sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Capítulo 19 — CADES-BARNÉIA em TIPO

O Êxodo e os Movimentos do Advento

em Tipo e Antítipo, escrito pelo pastor Taylor G. Bunch

Capítulo 19 — CADES-BARNÉIA em TIPO

Pág. 126 {82} Registradas para nós. 1ª Coríntios 10:11. “O apóstolo Paulo diz claramente que a experiência dos israelitas em suas viagens foi registrada para o benefício das pessoas que vivem nesta época do tempo, aqueles aos quais está para vir o fim do mundo. Não consideramos que os perigos que deparamos sejam menores do que o daqueles hebreus, mas até maiores. Haverá tentações a ciúmes e murmuração, e haverá rebelião declarada, como está registrado quanto ao antigo Israel” [Testemunhos para a Igreja, vol. 3, pág. 358]. “Estamos seguindo nos passos do antigo Israel” [idem, vol. 5, pág. 75]. “O moderno Israel está rapidamente seguindo o rastro deles” [ibidem, pág. 94]. Estamos repetindo a história daquele povo” [ibidem, pág. 160].

O Fracasso Deles. “Chamai a rebelião pelo seu nome certo, e então considerai que a experiência do antigo povo de Deus com todas as suas características objetáveis, foi fielmente narrada para passar para a história. A Bíblia declara: “Estas coisas foram escritas para nossa admoestação para aqueles aos quais o fim do mundo está próximo”. [Leaflet Series,1 artigo de nº 3, intitulado “Apostasias,”].

“Precisamos sempre ter em mente a experiência dos filhos de Israel, e aprender a lição que o registro de seus fracassos se destina a nos ensinar” [Loma Linda Messages, pág. 117]. O maior erro do antigo Israel foi o seu fracasso em avançar e possuir a terra prometida a partir de Cades-Barnéia como Deus Se propusera fazer por eles. Sua recusa em seguir Sua liderança é divinamente chamada de rebelião e resultou na “alteração” do propósito de Deus e no decreto que deviam vagar pelo deserto por quarenta anos antes que pudessem herdar Canaã.

O Movimento do Advento. É-nos definidamente dito que foi a vontade e plano do Senhor conduzir o Movimento do Advento à Canaã celestial logo após o desapontamento de 1844, quando tinham aprendido as lições da lei e do santuário, veja O Grande Conflito, págs. 457, 458. Levou um número de anos antes que o movimento começasse a avançar para a conclusão da sua tarefa mundial e sua viagem rumo à Canaã celestial. Houve uma tendência de permanecer acampados ao redor do (127) Monte da Lei. O que é conhecido como a mensagem de 1888 trouxe o Movimento do Advento às próprias fronteiras do reino celestial, onde se passaram as cenas que constituem o tipo da experiência do antigo Israel em Cades-Barnéia.

Pág. 127 {82} O Deserto Laodicenano. Entre o Monte da Lei e Cades-Barnéia o antigo Israel passou por um deserto terrível. Entre 1844 e 1888 o Movimento do Advento também passou por um deserto espiritual terrível. Era o deserto de Laodiceia. Entretanto, durante esse tempo aprenderam muitas lições valiosas na obediência à liderança divina. Também fortaleceram grandemente a sua organização e receberam a instrução dos princípios de reforma de saúde. No início dos anos cinquenta (*do século 19) o Senhor, por intermédio do profeta do Movimento do Advento, começou a dar testemunho de que a Igreja estava no estado deplorável de Laodicéia e que devia haver um reavivamento e reforma antes que seu povo pudesse receber a chuva serôdia e concluir sua tarefa. Através do Espírito de Profecia essas mensagens {83} continuaram a chegar com maior frequência e urgência crescentes. No entanto, receberam pouca atenção até a Assembléia da Associação Geral de Mineápolis em 1888. Nessa reunião notável a mensagem de Laodicéia foi dada mais integralmente com especial ênfase sobre a justiça imputada e comunicada de Cristo.

