃO INSPIRADA FOI ELLEN WHITE.

Muitas indagações têm sido levantadas nos recentes anos em relação à exata função dos escritos de Ellen White. É crucial que entendamos o apropriado lugar do ministério de Ellen White na IASD. Veremos que Deus deu divina inspiração a ela; não estamos falando de declarações proféticas ocasionais, mas queremos dizer que sua inteira vida, foi guiada pela inspiração.

Agora, uma pessoa que alega ser um profeta, ou receber mensagens proféticas e visões, deve ser julgada por um diferente padrão do que aquele aplicado ao cristão individual que tenta interpretar as Escrituras. Temos que avaliar por esse especial critério toda e qualquer reivindicação a um ofício profético.

Se uma pessoa diz que recebe visões, ou guia direta de Deus, de duas uma, ou ela está ou não está sob inspiração. Não podemos permitir nenhuma área cinzenta como admitimos em relação a outros porta-vozes. Como um pseudoprofeta que mente, ou que é mal orientado, ou perverte uma nação ou igreja.

Deus não permite verdade e erro vir através do mesmo mensageiro. Se Ele o fizesse, não teríamos meio de saber quais partes da mensagem são divinas e quais são as idéias próprias do profeta.

Eu creio que Deus mantém rígido controle sobre o que Ele revela a Seus mensageiros; ou tudo o que eles falam é real palavra vinda do céu, ou o profeta é impelido por satanás, e suas próprias idéias, e, então, suas mensagens não são verdades.

No caso de Ellen White, a última opção, que ela foi impelida por suas próprias idéias, é descartada pelos fenômenos físicos que acompanharam suas visões e não tinham como ser auto-induzidos; assim, suas visões tinham que vir de Deus ou de satanás; ou são genuínas, ou uma obra prima de decepção e engano e devem então ser evitadas como vindas do inimigo.

Nenhuma outra opção é disponível para alguém que sustenta ter o dom profético e experimentou os fenômenos físicos que Ellen White teve.

De fato ela mesma declarou que suas visões vêm de Deus ou de satanás. Assim, nós devemos aceitar ou rejeitar esta mensageira como um todo; nós não devemos arranjar nossos próprios argumentos em favor do trabalho de um profeta; mas, devemos avaliar as próprias afirmações do profeta.

O que exatamente Ellen White alegava de si mesma?

“Eu falo daquilo que vi, e que sei ser verdadeiro”. (Carta 4 de 1896).

Em um artigo na Revista Adventista Review and Herald de 20 de janeiro de 1903, apareceu o seguinte artigo que está no livro O Ministério da Colportagem, pág. 125:

“Eu não sou a originadora destes livros, eles contém a preciosa luz confortadora que Deus graciosamente deu a Seus servos para ser dada ao mundo”.

E em Testemunhos Para a Igreja, vol., 5, pág. 67, ela escreve a alguém:

“Fraca e tremendo, eu levantei-me às 3 horas da manhã para escrever a você. Deus estava falando através do barro; você talvez diga que esta comunicação é apenas uma carta. Sim, realmente, mas, induzida pelo Espírito de Deus, para trazer perante a vossa mente, as coisas que me foram reveladas. Nas cartas que escrevo, e em testemunhos que trago, eu apresento aquilo que o Senhor me tem mostrado”.

Assim, concluímos que ela não alega ser a fonte dos artigos e cartas que escreve; isso não significa que ela não possa ter usado materiais de outros autores ao escrever as mensagens que Deus deu a ela. Estamos aqui preocupados é a respeito da fonte, o ponto originador das mensagens, vinham elas de Deus ou eram suas próprias opiniões, ou eram idéias de outros?

Ela expressamente diz que suas mensagens vinham de Deus, e o originador delas era o próprio Deus. Assim, vamos lembrar que a reivindicação dela é que as mensagens que ela escreve são de Deus e não dela. A sustentação dela torna-se clara e específica em: Testemunhos Para a Igreja, vol., 4, pág. 230:

“Deus está ensinando Sua igreja, reprovando os erros e fortalecendo a fé, ou não está, essa obra é de Deus ou não é. Ele nada faz em parceria com satanás. Meus escritos trazem a aprovação de Deus ou do inimigo. Não há meio termo, neste assunto os Testemunhos são do Espírito de Deus ou do demônio”.

