quarta-feira, 19 de julho de 2017

Lição 4, Justificação pela Fé, por Robert J. Wieland



Para 15 a 22 de julho de 2017

"Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo" (Rom. 5:1). O que isso significa? O que é ser justificado? Tanto professores e não professores muitas vezes confundem o seu significado. Muitos dos professores pensam que é uma espécie de meio caminho para ter perfeito favor com Deus, enquanto os não professores acham que é um substituto para a real justificação. Eles pensam que a idéia da justificação pela fé é que se alguém simplesmente crer no que a Bíblia diz, ele deve ser considerado justo, quando, na verdade, ele não o é. Tudo isso é um grande erro" (E. J. Waggoner, The Signs of the Times, de 1º de maio de 1893).
Nossa lição da Escola Sabatina "luta" com essas mesmas perguntas, e na lição de quarta-feira chega a uma conclusão similar:  "... uma aceitação intelectual do evangelho não é suficiente, pois, nesse sentido,"também os demônios crêem" (Tiago 2:19).
Algo que a nossa lição não cobriu, entretanto, é uma das principais "verdades do evangelho" sobre a justificação pela fé: "A mensagem de 18881 é especialmente 'preciosa', porque harmoniza a verdadeira idéia bíblica da justificação pela fé com o conceito singular da purificação do santuário celestial. Esta é uma verdade bíblica que o mundo está desesperadamente necessitando descobrir. Concilia o elemento essencial da verdade que ainda vai iluminar a Terra, com a glória de uma apresentação final, totalmente desenvolvida, do "evangelho eterno” de Apocalipse 14 e 18"2 (Dez Verdades do Evangelho que Tornam a Grande Mensagem de 1888 Singular, pág. 34).
Justificação pela fé é mais do que uma declaração legal, é a "dinamite" da mensagem de 1888. A motivação correta para servir a Cristo é outro termo para a dinâmica da justificação pela fé genuína. Ela produz a obediência do coração a todos os mandamentos de Deus. A verdade da justificação pela fé na mensagem de 1888 é o ingrediente que falta tanto no "adventismo histórico" como na "nova teologia". Ambos geralmente seguem o ponto de vista arminiano, que, na verdade torna a salvação do pecador dependente da sua própria iniciativa.
A Fé de Jesus: Mas Paulo diz que "um homem [pessoa] não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé de Jesus Cristo" (*Gal. 2:16, KJV). Assim, a mensagem de 1888 foi a primeira mensagem poderosa no adventismo que uniu "a fé de Jesus" à lei de Deus. A seguir apresentamos a ideia de 1888:
"A fé de Cristo deve trazer a justiça de Deus, porque a posse daquela fé é a posse do próprio Senhor. Esta fé é repartida a cada um, assim como Cristo deu a Si mesmo a cada homem. Você perguntará, o que então pode impedir todo homem de ser salvo? A resposta é: Nada, exceto o fato de que nem todos os homens irão guarda a fé. Se todos guardassem tudo o que Deus lhes dá, todos seriam salvo" (Waggoner, Signs of the Times, de 16 de janeiro de 1896).
O que exatamente é a "fé de Jesus Cristo"? Ellen G. White nos deu uma definição clara:      "A mensagem do terceiro anjo é a proclamação dos mandamentos de Deus e a fé de Jesus Cristo. Os mandamentos de Deus têm sido proclamados, mas a fé de Jesus Cristo não tem sido proclamada pelos adventistas do sétimo dia como de igual importância — a lei e do evangelho indo de mãos dadas. ...
"The third angel's message is the proclamation of the commandments of God and the faith of Jesus Christ. The commandments of God have been proclaimed, but the faith of Jesus Christ has not been proclaimed by Seventh-day Adventists as of equal importance, the law and the gospel going hand in hand. …
"'A fé de Jesus." Ela é debatida, mas não compreendida. O que constitui a fé de Jesus, que faz parte da mensagem do terceiro anjo? Jesus tornar-Se o Portador de nossos pecados para que pudesse tornar-Se o Salvador que perdoa os nossos pecados. Ele foi tratado como nós merecemos ser tratados. Ele veio ao nosso mundo e levou os nossos pecados para que pudéssemos ter Sua justiça. E fé na capacidade de Cristo para salvar-nos ampla, completa e totalmente, é a fé de Jesus" (Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 172;. grifos nossos).
