sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Lição 5 — Das Murmurações à Apostasia

A lição da segunda-feira corretamente salienta que a "Pressão (*está) na Liderança". O próprio Jesus enviou uma mensagem ao anjo da Igreja de Laodicea. Esta mensagem poria pressão em qualquer um que a recebesse. Quem quer confessar que é cego, nu, miserável, e desgraçado? Como é difícil confessar algo se se reivindica o contrário! A triste história dos judeus serve como uma razão para arrepender-se rapidamente e aceitar a "objeção" de Jesus contra nós como um povo.

A lição para esta semana baseia-se na história.

1º) Enquanto acampados ao pé do Monte Sinai, Deus deu a Lei e instruções para construir um Santuário. Mas por que o santuário foi construído? "Em Ex. 25:8 vemos o porquê o santuário foi construído. ... O motivo por que era para ser construído, é um das coisas mais tristes que encontramos nas Escrituras. ‘E me farão um santuário, para que eu posso morar entre eles'! Que coisa triste! que o povo de Deus, a quem Ele tinha libertado do cativeiro para o expresso propósito de morar, não simplesmente entre eles, mas neles, teve que ter um casa feita, com mãos, a fim de que Sua glória pudesse ser vista entre eles. Assim o santuário era primeiramente uma testemunha da presença de Deus e da fé dos filhos de Israel. ... Foi chamado por Estevão de 'o santuário do testemunho,' porque ambos, ele e as taboas da lei dentro dele, eram testemunhas contra a incredulidade dos israelitas (Ellet J. Waggoner, "The Tabernacle of Witness" (O Santuário do Testemunho) http://1888mpm.org/articles/tabernacle-witness).1

Foi ai, no Monte Sinai que o bezerro de ouro (Ex. 32) foi feito e adorado como o deus que os tirou de Egito. "Satanás, inicialmente, não pede às pessoas a tornarem-se ateus, mas pede que coloquem ao lado do Deus verdadeiro outros deuses também" (Waggoner, American Sentinel (O Sentinela americano), "Não Permita que Haja Nenhuma Aliança com Roma," agosto de 1888).

2º) Números 11: Esta história ocorreu (*depois de) apenas três dias no Monte Sinai num lugar chamado Taberá (que significa, um fogo; ou Quibrote-Ataavá, vs. 34, significando ‘túmulos do desejo’, ou, ‘do apetite’) porque ali enterraram os mortos que cederam ao desejo. Este é um relato muito lamentável. "Queixou-se o povo falando o que era mal aos ouvidos do Senhor; e ouvindo o Senhor a Sua ira se acendeu; e o fogo do Senhor ardeu" (vs. 1). O Pão da Vida (maná) era desagradável (*ao paladar deles) e eles não tiveram nenhum apetite por ele, mas ansiavam pelo alimento do Egito. Deus deu-lhes a carne que eles queriam e a morte estava na primeira mordida. Assim também, Deus enviou uma mensagem ao Seu povo em 1888 e havia pouco apetite por ela também. A mensagem enviada pelos Seus mensageiros escolhidos, com credenciais do céu, foi rejeitada por muitos devido às ações dos que assistiram à conferência. Satanás tem um ódio pessoal contra esta mensagem de Cristo e Sua justiça e empregará qualquer método ou pessoa possível para silenciá-la. A razão é que esta é a ÚNICA mensagem que dá vitória sobre pecado e põe seus cativos em liberdade (*Grifamos).

3º) Números 12: "Em Hazerote, o próximo acampamento depois de deixar Tabera" (Quibrote-Ataavá), Arão e Miriã ficaram enciumados contra Moisés. ... Deus tinha escolhido Moisés, e tinha posto Seu Espírito sobre ele; e Miriã e Arão, por seus murmúrios, foram culpados de deslealdade, não só a seu líder designado, mas ao próprio Deus. ... “assim ira do Senhor contra eles se acendeu; e retirou-Se”(*vs. 90). “A nuvem se retirou de sobre o tabernáculo... e eis que Miriã foi castigada" e o acampamento ficou parado por sete dias (*vs.15). Não até ela ser banida do acampamento o símbolo do favor de Deus outra vez repousou sobre o santuário. Em respeito pela alta posição dela, e pela mágoa do golpe que tinha caído sobre ela, a companhia inteira permaneceu em Hazerote, esperando seu retorno" (Patriarcas e Profetas, pág. 385).

Em 1888 Deus escolheu Waggoner e Jones e lhes deu uma mensagem especial para Seu povo. Reclamadores excitaram ciúme contra eles. Esta deslealdade a Deus causou uma demora em Deus derramar a plenitude do Seu Espírito Santo. É-nos dito que o começo do derreamento da última Chuva (*Serôdia) começou em Minneapolis quando Sua mensagem foi dada.

4º) Números 13 e 14: Nossa última parada é o deserto de Parã. Aqui a terra de Canaã está à vista e 12 espias são enviados a expiar a terra, e retornaram depois de 40 dias. Dez espiões mentiram e provocaram o povo, e dois espiões contaram a verdade. O povo tentou matar os dois espiões, e o povo recusou entrar em Canaã.

As semelhanças a Minneapolis são claras. Calebe e Josué falaram a verdade e o profeta Moisés testemunhou esta verdade. Em 1888, Waggoner e Jones falaram a verdade e a profetisa Ellen White testemunhou esta verdade. Ambos acontecimentos tiveram dois homens e um profeta, um grupo que rejeitou os mensageiros e a mensagem (*a maioria), e ambos contiveram uma consequência. Note cuidadosamente, Calebe e Josué tiveram que (*cumprir a pena junto com os infiéis), permanecer com a congregação enquanto vaguearam por logos 40 anos. Deus nunca os sancionou para deixarem a igreja porque tivessem razão. Permaneceram na igreja, e entraram em Canaã quando o orgulho e auto-suficiência foram superados pela fé de Jesus.

O antídoto de Deus guarda contra eventual apostasia: "A mensagem do terceiro anjo é a proclamação dos mandamentos de Deus e a fé de Jesus Cristo. Os mandamentos de Deus foram proclamados, mas a fé de Jesus Cristo não tem sido proclamada pelos Adventistas do Sétimo Dia como de igual importância, a lei e o evangelho indo de mãos dadas. Eu não posso achar linguagem para expressar este assunto em sua plenitude" (Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 1, pág. 217; ênfase adicionada).

A fé de Jesus é igual em importância aos mandamentos de Deus. Ellen White compartilha esta boa nova: "Tudo que o homem talvez possa fazer para a própria salvação é aceitar o convite" (Mensagens Escolhidas, livro 1, pág. 343). E, "E que seja proclamado que no homem não mora nenhuma coisa boa e que tudo deve ser recebido como um dom, e imediatamente alguém é ofendido" (Waggoner, As Boas Novas, pág. 113; ênfase acrescida).

Em Atos 7 Estevão traça a história dos judeus, uma história de queixas, orgulho, e auto-suficiência, de Abraão à cruz. Ele concluiu sua lição com estas palavras aos então comprometidos líderes de Israel: "Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido! Vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais".

A voz de Deus ainda fala enquanto a rebelião continua, no entanto, se hoje ouvirdes a Sua voz, não endureçais os vossos corações, como alguém faria se estivesse em rebelião

Daniel Peters

Nota do Tradutor.

1) Prezado irmão, para dar uma idéia mais ampla, valendo-me do endereço eletrônico fornecido pelo pastor Daniel Peters, traduzi três parágrafos a mais do artigo de Waggoner intitulado “O Santuário do Testemunho.” ("The Tabernacle of Witness"):

Em êxodo 25:8 vemos por que o santuário foi construído. Deus disse ... "Deixe que eles Me façam um santuário, para que eu posso morar entre eles" (KJV). Num sentido isto era uma grande honra — Moisés disse, "Que nação há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor nosso Deus, todas as vezes que O invocamos?" Deuteronômio 4:7. Mas quando consideramos a questão mais detidamente, o comando para construírem o santuário, junto com a declaração do porquê devia ser construído, é um das coisas mais tristes a ser encontrada nas Escrituras. "Deixe que eles Me façam um santuário, para que eu posso morar entre eles" (KJV). Que coisa triste! Que o povo de Deus, a quem Ele tinha libertado do cativeiro para o propósito expresso de morar, não simplesmente entre eles, mas neles, tiveram que ter uma casa feita com mãos, a fim de que Sua glória talvez pudesse ser vista entre eles. Assim o santuário era primeiramente uma testemunha de presença do Deus e da incredulidade dos filhos de Israel.