Pág. 127 {83} Deserto Espiritual. Que o moderno Israel se achava num deserto espiritual antes de 1888 é evidente das seguintes declarações que são apenas uma pequena amostragem do que se poderia citar. No fim dos anos 60 (*do século 19) foi escrito o seguinte: “Muitos, por anos, não têm feito progresso em conhecimento e verdadeira santidade. São anões espirituais. Em vez de avançarem à perfeição, estão recuando às trevas e escravidão do Egito” [Testemunhos para a Igreja, vol. 2, pág. 124]. Em 1888 apareceu o seguinte testemunho: “Como um povo não estamos avançando em espiritualidade ao aproximar-nos do fim”. [idem, vol. 5, pág. 11]. “Meu coração dói, dia e noite, por nossas igrejas. Muitos estão progredindo, mas num curso contrário” [ibidem, pág. 93] “Uma rotina de cultos formais é mantida; mas onde está o amor de Jesus? Está espiritualmente morrendo. . . . Iremos ter a (128) mente do Espírito de Deus? Iremos nos deter em santidade prática, e bem menos sobre arranjos mecânicos? [ibidem, pág. 538].

Pág. 128 {83} Mais Repreensões. A declaração abaixo demonstra que grande ênfase era dada sobre a lei, em detrimento da pregação de Cristo, e que esta foi uma razão para a sua aridez espiritual. “Como um povo temos pregado a lei até que ficamos tão secos como as colinas de Gilboa, que não têm nem orvalho nem chuva. Temos de pregar a Cristo na lei, e haverá seiva e nutrição na pregação que será como alimento para o faminto rebanho de Deus” [COR,2 pág. 64, publicado na Review and Herald de 11 de março de 1890]. A condição que exigia uma reforma é ainda mais enfatizada na citação que se segue: “Qual é a nossa condição como um povo? Infelizmente, quanto orgulho é predominante na igreja, quanta hipocrisia, quanto engano, quanto amor ao vestuário, frivolidade e diversão, quanto desejo por supremacia! . . . Não devemos mais permanecer sobre terra enfeitiçada. . . . Não temos a primeira razão para a auto-congratulação” [C.O.R,2 págs. 150, 151, publicado na Review and Herald. de 22 de março de 1887].

Recuando Espiritualmente

“Estou cheia de tristeza quando penso em nossa condição como um povo. O Senhor não fechou o céu para nós, mas o nosso próprio caminho de retrocesso contínuo nos separou de Deus. Orgulho, cobiça e amor do mundo têm vivido no coração sem temor de banimento ou condenação. Pecados graves e presunçosos prevalecem entre nós. No entanto, a opinião geral é de que a Igreja está florescendo, e que a paz e a prosperidade espiritual estão em todas as suas fronteiras. A Igreja tem se desviado de Cristo, seu líder, e está firmemente recuando para o Egito. No entanto, poucos estão alarmados ou espantados com sua falta de poder espiritual. Dúvidas e mesmo descrença dos testemunhos do Espírito de Deus estão fermentando nossas igrejas por toda parte” [Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pág. 217]. Nenhuma pessoa pode ler o vol. 5 desta série (*Testemunhos para a Igreja), sem saber que o povo de Deus estava em deplorável condição espiritual antes de 1888. A mesma mensagem se aplica a nós {84} de novo agora, e este volume deve ser lido com cuidado e oração por todo o nosso povo. Também se devia ler e estudar o livro “Cristo Nossa Justiça”, (*do pastor Arthur G.) Daniells2, que explica o significado da crise de 1888.

Pág. 129 {84} Apelos ao Reavivamento. Antes da Assembléia da Associação Geral de 1888 o Senhor, através do espírito de profecia, mandou mensagem após mensagem apelando a um reavivamento da verdadeira e primitiva piedade para que o Seu povo pudesse estar preparado para entrar no reino celestial. Este convite foi equivalente ao dado a Israel no Monte Sinai; “Haveis demorado muito neste monte. ... Entrai e possuí a terra que o Senhor jurou a vossos pais” (*Deut 1: 6 e 8). O mais notável e urgente destas mensagens originadas do céu apareceu na Review and Herald de 22 de março de 1887. “Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós é a maior e mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscar isso devia ser a nossa primeira tarefa. . . . Um reavivamento só pode ser esperado em resposta a oração. . . . Não há nada que Satanás tema tanto quanto que o povo de Deus purifique o seu caminho removendo todo obstáculo, de modo que o Senhor possa derramar o Seu Espírito sobre um Igreja que definha, e uma congregação impenitente. Se Satanás pudesse, nunca haveria outro despertamento, grande ou pequeno, até o fim dos tempos”. Ver C.O.R.2 págs. 146-152. Também págs. 40-48. Edição de 1926.

