quinta-feira, 21 de abril de 2011

Lição 4, A Túnica de Várias Cores, por Paul Penno

Para 16 a 23 de abril de 2011

O pano de fundo do emocionante drama de José é o grande conflito entre Cristo e Satanás. É muito mais do que uma novela; o destino do plano de salvação está na balança com aquele filho de Jacó. Em Gênesis capítulos 12-17 Deus tinha prometido e feito um juramento, (colocando Sua própria existência e Seu trono em risco), de que a partir da "Semente" de Abraão, viria o Messias, o Salvador do mundo. Caso contrário, não pode haver o Salvador do mundo.

Os doze filhos de Jacó são a "semente", e Satanás sabe disso. Ele inspira dez deles com ódio assassino contra aquele a quem Deus chamou para ser o "salvador" da "semente". Falhando em matá-lo a título definitivo, vendem-no numa inescapável escravidão.

Se ele ao menos pudesse esmagar o espírito de amor de José, Satanás poderia vencer! Apenas amargurar o jovem escravo, um exilado abandonado, sozinho numa nação e cultura estrangeiras, levá-lo às bebidas alcoólicas ou drogas, levá-lo a afogar-se em auto-piedade (que de alguma forma é a linha de fundo da maior parte do alcoolismo), se só conseguisse isso—daí a "semente" pereceria sem nenhum "salvador", e com eles pereceria o único plano possível de Deus para a salvação.

Deus não pode abandonar Israel e começar do zero com algum outro "Abraão e sua posteridade" pois Ele jurou pelos altos céus em Sua promessa a Abraão (você diz, isso é exatamente o que Ele se propôs a fazer com Moisés em Êxodo 32:10, eliminar o povo e começar do zero com Moisés! Mas espere um momento — Ele estava testando a Moisés quanto àquele mesmo amor Ágape, pois ele também é um elo nessa cadeia de salvação).

O grande Deus do céu, colocou todos os seus ovos no cesto de José (e mais tarde, no de Moisés, também). Num falível mortal, um pecador por natureza, um homem inclinado por seu DNA para ser amargo para com aqueles irmãos que o traíram pondo-o em miserável escravidão. Podemos imaginar como ficaram sem fôlego os habitantes do céu enquanto acompanhavam o drama se desenrolar.

Glória a Deus! José supera o teste! Após todos esses anos de amarga separação, quando ele encontra seus irmãos outrora carregados de ódio, o seu coração ainda os ama, ele os perdoa. Satanás sai derrotado.

José como "salvador" da "semente" demonstra ao universo sua ligação com Cristo, o Salvador do mundo, que ora por seus algozes, e é o Vindicador do juramento divino a Abraão. Onde você se encaixa, neste drama? (E eu)? Respeite-se a si mesmo, pois você é importante. Fique atento.

No livro de Apocalipse, lemos que devemos ficar face a face com a questão final do selo de Deus ou a marca da besta (13:11-18; 14:8; 15:1-3). Tão terrível será a ruptura final das normas sociais devido ao abandono generalizado da lei de Deus, que o povo vai exigir ao governo de faça leis impondo uma forma de religião popular que espezinha os direitos das minorias, dados por Deus. A imposição de uma lei dominical será o arauto de tentativas desesperadas para deter a sociedade em seu suicídio moral.

Mas agora um desenvolvimento fenomenal está ocorrendo: Um número significativo de observadores do sábado do sétimo dia estão militando contra a observância do sábado. Pastores que outrora ensinavam a observância do sábado estão juntando-se com o Papa em argumentos de “nova aliança” contra ela. A história não registra movimento semelhante nos últimos 2000 anos! O argumento básico contra o sábado é a compreensão da Nova Aliança que—como uma sirene—apela às pessoas cansadas de legalismo. Seus argumentos são sutis, calculados para destruir a fé no sábado para quem não entende o ensino bíblico dos dois concertos. Em outras palavras, o fenômeno que enfrentamos agora é a pressão coercitiva para derrubar o sábado do sétimo dia com distorções do ensino bíblico sobre os dois concertos, antes do teste final da legislação civil, na marca da besta! Uma igreja inteira que anteriormente observava o sábado do sétimo dia agora se voltou contra esse princípio, abraçando argumentos do papa (Igreja Mundial de Deus). O movimento é como uma avalanche que varre tudo na frente, a menos que a pessoa esteja enraizada e alicerçada na verdade dos dois concertos.