“O Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens” (*Atos 7:48). "Assim diz o Senhor, O céu é o Meu trono, e a terra o escabelo dos Meus pés; que casa Me edificareis vós? E qual seria o lugar do Meu descanso? Porque a Minha mão fez todas estas coisas” (*Isaias 66: 1 e 2). É evidente que o santuário construído por Moisés não podia ser o lugar da real moradia de Deus, e cada judeu devia ter sido impressionado por essa verdade, cada vez que olhasse para ele. Salomão sabia bem disso, pois na dedicação do templo que ele construiu, o qual era muito maior e mais grandioso que o primeiro santuário, ele disse, "Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus, não Te poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado"!, 1º Reis 8:27. Qual, então é o lugar da morada de Deus? Ele mesmo o indicou, depois de pedir, “que casa Me edificareis vós? E qual seria o lugar do Meu descanso? Mas para esse homem olharei, para o pobre e abatido de espírito, que treme da Minha palavra" (*Isaias 66:1 e 2). “Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo” (1ª Coríntios 3: 16 e 17). O corpo humano é o templo do Espírito Santo, 1ª Coríntios 6:19. Este é o verdadeiro lugar da morada de Deus.

Quando a Jesus foi pedido prova da Sua missão divina, Ele disse, “Derribai este templo, e em três dias o levantarei” (*João 2:19). Nesta ocasião Ele estava no templo Judaico, e, embora ele não tenha dado nenhuma explicação, Ele esperou que as pessoas entendessem que, “falava do templo do Seu corpo” (* vs. 21). Tão evidente é que o corpo humano, e não um edifício artificial, é o templo do Senhor, que os judeus deviam ter entendido seu significado sem qualquer explicação. Ele era o templo de fato, porque a lei de Deus estava dentro do seu coração (Salmo 40:8), não em tipos gráficos mortos, mas como o Espírito de vida, na Pedra Viva. Portanto é por isto que Ele é "a testemunha fiel e verdadeira" (*Jer. 42:5 e Apoc. 3:14). A nós o Senhor diz, "Vós sois minhas testemunhas, o Meu servo que a quem escolhi; para que saibais e Me creiais, e entendais que Eu Sou O mesmo, e que antes de Mim deus nenhum se formou, e depois de Mim nenhum haverá” (Isaias 43:10). “Eu anunciei, e Eu salvei, e Eu o fiz ouvir, e deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as Minhas testemunhas, diz o Senhor, Eu Sou Deus” (vs. 12).

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Capítulo 7 — A Mistura de Gente

O Êxodo e os Movimentos do Advento

em Tipo e Antítipo, escrito pelo pastor Taylor G. Bunch

Capítulo 7 — A Mistura de Gente

Pág. 42 {26} Não (*Eram) Todos Israelitas. Êxodo 12:37,38. "Com eles”: indica que estes não eram deles e, portanto, não eram israelitas. “Uma grande mistura” (margem da KJV); “Muita mistura de gente” (Almeida Fiel); “Grande mistura de gente” (Alm. Contemporânea); "Muitos estranhos” (Fenton). Quem eram estes "estranhos" que compunham a "multidão mista," e por que eles se uniram ao movimento? "Nesta multidão não estavam somente os que foram impelidos pela fé no Deus de Israel, mas também um muito maior número que queria só escapar das pragas, ou que seguiam a multidão que caminhava, impelidos meramente por excitação e curiosidade. Esta classe sempre foi um obstáculo e uma armadilha para Israel" [Patriarcas e Profetas, pág. 281]. Muitos deles eram indubitavelmente egípcios, e outros uma mistura das raças hamítica1 e semítica como resultado de casamentos mixtos.

Motivo Egoísta. Com algumas exceções esta multidão era controlada por um motivo egoísta. Por causa dos julgamentos terríveis de Deus sobre os inimigos do Seu povo eles pensaram que era mais seguro lançar sua sorte com os israelitas. Não só desejavam escapar das pragas, mas tinham ouvido os radiantes relatos da terra prometida, como um país que "mana leite e mel, e é a glória de todas as terras” (Ezequiel 20:6). Queriam compartilhar com Israel da herança de Canaã e habitar em cidades já construídas, e comer os frutos de vinhas e pomares já plantados.

Criadores de Problema. A mistura de gente que viajou com Israel, mas nunca eram de Israel, causou a maioria dos problemas pelo caminho à terra prometida. Eram os autores da maioria das apostasias e rebeliões que retardaram a entrada de Israel na terra prometida quarenta anos. "A multidão mista que saiu com os israelitas de Egito foram uma fonte ininterrupta de tentação e problemas. Professavam ter renunciado à idolatria, e adorar o verdadeiro Deus; mas sua educação e treinamento anteriores tinham moldado seus hábitos e caráteres, e eles eram mais ou menos corrompidos com idolatria e com irreverência por Deus. Eram geralmente os que provocavam contenda, e eram os primeiros a (43) queixarem-se, e fermentarem o acampamento com suas práticas idólatras e seus murmúrios contra Deus" [Patriarcas e Profetas, pág. 408].

Pág. 43 {26} Os Reclamadores. A multidão mista eram críticos especialmente da liderança do movimento do êxodo. Eram lamuriosos crônicos e nada os satisfazia. Foram “derrubados no deserto” e não permitidos entrar na terra prometida porque "desprezaram a terra aprazível" e "não creram" na palavra de Deus, Salmo 106:24-26. "Depois de três dias’ de viagem, queixas abertas foram ouvidas, que se originaram com a multidão mista, muitos da qual não estavam plenamente unidos com Israel, e continuamente procuravam por alguma causa de censura. Os reclamantes não estavam satisfeitos com a direção da jornada, e eles continuamente criticavam a maneira em que Moisés os dirigia, embora eles bem soubessem que ele, assim como eles, seguiam a nuvem guia. O descontentamento é contagioso e logo se espalhou no acampamento" [Patriarcas e Profetas, pág. 377]. Sua amarga crítica da liderança do movimento, {27} que eles queriam dirigir, levaram-nos a começar movimentos paralelos, dos quais havia muitos, e que logo deram em nada.

Pág. 43 {27} A Apostasia no Sinai. A primeira grande apostasia do movimento de êxodo foi no Monte Sinai, Êxodo 32:1-6. Esta apostasia aconteceu enquanto Moisés estava em cima no Monte e originou-se com a multidão mista. "Enquanto Moisés estava ausente, foi um tempo de espera e incerteza para Israel. ... Durante este período de espera, houve tempo para meditarem sobre a lei de Deus que eles tinham ouvido, e preparar os seus corações para receberem as demais revelações que Ele pudesse fazer a eles. Não tiveram muito tempo para este trabalho; e se tivessem assim procurando um entendimento mais claro do que Deus requeria, e humilhassem seus corações diante dEle, teriam sido protegidos da tentação. Mas eles não fizeram isto, e logo tornaram-se negligentes, desatentos, e confusos (*sem lei). Especialmente era este o caso com a mistura de gente (*Êxodo 12:38). Estavam impacientes para iniciar a jornada para a terra da promessa — a terra que mana leite e mel. ... Houve alguns que sugeriram um retorno ao Egito, mas a maioria do povo estava determinada a não mais esperar por Moisés, nem para avançarem para Canaã nem para retornarem ao Egito. Sentindo-se desamparados (44) na ausência de seu líder, eles retornaram às suas velhas superstições. A ‘multidão mista’ foi a primeira a condescender com murmúrios e impaciência, e foram os líderes na apostasia que se seguiu" [Patriarcas e Profetas, págs. 315, 316].