Junto às Fronteiras. Que o Movimento do Advento esteve junto às próprias fronteiras da Canaã celestial, naqueles dias momentosos é evidente a partir do seguinte: Em 1879, veio a mensagem animadora: “Estamos agora bem junto às fronteiras do mundo eterno” [Testemunhos para a Igreja, vol. 4, pág. 306). Em 1881, o profeta do movimento afirmou: “O fim de todas as coisas está à mão”[idem, vol. 5,pág. 16] e “tem-me sido mostrado que estamos postados no limiar do mundo eterno” [ibidem, pág. 17]. Durante os próximos anos, apareceu a seguinte declaração: “Estamos postados, por assim dizer, nas fronteiras do mundo eterno” [ibidem, pág. 382], “Estamos postados sobre a borda do mundo eterno” [ibidem, pág.460 “A eternidade se estende diante de nós. A cortina está prestes de ser levantada” [ibidem, pág. 464]. Na Review and Herald de 18 de junho de 1889 há outra declaração no mesmo sentido: “Que lugar temos para brincadeira e leviandade aqui junto às fronteiras do mundo eterno?” Ao povo remanescente de Deus foi dito que o fim estava mais próximo do que qualquer deles percebia. Existe apenas uma explicação para estas e muitas outras declarações, e trata-se de que o fim estava à mão e em seguida o Senhor planejava rapidamente terminar a Sua obra. O seu propósito para o (130) Movimento do Advento era tão claro e definido como para o Movimento do Êxodo, quando Ele os conduziu para Cades-Barnéia .

Pág. 130 {84} Assembléia de Mineápolis. Esta Assembléia da Associação Geral começou em 17 de outubro de 1888, e antes da própria assembléia ter início, houve uma semana do Instituto Ministerial. Durante este encontro histórico, a mensagem da justificação pela fé foi pregada com poder. A Irmã White deu sua aprovação sobre a assembléia e mesmo depois disso. Ela reconheceu o evento como resposta aos muitos apelos por um reavivamento e reforma. Foi realmente uma mensagem enviada do céu para liderar este movimento para fora do deserto estéril de Laodiceia rumo à Canaã celestial. A mensagem dada nessa assembléia é claramente estabelecida em C. O. R.2, págs. 56-71. Não se pode ler estas citações sem reconhecer a sua tremenda importância, e que um novo dia havia raiado.

Credenciais Divinas. Vez após vez é-nos assegurado que esta mensagem era do céu e trazia as credenciais divinas. “A mensagem atual — justificação pela fé — é uma mensagem de Deus; ela traz as credenciais divinas, pois os seus frutos são para a santidade” [Review and Herald de 3 de setembro de 1889]. “Mensagens contendo as credenciais divinas foram enviadas para o povo de Deus; a glória, a majestade, a justiça de Cristo, cheio de bondade e verdade têm sido apresentadas; a plenitude da Divindade em Jesus Cristo tem sido apresentada entre nós com beleza e amor, para encantar todos cujos corações que não estejam fechados com preconceito. Sabemos que Deus tem operado entre nós. Vimos almas volvendo-se do pecado para a justiça; vimos fé reavivada no coração dos contritos” [Review and Herald de 27 de maio de 1890. Citado em C.O.R.2, págs. 59 e 60].

Testemunho Adicional. “Agradecemos ao Senhor, de todo o coração, por termos luz preciosa para apresentar perante o povo, e nos regozijamos por ter uma mensagem para este tempo que é a verdade presente. As novas de que Cristo é nossa justiça trouxeram alívio para muitas, muitas almas, e Deus diz a Seu povo, ‘Segui em frente!’ A mensagem à Igreja de Laodicéia é aplicável à nossa condição. Quão claramente é retratada a posição daqueles que pensam que têm toda a verdade, que se orgulham de seu conhecimento da Palavra de Deus, enquanto o seu poder santificador não é sentido nas suas vidas. O fervor (131) do amor de Deus está faltando nos seus corações, mas é esse mesmo fervor de amor que faz do povo de Deus a luz do mundo” [Review and Herald de 23 de julho de 1889].