Eu estou muito agradecido de que ela tenha sido assim honesta conosco. Ela está dizendo que nós temos que tomar partido por nós mesmos a respeito da origem de seus escritos.

Ela apresenta um princípio específico para guiar nossa decisão aqui; ela diz que este trabalho é de Deus ou de satanás.

Porque se satanás estivesse operando no profeta Deus cessaria de falar. Deus nada faz em parceria com satanás; este é o princípio. Isto significa que seus escritos ou devem vir de Deus ou de satanás. Eles não podem vir uma parte de Deus e outra de satanás, ou mesmo parte de opiniões próprias dela. Ela é controlada por Deus ou por satanás.

Tenhamos certeza que estamos avaliando suas próprias reivindicações, não devemos pôr outra alegação no lugar daquela que ela própria fez. Ela nos pede que avaliemos seu trabalho e então atribuí-lo a Deus ou a satanás, e eu creio que devemos aceitar esse desafio.

Agora, ouçam isto do manuscrito 16 de 1889:

“Muitas vezes em minha experiência eu tenho sido chamada para defrontar a atitude de uma certa classe de pessoas que admitem que os Testemunhos são de Deus, mas que tomam a posição de que esta ou aquela matéria são a opinião e julgamento meus próprios! Isto permite àqueles que não amam a reprovação e correção terem a oportunidade de fazerem a diferença entre o que acham que é inspirado e o que é humano”.

Ouçamos de Testemunhos para Ministros, vol., 5, pág. 67:

“Se as opiniões ou idéias particulares de alguém são objetadas, em sendo reprovadas pelos Testemunhos, eles têm imediatamente um argumento para discriminando entre os testemunhos, definindo o que é julgamento humano da irmã White e o que é a Palavra do Senhor. Tudo que suporta as suas acariciadas idéias é divino, e os testemunhos para corrigir seus erros é humano, opinião da irmã White”.

Esta crucial declaração expressa outra vez o princípio que ela nos pede para levar seriamente em consideração. Se dissermos que as mensagens dela veem de Deus, mas misturadas com elas estão as opiniões próprias dela, Ellen White, isto significa que nós tornamos os finais árbitros do que é inspirado e do que não é, nos seus escritos. Nós definimos o que é julgamento humano dela, e o que é a Palavra do Senhor; em assim fazendo, quer decidamos em bases emocional ou intelectual, nós estamos determinando que partes dos escritos de Ellen White são plenamente confiáveis, porque são mensagens de Deus, e quais não o são, por serem simplesmente opiniões próprias dela.

Após Ellen White dizer que alguns fazem a própria decisão deles a respeito do que é o julgamento humano dela, e o que é a Palavra do Senhor, ela conclui a declaração com esta crucial sentença:

“Os que fazem tal distinção, tornam de nenhum valor o conselho de Deus, pela tradição deles”.

E lembrem-se, estes são aqueles que admitem que os testemunhos são de Deus; eles dizem: “Oh! Sim, Ellen White é uma mensageira de Deus, eu creio na inspiração dela”. Mas, quando defrontam um ponto específico que Ellen White traz uma mensagem definida eles dizem: “Bem, isto é somente uma opinião dela, idéia própria”.

Ellen White diz que esta atitude torna o conselho de Deus de nenhum valor.

Vocês se lembram que ela também diz em Mensagens Escolhidas, vol.,1, pág. 48, que:

“O derradeiro engano de satanás será anular o testemunho do Espírito de Deus”.

Não negar, por favor, note isto, mas, tornar nulo (To make of non effect, no original em inglês). Talvez o maior perigo que nós defrontamos, não é daqueles que negam a inspiração do Espírito de profecia, mas daqueles que professam crer na inspiração de Ellen White .

Quando defrontam um ponto específico, eles, relutantemente, declaram que o mesmo era julgamento e opinião dela. Este é o último engano de satanás, anular o testemunho de Deus, por atribuir partes dele à opiniões dela, e aceitar somente aquelas porções que se enquadram nas suas próprias opiniões.