Pág. 44 {27} Queixaram-se da Dieta. Numere 11:4-6, 10. A multidão mista não gostou dos princípios de reforma de saúde que o Senhor tinha dado ao movimento do êxodo, e eles cobiçaram a dieta que tinham no Egito. Relembraram aos israelitas do que eles tinham para comer no Egito e eles também começaram a queixar-se do alimento que Deus lhes tinha dado. "Outra vez começaram a clamar por carne para comer. Embora abundantemente suprido com maná, eles não estavam satisfeitos. Os israelitas, durante seu cativeiro no Egito, tinham sido compelidos a subsistir com o mais comum e simples alimento; mas o aguçado apetite, causado por privação e trabalho forçado, os tornou apetitosos. Muitos dos egípcios, no entanto, que estavam agora entre eles, tinham sido acostumados a uma dieta luxuosa; e estes foram os primeiros a queixar-se" [Patriarcas e Profetas, pág. 377]. "A multidão mista" portanto, era composta de egípcios que estavam "entre" os israelitas.

Na Periferia de Acampamento. Número 2:2, 17; Deuteronômio 23:7, 8. "À multidão mista que tinha acompanhado Israel desde o Egito não foi permitido ocupar posições entre as tribos, mas tinham que habitar nos arrabaldes do acampamento, e seus filhos deviam ser excluídos da comunidade até a terceira geração" [Patriarcas e Profetas, pág. 375]. "Uma vez, o filho de uma mulher israelita e de um egípcio, um da multidão mista que veio com Israel do Egito, deixou o seu local no acampamento e entrou no dos israelitas, e reivindicou o direito de armar sua tenda ali. Isto a lei divina o proibia fazer, pois os descendentes de um egípcio eram excluídos da congregação até a terceira geração. Uma disputa surgiu entre ele e um israelita, e a questão sendo levada aos juizes foi decidido contra o transgressor" [Patriarcas e Profetas, pág. 407. (Leviticos 24)

Pág. 44 {28} O Movimento do Advento. 1ª Coríntios 10:5-11. O movimento do advento encara as mesmas tentações e perigos e portanto é amaldiçoado com uma multidão mista. Quem são eles? Devem ser os murmuradores, reclamadores, críticos, idólatras, fornicadores, e o elemento mundano que sempre cobiça as (45) coisas do mundo e as panelas de carne de Babilônia. São os inconversos e os meio-convertidos que têm a teoria da verdade sem a experiência da justiça. São babilônios ou, na melhor das hipóteses, somente meio cristãos e meio mundanos; meio israelita e meio egípcio. Seguem o Senhor "à distância" e permanecem na periferia do acampamento. Este elemento do mundo está sempre procurando trazer para a igreja prazeres e sistemas do mundo. Parece impossível para eles distinguir entre o certo e o errado; entre o que é adequado e o que é impróprio para o cristão. Sua espiritualidade está num baixo declínio e seus padrões arrastam-se no pó.

Pág. 45 {28} Ameaça ao Movimento. A multidão mista no Israel moderno manteve o movimento vagueando pelo deserto do pecado. Impediram as bênçãos da primeira e da última chuva e retardaram a vinda de Cristo. São os líderes e seguidores nos desdobramentos e apostasias nos quais havia muitos e existirão muitos mais. Cometem as abominações na igreja sobre que o fiel suspirará e chorará quando o selo de Deus for impresso (*nas testas de Seu povo). São as "virgens tolas” e os "maus servos” que “dizem nos seus corações, meu Senhor tarde virá," e portanto tornam-se negligentes e mundanos. São uma ameaça ao progresso do movimento e devem ser mantidos na periferia do acampamento e não permitidos a controlar a igreja, compor nem dominar sua liderança. São de fato uma "grande mistura" de "estranhos" em Sião.

Uma Multidão. Este mundial e murmurante elemento não é pequeno. Constitui-se de uma multidão. A metade das dez virgens representando o povo do advento eram desta classe "louca". Falando da causa do baixo declínio espiritual na igreja, a serva do Senhor escreveu: "E o que causou esta condição alarmante? Muitos que aceitaram a teoria da verdade, não tiveram uma verdadeira conversão " [Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, pág. 218]. "Foi-me mostrado que deve haver um grande despertamento entre o povo de Deus. Muitos dos que estão nos livros da igreja não são convertidos [Review and Herald, de 13 de agosto de 1889]. "Logo o povo de Deus será testado por provas ardentes, e a grande proporção dos que agora parecem ser genuínos e verdadeiros provarão ser metal (46)_vil" [Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, pág. 136; Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 31]. "Quando multidões de falsos irmãos forem distinguidos dos verdadeiros, então os escondidos serão revelados, e com hosannas se alistarão sob a bandeira de Cristo" [Idem, pág. 81].

Pág. 46 {28} Por que Unir-se ao Movimento? Por que este povo inconverso unem-se ao Movimento do Advento, e por que eles permanecem nele e mesmo tentam controlá-lo? Porque estão convencidos da teoria da verdade da mensagem do advento, e têm a esperança de deslizarem para dentro do reino e assim partilharem dos benefícios e privilégios da "herança dos santos na luz" (*Col. 1: 12). Ficaram emocionados com as descrições da Canaã Celestial e querem compartilhar de suas alegrias e glórias. Eles também ouviram das sete últimas pragas e estão ansiosos por {29} escapar delas. São controlados por motivos egoístas e enquanto estão no movimento seus corações e interesses estão centrados no mundo ou no Egito.

Pág. 46 {29} Purgados pela Sacudidura. O movimento de êxodo foi purgado pelo sacudidura dos rebeldes que compunham esta multidão mista, Eze. 20:35-38. O Senhor não enviou uma mensagem declarando que a igreja tinha se tornado Babilônia e que os fieis devem se separar e fundar um novo movimento sob uma nova liderança. Ele limpou o movimento sacudindo os rebeldes. A nenhum dos rebeldes foi permitido entrar em Canaã, Num. 14:22-24; 32:11-15. A purificação final veio em Baal-Peor nas barrancas do Jordão quando 24.000 da multidão mista foram eliminados, veja Num. 25 e 26. "Os juízos que caíram sobre Israel, por seu pecado em Sitim2, destruíram os sobreviventes da vasta multidão, que, quase quarenta anos antes, tinham incorrido na sentença, ‘Certamente morrerão no deserto'” [Patriarcas e Profetas, pág. 456].

O Antítipo. O movimento do Advento será limpado e purificado da mesma maneira: —Pelo sacudir da multidão mista. O Senhor nunca enviará uma mensagem declarando que a igreja caiu e portanto é rejeitada e torna-se Babilônia. É-nos dito que esses que recebem tal fardo não são de Deus mas estão sob inspiração satânica. É por esta razão que todos desdobramentos e apostasias no passado deram em nada e todo os do presente e do futuro devem também vergonhosamente fracassar. Estes falsos movimentos contudo (47) são bênçãos em disfarce porque constituem uma parte do processo de peneiração pelo qual o debulho e lixo da multidão mista são sacudidos para fora. "Deus despertará Seu povo; se outros meios fracassarem, heresias entrarão entre eles, que os peneirará, separando o trigo do debulho" [Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, pág. 707]. As apostasias e desdobramentos do movimento de Advento são compostos de "debulhos" e eles chamados simplesmente de "debulha" de nosso meio (*são separados pelo processo de peneiramento em que a palha, ou casca do grão e é lançada fora). Eles portanto prestam um valioso serviço ao movimento do Advento.

Pág. 46 {29} Reforma Espiritual. Nee. 13:3. O movimento de Advento será purificado por um grande renascimento espiritual e reforma trazidos pela pregação da mensagem laodiceana. Esta mensagem purificadora, sacode para fora o mundano e o rebelde, veja Primeiros Escritos, pág. 270. O propósito de todas as reformas espirituais é separar o falso da verdade; o trigo do debulho; a multidão mista do Israel verdadeiro. Logo que a sacudidura realizar seu trabalho e a igreja for purificada, a última chuva (*a serôdia) cairá, o trabalho rapidamente será terminado, de repente, em justiça. "Então uma multidão, não de nossa fé, vendo que Deus está com Seu povo, unir-se-á com eles em servir o Redentor [C.O.R., pág. 156, 157, veja também Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, págs. 80-82.