Pág. 131 {85} O Ônus da Mensagem. “Em cada reunião desde a Assembléia da Associação Geral, almas têm aceito a preciosa mensagem da justiça de Cristo. Agradecemos a Deus por existirem almas que percebem que estão em necessidade de algo que não possuem — o ouro da fé e amor, vestes brancas da justiça de Cristo, colírio de discernimento espiritual—. Se possuirdes estes dons preciosos, o templo da alma humana não será como um santuário profanado. Irmãos e irmãs, apelo-vos em nome de Jesus Cristo de Nazaré para obrarem onde Deus opera. Agora é o dia da graciosa oportunidade e privilégio” [ibidem].

Uma Reunião Descrita. Num artigo da Review and Herald de 5 de março de 1889, a Irmã White descreveu uma reunião em South Lancaster como segue: “Nunca vi um reavivamento avançar tão completamente, e ainda assim permanecer tão livre de agitação excessiva. Não houve incitamento ou apelos. As pessoas não eram chamadas à frente, mas houve uma percepção solene de que Cristo não veio chamar os justos mas os pecadores ao arrependimento. Os honestos de coração estavam prontos para confessar os seus pecados, e para dar frutos a Deus pelo arrependimento e restauração na medida do que estivesse em seu poder. Parecíamos respirar a atmosfera do céu. Anjos estavam realmente sobrevoando ao redor. Sexta-feira à noite o culto social começou às cinco, e foi concluído por volta das nove horas. . . . Houve muitos que testemunharam que, ao serem apresentadas as mensagens perquiridoras, tinham-se convencido à luz da lei como sendo pecadores. Tinham confiado em sua própria justiça. Agora viam-na como trapos de imundície, em comparação com a justiça de Cristo, que somente é aceitável a Deus. Conquanto {86} não tivessem sido abertos transgressores, viam-se depravados e degradados em seus corações. Tinham substituído o seu Pai celestial por outros deuses. Haviam lutado para refrear-se do pecado, mas depositaram confiança em sua própria força. Devemos ir a Jesus tal como somos, confessando nossos pecados e lançando as nossas almas desamparadas sobre o nosso compassivo (132) Redentor. Isso subjuga o orgulho do coração e é uma crucificação do eu” [C.O.R.2, pág. 62].

Pág. 132 {86} Em Battle Creek. Na Review and Herald de 12 de fevereiro de 1889 a serva de Deus descreveu um reavivamento em Battle Creek como segue: “O tema principal tratava da justificação pela fé, e essa verdade veio como alimento no tempo devido para o povo de Deus. Os oráculos vivos de Deus foram apresentados numa nova e preciosa luz. . . . Ao estes estudantes do colégio de Battle Creek, até então ignorantes da verdade da graça salvadora de Deus, abraçarem a causa de Cristo um após outro, que alegria houve nas cortes celestes. . . . Fez o meu coração alegrar-se de ver aqueles que haviam estado relacionados com a obra de publicações por um período de trinta anos se alegrando com os novos convertidos regozijando-se no seu primeiro amor. Eles expressavam sua alegria e gratidão de coração pelos sermões que haviam sido pregados pelo irmão Alonso T. Jones, e viam a verdade, bondade, misericórdia e amor de Deus como nunca antes tinham visto. Humilharam seus corações, confessaram seus pecados, e removeram tudo o que separava a sua alma de Deus, e o Senhor tinha colocado uma nova canção na sua boca, um hino ao Seu nome. Era evidente que um reavivamento havia ocorrido; pois expressavam a sua determinação de alma de trabalhar zelosamente para neutralizar a má influência que haviam exercido no passado. . . . Será que algum desses, que provaram do Pão da Vida, nunca aborrecerão o maná que lhes tinha sido tão doce a sua alma nessas reuniões?”

