sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Lição 4 – Relacionamentos, por Lisa Kaye Puffer

Para a semana 15 a 22 de janeiro de 2011



“Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai ao rei” (1ª Pe. 2:17).

A honra é um tesouro inestimável. É altamente valorizada por Deus, porque é uma base sólida para um relacionamento duradouro, e uma mui poderosa ferramenta para o desenvolvimento do caráter cristão. Somos chamados a "honrar ao rei", "honrar a todos os homens", e, mais importante, "honrar ao pai e à mãe”. Faz parte do princípio do amor Ágape. Viver 'honrosamente' leva a encontros preciosos com Cristo, que não pode ser experimentado de nenhum outro modo.

Como uma jovem em busca de respostas às perguntas básicas da vida, descobri que os seres humanos usam frequentemente a palavra "honra,” mas que vários conselheiros humanos lhe dão as mais diferentes definições. O coração natural quer uma definição de honra, que deixe muito espaço para o "eu" permanecer no controle, mas o meu desejo de encontrar soluções reais, levou-me à Bíblia para orientação sobre relacionamentos e honra

A primeira e mais fundamental das nossas relações na vida é a da criança para com os pais. O sucesso ou fracasso desta relação afeta todos os outros relacionamentos da vida. É de tal importância que Deus, que estabeleceu nos dez breves mandamentos toda a soma de leis necessárias para a humanidade viver em paz na terra, dedicou um mandamento inteiro a este tema. Além disso, é o mandamento ao qual Deus adicionou uma promessa explícita. Essa relação, portanto, tem alguma consideração séria. E já que o quinto mandamento começa com a palavra "honra", eu queria saber exatamente o que Deus quer dizer com esta palavra.


O apóstolo Paulo diz: "Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros" (Romanos 12:10). Eu me sentia confortável com este uso da palavra "honra," enquanto eu era a única a decidir o que significava. Mas em Efésios 6:1 Paulo diz: "Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo." Bons conselheiros cristãos me garantiram que isso significa que nós devemos obedecer aos nossos pais desde que eles sejam tementes a Deus e enquanto seus conselhos sejam corretos. Mas então eu li: "Vós filhos, obedecei em tudo a vossos pais: porque isto é agradável ao Senhor" (Colossenses 3:20).

Cheguei a pensar que Paulo havia deixado a pregação (*do evangelho) e estava apenas bisbilhoteando. No entanto, eu vi que faz sentido. O quinto mandamento não faz distinção entre pais bons e maus. Claramente, a bênção de Deus repousa sobre filhos obedientes, não importa que tipo de pais tenham. Além disso, se cabe a mim decidir se o conselho dos meus pais é importante, ou não, eu muito bem poderia não ter pais de modo algum. Bastaria eu consultar comigo mesmo. "Obedecei àqueles que têm autoridade sobre vocês, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não com tristeza, porque isto não é proveitoso para vocês” (Hebreus 13:17, KJV). Ao obedecermos os pais estamos obedecendo a Deus, pois Ele é quem ordenou isto.

Parece um pouco "antiquado" honrar ou escolher os desejos, conselhos e sugestões de seus pais, em detrimento dos seus próprios planos e ideias pessoais. No entanto, essa promessa especial anexada ao quinto mandamento, parece destinada a induzir-nos à obediência. Enquanto eu lutava, pessoalmente, com este conceito, um cavalheiro sincero sugeriu que eu precisava ser muito cuidadosa para não me afastar da vontade do Senhor, apenas para "agradar" os meus pais. Ele disse que eu poderia "honrá-los", seguindo o que eu sentia que o Senhor me chamava a fazer, mesmo que isto excluísse a obediência a meus pais. Então eu tive que perguntar: "Será que estar bem de acordo com a vontade de Deus significa, como Paulo diz, “obedecei em tudo a vossos pai”...?”

Uma pesquisa diligente pelos escritos inspirados leva à conclusão de que um cristão deve não apenas obedecer aos pais, mas também "deve ser o estudo de sua vida procurar fazê-los felizes" (Ellen White, no periódico Youth's Instructor, O Instrutor da Juventude, de 1º de setembro de 1873). A única exceção à obediência implícita é se os pais exigem algo que conflita com um claro e simples, "assim diz o Senhor." Nestes casos, a escolha de obedecer a um "assim diz o Senhor" é descrito como sendo "dolorosa". “Quando os filhos têm pais incrédulos, e suas ordens contrariam os reclamos de Cristo, então, embora seja doloroso este pensamento, devem obedecer a Deus e deixar com Ele as consequências" (Ellen White, O Lar Adventista, pág. 293). Aliás, em nenhum caso, a vontade de Deus inclui a idéia de que alguém se case com quem os pais não aprovem — mesmo que isto deva significar nunca se casar (veja Ellen White, O Lar Adventista, pág. 75).