Como alguém pode se manter firme? A verdade é simples e clara: (a) os concertos de Deus jamais são contratos, são promessas unilaterais de Sua parte, apoiadas por Seu solene juramento (Gên. 15: 5-18). (b) Ele promete escrever Seus dez mandamentos no coração, “fazendo" o Seu povo andar no caminho da obediência (Eze. 36:25-27), que é o Novo Concerto (a Nova Aliança). Os dez mandamentos de Deus tornam-se dez promessas de liberdade (Sal. 119:45)! (c) O povo incrédulo instituiu o Velho Concerto pela sua promessa vã de obedecer (Êxo. 19:8). (d) A fé de Abraão é a resposta adequada às promessas de Deus (Gál. 3:6, 7). (e) "Fé" é uma apreciação do sacrifício do Cordeiro de Deus, uma apreciação de derreter o coração (Rom. 10:10). (f) Motiva a completa obediência (2ª Cor. 5:14, 15).

Por volta da idade de 17 anos, José havia se comprometido totalmente ao Senhor porque entendeu as promessas do Novo Concerto. Ele não estava com medo, tentando desesperadamente segurar a mão de Deus—Deus é que o segurava pela mão, e o Salvador impediu-o de cair numa repentina tentação sedutora. Ele correu.

“José ouviu as instruções de seu pai, e temia ao Senhor. Ele foi mais obediente aos justos ensinamento de seu pai do que qualquer de seus irmãos. Ele guardava no coração suas instruções e, com inteireza de coração, amava obedecer a Deus. Ele estava aflito com a conduta errada de alguns de seus irmãos, e, humildemente, lhes suplicou que seguissem um caminho justo e abandonassem as suas perversas ações. Isso só os tornou mais hostis contra ele. Seu ódio ao pecado era tal que ele não podia suportar ver seus irmãos pecando contra Deus. Ele colocou o assunto ante seu pai, na esperança de que a sua autoridade pudesse reformá-los. Esta exposição de seus erros enfureceu seus irmãos contra ele. Eles tinham percebido o forte amor do pai por José, e tornaram-se invejosos dele. Sua inveja se transformou em ódio e, finalmente, em assassinato.” {Ellen G. White, Spirit of Prophecy, vol. 1, págs. 126 e 127}

Como filho de Raquel, e seguinte ao mais jovem, Jacó concedeu uma bênção sobre José. "E Israel amava a José mais do que todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores” (Gên. 37:3). A túnica era um sinal do amor de Jacó por José. À semelhança de seu avô Abraão, José "creu no Senhor, e imputou-lhe isto por justiça.” Gên 15:6).

“O anjo de Deus instruiu José em sonhos que ele, inocentemente, relatou a seus irmãos: “Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava, e também ficava em pé, e eis que os vossos molhos o rodeavam, e se inclinavam ao meu molho. Então lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso ainda mais o odiavam por seus sonhos e por suas palavras” (*Gen. 37: 7 e 8) {Ellen G. White, Spirit of Prophecy, vol. 1, pág. 127}

"E teve José outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que tive ainda outro sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim. E contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que sonho é este que tiveste? Porventura viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra? Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai porém guardava este negócio no seu coração" (*Gen. 37: 9 a 11) {Ellen G. White, Spirit of Prophecy, vol 1, págs. 127}

“Jacó parecia considerar os sonhos de seu filho com indiferença. Mas ele próprio tinha sido muitas vezes instruído pelo Senhor em sonhos, e acreditava que o Senhor estava ensinando a José da mesma maneira. Ele reprovou a José quanto a não revelar seus verdadeiros sentimentos a seus irmãos invejosos.” {ibidem}

(1) Quanto mais elevadamente o Céu honre uma pessoa, mais amargo será o ódio "oficial" que é chamado a suportar de pessoas—mesmo daquelas que se dizem povo de Deus. No caso de José, eram os dez filhos de Jacó, o verdadeiro “Israel”, que o "amadiçoaram" com a escravidão no Egito. (Mas o Senhor o livrou da sua maldição!)