Grande Poder. “Tenho viajado de lugar para lugar assistindo a reuniões onde a mensagem da justiça de Cristo foi pregada. Considerava um privilégio estar ao lado de meus irmãos (*referindo-se Waggoner e Jones) e dar o meu testemunho com a mensagem para a época, e digo que o poder de Deus acompanhava a mensagem sempre que era pregada” [Review and Herald de 18 de março de 1890]. “Quando chegamos a Potterville, (*no estado americano de) Michigan, o irmão VanHorn disse, ‘Eu estou feliz por que esta reunião não é como as reuniões que tivemos no passado. Parece haver muito mais peso para a verdade. Não há tanta leviandade e brincadeira. As pessoas parecem ter uma percepção da solene importância da verdade’. Por que não devemos ter uma solene percepção da verdade neste tempo? Que lugar temos para brincadeiras e (133) leviandade aqui junto às fronteiras do mundo eterno?” [Review and Herald de 8 de junho de 1889.



Pág. 133 {86} O Propósito da Mensagem. A finalidade da mensagem procedente do céu, que veio a este povo em 1888 e posteriormente, foi descrita pela serva do Senhor na Review and Herald de 24 de novembro de 1904, como segue: “O Senhor em Sua grande misericórdia enviou uma mui preciosa mensagem ao Seu povo através dos pastores Waggoner e Jones. Essa mensagem devia trazer mais destacadamente perante o mundo o Salvador ressurreto, o sacrifício pelos pecados de todo o {87} mundo. Apresentava a justificação pela fé no Fiador; convidava o povo para receber a justiça de Cristo, que se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus. Muitos tinham perdido a Jesus de vista. Precisavam ter seus olhos dirigidos à Sua divina Pessoa, Seus méritos, e Seu amor imutável pela família humana. Todo o poder é entregue em Suas mãos para que possa dispensar ricos dons aos homens, transmitindo o inestimável dom de Sua própria justiça ao desamparado agente humano. Essa é a mensagem que Deus ordenou ser dada ao mundo. É a mensagem do terceiro anjo, que deve ser proclamada com grande voz, e acompanhada pelo derramamento de Seu Espírito, em grande medida” [Testemunhos Para Ministros, págs. 91 e 92].


Pág. 133 {87} A Mensagem do Terceiro Anjo. “A mensagem do evangelho de Sua graça era para ser dada à igreja em linhas claras e distintas para que o mundo não mais dissesse que os adventistas do sétimo dia falam da lei, mas não ensinam ou creem em Cristo. A eficácia do sangue de Cristo era para ser apresentada ao povo com refrigério e poder, para que a sua fé lançasse mão do seu mérito. . . . Durante anos a Igreja tem olhado para o homem, e esperado muito de homens, mas não olhando para Jesus, em Quem nossas esperanças de vida eterna estão centralizadas. Portanto, Deus deu a Seus servos3 um testemunho que apresentava a verdade como ela é em Jesus, que é a mensagem do terceiro anjo, em linhas claras e distintas” [idem, págs. 92 e 93].
“Vários me têm escrito indagando se a mensagem da justificação pela fé é a mensagem do terceiro anjo, e respondo: ‘É a mensagem do terceiro anjo em verdade’ [
Review and Herald de 1º de abril de 1890. Portanto, aqueles que não pregam a mensagem do terceiro anjo, no contexto da justiça pela fé, (134) não a estão pregando, em absoluto, isto é, em sua plenitude. No melhor das hipóteses, sua mensagem é apenas parcial com a parte da salvação deixada de fora.



Pág. 134 {87} As Expectativas. Por uma década ou mais, essa mensagem foi em frente, com poder, e onde quer que fosse pregada o Senhor estava presente pelo Seu Espírito para testemunhar que era uma mensagem do céu. Este texto era frequentemente citado “Vós vos haveis demorado neste monte”. O povo remanescente de Deus reconheceu-a como um apelo decisivo para deixar o deserto do pecado e entrar na boa terra da Canaã celestial. Acreditavam que ela iria trazer a chuva serôdia e uma obra rapidamente concluída. Aqueles que aceitaram a mensagem, e entraram na experiência que ela requeria estavam exultantes, porque acreditavam que sua peregrinação terrena estava terminada. Como os israelitas, não sabiam que suas esperanças seriam arruinadas bem junto às fronteiras de seu destino (*a Canaã celestial) por causa da descrença de alguns dos líderes que apresentaram um relatório falso da mensagem dada pelos servos de Deus.