O Leais. Só o fiel e leal, que, como Josué e Calebe, "têm outro espírito neles" e "totalmente seguiram o Senhor", entrará na Canaã Celestial. Rev.14:1-5, 12; 22:14. "Esses que vêm em cada ponto, e passam em cada prova, seja a que preço for, atendem o conselho da Testemunha Verdadeira, e receberão a última chuva, (*a serôdia) e assim estão preparados para a trasladação" [Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, pág. 186 e 187, ou Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 65; veja também o vol. 5, págs. 214, 216].

Notas do tradutor:

1) João Hanning Speke, grande pesquisador inglês, diz que esta raça hamítica foi resultante de mestiçagem entre semitas e camitas. Outros entendem que incluía Egípcios, Núbios, Abissínios, etc...


2) Sitim, Num. 25:1; Josué 2:1; Miquéias 5:6. Local chamado em aramáico de “prado das acácias”. Local na planície de Moab, quase em frente a Jericó.


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domingo, 25 de outubro de 2009

Capítulo 21 - A ALTERAÇÃO DO PROPÓSITO DE DEUS

O Êxodo e os Movimentos do Advento

em Tipo e Antítipo, por Taylor G. Bunch


Capítulo 21 - A ALTERAÇÃO DO PROPÓSITO DE DEUS

Pág. 145 {95] Em Tipo. Números 14:32-34. "Conhecereis a minha ruptura da promessa" (*vs.24, ú.p.,) KJV. Conhecereis o Meu afastamento” (*idem, Almeida Fiel). “Conhecereis o Meu desagrado” (*idem, Almeida Contemporânea Thompson). "Sempre, desde que saíram do Egito, estivera Satanás constantemente em atividade para lançar estorvos e tentações em seu caminho, a fim de não herdarem Canaã. E pela sua incredulidade lhe haviam repetidas vezes aberto a porta, para resistir ao propósito de Deus" [Patriarcas e Profetas, pág. 423]. "Deus tornara privilégio e dever deles entrar na terra no tempo por Ele designado; mas, pela sua voluntariosa negligência, fora retirada aquela permissão. Satanás conseguira seu objetivo impedindo-os de entrar em Canaã" [idem, pág. 392]. Através dos dez espias infiéis Satanás teve êxito em fazer Israel retornar ao deserto.



Deus Desonrado. "Moisés expôs-lhes fielmente os seus erros e as transgressões de seus pais. Haviam eles muitas vezes se sentido impacientes e revoltados, por causa de sua longa peregrinação pelo deserto; mas o Senhor não era culpado por esta demora em possuírem Canaã; Ele Se afligia mais do que eles por não poder levá-los à posse imediata da Terra Prometida, e mostrar assim, perante todas as nações, Seu grande poder no libertamento de Seu povo. Com sua falta de confiança em Deus, com seu orgulho e incredulidade, não estavam preparados para entrar em Canaã. De nenhuma maneira representariam o povo cujo Deus era o Senhor; pois não tinham o Seu caráter de pureza, bondade e benevolência. Se seus pais houvessem se entregado pela fé à direção de Deus, sendo governados pelos Seus juízos, e andado em Suas ordenações, teriam, desde muito tempo, se estabelecido em Canaã, como um povo próspero, santo e feliz. Sua demora para entrar na boa terra desonrou a Deus, e desmereceu a Sua glória à vista das nações circunjacentes" [idem, pág. 464].

Deus Humilhado. Da captura de Jericó, lemos: "Por muito tempo Deus tinha concebido dar a cidade de Jericó ao Seu povo favorecido, e engrandecer o Seu nome entre as nações da Terra. Quarenta anos antes, quando tirou Israel da escravidão, Ele havia (146) proposto dar-lhes a terra de Canaã. Mas, pelas suas ímpias murmurações e ciúmes, que provocaram a Sua ira, Ele lhes permitiu vagar durante penosos anos no deserto, até que todos aqueles que O havia insultado com sua incredulidade não mais existiam. Na captura de Jericó, Deus declarou aos hebreus que os seus pais poderiam ter possuído a cidade quarenta anos antes, houvessem eles confiado nEle como fizeram seus filhos" [Testemunhos para a Igreja, vol. 4, pág. 162].



Pág. 146 {95] A promessa de Deus Revogada. "Deus havia declarado que lhes daria o país, e deviam ter plena confiança de que Ele cumpriria a Sua palavra. ... Em sua incredulidade estavam limitando a obra de Deus, e desconfiando da mão que até ali os havia guiado. ... Eles distorceram a verdade a fim de realizar o seu propósito funesto. ... Assim, manifestaram o seu desrespeito para com Deus e os líderes que Ele havia designado para os conduzir. ... Moisés prevaleceu com Deus, para poupar o povo, mas por causa de sua arrogância e incredulidade o Senhor não podia ir com eles para operar numa forma miraculosa em seu favor. Portanto, em Sua divina misericórdia Ele lhes recomendou que adotassem o caminho mais seguro, voltando para o deserto em direção ao Mar Vermelho. Ele também decretou que, como {95} castigo por sua rebelião, todos os adultos que deixaram o Egito, com exceção de Calebe e Josué, deviam ser excluídos de Canaã. Tinham falhado completamente em manter a sua promessa de obediência a Deus, e isto O liberou da aliança que tinham tão repetidamente violado” [ibidem, págs. 149-153]. "Deus tivera o propósito de melhores coisas para eles" [Patriarcas e Profetas, pág. 428].



Pág. 146 {96] Aplicação Moderna. 1ª Coríntios 10:11. "A história do relatório dos doze espiões tem uma aplicação para nós como povo. As cenas de covardes queixumes e de fuga à ação quando há riscos a serem enfrentados, são revividas entre nós hoje. A mesma indisposição é manifestada em ouvir relatórios fiéis e verdadeiro conselho como nos dias de Calebe e Josué. ... Satanás está bem desperto, e trabalhando sutilmente nestes últimos dias, e apela a homens de coragem e força espiritual para resistirem a suas artimanhas. ... A igreja precisa de fiéis Calebes e Josués que estejam prontos para aceitar a vida eterna sob a simples condição divina de obediência" [Testemunhos para a Igreja, vol. 4, págs. 154-156.

Pág. 147 {96] Repete-se a História. "A história do antigo Israel é escrita para nosso benefício. ... Muitos que, como o antigo Israel, professam guardar os mandamentos de Deus têm coração de incredulidade, enquanto externamente observando os estatutos de Deus. Embora favorecidos com grande luz e privilégios, não obstante vão perder a Canaã celestial que Deus havia prometido como recompensa da sua obediência. Como um povo falta-nos fé. Nestes dias, poucos seguem as instruções dadas pela serva escolhida por Deus tão obedientemente como fizeram os exércitos de Israel na tomada de Jericó. ... A fé é a força viva que avança sobre todas as barreiras, supera todos os obstáculos, e implanta a sua bandeira no coração do campo do inimigo. Deus realizará coisas maravilhosas para os que confiam nEle. É porque o Seu professo povo confia tanto em sua própria sabedoria, e não dá ao Senhor oportunidade de revelar o Seu poder em seu favor, que eles não têm mais força. ... Deus trabalha poderosamente por um povo fiel, que obedece a Sua palavra, sem questionar ou duvidar" [idem, págs.162-164].



Cades-Barnéia Repetida. Falando da experiência do antigo Israel em Cades-Barnéia a irmã White diz: "A lição deste registro é para nós. O Senhor havia preparado o caminho perante o Seu povo. Eles estavam muito perto da terra prometida. Um pouco mais e teriam entrado em Canaã. Eles próprios retardaram a entrada. Em primeiro lugar, foram eles que pediram que espiõeos fossem enviados para espreitar a terra. ... O pedido que espias fossem enviados a Canaã, demonstrou falta de fé, porque Deus tinha dito claramente ao povo que logo tomariam posse da terra. Por que, então, precisavam enviar espias para investigá-la? Se tivessem depositado sua confiança em Deus poderiam ter entrado ali direto. Deus teria ido adiante deles. ... Irmãos e irmãs, segundo a luz que me foi dada, sei que se o povo de Deus tivesse mantido uma ligação viva com Ele, se tivesse obedecido a Sua Palavra, poderia hoje estar na Canaã celestial” [Boletim da Conferência Geral, de 30 de março de 1903].

