sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Lição 7 — Luta pelo Poder

"Coré desafiou a autoridade de Moisés" (Num. 16:1, REB). Este Levita sentiu que ele tinha tanto espírito de profecia como Moisés e Arão, que eram mensageiros designados de Deus para o Israel antigo. Mas Moisés podia entrar no Santíssimo do santuário e falar com Deus face a face, recebendo comunicações diretas dEle (Num. 12:8).


Ellen White frequentemente traçou paralelos entre a rebelião de Coré, e seus companheiros e os irmãos da era de 1888. Em 1890 escreveu a Uriah Smith, "Você recusou os testemunhos que me foram dados para você pelo Senhor" e "trabalhou para torná-los de nenhum efeito como fez Coré, Datã, e Abirão" (Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 2, pág. 599). Antes da Conferência Geral de 1891, realizada em Battle Creek, ela disse que ao recusar a luz colocada perante eles, eles eram "como os judeus” e "como Coré, Datã, e Abirão" que "se opuseram contra a luz" (ibidem, pág. 912). A seu sobrinho Frank Belden que ela escreveu em 1892, "Nunca antes vi entre o nosso povo tal firme auto-complacência e relutância em aceitar e reconhecer luz como foi manifestado em Minneapolis. ... Foram impelidos pelo mesmo espírito que inspirou Coré, Datã, e Abirão" (Idem, vol. 3, pág. 1067).


Ellen White decidiu "deixar Minneapolis" (*antes do final da Assembléia). Mas o anjo disse a ela para permanecer. "As pessoas estão agindo como na rebelião de Coré. ...". Ela devia fazer brilhar a luz. No entanto, "eles não atenderão seu testemunho". "Não é a você que eles desprezam, mas aos mensageiros e à mensagem que eu envio ao Meu povo. Mostraram desprezo para com a palavra do Senhor. Satanás cegou os seus olhos. ... ". (Ibidem, pág. 1068).


Esta rebelião se estendeu às mesmas fontes que controlavam os materiais de leitura, disponíveis ao povo, da casa editora de Battle Creek. Em 1896 Ellen White escreveu a Kate Lindsay, "A casa editora em Battle Creek esteve sob a reprovação de Deus durante anos, especialmente desde o tempo da reunião de Minneapolis, quando alguns agiram com Coré, Datã, e Abirão" (idem., vol. 4, pág. 1518).


Ao se ler Patriarcas e Profetas pode se ver por que houve muita demora em sua publicação final, mas que, finalmente, foi anunciada na Review and Herald de 26 de agosto de 1890. Ellen White tinha começado a revisão de volume 1 do Espírito de Profecia por volta de 1886-1887 (Arthur L. White, e Ellen G. White: The Lonely Years, 1876-1891, vol. 3, pág. 443). Esta ampliação de sua história do Velho Testamento (Espírito de Profecia, vol. 1) refletiu o conflito da crise de 1888 em sua aplicação da "Rebelião de Coré" (Patriarcas e Profetas, capítulo 35) ao que acontecia com os irmãos líderes.


Ela escreveu a respeito de como Coré procurou "derrotar a autoridade dos líderes designados por Deus." "... Coré secretamente tinha se oposto à autoridade de Moisés.... ". (Patriarcas e Profetas, pág. 395). "Coré e seus associados ganharam a atenção e o apoio da congregação" (idem, pág. 397). Isto aconteceu secretamente por algum tempo antes de tornar-se uma rebelião aberta. Moisés não tentou auto-justificação.


Era Jesus, "o anjo do Senhor," que dirigia Israel. A rebelião era realmente contra Ele. Aos que foram confundidos e enganados pelos conspiradores principais foi estendido o perdão, "o perdão continuava ainda ao alcance deles". (idem, pág. 401).

Depois que Deus tinha retirado Sua proteção dos rebeldes e eles foram destruídos, a inimizade do povo era evidente por seu propósito em "matar tanto a Moisés como Arão". "É muito difícil para homens oferecerem maior insulto a Deus do que desprezar e rejeitar os agentes que Ele deseja usar para sua salvação" (idem, pág. 402).


Apesar da paciência de Deus em convencê-los de serem "os maiores pecadores “ "eles ainda nutriram ódio aos homens designados por Deus, e se esforçaram em resistir à sua autoridade" (idem, pág. 402).


Ellen White escreveu que o mesmo espírito de orgulho e "ambição por posição e honra" que motivara a rebelião do Lúcifer "trabalhou nas mentes de Coré" e seus amigos. Há um "... desejo para exaltação própria" que excita "inveja, desconfiança, e rebelião. Satanás os levou a rejeitarem a Deus como seu líder, rejeitando os homens designados por Deus" (idem, pág. 403).


Então ela traçou seu mais enérgico paralelo. "Os mesmos males ainda não existem que estão no fundamento da ruína de Coré? O orgulho e ambição estão difundidos. ... Como Coré e seus companheiros, muitos, mesmo dos professos seguidores de Cristo, pensam, planejam, e trabalham tão avidamente por exaltação própria que para ganhar a solidariedade e apoio do povo eles estão prontos a perverter a verdade, falsificando e apresentando erradamente os servos do Senhor, e mesmo acusando-os com os mesmos motivos egoístas que inspiram os próprios corações. ... Ao esforçarem-se por destruir a confiança do povo nos homens designados por Deus, eles realmente creem que estão empenhados numa boa obra, e verdadeiramente fazendo um serviço para Deus" (idem, págs. 403, 404).


O fato triste é que a rejeição de luz gera um espírito de rejeição contínua de nova luz. "Cada avanço feito pelos que Deus chamou para dirigir Sua obra excitou suspeita....". Solene de fato! "... Tinham cometido o pecado contra o Espírito Santo, um pecado pelo qual o coração do homem é eficazmente endurecido contra a influência da graça divina. ..." (idem, pág. 404, 405).


Não é de admirar que o comitê de livros hesitou em publicar Patriarcas e Profetas. Mas Ellen White enfatizou: "Deus deu-me a luz contida no Grande Conflito e Patriarcas e Profetas, e esta luz é necessária para despertar o povo para preparar para o grande dia de Deus, que está exatamente diante de nós. Estes livros contêm apelo direto de Deus para o povo. Assim fala ao povo em emocionantes palavras, aconselhando que se aprontem para Sua vinda. A luz que Deus deu nestes livros não deve ser ocultada" (MS 23, 1890; citado em Arthur L. White, Ellen G. White, vol. 3, p. 444).


Ellen White escreveu estas lições simplesmente em atenção ao povo de Deus hoje que talvez atenda-os e corrija os erros de sua história passada relacionada a 1888. Patriarcas e Profetas é evidência superior do que aconteceu em nossa crise na era de 1888. É relevante ainda hoje até agora como atitudes em direção a mensagem do Deus e Seus mensageiros.


Se o "começo" da chuva serôdia e do alto clamor era a própria mensagem, há uma real esperança que nós podemos fazer algo positivo: podemos novamente estudar e aceitar a mensagem. E logicamente segue que quando o nosso povo mundial vier a entender e crer na mensagem, as bênçãos escatológicas tão longamente esperadas, finalmente, podem ao menos começar a ser compreendidas outra vez.

--Paul E. Penno

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