Crucificado com Cristo: O "eu" ser crucificado com Cristo não significa um esforço humano para nos torturarmos por uma agonizante crucificação do tipo “faça você mesmo.” É sempre "com Cristo". Quando Paulo diz: "Estou crucificado com Cristo", ele não está dizendo: "Veja que cristão forte eu sou! Estou cravando pregos pelas minhas mãos e pés, estou me auto crucificando!" Ao contrário, ele está dizendo: "Meu orgulho próprio já está" crucificado com Ele". Eu aprendi dEle — ‘Eu [também] estou crucificado com Cristo’". Eu me ajoelho com Ele no Getsêmani. Paulo diz: o “eu” na natureza humana é tão forte que era como suar sangue para Cristo dizer "Não!" para Si mesmo; ao contrário Paulo, diz, "Deixe esta mente estar em você que esteve também em Cristo” (Fil. 2:5, KJV). (*O verbo “deixar”, constitui-se no evangelho em uma palavra — é Deus que quer mudar a sua mente. Não O resista).
O eu não pode viver e reinar por mais tempo porque Seu Ágape tem aniquilado o amor de si mesmo. Corações humanos honestos se identificam com Cristo na Sua cruz. Tal como acontece com Ele, o resultado natural é: o eu é crucificado. A menor mancha de legalismo "aniquila a graça de Deus" e nega a cruz (2:20, 21).
Agora, Paulo continua dizendo, "não obstante eu vivo: não mais eu, mas Cristo vive em mim: e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim." Responder menos do que isso, diz Paulo, seria "aniquilar a graça de Deus", e isto agora me recuso a fazer, acrescenta (vs. 20, 21).
Quando no versículo 16 ele diz enfaticamente "não de obras" ele quer dizer nem mesmo um por cento. Sua Carta apaixonada aos Gálatas está em um lado do debate perene: "Não aniquilo a graça de Deus ["mesmo 1% por cento de ‘obras’ irá frustrar essa graça!]: porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde" (vs. 21). Não há "equilíbrio" entre a justiça pela fé e justiça pelas obras (mornidão laodiceana é água quente e fria "equilibradas"; esta confusão é o problema de Laodicéia).
O Trabalho de encerramento: Ellen White ligou a mensagem de justificação com a obra do grande Sumo Sacerdote em Sua "obra final de expiação" no santíssimo. Ela disse que o nosso povo não entendia isso. Suas mensagens aos ministros e à igreja depois de 1888 sugerem que ela era obcecada com este aspecto que Jones e Waggoner apresentaram na Sessão da Associação Geral de 1888. Ela estava excitada, se os ministros e o povo seguissem a Cristo em Sua obra final, a vinda do Senhor seria muito em breve. O Sumo Sacerdote nunca poderá purificar o santuário no céu até que Ele possa primeiro limpar o coração humano aqui na terra.
A Boa Nova! Paulo nos aponta para a cruz de Cristo: em Seu sacrifício, foi Ele motivado pelo menos UM por cento pela preocupação egocêntrica por si mesmo? Sua garantia para o crente ladrão parece dizer que sim ("Aguente, companheiro vítima! Você e Eu estaremos no Paraíso hoje"). Mas isso era de manhã quando o sol estava brilhando, "desde a hora sexta houve trevas sobre toda a terra" (Mat. 27:45), incluindo o coração do Filho de Deus. Ele clamou: "Meu Deus, por que Me desamparaste?" (vs. 46). Ele "derramou a Sua alma na morte", a segunda morte (Isaías 53:12). Não houve nem mesmo um por cento de motivação egocêntrica — mas sim total amor por nós, nenhum por Si mesmo. Isto foi Ágape.