“José Ilustra a Cristo.— Jesus veio para os Seus, mas os Seus não O receberam. Ele foi rejeitado e desprezado (*ver Isa. 53), porque os Seus atos eram justos, e sua vida de coerente auto-negação era uma contínua censura sobre aqueles que professavam piedade, mas cujas vidas eram corruptas. A integridade e virtude de José eram ferozmente atacadas, e aquela que quis levá-lo a desviar-se não pôde prevalecer, pois o ódio dela era forte contra a virtude e a integridade que não poderia corromper, então testemunhou falsamente contra ele. O inocente sofreu por causa de sua justiça. Ele foi lançado na prisão por causa de sua virtude. José foi vendido aos seus inimigos por seus próprios irmãos por uma pequena quantia em dinheiro. O Filho de Deus foi vendido a Seus mais amargos inimigos por um dos seus próprios discípulos. Jesus era manso e santo. Sua vida foi de abnegação, bondade, e santidade inigualáveis. Ele não era culpado de qualquer coisa errada. No entanto, falsas testemunhas foram contratadas para testemunhar contra Ele. Foi odiado porque tinha sido um fiel reprovador do pecado e da corrupção. Os irmãos de José o despiram da sua túnica de muitas cores. Os algozes de Jesus lançaram sortes sobre a sua veste sem costura.” {Comentários de Ellen G. White, Comentário Bíblico, vol. 1 da série SDABC, pág. 1.096}

“A vida de José ilustra a de Cristo. Foi a inveja que moveu os irmãos de José a vendê-lo como escravo; tiveram a esperança de impedir que se tornasse maior do que eles. E, quando foi levado para o Egito, lisonjeavam-se de que não mais seriam perturbardos com os seus sonhos; de que haviam removido toda a possibilidade de sua realização. Mas sua conduta foi superiormente dirigida por Deus a fim de levar a efeito o mesmo acontecimento que tencionavam impedir. Semelhantemente os sacerdotes e anciãos judeus estavam invejosos de Cristo, receando que deles atraísse a atenção do povo.. Mataram-nO para impedir que Se tornasse rei, mas estiveram desta maneira a efetuar este mesmo resultado.” {Patriarcas e Profetas, pág.239)

“José, mediante seu cativeiro no Egito, tornou-se um salvador para a família de seu pai; contudo este fato não diminuiu a culpa de seus irmãos. Semelhantemente, a crucificação de Cristo, pelos Seus inimigos, dEle fez o Redentor da humanidade, o Salvador da raça decaída, e Governante do mundo inteiro; mas o crime de Seus assassinos foi precisamente tão hediondo como se a mão providencial de Deus não houvesse dirigido os acontecimentos para a Sua glória e para o bem do homem.” Ibidem.

“Assim como José foi vendido aos gentios por seus próprios irmãos, foi Cristo vendido aos piores de Seus inimigos por um de Seus discípulos. José foi acusado falsamente e lançado na prisão por causa de sua virtude; assim Cristo foi desprezado e rejeitado porque Sua vida justa, abnegada, era uma repreensão ao pecado; e, se bem que não tivesse culpa de falta alguma, foi condenado pelo depoimento de testemunhas falsas. E a paciência e humildade de José sob a injustiça e a opressão, seu perdão pronto e nobre benevolência para com seus irmãos desnaturados, representam o resignado sofrimento do Salvador, pela malícia e maus-tratos de homens ímpios, e Seu perdão, não somente a Seus assassinos, mas a todos os que a Ele têm vindo confessando seus pecados e buscando perdão.” (Idem, págs. 239 e 240).(2) Você se prepara antes do tempo como ele fez, entregando-Se ao Salvador. Não se preocupe, Ele não vai te esquecer. Sua graça muito mais abundante vai "ensiná-lo a dizer Não!" E correr.

(3) José sozinho no Egito pagão estava cercado por uma atmosfera constante como a de Sodoma e Gomorra. Um sábio escritor nos diz que ele era como aquele que via e não ouvia. Não era medo, ele estava vivendo sob o Novo Concerto e o Senhor tinha escrito Seus dez mandamentos, a “lei da liberdade" em seu coração.

