quarta-feira, 5 de julho de 2017

Lição 2 — A autoridade de Paulo e o evangelho



Para 1º a 8 de julho de 2017

Os primeiros cinco versos de Gálatas contêm todo o evangelho. Paulo nunca perdeu a chance de lembrar as pessoas do básico do evangelho. Incluido em sua saudação, ele menciona que o Senhor Jesus Cristo Se entregou por nossos pecados para nos livrar do mal no mundo, e o Pai O ressuscitou dentre os mortos.
Aí está, o evangelho em poucas palavras. Paulo é enfático em que as pessoas compreendam o verdadeiro evangelho porque houve ataques contra sua pregação. Do ponto de vista humano, Paulo teve muita coisa contra ele. Para os fariseus, ele era um traidor. Tinha sido um dos seus estudantes mais promissores, tendo um intelecto e zelo que o faziam destacar-se. Ele ajudou no apedrejamento de Estêvão, o primeiro mártir cristão. Agora, renunciava a tudo isso e pregava o evangelho que odiavam, e expuseram a sua traição e cumplicidade na crucificação de Cristo. Ele definitivamente ganhou o ódio dos fariseus, então não era surpresa que estivessem dispostos a usar todos os truques para depreciá-lo. A liderança em Jerusalém devia estar por trás das pessoas que o seguiam tentando solapar sua pregação.
Os ataques vieram em várias frentes. Era fácil atacar a sua autoridade como apóstolo, já que esse título estava reservado àqueles que realmente caminharam com Jesus quando esteve fisicamente na Terra. Paulo respondeu isso dizendo que ele era pessoalmente tutorado por Jesus enquanto estava na Arábia (Gálatas 1:17). É provável que essa história tenha sido ridicularizada por aqueles que não queriam acreditar. Havia alguma testemunha disso ou era apenas algo que Paulo inventou para ganhar a confiança das pessoas? Ainda hoje, as pessoas são céticas quando os evangelistas afirmam ter revelações diretas de Deus.
Além disso, foi fácil levantar dúvidas na mente do povo judeu acusando Paulo de pregar contra a lei quando ensinava que a justiça não veio da lei, mas somente pela fé na graça salvadora de Jesus Cristo. As pessoas que confiam em suas boas obras para garantir a salvação reagem com o ódio e raiva satânicos quando alguém ensina a graça. Este é o lugar onde os gálatas foram enganados. Pessoas que Paulo chamou de "falsos irmãos" (Gálatas 2: 4) acusaram Paulo de pregar um evangelho incompleto. Diziam, sim, a graça que Cristo realizou foi boa, mas não foi suficiente, a circuncisão também era necessária. Embora os problemas que enfrentamos hoje sejam diferentes da circuncisão, qualquer esforço humano feito para tentar agradar a Deus não é fé genuína, mas sim um medo de punição ou esperança de recompensa. Muitos que ensinam apenas os conceitos de fé, especialmente como encarnados pela mensagem dada à nossa igreja em 1888, enfrentam o mesmo ódio e raiva porque isso coloca a glória humana onde pertence — no pó.
As mesmas coisas que tornaram Paulo tão favorito aos olhos dos fariseus provocaram consternação e suspeição entre as igrejas recentemente estabelhecidas que ele estava tentando plantar e nutrir. Mesmo com uma ordem direta de Deus para acolher Paulo, Ananias perguntou isso dizendo a Deus: "Senhor, a quantos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos Teus santos em Jerusalém, e aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para prender todos os que invocam o Teu nome" (Atos 9:13, 14). Essa preocupação e suspeita devem ter sido um fator para Paulo superar em todas as cidades que conheciam sua reputação.
Ele também foi criticado por seu intelecto. Mesmo hoje, há muitos que se opõem a ter que fazer o menor esforço para entender alguns dos aspectos mais profundos do evangelho. Há os  que afirmam: "se não é simples, não é o evangelho". Deve ter havido aqueles que se queixaram de que Paulo era muito difícil de entender, mas Pedro os chamou de "indoutos ​​e inconstantes" (2ª Pedro 3:16). É nos dito que o plano de salvação é tão profundo que o estudaremos por toda a eternidade. Se o evangelho é simples, não poderia manter nosso interesse e concentração para estudá-lo indefinidamente.
