sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Lição 5: "Culpa," por Paul E. Penno

Para a semana de 22 a 29 de janeiro de 2011

Existem dois tipos de "culpa". A culpa de Adão foi cancelada pela cruz. A culpa corporativa do nosso pecado de incredulidade no assassinato de Cristo pode ser curada por arrependimento corporativo.

"O ato da graça de Deus," na cruz de Cristo, cancelou a culpa do pecado de Adão para toda a raça humana. Em outras palavras, a cruz "está fora de qualquer proporção com relação ao pecado de Adão" (Rom. 5:15, Versão Revisada Inglêsa).

"O efeito do pecado daquele único homem" foi devastador para a sua posteridade, “pois a ação judicial, após aquele delito, resultou em um veredicto de condenação" (v. 16). “O resultado de uma só ofensa foi a condenação para todos os homens" (v. 18). Muito embora não houvesse nenhuma lei escrita dos dez mandamentos, a consequência natural do pecado foi uma letal, auto-condenação, que eliminaria a raça. Os princípios morais de Deus foram escritos nas células do cérebro de Adão, e a culpa após a sua rebelião teria sido catastrófica.

A culpa do pecado de Adão (chamada por Santo Agostinho de "pecado original") foi imputada a Cristo. A cruz, que é "o ato da graça", "resultou em um veredicto de absolvição" (v. 16). "... O resultado de um ato justo é absolvição e vida para todos" (v. 18). Assim, aquele "único ato de justiça" eliminou a condenação do pecado de Adão e deu a "absolvição e vida para todos" os seus filhos.

A visão de 1888 é que a cruz carimbou o pecado de Adão com a palavra "inexistente." A vida temporal presente que todos gozam está livre da culpa mortal do pecado de Adão, por força da cruz. O dom da vida e da absolvição excedeu em muito a presente vida de provação. É uma vida de estágio (*experimental durante a vida de cada homem) sem culpa ancestral. É uma vida temporária em que o dom da vida eterna foi colocado nas mãos de cada pessoa, para eles o "receberem" com um coração grato, também conhecido como fé (João 1:12).

Mas a que preço foi essa liberdade comprada? Ela foi comprada pelo precioso sangue de Cristo. E é justamente aqui que precisamos entender nossa culpa corporativa pelo nosso pecado desconhecido de crucificá-Lo. É imperativo que "a terra" seja "iluminada com Sua glória" (Apoc. 18:1). Para que isso ocorra "toda a boca" deve ser "fechada", e "todo o mundo" deve ser "condenável diante de Deus" (Rom. 3:19).

A cruz foi a condenação de Deus sobre o pecado. Referindo-se à Sua cruz, Jesus disse: "agora é o juízo deste mundo" (João 12:31). Jesus suportou o peso devastador do pecado do mundo. "Ao Senhor agradou moê-Lo, fazendo-O enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado" (Isaías 53:10). "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-Se maldição por nós" (Gálatas 3:13).

Nós O colocamos nessa posição. Nosso pecado corporativo e consequente culpa encheram a alma de Jesus com auto-condenação. "Cristo sentiu a angústia que há de experimentar o pecador quando não mais a misericórdia interceder pela raça culpada. Foi o sentimento do pecado, trazendo a ira divina sobre Ele, que tão amargo tornou o cálice que Ele sorveu, e quebrantou o coração do Filho de Deus "(O Desejado de Todas as Nações, pág. 753).

É agora, em nossos dias, nesta importante hora da história da Terra, que Cristo deve ser “levantado da terra" a fim de atrair todos a Cristo (João 12:32). Até então, a cruz não foi devidamente entendida como o julgamento do mundo. Desconhecida para todos nós é a culpa de perpetrar a morte do Filho de Deus que carregou a nossa justa, letal condenação pelo pecado.

Nossa culpa pela crucificação de Cristo deve ser distinguida do nosso suportar a condenação por este pecado de todos os pecados. Deus não enviou o Seu Filho ao mundo para condenar o mundo, (João 3:17). Isto é exatamente o que Paulo escreve em Romanos 5, onde a nossa culpa corporativa com o pecado de Adão foi anulada pelo "ato da graça" (Rom. 5:16).