Compilado principalmente dos escritos de
Robert J. Wieland
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho último, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.
Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:
1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e
2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones.
38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido, muito embora haja mais de 200 recomendações da serva do senhor à mensagem e às pessoas deles.

Nota do compilador:
 Veja a sucessão de declarações de Ellen White na Review and Herald, em 1890: 21 e 28 de janeiro; 04, 11 e 25 de fevereiro; 04 e 18 de março; e 8 de abril. As ênfases de Ellen White aqui são surpreendentes. (O tradutor as incluiu no final da nota de nº 2, a seguir).

Leitura suplementar sugerida pelo compilador:
1. "A Mensagem da Justificação pela Fé", Ellen G. White Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 91 a 94.
2. Ellet J. Waggoner, "Sendo justificados," publicado em The Signs of the Times, de 1/5/1893: HTTP://www.1888mpm.org/articles/being-justified-0 
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Notas do tradutor:
1) Esta omissão transforma em letra morta o que o Guia de Estudos deste 3º trimestre de 2017: “Séculos depois, graças ao estudo de Gálatas, E. J. Waggoner e A. T. Jones ajudaram a Igreja Adventista a redescobrir a verdade da Justificação pela Fé” (pág. 3).  Entretanto nosso Guia de Estudos nada fala deles na lição 4, que trata, exatamente, de Justificação pela fé. Na verdade conferimos, rapidamente, todas as lições, da 1ª à 14ª, e não localizamos nem mesmo uma única citação deles. Isto tudo confirma a falácia da "teoria da aceitação" que quer nos convencer de que a mensagem foi aceita pela igreja adventista, quando na verdade não o foi. O que nos falou o pastor Paulo Penno na introspecção que ele fez quanto à primeira lição deste 3º trimestre de 2017, postada no blog “Ágape Edições” em 3 de julho de 2017 é esclarecedor: “A afirmação da ‘teoria da aceitação’ da mensagem de 1888 de justificação pela fé é feita em nosso trimestrário (guia de estudo das lições deste 3º trimeste de 2017) acima grifado palavra por palavra. ... A palavra "redescobrir" é a palavra-chave. Isso não pode ser mantido em vista do que Ellen White escreveu: "A indisposição de ceder opiniões preconcebidas, ... [ocorreu] em Minneapolis contra a mensagem do Senhor através de irmãos [E. J.] Wagoner e [A. T.] Jones. Promovendo aquela oposição, Satanás teve êxito em afastar do povo, em grande medida, o poder especial do Espírito Santo que Deus anelava comunicar-lhes. ... Sofreu resistência a luz que deve iluminar toda a Terra com a sua glória, e pela ação de nossos próprios irmãos tem sido, em grande medida, conservada afastada do mundo". (Mensagens Escolhidas, livro 1, págs. 234, 235).”
A igreja ainda tem de identificar a justificação pela fé com a verdade do santuário “numa só mente” (“at one ment < atonement”, KJV)”  com Deus. Até à presente data justificação é vista, assim como nas outras denominações (*evangélicas), com uma mera transação legal, que não transforma o coração alienado de Deus. A igreja seria virada de cabeça para baixo se ela capitasse as "grandes idéias" em Gálatas que explodem no coração das pessoas como bananas de dinamite espiritual. Devemos estudar e aprender a mensagem de Gálatas — o que Cristo realizou por nós pelo Seu sacrifício na cruz, a boa nova da expiação, (*nesse grande dia cósmico da expiação) que é a consumação do novo concerto.” (*Ele quer realizar isto na sua e na minha vida hoje, aqui, agora, no santuárioo dos nossos corações).
2)..A mensagem de 1888 é especialmente "preciosa" por harmonizar a genuína noção bíblica sobre a justificação pela fé com o conceito singular da purificação do santuário celestial. Essa é uma verdade bíblica que o mundo está desesperadamente precisando descobrir. Isto estrutura o elemento essencial da verdade que tem ainda que iluminar a terra com a glória (*Apoc 18:1) da apresentação final e plena do "evangelho eterno" de Apocalipse 14 e 18.