Uma vez mais ela nos adverte:

“Não tire a força, todo objetivo e poder dos testemunhos através de seu criticismo; não pense que você pode dissecá-los para se enquadrar em suas próprias idéias, reivindicando que Deus lhe deu habilidades para discernir o que é luz do céu e o que é expressão de mera sabedoria humana. Se os Testemunhos não falarem de acordo com a Palavra de Deus, rejeite-os, Cristo e belial, não podem estar unidos”. (Testemunhos para a Igreja, vol., 5, p.691- e Testemunhos Seletos, vol., 2 pág. 302).

Não devemos atrever-nos a fazer distinção entre mensagem do céu e as próprias opiniões dela. Se realmente as opiniões dela estão misturadas nestes escritos, se ela de fato apresenta suas próprias idéias como palavra de Deus, então seu próprio conselho para nós é muito claro, e devemos rejeitar os testemunhos por inteiro, não somente aquelas partes que nós achamos que são opiniões próprias dela, mas todos os testemunhos, porque nenhuma relação há entre Cristo e belial.

Como um mensageiro, falando por Deus, um profeta reivindica ter uma mais alta autoridade do que um intérprete tentando entender a Palavra de Deus.

Um profeta alega ter direta revelação de Deus, direta comunicação dEle com relação à vontade de Deus para nossas vidas. Assim, só resta uma saída, devemos decidir se os escritos de um profeta vêm de Deus ou de satanás, não podemos creditar partes dos escritos a Deus e parte à opinião humana.

“Nos testemunhos enviados ao irmão Y, eu transmiti a ele a luz que Deus me deu; em hipótese alguma dei eu meu próprio julgamento ou opinião. Eu tenho suficiente para escrever do que me foi mostrado, sem precisar valer-me das minhas próprias opiniões”.

E por favor, note isto:

“Em caso algum eu dei minha opinião e julgamento”. (Testemunhos para a Igreja de Battle Creek, em 1882, pág. 15).

“Permita-me expressar minha mente e, entretanto, não minha mente”. (Conselhos a Escritores e Editores, pág. 112).

Isto significa que parte da responsabilidade do profeta é não falar quando o Senhor nada diz.

Em uma instância Ellen White assim se expressou falando dos 144.000:

“Eu não tenho luz no assunto, por favor fale a meus irmãos que nada me foi apresentado concernente a circunstâncias que eles me escrevem, e eu posso colocar perante eles apenas aquilo que me foi revelado”.

Isto foi citado em uma carta de Clarence Chrisler, escrita em 8 de dezembro de 1914 a Elmer Andras. Esta é a principal responsabilidade do profeta; o profeta não pode dar sua própria opinião; um profeta não pode sugerir o que ele acha ser verdade, porque seus ouvintes teriam a tendência de achar que a opinião dele, profeta, é a palavra de Deus naquele assunto; assim, se o Senhor não falou, o profeta não deve e não pode falar.

Escrevendo a um indivíduo, que queria conselho, ela disse:

“Eu não estou livre para escrever ao nosso irmão com relação ao seu trabalho futuro. Não recebi instrução alguma com relação ao lugar onde você deve se estabelecer, se o Senhor me der instruções definidas com relação a você, eu lhas transmitirei; mas eu não posso tomar sobre mim mesma responsabilidade que o Senhor não me der”. (Carta 96 de 1909).

A linha básica desta discussão é que nós não podemos pegar e escolher o que nós achamos que é inspirado de seus escritos e deixar de lado o restante. Este mesmo princípio se aplica a ela como aos autores bíblicos.

Se João e Paulo foram inspirados, então seus escritos são totalmente inspirados e eles nos trouxeram mensagens diretamente de Deus.

Não há graus de inspiração ou de revelação. Se Ellen White é inspirada, então seus escritos são totalmente inspirados, e suas mensagens vieram diretamente de Deus; mas, se Ellen White inclui suas próprias mensagens entre as divinas e, assim, confunde o povo de Deus quanto a quando Ele está falando e quando não, então o movimento que ela guiou, a greja Adventista do Sétimo Dia, é também suspeito devido ao tremendo impacto que ela teve sobre o adventismo. Neste caso, este movimento não pode ser a igreja remanescente de modo algum.