"Mas", alguém diz: "Você é uma adulta agora. Deus não lhe sugere a submergir sua individualidade sob os caprichos de seus pais para o resto de sua vida! Você tem que aprender a deixar Deus falar com você, individualmente!” Não é a Palavra de Deus escrita Sua mensagem para mim, pessoalmente? Este [o quinto mandamento] é o primeiro mandamento com promessa. Recai sobre crianças e jovens, sobre os de meia-idade e os idosos. Não há na vida nenhum período em que os filhos fiquem isentos da honra aos pais. Esta solene obrigação recai sobre cada filho ou filha, e é uma das condições de prolongamento de sua vida na terra que o Senhor dará aos fiéis. Isto não é um assunto indigno de consideração, mas uma questão de vital importância" (Ellen White, Testemunhos para a Igreja, Volume 2, pág. 80). Eu, pessoalmente, espero reivindicar a recompensa mencionada no quinto mandamento, então não deveria eu seguir a determinação em que essa promessa se baseia? Adventistas que, acima de todos os outros, afirmam ser guardadores de todos os dez mandamentos de Deus, fariam bem em certificar-se de que ao guardarem o quarto mandamento, não rejeitem o quinto!

A história de José me ajuda a entender a promessa anexada ao quinto mandamento e a verdadeira beleza de como Deus nos conduz através dos diferentes relacionamentos da vida. Jose "aprendeu a suportar o jugo na sua mocidade. Ele aprendeu a governar por primeiro aprender a obedecer. Ele se humilhou, e o Senhor o exaltou à honra especial" (Ellen White, Comentário Bíblico, Volume 1, da série SDABC, página 1097). Depois de ter sido vendido como escravo, José passou o resto de sua preparação para o governo egípcio, implicitamente obedecendo aos caprichos dos seus senhores. Primeiro, ele serviu a Potifar. Então, enquanto, fielmente desempenhava as suas funções, ele recebeu uma ordem da mulher de Potifar, que entrou em conflito com a claramente revelada vontade de Deus. José escolheu obedecer a Deus e deixar as consequências com Ele. No entanto, segundo a palavra de Deus, José permaneceu obediente aos seus mestres em tudo o que não conflitava claramente com a lei de Deus. Ele serviu tão fielmente, mesmo na prisão, a ponto de o carcereiro poder confiar que ele seguiria suas ordens completamente.

Longe de perder sua "identidade pessoal" através de todos esses anos de submissão piedosa, José foi assim treinado para o maior serviço a Deus e ao homem. "A religião da Bíblia nunca degrada quem a recebe, ao contrário, eleva e enobrece a todos os que aceitam e obedecem aos seus ensinamentos" (Ellen White, Cristo Triunfante, MM 2002, pág. 96.

Muitos anos depois José morreu, chegou a hora de Israel deixar o Egito. Deus enviou Moisés, não para iniciar uma rebelião, mas apenas para dizer a Faraó, que Deus queria libertar os hebreus. Os israelitas deviam continuar ao serviço do faraó até que Deus lidasse com o rei e lhe mudasse o coração. Seguindo o mesmo princípio, Paulo enviou Onésimo de volta para Filemon — não exigindo, mas pedindo que Filemon perdoasse o servo e o libertasse.

"Como ribeiros de água assim é o coração do rei na mão do Senhor,:que o inclina a todo o seu querer. Todo caminho do homem é reto aos seus olhos, mas o Senhor sonda os corações" (Provérbios 21:1, 2). Este princípio se aplica tanto aos pais e outras autoridades ordenadas por Deus como fez a Filemon e ao rei do Egito.

Alguns pensam que "limitar" é ser submisso às autoridades. Eles temem uma falta de "individualidade". Eu descobri que liberta e é gratificante. Quanto mais aprendermos o verdadeiro significado da honra, estimando os outros mais que a nós mesmos, mais Deus pode criar o Seu caráter em nós. Se Deus não conduziu meus pais à minha maneira de pensar, eu posso estar certo de que ou meus sentimentos sobre o assunto estão errados, ou não é o momento certo. Pode haver alguma falha em meu caráter que precisa ser tratada antes que Deus possa confiar em mim com Suas atribuições. Desde que me rendi à definição de Deus da palavra "honra", eu descobri que milagres não são uma coisa do passado. Minha admiração pela criatividade e poder de Deus cresceu aos trancos e barrancos, e minha fé foi reforçada. Todas as minhas relações são menos estressantes, e a paz é uma companhia familiar. Os caminhos de Deus realmente são as melhores.

Chegar a uma relação correta com meus pais reforçou meus outros relacionamentos, principalmente o meu relacionamento com Deus. É uma ótima maneira de aprender o que significa estar em perfeita submissão ao Pai Celestial. Me traz a uma mais íntima empatia com Cristo. Paulo diz: "Contemplai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade cada um considere os outros superiores a si.mesmo. ... De sorte que haja em vós, a mesma mente que houve também em Cristo Jesus: Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas a Si mesmo Se esvaziou, assumindo a forma de servo, fazendo-Se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-Se, sendo obediente até à morte, e morte de cruz" (Filipenses 2:2-8).


- Lisa Kaye Puffer



A irmã - Lisa Kaye Puffer é uma estudante do Instituto Uchee Pines (Instituto de Saúde Natural da cidade de Uchee Pines), no estado de Alabama. Ela nasceu na cidade de Seale, no mesmo estado. Ela está cursando medicina preventiva e trabalhando como uma conselheira em estilo de vida. Lisa é musicista, tocando piano, harpa, sinos de mão e é, também, cantora. Seu único objetivo na vida é servir e honrar a Deus.