Obra de Satanás. "Os ardis de Satanás estão armados para nós tão verdadeiramente como foram armados para os filhos de Israel pouco antes de sua entrada na terra de Canaã. Estamos repetindo a (148) história {96} daquele povo" [Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pág. 160]. "Aproximando-nos do final do tempo, ao achar-se o povo de Deus nas fronteiras da Canaã celestial, Satanás redobrará, como fez antigamente, os seus esforços para os impedir de entrar na boa terra. Ele arma as suas ciladas para cada alma" [Patriarcas e Profetas, pág. 457]. Muitas vezes a serva do Senhor declarou que o espírito de oposição à mensagem de 1888 foi inspirado por Satanás, veja Testemunhos para Ministros, págs. 77-81. Porque o movimento do advento estava nos limites da Canaã celestial, Satanás trabalhou desesperadamente para derrotar o propósito de Deus.

Pág. 148 {97] Em Mineápolis. Através dos esforços de Satanás, a gloriosa mensagem que começou em 1888 na Assembléia da Associação Geral de Mineápolis foi tornada de nenhum efeito. Foi rejeitada e desprezada por muitos, e conquanto outros a reconhecessem como verdade, falharam em crer nela de coração e entrar na experiência de justificação pela fé. Isto é equivalente a uma rejeição. "Não enviou o Senhor Jesus mensagem após mensagem de repreensão, de advertência, de súplica a estes seres cheios de satisfação própria? Os Seus conselhos não foram desprezados e rejeitados? Não foram seus designados mensageiros tratados com desprezo, e suas palavras recebidas como fábulas? Cristo vê o que o homem não vê. Ele vê os pecados que, se não arrependidos, vão esgotar a paciência de um Deus longânimo. Cristo não pode tomar os nomes daqueles que estão satisfeitos com a sua própria auto-suficiência. Ele não pode empenhar-Se em favor de um povo que não sente necessidade de Sua ajuda, que afirma saber e possuir tudo. ... Em todas as reuniões desde a Assembléia da Associação Geral, almas têm ansiosamente aceito a preciosa mensagem da justiça de Cristo. Agradecemos a Deus haver almas que percebem a necessidade de algo que não possuem, do (*1º) ouro da fé e do amor, (*2º) vestes brancas da justiça de Cristo, (*e, 3º) colírio de discernimento espiritual (*Apocalipse 3:18). ... Agora é o dia da graciosa oportunidade e privilégio. Não sejamos traidores de santos e sagrados depósitos, como foram os judeus. Não resistais à graça, não abuseis dos privilégios, e não sufoqueis no vosso orgulho humano as convicções do Espírito de Deus. Não desprezeis as advertências, não vos acomodeis com a dureza de coração, em confirmada impenitência como fez o Faraó, o rei rebelde do Egito. Que cada um ouça a voz do Verdadeiro Pastor, (149) e não apenas ouça, mas obedeça, e estará em paz com as vossas almas" [Review and Herald, de 23 de julho de 1889].

Pág. 149 {97] Ridicularizado e rejeitado. "Os preconceitos e opiniões que prevaleceram em Mineápolis não estão mortos de modo algum; as sementes plantadas lá em alguns corações estão prontas para brotar para a vida e produzir uma safra semelhante. Os troncos foram cortados, mas as raizes nunca foram erradicadas, e continuam carregando os seus frutos profanos para envenenar o julgamento, perverter as percepções, e cegar a compreensão daqueles com quem vos associais, no que diz respeito à mensagem e mensageiros. Quando por confissão integral destruirdes a raiz de amargura, vereis luz na luz de Deus. Sem esse trabalho exaustivo nunca limpareis as vossas almas. ... Tem havido um desvio de Deus entre nós, e o zeloso trabalho de arrependimento e retorno ao nosso primeiro amor, essencial a um retorno a Deus e regeneração do coração, ainda não foi realizado. ... A religião verdadeira, a única religião da Bíblia, que ensina o perdão somente através dos méritos de um Salvador crucificado e ressurreto, que advoga a justificação pela fé do Filho de Deus, foi desprezada, criticada e rejeitada" [Life Sketches, págs. 326 e 327. Visão de 3 de novembro de 1890].

Pág. 149 {98] Perseguição. "Acusar e criticar aqueles a quem Deus está usando, é acusar e criticar o Senhor, que os enviou. Todos necessitam cultivar suas faculdades religiosas para que possam ter um discernimento correto das coisas religiosas. Alguns não conseguiram distinguir entre o ouro puro e o mero brilho, entre a substância e a sombra.” "Devíamos ser as últimas pessoas na Terra a apoiar, no menor grau que seja, o espírito de perseguição contra aqueles que estão levando a mensagem de Deus para o mundo. Este é o aspecto mais terrível da falta de espírito cristão que tem se manifestado entre nós desde a assembleia de Mineápolis. Às vezes será visto em seu verdadeiro caráter, com toda a carga de aflição que disso tem resultado", Special Testimony, "Perigo de Adotar uma Política Mundana na Obra de Deus" [Citado no Boletim da Conferência General de 1893, em 7 e 8 de fevereiro de 1893, pág. 184].

Idéias e Padrões falsos. "Idéias falsas que foram amplamente desenvolvidas em Mineápolis não foram totalmente arrancadas de algumas mentes. Aqueles que não realizaram uma obra minuciosa (150) de arrependimento sob a luz que Deus tem-Se comprazido dar ao Seu povo desde aquela época, não verão as coisas claramente, e estarão prontos para atribuir as mensagens que Deus envia a um delírio" [ibidem]. "Há aqueles que sempre se orgulharam de grande cautela em receber 'nova luz', como a chamam, mas estão cegados pelo Inimigo e não podem discernir as obras e caminhos de Deus. Luz, preciosa luz, procede do céu, e se posicionam contra ela. O que virá a seguir? Estes mesmos aceitarão mensagens que Deus não enviou, e assim se tornarão até perigosos para a causa de Deus porque estabelecem falsos padrões ". -- Special Testimony, "Aos Irmãos em Cargos de Responsabilidade", pág. 12. [Citado no Boletim da Conferência Geral de 1893, em 7 e 8 de fevereiro de 1893, pág. 182].

Pág. 150 {98] Mero Assentimento. "Sinto interesse especial pelas medidas e decisões que serão tomadas nesta assembleia sobre as coisas que deveriam ter sido feitas anos atrás e, especialmente, há dez anos atrás, quando estávamos reunidos em assembleia e o Espírito e poder de Deus vieram a nossa reunião testemunhando de que Deus estava pronto para operar por este povo se tivesse se postado em posição de marcha. Os irmãos concordaram com a luz que Deus tinha dado, mas havia aqueles relacionados com nossas instituições, especialmente os do escritório da Review and Herald e da Associação que introduziram elementos de descrença, de modo que a luz que fora dada não foi acatada. Houve assentimento à mesma, mas nenhuma mudança especial se deu para pôr em ação essa condição das coisas de modo a que o poder de Deus pudesse ser revelado entre o Seu povo . ... Ano após ano o mesmo reconhecimento foi feito, mas os princípios que exaltam um povo não foram inseridos no trabalho. Estamos vivendo no último tempo. Estamos postados como se nas fronteiras do conflito final" [Boletim da Conferência Geral de 1901, citado em 3 de abril de 1901, pág. 23]. Concordar com a veracidade de uma mensagem e não agir segundo a mesma é equivalente a rejeitá-la. Uma mensagem que não é aceita é rejeitada, ainda que considerada como a verdade.