Você já leu a Oração Desnecessária na Bíblia? Oferecida a partir de um coração triste, que foi quebrantado com Desnecessária Tristeza. Essa oração veio de um homem muito bom, cuja tristeza só foi possível por causa da sua incredulidade (a mesma incredulidade que todos nós conhecemos, por natureza).

Em Gênesis 37:3-11 Deus escolheu José, filho de Jacó já velho, para ser um profeta e lhe deu dois inspirados sonhos. Seu pai, mãe e todos os onze irmãos iriam um dia se curvar diante dele. Os dez irmãos o odiavam (assim como nós, boas pessoas de Igreja, achamos fácil odiar qualquer verdadeiro mensageiro que o Senhor pode nos enviar—um fenômeno perpétuo). Jacó quase acredita, mas em seguida descrê. Quando os dez o vendem como escravo para o Egito, dizem ao velho pai uma mentira, e ele acredita em vez das Boas Novas proféticas. "uma fera o comeu; certamente José foi despedaçado” (v. 33). Jacó acreditou naquela mentira por muitos anos. Enquanto isso, José se tornou primeiro-ministro do grande Império do Egito.

Os dez lhe disseram sobre o homem áspero (42:30), o primeiro-ministro, pois eles estavam todos com medo dele. Jacó deixa-os ir, e ora: para que “o Todo-Poderoso vos dê misericórdia diante do homem!" (43:14). Ora para que José, que ama a todos, com todo o seu coração, seja misericordioso! Esta foi uma Oração Desnecessária!

Todos os muitos anos de sofrimento de Jacó tinham sido desnecessários, exceto por sua dúvida do Espírito de Profecia. Ele deveria ter acreditado que sendo que Deus chamara José ao dom de profecia, Ele nunca teria deixado um animal selvagem devorá-lo. Ele devia ter dito aos dez, "vocês estão mentindo!" Ele deveria ter mantido a fé e seriam felizes todos aqueles longos e tristes anos.

Esta semana passada, milhões de cristãos ao redor do mundo têm estudado sobre lealdade e apoio aos líderes da Igreja. A rebelião contra Moisés foi um pecado, e o Novo Testamento ensina lealdade para com os anciãos e pastores, e administradores da Igreja. Mas não haverá um momento em que um humilde membro da igreja deva confrontar um líder? É possível que a lealdade a Cristo deva preceder o apoio a um bispo? Sim, a Bíblia registra muitos exemplos:

O jovem José, pela consciência, teve que se opor a seus dez irmãos e até mesmo a seu pai, o velho Jacó, e irritou a eles todos. Eles foram equivalentes aos líderes da Igreja verdadeira do seu dia! Eles o entenderam mal.

David, apenas um jovem, inocente, achou-se sob oposição do rei ungido de Israel, Saul. Mas o seu exemplo de respeito e lealdade para com Saul é lindo.

Elias foi forçado por sua consciência e por seu amor por Israel a orar para que Deus retivesse a chuva por três anos e meio. Ele enfrentou o rei Acabe cara a cara. Ele é um tipo dos que serão salvos do mundo nos últimos dias, pois ele foi transladado para céu. O culto a Baal, que Elias enfrentou, cresce como nunca no mundo e na igreja de hoje (é o culto do eu, disfarçado como a adoração de Cristo).

Jeremias sofreu perseguição de líderes da única Igreja verdadeira igreja de Cristo de seu tempo. Sim, os reis Jeoaquim e Zedequias, sentavam-se no trono de Davi, quando Zedequias lhe perguntou: "Há alguma palavra do Senhor?" (*Jeremias 37: 17). Jeremias foi forçado por sua consciência a lhe dizer a verdade, (*”Na mão do rei de Babilônia serás entregue), ele não gostou disto.

Jesus foi forçado, por Sua consciência, a dizer aos líderes da única igreja verdadeira de Seus dias a verdade que eles não gostaram de ouvir. Sim, mas havia lágrimas em Sua voz! E ele foi leal.

Paulo foi forçado por sua consciência a repreender a Pedro, cara a cara também, em Antioquia. Mas ele fez isso com amor, e em absoluta lealdade para com a igreja organizada.

Pr. Paulo Penno

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista da cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de A.T. Jones e E. J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Ig. Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior.

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