Se você encontrar qualquer coisa em seus escritos que contradiga a Bíblia é sua responsabilidade rejeitá-la como mensageira de Deus. À luz de suas dramáticas reivindicações é impossível aceitá-la como profetiza, enquanto crendo que certas coisas que ela escreveu são contrárias aos ensinos da Bíblia.

Recentemente me deparei com a opinião de que Ellen White poderia ser uma profetisa e ainda estar errada com relação a determinados pontos doutrinários de alguma conseqüência. Se esta opinião for correta, então como decidiríamos o que é errado e o que é verdadeiro?

Se nós determinamos que Ellen White, ou qualquer outra pessoa, que se diz possuidora do dom profético está ensinando erros em qualquer doutrina bíblica significativa, então devemos seguir o conselho de que não há luz nesta mensagem.

Ellen White deve manter-se de pé ou cair na base de sua concordância com as Escrituras, o que significa total harmonia com as revelações prévias. Se ela está em erro em uma doutrina bíblica, então é inaceitável seguí-la em qualquer doutrina.

Se as mensagens dela não são de Deus, então temos que rejeitar seu trabalho, e é imperativo que façamos um segundo exame no movimento que ela foi tão proeminente em guiar. Entretanto, se suas mensagens são de Deus, então é extremamente perigoso rejeitar seu trabalho.

“Não fica bem a pessoa alguma, soltar uma palavra de dúvida, aqui e ali, a qual opere como veneno em outros espíritos abalando-lhes a confiança nas mensagens que Deus tem dado, as quais tem ajudado a por o fundamento desta obra e a tem assistido até o presente com reprovações, advertências, correções e encorajamento. A todos quantos se têm colocado no caminho dos testemunhos eu quero dizer: Deus deu uma mensagem a Seu povo, e Sua voz será ouvida, quer ouçais, quer não. Vossa posição não me tem causado dano, vós porém tendes de prestar contas ao Deus do céu que tem enviado estas advertências e instruções para guardar Seu povo no caminho certo. Tereis de responder a Ele por vossa cegueira, por serdes uma pedra de tropeço no caminho dos pecadores”. (Mensagens Escolhidas, vol., 1, pág. 43).

“Vi o estado de alguns que estavam na verdade presente, mas, menosprezavam as visões, o meio escolhido por Deus para ensinar, em alguns casos, os que se desviaram da verdade bíblica. Vi que batendo contra as visões eles não batiam contra o verme, o débil instrumento pelo qual Deus falava, mas contra o Espírito Santo. Vi que era pequena coisa falar contra o instrumento, mas, que era perigoso menosprezar as palavras de Deus. Vi que se eles estavam em erro e Deus preferia mostrar-lhes seus erros mediante visões, e eles desconsideravam os ensinos de Deus, por intermédio delas, seriam deixados a seguir sua própria direção e correr no caminho do erro e pensar que estavam direitos até que o verificassem quando fosse tarde demais”. (Mensagens Escolhidas, vol., 1, pág. 40).

Se Deus está falando e nós desprezamos as palavras dEle, nós não estamos em verdade rejeitando o profeta, mas, sim a Deus.

“Que reserva de poder tem o Senhor para alcançar os que puseram de lado as suas advertências e reprovações e acreditam que os testemunhos do Espírito de Deus não provêm de fonte mais elevada que a sabedoria humana? No juízo, que podeis vós, que isto fazeis, apresentar a Deus como desculpa por vos terdes desviado das evidências que Ele vos tem dado de que Deus estava na obra?” (Testemunhos Para Ministros, pág. 466).

Creio que devemos tomar seriamente o desafio de Ellen G. White. Se a mensagem dela não vem de Deus Então devemos rejeitar sua reivindicação de ser a mensageira d’Ele, mas, se as mensagens que ela nos transmitiu são de Deus, então devemos ouvir muito, muito cuidadosamente o que Deus diz, porque rejeitar a mensagem dela é rejeitar a mensagem de Deus.

—Pr. Dennis E. Priebe

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