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O que a Bíblia ensina?
(a) O antigo santuário hebraico e seus serviços eram um tipo ou modelo do ministério do plano da salvação, no santuário celestial (Lev. 25:8 e 9).
(b) O sacerdote servia em um Santuário que “é exemplo e sombra das coisas celestiais" (Heb. 8:5).
(c) Cristo é o verdadeiro Sumo Sacerdote do plano da salvação (Heb. 3:1; 4:14-16; 5:5-10; 7:24-28; 8:1 e 2, etc.).
(d) O dia final do julgamento de Deus estava tipificado pelo dia anual hebraico da expiação, que ocorria uma vez por ano no dia 10 do 7º mês judaico. (Lev. 16:26-32).
(e) Para o povo de Deus arrependido, esse dia significava uma preparação especial, um julgamento de absolvição, vindicação, e uma purificação do coração (Lev. 16:29-31).
(f) A profecia de Daniel assinalava o começo do dia antitípico (ou cósmico) da expiação, ao final dos 2.300 anos, em 1844 (Daniel. 8:14).
(g) Estamos hoje vivendo na era mais importante da história do mundo, quando o plano da salvação tem que ser concluído com a vitória de Cristo (Heb. 9:11-15; 23-28).
(h) A preparação ou purificação do coração para a segunda vinda de Cristo será um ministério especial de justificação pela fé, apropriado ao dia da expiação (Heb. 10:36-38; 11:22-28; Apoc. 14:6, 7, 12).
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Como ALONZO t. Jones entendia esta verdade:
 "Se o Senhor trouxer ao nosso conhecimento pecados que nunca antes tínhamos pensado que existissem, isso mostra simplesmente que Ele está avançando em profundidade, e que alcançará o fundo das nossas mentes ao final, e quando encontrar a última coisa impura ou suja, que está em desarmonia com Sua vontade, e ao nos revelá-la, se dissermos: ‘prefiro ao Senhor que a isso’, a obra então será completa e o selo do Deus vivo pode ser fixado sobre esse caráter. ... O que preferiria você ter, a perfeita plenitude de Jesus Cristo, ou menos que isso, com alguns de seus pecados encobertos sem que jamais tome conhecimento deles? Se houver ali mancha de pecado, não podemos receber o selo de Deus. Ele não pode pôr o Seu selo, a marca de Seu caráter perfeito sobre nós, enquanto enchergar pecado ali. Assim, Ele tem que sondar-nos até ao fundo, até lugares em que nunca antes sonhávamos que existisse, posto que não podemos compreender nossos corações. Mas o Senhor conhece o coração. Põe à prova a consciência. Limpará o coração, e mostrará até o último vestígio de maldade. Permitamos que Ele leve adiante Sua obra investigadora" (A. T. Jones, Boletim da Conferencia Geral de 1893, sermão nº 17).

A justificação pela fé e o dia da expiação.
"Essa purificação do santuário [no serviço típico terrestre] consistia na purificação e eliminação do santuário ‘das imundícias dos filhos do Israel, e de suas transgressões, e de todos seus pecados’ (*Lev. 16:16) que, mediante o ministério sacerdotal, tinham sido levados ao santuário no serviço diário durante o ano.
A consumação desta obra, do, e para o santuário, era também a consumação da obra para o povo... A purificação do santuário afetava ao povo e o incluía tão certamente como ao próprio santuário...
Essa purificação do santuário terrestre era uma figura da purificação do verdadeiro santuário que o Senhor fundou, e não homem, de toda impureza dos crentes em Jesus, por causa de suas transgressões em todos seus pecados. E o momento dessa purificação do verdadeiro santuário, em palavras dAquele que não pode equivocar-Se, é: ‘até 2.300 tardes e manhãs [= dias = anos], e o santuário será purificado” (*Dan. 8:14).