No entanto, é absolutamente essencial para a nossa, até aqui desconhecida, participação na crucificação de Cristo ser revelada à nossa consciência, para que possamos ser curados de nossa culpa. O Espírito Santo "convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em Mim" (João 16:8, 9). O maior pecado é a incredulidade. O grande pecado é a negação pessoal da responsabilidade pela crucificação de Cristo.

A crucificação de Cristo não foi pecado dos judeus e dos romanos, é o pecado de todos nós (O Desejado de todas as Nações, pág. 745, e Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 38). O pecado que teve lugar em 1888 não é pecado daqueles irmãos que estiveram em Mineápolis, é o "nosso" pecado; nós participamos de uma humanidade comum.

Paulo entendeu como todos nós compartilhamos a culpa de "todo o mundo," ao dizer: "todos pecaram." “A morte passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Rom. 5:12). "Nenhum de nós é naturalmente melhor do que ninguém. Como todos os leões são, por natureza, devoradores de homens, assim todos os seres humanos estão, por natureza, em 'inimizade com Deus ", pois" todo aquele que odeia seu irmão é um assassino "automaticamente, todos nós somos' iguais ', por natureza, culpados da crucificação do Filho de Deus" (Robert J. Wieland, Grace on Trial,[A Graça Sob Julgalmento], Ed. de 2001, págs 69, 70;.).

Por esta razão não devemos condenar nem criticar os irmãos de 1888, e nunca devemos, em, justiça própria, nos retirar desta verdadeira igreja remanescente. Fazer isso é cair na cilada de Satanás, e que possa você ter o bom senso para excluir-se dessa armadilha, ou você vai realmente perder a sua alma.

Esta verdade de culpa corporativa e arrependimento corporativo está implícita na mensagem da justiça de Cristo, quer seja o modelo de 1888 ou o de Paulo, de há muito tempo. "Em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum" (Rom. 7:18). Injustiça habita na carne. É por isso que Paulo diz que não devemos colocar nenhuma "confiança" nela.

Quanta injustiça (*habita na carne)? Carlos Wesley responde: "Eu sou todo injustiça" (talvez ele tenha tido um lampejo de culpa corporativa, quando escreveu "Jesus, amante da minha alma")1.

E Ellet J. Waggoner deve ter visto isto, pelo menos embrionariamente, na "visão" que ele teve, em 1882, que se tornou a raiz principal da inteira mensagem de 1888. Ele viu a Cristo crucificado por ele e, em consequência, percebeu que ele era todo o mundo e seu pecado (O Concerto Eterno, pág. 9;. edição. de 2002).

Mas, será que a profecia indica que a igreja IASD, que rejeitou o gentil apelo de seu Divino Amor, em 1888, como apresentado em uma Sessão da Conferência Geral da organização, corporativa, denominada igreja, vai, finalmente, rejeitar a verdade depois que seu desvio (*da verdade) e desilusão forem completos? Se o caráter do Corpo denominacional, para se tornar um dia a noiva, é, basicamente, desonesto, não teria Deus a rejeitado após 1888?

Por outro lado, se o seu pecado é uma tolice e um equívoco, como é prefigurado na profecia de Cantares de Salomão 5,2 e não desonestidade básica, não se segue que após uma desilusão completa ela vai reafirmar sua honestidade de caráter, que a motivou, no início, a aceitar (*e pregar) as formas doutrinarias das três mensagens angélicas, e humilhar o seu coração em arrependimento e contrição?

Paul E. Penno

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista da cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de A.T. Jones e E. J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior.

Notas do tradutor:

1) Referência ao famoso hino de Carlos Wesley (1707-1788), nº 380 de atual Hinário Adventista, “Ó Amante de Minha Alma”; hinos 489 e 490 do Hinário Adventista Americano;

2) Pelo princípio de interpretação bíblica do paralelismo, podemos identificar, com precisão, que Cantares de Salomão cap. 5, é uma profecia do desapontamento de Cristo em 1888, por um insensato equívoco da noiva em rejeitar o Noivo momentaneamente.

Veja, na septuaginta, em Cantares 5, aparece a repetição “batendo, batendo,”

E, paralelamente, em Apoc. 3:20, no grego, temos “batendo, batendo.”