Pág. 134 {88}5 Um Notável Livro. Em conexão com isto leia o capítulo 36, “O Senhor Nosso Salvador”, do livro Captains of the Host (Capitão dos Exércitos), escrito por Arthur W. Spalding. Nele é dado um vívido quadro da mensagem de 1888 de Justiça pela Fé e a atitude dos líderes para com a mensagem e os mensageiros.6

Outro Testemunho. Pouco antes da sua morte o pastor L. H. Christian, escreveu um manuscrito para um livro (nunca publicado) intitulado The Challenge of Our Pioneers (O Desafio dos Nossos Pioneiros). Falando do Pastor O. A. Olsen (*presidente da Ass. Geral de 1888-1897) ele escreveu: “Com sua administração veio o maior reavivamento espiritual até então experimentado por nosso povo. Em todos os lugares havia um volver-se para Deus por novo poder para ganhar almas para Cristo, e viver uma vida vitoriosa de genuína santificação. Aqueles foram, sem dúvida, dias de forte religião experimental. Centenas de jovens adventistas, bem como membros mornos chegavam a uma inteira, nova e feliz experiência. O próprio Pastor Olsen era um dos mais fortes pregadores de reavivamento que os adventistas já tiveram. ...

“O Pastor Olsen teve um lindo encerramento do seu período de nove anos de uma administração de reavivamento em 1897. Parece-me que estudantes da história adventista não deram a atenção e o crédito que ela mereceu. Foi um ponto decisivo de comprometimento na (135) experiência de muitos, e o início de um grande avanço missionário. Foi o adventismo no seu melhor. Deus abençoou maravilhosamente Seu trabalho, e houve um rápido progresso em todos os países. Foi uma das mais espirituais assembléias que os adventistas apreciaram. Nenhum boletim ou relatório pode fazer justiça a tal encontro missionário divinamente conduzido. ...

“O ponto alto da seção veio um dia em um concílio de oração e testemunho que durou de nove da manhã até cinco da tarde. Pessoalmente, eu nunca vi um encontro como este. Foi o meu último ano no colégio. ... O Pastor Olsen ganhou o coração de todos, por seu firme apego a Deus e sua sincera humildade. Todos os delegados confiaram nele.”

Pág. 135 {88}5 Outro Relatório. Em 1921 Alonzo T. Jones disse que durante as oito horas da reunião de testemunho, no último sábado da Assembléia Geral de College View, os delegados “confessaram uns aos outros,” e “e amaram e oraram uns pelos outros.” Foi, sem dúvida, neste encontro que o irmão J. H. Morrison fez sua confissão relativa a sua oposição à mensagem de justiça pela fé, e sua participação na crise de Minneapolis, e declarou “estar excluído de qualquer conexão com oposição, e pôs-se , corpo, alma e espírito na verdade e bênçãos da justiça pela fé, numa das mais finas e nobres confissões que eu jamais ouvi.” Mas este reavivamento não foi permanente em seus resultados. O glorioso espírito de reavivamento não foi seguido por uma reforma espiritual, e logo depois, veio a maior apostasia da nossa história. O Movimento do Advento voltou para o deserto de pecado por muitos anos mais de vagueação, e, assim, ocorreu outra demora na conclusão do trabalho e no retorno de Cristo.

Notas do tradutor:

1) A série de artigos de Ellen G. White chamada de “Leaflet Series” (literalmente Pequenas Folhas, ou Série de Folhetos ou Panfletos) tem por título “Notebook Leaflets from the Elmshaven Library,” cuja sigla usual é “NL”, pertence à biblioteca existente na casa em que ela residiu os últimos anos de sua vida, na Califórnia, no município de Santa Helena, perto do Hospital Adventista de Santa Helena.

2) O livro Cristo Nossa Justiça (Christ Our Righteousness), foi escrito pelo pastor Arthur G. Daniells, que foi presidente da associação Geral por 21 anos, de 1901 a 1922. Este livro é um estudo dos princípios da justificação pela fé como estabelecidos na Palavra de Deus e nos escritos do Espírito de Profecia, foi publicado em 1926 pela Associação Ministerial da Igreja Adventista do sétimo Dia, impresso pela Review And Herald publishing Association. A edição do livro COD (Christ Our Righteousness), citada aqui pelo pastor Taylor parece ser a edição original de 1926, pois este livro (O Êxodo e os Movimentos do Advento), do Pr. Taylor, foi escrito em 1937. Não consegui estabelecer a correlação das páginas aqui citadas com a edição que localizei na internet, e nem com a edição da CPB de que disponho, de 1990.