Essa obra consiste em ‘cessar a transgressão, dar fim aos pecados, expiar a iniquidade, trazer a justiça eterna, selar a visão e a profecia, e ungir o Santíssimo’ (Dan. 9:24), só podia ser  realizada na consumação do mistério de Deus, na purificação do verdadeiro santuário cristão. E isso se efetua no verdadeiro santuário, precisamente acabando a prevaricação (ou seja, cessando a transgressão), pondo fim aos pecados no aperfeiçoamento dos crentes em Jesus, de uma parte; e da outra parte, acabando a transgressão e pondo fim aos pecados na destruição dos maus e na purificação do universo de toda mancha de pecado que jamais tenha existido.
A consumação do mistério de Deus é o cumprimento final da obra do evangelho. E a consumação da obra do evangelho é, primeiro, a erradicação de todo vestígio de pecado e o trazer a justiça eterna, quer dizer, Cristo plenamente formado em todo crente, Deus manifestado na carne de cada crente em Jesus; e, em segundo lugar, a consumação da obra do evangelho significa precisamente a destruição de todos que tenham deixado de receber o evangelho (2ª Tess.1:7-10), já que não é a vontade do Senhor preservar com vida a homens cujo único objetivo em continuar vivendo seria acumular mais pecados e miséria sobre si mesmos.
No serviço do santuário terrestre vemos também que para produzi a purificação, completando-se assim o ciclo da obra do evangelho, devia primeiro alcançar seu cumprimento nas pessoas que participavam do serviço. Em outras palavras: No santuário típico não se podia acabar a transgressão, pôr fim ao pecado, expiar a iniquidade nem trazer a justiça eterna, até que tudo isso se cumprisse em cada pessoa que participava da celebração do dia da purificação do santuário. O santuário mesmo não podia ser purificado antes de o ser cada um dos adoradores. O santuário não podia ser purificado enquanto se continuasse introduzindo nele uma torrente de iniquidades, transgressões e pecados, mediante a confissão do povo e a intercessão dos sacerdotes. A purificação do santuário como tal, consistia na erradicação e expulsão de todas as transgressões do povo, que pelo serviço dos sacerdotes se foi introduzindo no santuário, no serviço diário durante todo o ano. E essa torrente de iniquidades, transgressões e pecados, deve deter-se em sua origem — nos corações e vidas dos adoradores, antes que o próprio santuário possa ser purificado. Assim o que se efetuava antes da purificação do santuário, era a purificação do povo...
Tal é precisamente o objetivo do verdadeiro sacerdócio no verdadeiro santuário. Os sacrifícios, o sacerdócio e o ministério no santuário que não era mais que uma mera figura para aquele tempo então presente, não podiam realmente tirar o pecado, não podiam fazer perfeitos aos que participavam da cerimônia do dia da purificação do Santuário no dia 10 do 7º mês. Mas o sacrifício, o sacerdócio e o ministério de Cristo no verdadeiro santuário que está nos céus, tira os pecados para sempre, faz perfeitos a quantos se achegam a Ele, faz ‘perfeitos para sempre aos santificados’ (Jones, O Caminho consagrado à perfeição cristã, pág. 81-85).

entendimento  de  Ellet J. Waggoner: Também Waggoner comenta: Quando Cristo nos cobre com o manto de sua própria justiça, Ele não provê uma capa para o pecado, mas sim, tira o pecado. E isso mostra que o perdão dos pecados é mais que uma mera forma, mais que uma simples averbação nos livros de registro do céu, declarando que o pecado foi cancelado. O perdão dos pecados é uma realidade; é algo tangível, algo que afeta vitalmente ao indivíduo. Realmente o livra da culpa; e se for absolvido de culpa, é justificado, é feito justo: certamente experimentou uma mudança radical. É na verdade outra pessoa. (adaptado de Cristo e sua justiça, pág. 26, escrito por Waggoner). Grifamos.
O apagar do pecado não se tratava da erradicação da natureza pecaminosa do ser humano mas a sua extirpação de nossas vidas, de tal forma que não saibamos mais deles. ‘Purificados uma vez’ pelo sangue de Jesus, ‘não teriam mais consciência de pecado’ (Heb. 10:2 e 3), ...  Tal é a obra de Cristo no verdadeiro santuário (adaptado de Review and Herald de 30 de setembro 1902, escrito por Waggoner).