Do ponto de vista humano, parece razoável perguntar-se se Deus sabia o que estava fazendo quando escolheu alguém com tanta "bagagem" que, previsivelmente, comprometeria seu ministério. Hoje não é diferente. Há muitos que têm medo de estudar a mensagem de justiça pela fé, citando a crença de que A. T. Jones e E. J. Wagoner "perderam o caminho". Dois autores contemporâneos escreveram: "Estamos aqui confrontados com um problema único":
"A questão especialmente difícil é por que Deus deveria escolher como mensageiros especiais aqueles que mais tarde se tornariam instaveis na fé? Por que ele deveria permitir que os portadores de Sua mensagem severamente contestada se desviem quando sua apostasia só confirmaria a oposição a essa mensagem?". ... Os passos de Deus podem ser misteriosos, mas isso não é motivo para entendermos mal essa estranha providência.
"Supor que o Senhor cometeu um erro estratégico na escolha de Jones e Waggoner é impensável, pois ele nunca Se equivoca em conselho ...
"A evidência inspirada sugere uma resposta às nossas perguntas e indica que:
1º) “Jones e Wagoner não foram "desviados" por nenhuma "visão extrema" em relação à justiça de Cristo, mas foram expulsos por oposição persistente e irracional dos irmãos que Deus os enviou para iluminar.
2°) “Ellen White reconheceu a seriedade da oposição a eles pessoalmente e a mensagem que proclamavam, e condenou a culpa suprema por seu fracasso posterior "em grande medida" contra os irmãos adversários.
3º) “O Senhor permitiu que o triste evento acontecesse como uma prova para os irmãos adversários, e as falhas dos mensageiros de 1888 tiveram o efeito de “nos” confirmar num estado de virtual incredulidade... Parece que o Senhor é tão cavalheiro que, aparentemente, sai do Seu caminho para dispor ganchos onde dependurar nossas dúvidas se quisermos. Ele não quer que nenhum de nós receba a chuva serôdia, a menos que estejamos totalmente comprometidos com Ele e a Sua verdade...
4º) “Os resultados práticos do juizo investigativo exigirão que a igreja remanescente, antes do tempo da vitória final, venha ver a verdade da mensagem e sua história e reconheça o trabalho de Jones e Wagoner de 1888 a 96 por seu real valor, o ‘começo’ da chuva serôdia e o alto clamor".1
Ellen White advertiu: “Que nenhuma alma se queixe dos servos de Deus a ela enviados com uma mensagem celestial. ... Vê o temperamento dos homens que Ele escolheu. Ele sabe que ninguém a não ser homens sinceros, firmes, determinados, de sentimentos fortes, verá nesta obra sua vital importância, e dará tal firmeza e decisão a seus testemunhos que estes abrirão brecha nas barreiras de Satanás.”2
"Deve-se dizer ao seu crédito que Jones e Waggoner não renunciaram à fé no Deus de Israel. Eles nunca se tornaram infiéis ou agnósticos ou ateus. Eles nunca desistiram do sábado ou de sua devoção vitalícia a Cristo. No clima atual de confraternização da igreja eles ainda seriam membros de boa e regular reputação. Seu pecado era que eles perderam a fé na organização corporativa da igreja e sua liderança. Eles não estavam confiantes do arrependimento denominacional. Duvidaram da natureza humana, daí a amargura de Jones e a falhas de sua própria natureza humana. O inimigo nos pressionará com força para repetir o fracasso deles. Mas não precisamos ceder!"3




--Arlene Hill

Notas finais                                                                      

1) Robert J. Wieland e Donald K. Short, 1888 Re-examined: 1888-1988--The Story of a Century of Confrontation Between God and His People, (1888 a 1988 re-examinado — A História de um século de confronto entre Deus e Seu povo) págs. 116-117 (1987).

2) Ellen G. White, Testemunhos para Ministros, págs. 410, 412 e  413.

3) 1888 Re-examinado, pág. 119.

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Notas finais                                                                      

Veja, em inglês, o vídeo desta 2ª lição do 3º trimestre de 2017, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet, no sitio:
https://youtu.be/jUY3iuUcV20

Esta lição está na internet, em inglês, no sitio: 1888message.org/sst.htm
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Biografia da autora:

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street, Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia, telefone: +001 XX 760-749-9524

Nota: Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.
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