sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Lição 8 — Sacerdotes e Levitas

Dois fios proeminentes permeiam a Igreja do Velho Testamento, a Igreja do Novo Testamento e o seu Remanescente destes últimos dias. Estes filamentos são a solidariedade corporativa da raça e também a aceitação individual de Cristo e Sua justiça. Tanto os temas da corporatividade e da individualidade são ilustrados (*principalmente por Paulo) pelas várias partes do corpo humano e seus diferentes sistemas — o do esqueleto, o sensório, o circulatório, o reprodutivo, o respiratório, e o digestivo — todos trabalham juntos em harmonia. Cada um, embora diferente em estrutura e função, contribui ao bem estar do corpo inteiro.

Em três de suas cartas Paulo usou o corpo humano para ilustrar a estrutura e várias funções da igreja e seus membros individuais (Rom. 12:4-8; 1ª Cor. 12:14-31; Ef. 6:11-16). A Igreja, quer no deserto do Velho de Testamento (Atos 7:38), ou nos tempos do Novo Testamento (Mat. 16:18), ou nos últimos dias (Apoc. 12:17), era e é para estar sob o controle de Cristo seu Fundamento, Cabeça, e Representante (Ef. 1:22, 12; Col. 1:18).

Depois da rebelião de Coré, Datã, e Abirão no deserto, Deus re-enfatizou os papéis do sacerdócio e o dos Levitas dentro da igreja. O assunto não era um de superioridade e inferioridade como imaginado pelos Levitas rebeldes liderados por Coré. O assunto era estrutura corporativa e função distintiva. As distinções são esboçadas em Números 18 com cada um como uma parte da igreja de Cristo.

A divisão causada por Coré, Datã, e Abirão trouxe muito sofrimento na Igreja do deserto. Séculos depois Paulo escreveu "para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns com os outros" (1ª Cor. 12:25). Este cuidado foi ignorado pelos rebeldes na Igreja do Velho Testamento. Coré e (*seus) comparsas alegaram que eles e a congregação eram "santos" e declarou que Moisés e Aarão eram culpados de auto-exaltação acima de todos os outros (Num. 16:3). Esta acusação contra os mensageiros de Deus parece ser um tema que se repete por toda a história da igreja.

Jesus teve que lidar com uma falsa santidade assim como Moisés. "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia" (Mat. 23:27). Estes homens, ao professarem piedade rejeitaram a mensagem de evangelho e o Mensageiro, Jesus Cristo, seu Salvador.

Ao longo de uma tendência semelhante Ellen White escreveu, "Homens, professando piedade, desprezaram Cristo na pessoa dos Seus mensageiros. Como os judeus, rejeitam a mensagem de Deus" (Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 4, pág. 1651).

Só há uma cura para estes sepulcros caiados que parecem belos no exterior. Esta cura é, sem dúvida, Cristo.

Um dos arbustos, cujos pequenos ramos foram usados para aspergir sangue ou água nos antigos ritos judaicos de purificação, era o hissopo. Isto era um tipo do poder purificador de Cristo para a imundícia do pecado. David entendeu isto e orou "Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve" (Salmo 51:7).

Outro rito cerimonial típico de purificação era o de uma "novilha vermelha". O animal era abatido e queimado fora do acampamento, Num. 19:1-9. A novilha vermelha era semelhante a, mas diferente de, outras ofertas para o pecado. Não obstante, o propósito era o mesmo. Era uma oferta pelo pecado "uma purificação pelo pecado" (vs. 9, KJV; *Expiação é”, Alm. Trinitária, ou Fiel). O sangue não era aplicado individualmente ao pecador, mas corporativamente para a congregação. O sangue é mencionado só em relação ao sacrifício, quando o sacerdote o espargia em direção ao tabernáculo sete vezes. O sangue deste animal sacrificado não era levado ao primeiro compartimento do santuário.

Depois de espargir o sangue da vitela vermelha, ela era completamente queimada. Nada senão suas cinzas permaneciam. Junto com a novilha, pedaços de "pau de cedro e hissopo e carmesim” eram “lançados no fogo que queimava a novilha” (vs. 6). As cinzas desses elementos combinados então eram conservadas para uso futuro e duravam por um considerável período de tempo. As cinzas deviam ser guardadas e mais tarde misturadas com água para a "água da separação," ou "purificação pelo pecado" (vs. 9, 17-22). A cerimônia era para a remoção de contaminação contraída por contato físico com um morto e aplicava-se tanto ao "estrangeiro" assim como ao judeu (vs. 10-16). Hebreus 9:12-13 refere a este costume quando contrastando a eficácia do sangue de Cristo para a purificação das consciências "das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo".

A vitela vermelha era uma oferta corporativa, congregacional, Num. 19:1, 2. Era para ser oferecida fora do acampamento, tipificando Cristo que foi feito para ser pecado e uma maldição por nós. Padeceu fora da porta(Heb. 13:12), ou, “do portão” (KJV) da cidade. A oferta de Cristo era de natureza corporativa, não para crentes somente mas também para incrédulos, mesmo inimigos. Embora inimigos, Ele nos reconciliou a Deus, pela Sua morte (Rom. 5:10).

Um jugo nunca era colocado na novilha vermelha. Isto significava a dádiva voluntária de Cristo para o mundo. Cristo, no céu, estava acima de toda lei. A única coisa que O unia era o cordão dos Seu próprio amor por nós. Quando Ele Se encarnou veio debaixo da lei, tanto em sua jurisdição como em sua condenação. Ele veio sob a jurisdição da lei para desenvolver um caráter justo para nós. E Ele veio sob a condenação da lei para redimir a humanidade (Gal.. 4:4, 5).

Assim como a novilha vermelha era oferecida como um sacrifício fora do acampamento, da mesma maneira Jesus foi (*crucificado) fora do portão (*da cidade), para tornar-se a maldição de Deus para redimir o Adão corporativo e (*também) nossos fracassos individuais (Gal. 3:13). Tanto as ofertas da novilha vermelha como as de Cristo eram corporativas em natureza. No entanto, as cinzas da vitela eram aplicadas por causa da contaminação pessoal do indivíduo no contato com o morto. Assim também com o sacrifício de Cristo, conquanto tenha sido para a raça humana caída, só os que o têm aplicado individualmente, são pessoalmente purificados e só estes recebem a vida eterna (*assim como somente nos lares dos que participaram do êxodo, onde tinham o sangue aplicado nos umbrais das portas, os primogênitos foram poupados. HOJE DEVEMOS TER, PELA FÉ, O SANGUE DE CRISTO APLICADO NOS PORTAIS DOS NOSSOS CORAÇÕES INDIVIDUALMENTE).

--Gerald L. Finneman

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira

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