sexta-feira, 16 de outubro de 2009

LIÇÃO 3 — Adoração e Dedicação

A dedicação do santuário terrestre foi feita depois, e como consequência do velho concerto. O velho concerto foi dado pelo povo em sua promessa a Deus: "E então todo o povo respondeu a uma voz, e disse: Tudo que o Senhor tem falado, faremos" (Ex. 19:8), e, por ter assim prometido, estavam dizendo a Deus que eles podiam executar isto bem, sem a ajuda dEle. Como resultado, Deus deu-lhes as Dez Promessas em Êxodo 20 para dar lhes uma possibilidade de recebê-las como promessas ou, em sua mentalidade de velho concerto, torná-las numa lista de comandos que tinham que ser executados—que, naturalmente, é exatamente o que eles fizeram. Era o mesmo pecado de Adão e Eva quando tentaram fazer a próprias peças de roupa (de folhas de figueira) para substituir os mantos de luz que Deus lhes tinha dado quando foram criados.

Quando Israel confirmou (sim, eles realmente ratificaram!) sua promessa em Êxodo 24 (verso 3), Deus então instituiu um elaborado sistema (começando com o capítulo 25) que foi projetado para constantemente lembrá-los de que eles não podiam manter sua promessa, mas em vez disso, necessitou constantemente aplicar o sangue do sacrifício de Deus, que seria feito no futuro, e olhar para Ele, para manter Sua promessa a eles. Cada vez que eles quebravam sua promessa a Deus, eles participariam nesta representação (*em realísticos e vivos detalhes, fieis, naturais e reais), e repulsivo procedimento (*constante derramamento de sangue pelos adoradores). Era impossível para eles manterem sua promessa a Ele, Josué 24:19. Mas Deus mantem todas as Suas.

Todo isto foi feito no Lugar Santo, o primeiro compartimento do santuário que era dedicado ao sacerdócio diário dos pecados individuais. Neste lugar se encontrava o candelabro, a mesa dos pães da proposição, e o altar do incenso. Cada um destes móveis representavam os vários aspectos de Jesus Cristo e Sua obra com Seu povo em sua vida diária..

Alguns dos símbolos são como segue: O candelabro (menorah) com sua luz, fogo, e óleo, representa, respectivamente: Cristo como a luz do onipotente Deus, inerentemente criativo, e redentiva Palavra indo ao mundo inteiro pelo Seu povo, porque o purificador fogo está limpando os corações do desejoso povo de Deus pelo combustível poderoso do óleo do Espírito Santo de Deus.

A mesa dos pães da preposição representa Cristo como o pão da vida alimentando o povo de Deus, tanto temporária como espiritualmente, durante seu jornadear diário, e também representa o trono de Deus durante o caminhar diário do povo de Deus, durante a obra do ministério do primeiro apartamento, com as duas pilhas de pão, uma para o Pai e outra para o Filho. (Eles mais tarde se movem para entrar num novo nível do ministério no lugar Santíssimo; Primeiros Escritos, págs. 54-56.)

O altar do incenso com sua fumaça do incenso especial, representa, respectivamente, as orações constantes (fumaça entrando o lugar Santíssimo) do povo de Deus procurando a aplicação dos méritos (incenso) de Cristo aos seus corações.

O segundo compartimento do santuário (o lugar Santíssimo) era usado para a purificação anual do santuário — uma obra corporativa no Dia da Expiação. Isto incluía o limpar dos corações do povo de Deus, como parte e parcela do todo corporativo. O trabalho neste lugar representa a purificação da igreja de Deus (inclusive os corações de Seu povo) nos últimos dias em preparação para os acontecimentos finais especiais da história da terra.

O estudo do Dia da Expiação vastamente excede o alcance destas introspecções (*e da lição desta semana), portanto eu não escreverei mais aqui sobre isso. No entanto, eu fecharei com algumas citações de A. T. Jones, um dos mensageiros de 1888:

"'Quem poderá subsistir no dia da Sua vinda? Quem ficará de pé quando ele aparecer? pois Ele ‘é como um FOGO purificador'. Então, quando eu O encontro agora, no fogo consumidor que Ele é, encontro-O num fogo que refina, que purifica. 'E Ele sentar-Se-á como um refinador e depurador de prata: e purificará os filhos de Levi, e os purificará como ouro e prata, para que eles possam oferecer ao Senhor uma oferta em justiça'. Isso é separação do pecado; isso é purificação do pecado. E isso nos põe onde oferecemos uma oferta ao Senhor em justiça: tornamo-nos os servos de justiça e santidade, para que nós possamos encontrar o Senhor. Então, louvado seja o Senhor que ele é um fogo consumidor, —que é como um fogo purificador.