Luz Rejeitada. No capítulo intitulado "Rejeitando a Luz", em Testemunhos para Ministros, há o seguinte: "Deus diz a Seus servos: ‘Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao Meu povo a sua transgressão e (151) à casa de Jacó, os seus pecados" (Isaias 58:1). Mas quando o testemunho claro e direto vem de lábios que estão sob a inspiração do Espírito de Deus, {99} muitos há que o tratam com desdém. . .. Pergunto aos que estão em posições de responsabilidade em Battle Creek: Que estais fazendo? Voltastes as costas, e não o rosto, para o Senhor. ... Qual a mensagem a ser dada neste tempo? - É a mensagem do terceiro anjo. Mas essa luz, que deve encher toda a Terra de sua glória, tem sido desprezada por alguns dos que pretendem crer na verdade presente. Cuidai de como a tratais. Descalçai os sapatos de vossos pés; pois estais em terreno santo. Cuidai de como transigis com os atributos de Satanás, e derramais desprezo sobre a manifestação do Espírito Santo. Não sei se alguns agora não têm ido longe demais para voltarem e se arrependerem. Digo a verdade. As almas que amam a Deus, que creem em Cristo, e que ansiosamente se agarram a cada raio de luz, verão a luz, e se regozijarão na verdade. Estas comunicarão a luz. Crescerão na santidade. Os que recebem o Espírito Santo, sentirão a atmosfera gelada que cerca a alma de outros por quem essas grandes e solenes realidades não são apreciadas e sim combatidas" [Testemunhos para Ministros, págs. 89 e 90].



Pág. 151 {99] Partida do Espírito Santo. "O Espírito de Deus Se está apartando de muitos de Seu povo. Muitos têm penetrado em caminhos escuros e secretos, e alguns nunca retornarão. Continuarão a tropeçar para a sua ruína. Têm tentado a Deus, têm rejeitado a luz. Receberam toda a evidência que jamais lhes será dada, e não lhe têm dado ouvidos. Escolheram as trevas em vez da luz, e corromperam a suas almas. ... O único remédio é crer na verdade, aceitar a luz. No entanto muitos têm ouvido a verdade falada com demonstração do Espírito, e não somente têm recusado aceitar a mensagem, mas odiado a luz. Estes homens fazem parte da ruína das almas. Têm-se interposto entre a luz enviada do Céu e o povo. Têm pisado a Palavra de Deus, e agido em desacordo com o Seu santo Espírito" [idem, págs. 90 e 91]. Segue-se então uma descrição da mensagem de justificação pela fé, como apresentada na Assembléia de Mineápolis em 1888.

Pág. 152 {99] Interceptando a Luz. A acusação de que os homens que rejeitaram a mensagem de justificação pela fé estavam interceptando a luz e mantendo-a longe do povo de Deus, também foi feita numa carta escrita pela irmã White aos irmãos Miller, em 23 de julho de 1889: "Os próprios homens que deviam estar alertas para ver o que o povo de Deus precisava a fim de que o caminho do Senhor fosse preparado, estão interceptando a luz que Deus desejava que incidisse sobre o Seu povo e rejeitando a mensagem de Sua graça curativa". Certamente ninguém pode ler ou ouvir estas declarações da inspiração divina concernente à crise que veio ao Movimento Adventista como resultado da Assembleia de Mineápolis e a mensagem de justificação pela fé, sem compreender que foi realmente o antítipo da experiência de Cades-Barneia do antigo Israel que retardou sua entrada na terra de Canaã por muitos anos e os fez retornar a vaguear pelo deserto. Aqui está a causa real do tempo de tardança (*da volta de Cristo).



sábado, 24 de outubro de 2009

Capítulo 20—OPOSIÇÃO À MENSAGEM

O Êxodo e os Movimentos do Advento

em Tipo e Antítipo, por Taylor G. Bunch



Capítulo 20—OPOSIÇÃO À MENSAGEM



Pág. 136 {89} Uma Crise. Assim como Cades-Barnéia trouxe o antigo Israel à maior crise no seu jornadear, também a mensagem de 1888 trouxe o moderno Israel ao desvio do caminho e à maior crise de nossa história. Que o Senhor tencionava derramar a chuva serôdia e rapidamente terminar Sua obra é abundantemente evidente. “O tempo de prova está bem diante de nós, pois o alto clamor do terceiro anjo já começou na revelação da justiça de Cristo, o Redentor que perdoa os pecados. Este é o começo da luz do anjo cuja glória encherá toda a Terra” [Review and Herald de 22 de novembro de 1892. “Se tiverdes que ficar firmes durante o tempo de angústia, deveis conhecer a Cristo e vos apropriardes do dom da Sua justiça, que Ele imputa ao pecador arrependido” [ibidem].



Uma Obra Rápida. Romanos 9:28. (*”Ele completará a obra e abreviá-la-á em justiça; porque fará breve a Sua obra sobre a terra). É através da pregação da mensagem da justificação pela fé que a chuva serôdia vem e esse texto se cumpre. “No entanto, a obra será abreviada em justiça. A mensagem da justiça de Cristo deve soar de uma extremidade da Terra à outra para preparar o caminho do Senhor. Esta é a glória de Deus, que encerra a obra do terceiro anjo” [Testemunhos para a Igreja, vol. 6, pág. 19, escrito durante os anos noventa *do século 19]. “Uma obra deve ser realizada na Terra semelhante àquela que ocorreu no derramamento do Espírito Santo nos dias dos primeiros discípulos, quando pregaram a Jesus e Este crucificado. Muitos serão convertidos em um dia, pois a mensagem irá com poder” [Review and Herald de 22 de novembro de 1892.



O Que Poderia Ter Sido. Que o Senhor intencionava conduzir o Movimento do Advento a uma vitória rápida e gloriosa logo após a Assembleia da Associação Geral de Mineápolis é evidente pelas seguintes declarações. “Se estes tivessem feito a sua obra, o mundo teria sido avisado antes disto” [Review and Herald de 6 de outubro de 1896]. “Se o propósito de Deus tivesse sido levado a cabo por Seu povo, dando ao mundo a mensagem de misericórdia, Cristo, antes disto, teria vindo à Terra e os santos teriam recebido as boas-vindas na cidade de Deus” [Testemunhos para a Igreja, vol. 6, pág. 450, publicado em 1900, e que apareceu, pela primeira vez, no “Australian Union Record” de 15 de outubro (137) de 1898, ver Notebook Leaflets from the Elmshaven Library, vol. 1, pág. 10] “Se o povo de Deus tivesse saído a trabalhar, como devia ter feito, logo após as reuniões de Mineápolis, em 1888, o mundo teria sido advertido em poucos anos e o Senhor teria vindo”. Esta é uma declaração atribuída à Irmã White e corroborada por uma carta a ela do (*filho, o) Pr. William C. White. Ver também O Desejado de Todas as Nações, pág. 633, 6341; Testemunhos para a Igreja, vol. 9, pág. 29.2 e 3.



Pág. 137 {89} Mensagem Sob Oposição. “Deus havia suscitado homens para atender às necessidades deste tempo, aos quais diz ‘clama em alta voz e não te detenhas, e levanta a tua voz como a trombetas e anuncia ao Meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó os seus pecados” (*Isaias 58:1). Sua obra não é somente proclamar a lei, mas pregar a verdade para este tempo — o Senhor justiça nossa. . . . Mas há aqueles que não vêem necessidade de uma obra especial neste tempo. Enquanto o Senhor está operando para despertar o povo, eles buscam pôr de lado a mensagem de advertência, reprovação, e apelo. Sua influência tende a aquietar os temores do povo, e impedi-lo {90} de despertar à solenidade deste tempo. Os que assim agem estão dando à trombeta um sonido incerto. Deviam despertar-se à situação, mas tornaram-se prisioneiros do inimigo. Se não alterarem o seu curso de ação, serão registrados nos livros do céu como mordomos infiéis quanto ao sagrado depósito que lhes foi confiado, e a mesma recompensa dada a eles será como a dos que estão em inimizade e aberta rebelião contra Deus” [Review and Herald de 13 de agosto de 1889].



