quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Lição 3, A Unidade do Evangelho, por Paul Penno

Para 8 a 15 de outubro de 2011

A unidade da igreja é um precioso fruto da "verdade do evangelho" (Gál.. 2:5). Jesus é a Verdade. "A mui preciosa mensagem", que eleva e honra o sacrifício de Cristo, unifica. Os chamados "evangelhos" derivados do velho concerto — o poder do homem para ser salvo — dividem a igreja.

A questão da circuncisão ameaçou dividir a igreja primitiva. Os ritos e cerimônias da lei de Moisés, como um meio de salvação, assumiu um status de ídolo na mente de certos "falsos irmãos" (Gál.. 2:4) que vieram da Judéia para a igreja de Antioquia (Atos 15:1). Eles ensinavam "se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos" (Atos 15:1). "Insistiram em que as leis e cerimônias judaicas deviam ser incorporadas aos ritos da religião cristã. Eram tardos em discernir que todas as ofertas sacrificais, não tinham senão prefigurado a morte do Filho de Deus, em que o tipo encontrou o antítipo, depois do que os ritos e cerimônias da dispensação mosaica não mais deveriam perdurar" (Atos dos Apóstolos, pág. 189). Eles conseguiram reunir para si o apoio dos cristãos judeus em Antioquia, criando um não pequeno alvoroço.

O apóstolo Paulo se sentiu obrigado a enfrentar essa questão de frente, pois era uma questão sobre "a verdade do evangelho." É o poder da graça de Deus que salva os pecadores, ou, é a circuncisão que salva, e, portanto, o poder de obediência do homem à lei toda que salva?

Já fazia algum tempo desde que Paulo havia feito uma visita a Jerusalém. A igreja de Antioquia pensava que seria uma boa coisa para ele ir e discutir este assunto com os outros apóstolos e irmãos reunidos ali (Atos 15:2).

A visita de Paulo a Jerusalém foi um mandato divino — "por uma revelação" (Gál.. 2:2). O propósito de Deus para ele ir a Jerusalém foi para preservar a unidade da liderança da igreja a respeito do evangelho. Obviamente, os "falsos irmãos" foram intencionalmente tentados a perturbar a mente dos apóstolos e criar uma divisão entre as igrejas e um conflito interno entre os apóstolos sobre o evangelho. O propósito de Paulo em ir não era para ver se seu evangelho estava em harmonia com o dos irmãos. Estava claro para ele que "o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo" (Gál. 1: 11, 12). Seu propósito em ir a Jerusalém, foi para proclamar o evangelho aos apóstolos, a fim de preservar a unidade da igreja. O que cria desunião na igreja é "outro evangelho" que não é o real evangelho. Satanás sabe disso e procura trazer o princípio de autoconfiança e auto-suficiência do velho concerto, em todas as formas possíveis para criar dissensão e desunião.

A comitiva que acompanhou Paulo a Jerusalém era composta de Barnabé e Tito. Paulo trouxe Tito para dentro da igreja sem circuncisão. O significado desse detalhe é que os apóstolos em Jerusalém não exigiram que Tito fosse circuncidado, a fim de ter comunhão com eles. Esta foi uma confirmação da unidade que prevaleceu entre os apóstolos.

Os "falsos irmãos" conspiraram para escravizarem os gentios ao jugo de escravidão - da antiga aliança. Pedro disse: "Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar?" (Atos 15:10). "Pedro se refere aqui à lei das cerimônias, tornada nula e vã pela crucifixão de Cristo" (Atos dos Apóstolos, pág. 194). Quem quer que induza as pessoas a confiar na lei para a justiça sem Cristo, simplesmente coloca um jugo sobre eles e os prende em cativeiro.

Aqueles que "eram considerados as colunas" na igreja (Tiago, Cefas, e João), "conhecendo", "a graça que me [a Paulo] havia sido dada" (Gál. 2:9), . Eles finalmente cederam e humilharam seu coração e estenderam a Paulo "a mão direita de companheirismo" (vs. 9, KJV). Com efeito, os apóstolos disseram: "Paulo, graças a Deus, você está pregando o verdadeiro evangelho. Você tem que ir aos gentios, e nós iremos aos judeus." Mesmo com isto os apóstolos não vão suficientemente longe.

O que os apóstolos deveria ter dito era: "Paulo, nós queremos que você vá para os gentios, mas vá também aos judeus, e nós iremos para os gentios também." Então, Pedro, Tiago e João, ainda não estavam esclarecidos de qual era o seu trabalho para ir para o mundo inteiro como é indicado pelo incidente que se seguiu.

Pedro em Antioquia estava acostumado a comer em comunhão com os gentios. Quando ele viu uma delegação vinda da sede em Jerusalém, enviada por Tiago, deixou de comer com os gentios. Ele foi para outra mesa e os cristãos judeus o seguiam. A ação de Pedro foi motivada por "temendo os que eram da circuncisão" (Gál. 2:12).

Paulo tinha trazido esses gentios na comunidade da igreja com o conhecimento de que Cristo era o Messias. Agora as ações de Pedro enviavam a mensagem errada para os gentios. Os gentios poderiam ser levados a pensar: "Estamos perdidos porque o Messias é só para os judeus." Paulo não tinha medo desses "falsos irmãos", assim, confrontou Pedro publicamente sobre a questão "porque era repreensível" (Gál.. 2:11).

Paulo "viu que eles [Pedro e os "falsos irmãos"] não andavam retamente conforme a verdade do evangelho" (Gál. 2:14). Pedro estava enviando a mensagem para os gentios que, para serem salvos deveriam ser circuncidados. Em outras palavras, crer que Cristo é o Messias é bom, no entanto, o poder de obediência do homem para toda a lei deve ser adicionado a isto, a fim de ser salvo. Este falso evangelho tinha o potencial de dividir a igreja.

A mensagem de 1888 traz à tona os princípios dos dois concertos. O velho concerto é manifestado por muitos diferentes chamados "evangelhos", todos baseados em auto-suficiência. "Tudo o que o Senhor tem falado, faremos" (Êxodo 19:8). A promessa de Deus do novo concerto é "a muito mais abundante graça" (Rom. 5:20) de Cristo crucificado e ressuscitado. É este verdadeiro evangelho que une a igreja. Os “evangelhos" do velho concerto, geram filhos para a escravidão do pecado e são a fonte de desunião.

Existe apenas a "verdade do evangelho" que está em harmonia com todos os dez mandamentos de Deus e que é "a mui preciosa mensagem", que eleva e honra o sacrifício de Cristo. É a "verdade presente" no cenário do nosso dia cósmico da expiação (at-one-ment = numa mesma mente) com Deus. Ou seja, é o amor de Deus revelado na cruz, sempre presente, que concilia os corações alienados a Si mesmos por meio do ministério sumo sacerdotal de Cristo. Isso leva à raiz principal do pecado inconsciente para que a alma se identifique com o Crucificado. Justificação pela fé e a verdade da purificação do santuário se tornam uma grande verdade que ilumina a Terra com o Glorioso caráter do amor Ágape do Deus verdadeiro de autonegação (*altruísta).


- Paul E. Penno


Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista da cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de A.T. Jones e E. J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Ig. Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99

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