3) Note que em todas as páginas de Testemunhos para Ministros, da página 91 até a pág. 98, Ellen G. White está falando da mensagem e dos dois mensageiros de 1888, Alonzo Trevier Jones e Ellet José Waggoner.

4) O livro Captains of the Host (Capitão dos Exércitos), escrito por Arthur W. Spalding, foi publicado pela Review and Herald, Washington, DC, em 1949).

5) Obs.: Parece que esta pág. 88 foi omitida na edição mimeografada original de 1937—há uma página em branco. O capítulo seguinte começa na pág. 89 pelo que parece ser um erro tipográfico na paginação do documento original. Algumas cópias deste documento estão disponíveis e não contêm a pág. 88. Alguns creem ser espúria e, assim, não foi incluída na Edição The Gospel Herald. Realmente, dois autores citados nesta página, A. E. Spading e L. H. Christian, assumiram posição contrária a Ellen G. White, com respeito à mensagem de 1888. Mas o testemunho de A.T.Jones no final desta pág. 88, é muito valioso, e é forte indício, junto com outros fatores, da conclusão de que ele tenha se reconciliado com a igreja depois de um período de apostasia.

6) Também seria salutar ao estudarmos as lições de nº. 4 em diante, deste 4º trimestre de 2009, sobre Números, examinarmos, no contexto das afirmações acima, do pastor Taylor, diversas declarações do Espírito de Profecia, e aproveitamos para salientar as injunções com as nossa lições da escola sabatina, em negrito:

De Evangelismo, pág. 896, “Talvez tenhamos que permanecer neste mundo, por causa de insubordinação, muitos anos mais, como os filhos de Israel.”

Do Boletim da Conferência Geral de 1903, do que foi registrado em 30 de março daquele ano lemos: “Eu sei que se o povo de Deus tivesse preservado uma viva conexão com Ele, se tivesse obedecido a Sua Palavra, eles estariam hoje na Canaã celestial.”

De O Desejado de Todas as Nações, págs. 633 e 634, “Ao dar o evangelho ao mundo, está em nosso poder apressar a volta do nosso Senhor. Não devemos somente aguardá-la mas também apressar a vinda do dia de Deus, 2ª Pedro 3:12, KJV, à margem. Tivesse a igreja de Cristo feito a obra que lhe fora designada, como o senhor ordenara, o mundo todo teria, antes disto (*1898), sido advertido, e o Senhor Jesus teria vindo à nossa terra em poder e grande glória.”

Da Review and Herald, de 6 de Outubro de 1896, “Se os que reivindicam ter uma viva experiência nas coisas de Deus, tivessem feito sua obra designada, como o Senhor ordenara, o mundo inteiro já teria sido advertido, e o Senhor Jesus já teria vindo em poder e grande glória.”

De Testemunhos para a Igreja, vol. 6, pág. 449, “Tivesse o propósito de Deus sido executado pelo Seu povo, em dar ao mundo a mensagem de misericórdia, Cristo teria, antes disto (*1900), vindo à terra, e os santos teriam recebido as boas-vindas na cidade de Deus.”

De Testemunhos para a Igreja, vol. 8, pág. 115, “Se todos que unidamente trabalharam na obra de 1844 tivessem recebido a mensagem do terceiro anjo (*a mensagem de 1888) e a proclamado no poder de Espírito Santo, o Senhor teria operado poderosamente com seus esforços. Uma onda de luz teria brilhado sobre o mundo. Anos atrás (*isto é, antes de 1904), os habitantes do mundo teriam sido advertidos, a finalização da obra teria sido concluída, e Cristo teria vindo para a redenção do Seu povo.”

De Testemunhos para a Igreja, vol. 9, pág. 29, “Se cada soldado de Cristo tivesse cumprido sua tarefa, se cada atalaia nos muros de Sião tivesse dado à trombeta o sonido certo, o mundo teria , antes disso (*isto é, antes de 1909) ouvido a mensagem de advertência. Mas a obra esta anos atrasada.”

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