Pág. 137 {90} Pregação da Lei. “Encontrareis aqueles que dirão, ‘estais muito agitados quanto a esta questão. Estais muito ansiosos. Não deveis estar em busca da justiça de Cristo, e dando tanta ênfase a isso. Deveis pregar a lei’. Como um povo temos pregado a lei até ficarmos tão secos quanto as colinas de Gilboa, que não têm orvalho nem chuva. Devemos pregar a Cristo na lei, e haverá seiva e nutriente na pregação que representará alimento para o faminto rebanho de Deus. Não devemos confiar em nossos próprios méritos em absoluto, mas nos méritos de Jesus de Nazaré” [Review and Herald de 11 de março de 1890].



Pág. 138 {90} Dois Terços Inteiros. Segundo alguns que participaram das reuniões de Mineápolis, dois terços completos dos que se fizeram presentes, ou se opuseram à mensagem de justificação pela fé ou a temiam. Sentiam que era uma forma de fanatismo, um desvio dos velhos métodos de pregação da mensagem. O ensino soava como novo e estranho e parecia lançar uma sombra sobre a mensagem como havia sido pregada no passado, e sobre os que a pregavam. A oposição de alguns se tornou muito áspera e não só ridicularizavam e criticavam aqueles que saíam a pregar a mensagem de justificação pela fé, mas até acusavam a irmã White por estar ao lado deles. Cenas ocorreram na Assembleia de Mineápolis e posteriormente muito semelhantes ao que se praticou entre os israelitas infieis em Cades-Barneia.



Boas Velhas Doutrinas. “Alguns de nossos irmãos não estão recebendo a mensagem de Deus sobre este assunto. Parecem ansiosos pelo fato de que nenhum de nossos ministros se desvia de sua maneira anterior de pregar as boas velhas doutrinas. Indagamos, não é tempo de que luz nova venha ao povo de Deus, para despertá-lo a maior fervor e zelo? As grandiosas e preciosas promessas que nos foram dadas nas Santas Escrituras foram perdidas de vista em grande medida, tal como o inimigo de toda justiça planejou que devesse ser. Ele tem lançado sua negra sombra entre nós e Deus, para que não vejamos o verdadeiro caráter de Deus” [Review and Herald de 1º. de abril de 1890].



Desprezo e Reprovação. “Oh! como a pobreza de alma é alarmante! E aqueles que estão em maior necessidade do ouro do amor, sentem-se ricos e cheio de bens, quando lhes faltam todas as graças. Tendo perdido a fé e o amor, perderam tudo. O Senhor enviou uma mensagem para despertar o Seu povo ao arrependimento e realizar as primeiras obras; mas como tem sido recebida a Sua mensagem? Enquanto alguns a têm acatado, outros têm lançado desprezo e reprovação à mensagem e o mensageiro. Espiritualmente amortecidos, com o desaparecimento da humildade e simplicidade como de uma criança, uma mecânica e formal profissão de fé {90} tomou o lugar do amor e devoção. É essa condição de mornidão que deve prevalecer?. ... Por que tentar reacender um mero fogo intermitente (139) e caminhar nas centelhas de vossa própria feitura?” [Review and Herald, edição Extra, de 23 de dezembro de 1890).



Pág. 139 {91} Críticas aos Mensageiros. Os dez espias infiéis centraram suas críticas sobre Calebe e Josué, e, finalmente, instaram o povo a apedrejá-los. Por ter ficado ao lado desses dois homens fiéis Moisés compartilhou da crítica e reprovação amontoados sobre eles. “Deus tem enviado a Seu povo testemunhos de verdade e justiça, e são chamados a erguer a Jesus, e exaltar a Sua justiça. Aqueles a quem Deus enviou com uma mensagem são apenas homens, mas qual é o caráter da mensagem de que são portadores? Será que vos atrevereis a volver-vos dessas advertências ou tratá-las levianamente por Deus não vos ter consultado quanto ao que preferíeis? Deus chama homens que falem que clamem em alta voz e não se detenham (*Isaias 58:1). Deus levantou os Seus mensageiros para realizar Sua obra para este tempo. Alguns têm se desviado da mensagem da justiça de Cristo para criticar os homens e suas imperfeições. ... Eles têm demasiado zelo, revelam-se por demais ansiosos, falam de modo muito positivo, e a mensagem que traria paz e vida e conforto a muitas almas cansadas e oprimidas é, em certa medida, excluída; pois exatamente na proporção em que homens de influência fechem seus próprios corações e estabeleçam sua própria vontade em oposição ao que Deus disse, buscarão eliminar o raio de luz daqueles que têm estado ansiando e orando pela luz e pelo poder vivificador. Cristo tem registrado todos os discursos altivos, orgulhosos, zombeteiros proferidos contra Seus servos como sendo contra Si próprio” [Review and Herald de 27 de maio de 1890].



Chamada Falsa Luz. “A mensagem do terceiro anjo não vai ser compreendida, a luz que irá iluminar a Terra com sua glória será chamada de falsa luz por aqueles que se recusam andar em sua glória em avanço. O trabalho que poderia ter sido feito vai ser deixado de lado pelos que rejeitam a verdade por causa da sua incredulidade. Rogamos a vós que vos opondes à luz da verdade para sair fora do caminho do povo de Deus. Permiti que a luz enviada dos céus resplandeça sobre eles em raios firmes e claros. Deus terá por responsável a vocês, a quem esta luz veio, pelo uso que dela fazem. Os que não ouvirem serão tidos por responsáveis; pois a verdade tem sido posta a seu alcance, mas eles desprezaram suas oportunidades e privilégios” [ibidem]



Pág. 140 {91} Julgada Perigosa. “Deve ocorrer nas igrejas uma maravilhosa manifestação do poder de Deus, mas não será aplicada àqueles que não se humilharam perante o Senhor, e abriram a porta do coração por confissão e arrependimento. Na manifestação desse poder que ilumina a Terra com a glória de Deus, verão somente algo que em sua cegueira julgam perigoso, algo que despertará seus temores, e serão induzidos a resistir-lhe. Pelo fato de que o Senhor não opera segundo suas expectativas e ideais, opor-se-ão à obra. ‘Por que’, perguntam ‘não conheceríamos o Espírito de Deus, quando estamos na Obra há tantos anos? Porque não responderam às advertências, os apelos da mensagem de Deus, mas {92} persistentemente disseram, ‘rico sou e estou enriquecido, e de nada tenho falta’. Talento, longa experiência, não tornarão homens canais de luz, a menos que se coloquem sob os brilhantes raios do Sol da Justiça” [Review and Herald, edição extra de 23 de dezembro de 1890].



Pág. 140 {92} Ideias Próprias. “Por quase dois anos temos instado as pessoas a avançarem e aceitarem a luz e a verdade concernente à justiça de Cristo, e eles não sabem se devem vir e lançar mão desta preciosa verdade ou não. Estão presas a suas próprias ideias. Não deixam o Salvador entrar” [Review and Herald de 11 de março de 1890]. Esta declaração mostra que é a aceitação da mensagem de Laodiceia, com a sua solução completa, que traz Jesus ao coração. Aqueles que rejeitam esta mensagem se recusam a deixar o Salvador entrar. A atitude hesitante da parte do povo deveu-se em geral à atitude de muitos dos líderes para com a nova pregação. Eles se interpuseram entre o povo e a mensagem de Deus. Assim como todo o acampamento de Israel foi afetado pela atitude rebelde e infiel dos dez príncipes que “trouxeram um mal relatório”, os adventistas em geral tornaram-se cautelosos e hesitantes, e muitos foram levados a rejeitar abertamente a mensagem por causa da atitude de homens de experiência de longos anos, em quem tinham confiança.



As Próprias Pedras Clamarão. “Há tristeza no céu quanto à cegueira espiritual de muitos dos nossos irmãos. ... O Senhor levantou mensageiros e os revestiu com o Seu Espírito, e (141) disse: ‘Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta, e anuncia ao Meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados’ (*Isaias 58:1). Que ninguém corra o risco de interpor-se entre o povo e a mensagem do céu. A mensagem de Deus virá para o povo, e se não houvesse voz entre os homens para apresentá-la, as próprias pedras clamariam (*Lucas 19:40). Apelo a cada ministro a que busque o Senhor, ponha de parte o orgulho, afaste os conflitos por supremacia, e humilhe o coração diante de Deus. É a frieza de coração, a incredulidade daqueles que deveriam ter fé que mantém as igrejas em debilidade” [Review and Herald de 26 de julho de 1892].