Relacionando Daniel 9:24-26 com o Esdras 7 se conclui que os dias mencionados na profecia começaram no dia da purificação do santuário após “a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém” (Dan 9:25), decreto este editado no ano 457 antes de Cristo. As 70 semanas terminando no ano 34 da nossa era com o apedrejamento de Estevão e a missão de Paulo aos gentios, de forma que os restantes 1810 anos nos levam ao momento em que o santuário será purificado ... É um fato que desde a metade do século XIX está brilhando nova luz, e a verdade sobre os mandamentos de Deus e a fé de Jesus se revelam como nunca antes, e se está proclamando a pregação da tríplice mensagem angélica. (adaptado de, British Present Truth, de 23 de maio de 1901, escrito por Waggoner).
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como Ellen G. White entendia este assunto?:
Vejamos agora como Ellen G. White entendia este assunto: "O perdão tem um sentido mais amplo do que muitos supõem... O perdão de Deus não é meramente um ato judicial pelo qual Ele nos livra da condenação. Não é somente o perdão pelo pecado, mas livramento do pecado. É o transbordamento de amor redentor que transforma o coração" (O Maior Discurso de Cristo, pág.114, §.2º). Grifos nossos.
"O assunto do santuário e do juízo investigativo deve ser claramente compreendido pelo povo de Deus. Todos necessitam para si mesmos de conhecimento sobre o ministério e a obra de seu grande Sumo Sacerdote. Aliás, ser-lhes-á impossível exercerem a fé que é essencial neste tempo, ou ocupar a posição que Deus lhes deseja confiar” (O Grande Conflito, pág. 488)
 “O santuário no Céu é o próprio centro da obra de Cristo em favor dos homens. Diz respeito a todos os que vivem sobre a Terra. Patenteia-nos o plano da redenção, transportando-nos mesmo até ao final do tempo, e revelando o desfecho triunfante da controvérsia entre a justiça e o pecado. É da máxima importância que todos investiguem acuradamente estes assuntos...” (Ibidem).
A correta compreensão do ministério do santuário celestial é o fundamento de nossa fé" (Evangelismo, 165)
"Estamos no dia da expiação, e devemos atuar em harmonia com a obra de Cristo na purificação do santuário dos pecados do povo. Que ninguém que deseje ser achado vestido com o traje de bodas, resista ao Senhor em sua obra especial. Como é ele, assim devem ser seus seguidores neste mundo. Temos que expor agora ante as pessoas a obra ... de nosso Sumo Sacerdote no santuário celestial" (Review and Herald de  21 de janeiro 1890). Grifamos.
"Cristo está no santuário celestial, e está ali para fazer expiação pelo povo... Está limpando o santuário dos pecados do povo. Qual é nossa obra? Nossa obra consiste em estar em harmonia com a obra de Cristo. Devemos obrar com Ele pela fé, estar unidos a Ele... Ele deve preparar um povo para o grande dia de Deus" (Id, 28/1/1890). Grifamos.
"A obra intercessora de Cristo, os grandes e santos mistérios da redenção, não são compreendidos nem estudados pelo povo que pretende ter mais luz que qualquer outro povo sobre a face da terra." (Idem, 4/2/1890).
"Cristo está purificando o templo no céu dos pecados do povo, e devemos obrar em harmonia com Ele na terra, purificando o templo da alma de sua contaminação moral." (Idem, 11 de fevereiro de 1890). Grifamos.
"O povo não entrou no lugar santíssimo do santuário celestial, onde Jesus entrou para fazer expiação por seus filhos. A fim de compreender as verdades para este tempo, necessitamos do Espírito Santo. Mas há sequidão espiritual nas Igrejas." (Idem, 25 de  fevereiro de 1890).
"Está irradiando luz do trono de Deus, e para que?, Para que haja um povo preparado para permanecer em pé no dia de Deus." (Idem, 4 março 1890). Grifamos.
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