"… Naquele dia Seus olhos descansarão sobre cada de nós, e Ele olhará firme para nós. Quando esses olhos, nesse grande dia, repousarem sobre cada um de nós, e olhar claramente para nós, o que aquele olhar fará por cada um que estiver envolvido, corpo e alma, em pecado? — Consumirá o pecado, e o pecador juntamente com ele; porque ele não seria separado do pecado. E hoje, exatamente agora, esses olhos são os mesmos que serão naquele dia".

"Toda a Escritura é fundada sobre este pensamento, — que não é contra a pessoa que a ira de Deus vem, mas contra a coisa a que a pessoa se agarrou,. Então, como o Senhor executa vingança principalmente só contra o pecado, como sua ira é unicamente contra a impiedade e a injustiça, e ele fez tudo que podia para fazer as pessoas se separarem do pecado, então, naquele dia flamejante, quando Ele vem, e Se revelar ao mundo, e o mundo O vê-o como Ele é, ainda será somente contra o pecado que Ele executará vingança".

"Só ao o homem se agarrar à sua impiedade, só ao ele segurar a verdade em injustiça, que deve a ira de Deus ser revelada do céu contra ele: e mesmo então não contra ele principalmente, mas contra o pecado a que ele se agarra, e não abandona. E como ele assim fez sua escolha, agarrando-se rapidamente à sua escolha, ele deve tomar as consequências da sua escolha, quando sua escolha terá alcançado seu auge" (Nosso Deus é um Fogo Consumidor, págs. 16, 17, 8, 3).

"O encerramento do mistério de Deus é o fim do trabalho do evangelho. E o fim do trabalho do evangelho é, primeiro, a eliminação de todo vestígio de pecado e o trazer da justiça eterna — Cristo plenamente formado — dentro de cada crente, Deus só manifesto na carne de cada crente em Jesus; e, segundo, por outro lado, o trabalho do evangelho, sendo terminado, significa só a destruição de todo aquele que então não terá recebido o evangelho (2ª Tess. 1:7-10): porque não é este o modo de Senhor manter os homens com vida, quando o único possível uso que eles farão da vida é amontoarem mais miséria para si mesmos" (O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã, pág. 119; ed. Alegres Novas).

Os nossos corpos são também o templo de Deus (1ª Cor. 6:19). Vamos nos rededicar hoje ao trabalho do fogo refinador de Deus.

Craig Barnes

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

Nota do tradutor:

1) O Comentário Bíblico, sobre o vs. 8, diz, “‘e me farão um santuário, e habitarei no meio deles.’ O santuário trazia Deus mais perto do Seu povo, e tornava a Sua presença entre eles real.

‘‘E habitarei no meio deles.’ Em um sentido espiritual, Deus sempre procurou habitar com os homens, e não pode ‘descalçar’ até que o tenha conseguido, Salmo 132: 13-16, primeiro nos corações de Seu povo individualmente, 1ª Cor. 3:16 e 17; 6:19; e, então, no meio de qualquer grupo reunido para adorá-Lo, Mat.18:20. O sistema centrado no santuário terrestre apontava para Cristo, que, depois ‘habitaria’, literalmente, entre os homens, João 1:14.

“A palavra hebraica shakan, ‘habitar’ significa ser um residente permanente numa comunidade. É intimamente relacionada com a palavra Shekinah, usada para a manifestação da glória divina que tomou seu acento sobre o propiciatório (ver Patriarcas e Profetas, pág. 349). O Shekinah era um símbolo s presença divina, no qual Deus prometeu habitar entre eles,’ ver Ex. 25:22” (Comentário Bíblico, vol. 1 da série SDABC, pág. 635 e 636.