Pág. 141 {92} Crítica nos Quartos. Assim como os israelitas “murmuraram em suas tendas” em Cades-Barneia, os que se opunham à mensagem da justificação pela fé em Mineápolis murmuravam e criticavam em seus quartos. “Nunca mais, penso eu, serei chamada a ficar sob a direção do Espírito Santo como estive em Mineápolis. A presença de Jesus estava comigo. Todos os que se reuniram naquela assembleia tiveram a oportunidade de se colocar do lado da verdade por receber o Espírito Santo, enviado por Deus em uma rica torrente de amor e misericórdia. Mas nos quartos ocupados por alguns do nosso povo foram ouvidas ridicularia, críticas, vaias, risos. As manifestações do Espírito Santo foram atribuídas a fanatismo. ... As cenas que tiveram lugar naquela reunião fizeram o Deus do céu envergonhar-Se de chamar aqueles que participaram nelas de Seus irmãos. Tudo isso o celeste Vigilante anotou, e foi escrito no livro de recordação de Deus” [Testemunho Especial para o Escritório da Review and Herald, págs. 16 e 17, escrito por Ellen G. White em 1896]. Poderia haver um antítipo mais impressionante do que ocorreu em Cades-Barneia?



Pág. 141 {93} Depoimento de testemunhas. Vários ministros que participaram da Conferência de Mineápolis testemunharam, segundo o seu conhecimento pessoal, do que aconteceu nos quartos de alguns dos delegados. Este que se segue é de um que permaneceu na mesma casa com um grupo de obreiros: “Em nosso alojamento estávamos ouvindo um bom número de observações sobre a Irmã White favorecendo o Pr. Waggoner, e que ele era um de seus animais de estimação. O espírito de controvérsia estava aceso e quando os delegados (142) vieram da última reunião do dia, havia fuxico e muitas risadas e piadas e alguns comentários que foram feitos eram muito desprezíveis, faltando prevalecer um espírito de solenidade. Alguns não se envolveram na atitude de hilaridade. Nenhum momento de culto foi mantido, e nada semelhante a solenidade que devia ter sido sentida e manifestada em tal ocasião se fez presente” [Escrito pelo Pr. C. McReynolds em 1931].



Pág. 142 {93} Satanás no controle. Assim como Satanás teve o controle dos dez espias cujo relatório falso impediu Israel de entrar na terra prometida ao tempo designado por Deus, levando-os a denunciar amargamente e perseguir os dois homens de fé, de igual modo o espírito de Satanás controlava aqueles que rejeitaram a mensagem de 1888 e criticaram, ridicularizaram e perseguiram os homens de fé que a deram. Em Testemunho para Ministros, págs. 77 a 81, temos um testemunho da serva de Deus, intitulado “Uma Mensagem Fiel”, escrita de Hobart, na Tasmânia, em 1º. de maio de 1895. Após falar do ódio de Caim por Abel, que levou ao assassinato, é feita a seguinte declaração: “Logo que um homem se separa de Deus, de tal modo que seu coração não esteja sob o poder do Espírito Santo, revelar-se-ão os atributos de Satanás, e ele começará a oprimir os seus semelhantes.. … Os homens a quem se confiaram pesadas responsabilidades, mas que não têm comunhão viva com Deus, têm estado e ainda estão ofendendo ao Seu Santo Espírito. Estão transigindo com o mesmo espírito que Coré, Datã e Abirão, e como os judeus nos dias de Cristo, veja Mat. 12:22-29 e 31-37). Frequentemente têm vindo de Deus advertências a esses homens, mas eles as têm posto de lado e se aventurado a seguir no mesmo rumo”.



Perseguidores de Cristo. Após repetir muitas das maldições pronunciadas por Cristo sobre os escribas e fariseus como registrado em Mateus 23, com a previsão de que outros profetas e mestres seriam enviados no futuro, e contra os quais manifestariam o mesmo espírito perseguidor de seus pais, é feita a aplicação para os rejeitadores da mensagem em Mineápolis e a perseguição dos mensageiros: “Esta profecia foi literalmente cumprida pelos judeus em seu tratamento de Cristo e dos mensageiros que Deus lhes enviou. Irão os homens, nestes últimos dias, seguir o exemplo daqueles a quem Cristo condenou?” [Testemunho para Ministros, pág. 79]. “Essas terríveis (143) previsões ainda não foram levadas a cabo plenamente, mas se Deus poupar suas vidas, e nutrirem o mesmo espírito que assinalou o seu curso de ação, tanto antes como depois da reunião de Mineápolis , eles irão completar a taça dos atos daqueles que Cristo condenou quando esteve na Terra” [Panfleto 154, pág. 21].



Pág. 143 {93} Uma Obra satânica. Em continuação lemos: “Satanás assume o domínio de toda mente que não está decididamente sob o domínio do Espírito {94} de Deus. Alguns vêm cultivando ódio contra os homens a quem Deus comissionou para dar uma mensagem especial ao mundo. Eles começaram essa obra satânica em Mineápolis . Mais tarde, ao verem e sentirem a demonstração do Espírito Santo, que testificava que a mensagem era de Deus, odiaram-na ainda mais, pois eram um testemunho contra eles. Não queriam humilhar o coração para se arrependerem, darem glória a Deus, e vindicarem o direito. Prosseguiram em seu espírito, cheios de inveja, ciúme e más suspeitas, como os judeus. Abriram o coração ao inimigo de Deus e do homem. Contudo esses homens têm ocupado posições de confiança e têm moldado a obra à sua semelhança, tanto quanto podem. Aqueles que hoje são os primeiros, que têm sido infiéis à causa de Deus, logo serão os últimos, a menos que se arrependam. A não ser que imediatamente caiam sobre a Rocha e sejam quebrantados, e nasçam de novo, continuará a ser nutrido o espírito que vem sendo alimentado. A doce voz da misericórdia não será por eles reconhecida. A religião bíblica em particular e em público, será para eles uma coisa do passado. Ardorosamente têm falado contra o entusiasmo e o fanatismo. A fé que apela a Deus para aliviar o sofrimento humano, fé que Deus tem ordenado a Seu povo exercer, é chamada fanatismo. Se alguma coisa há na Terra que deva inspirar os homens com santificado zelo, essa é a verdade tal como é em Jesus. É a sublime e grande obra da redenção. É Cristo para nós feito sabedoria, justiça, santificação e redenção [Testemunho para Ministros, págs. 79 e 80].



Pág. 143 {94} Chamada Uma Rebelião. “Pergunto se a genuína rebelião é ainda curável. ... Chamai rebelião por seu nome certo e apostasia por seu nome certo, e então considerai que a experiência do antigo povo de Deus com todos os seus aspectos objetáveis (144) foi fielmente registrado para passar para a história. A Escritura declara que, ‘tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos’ (*1ª Cor. 10:11). E se os homens e mulheres que tiveram o conhecimento da verdade estão tão separados do seu Grande Líder a ponto de acatarem o grande líder da apostasia e nomeá-lo Cristo, nossa Justiça, é porque não se aprofundaram suficientemente nas minas da verdade. São incapazes de distinguir o veio precioso do material comum” [Leaflet Series, artigo de nº 3, intitulado “Apostasias,”4].



Notas do tradutor:



1) Fomos conferir o que está em O Desejado de Todas as Nações, págs. 633 e 634, e lá encontramos isto: “Ao dar o evangelho ao mundo, está em nosso poder apressar a volta do nosso Senhor. Não devemos somente aguardá-la mas também apressar a vinda do dia de Deus, 2ª Pedro 3:12, KJV, à margem. Tivesse a igreja de Cristo feito a obra que lhe fora designada, como o senhor ordenara, o mundo todo teria, antes disto (*1898), sido advertido, e o Senhor Jesus teria vindo à nossa terra em poder e grande glória.”


2) Igualmente fizemos questão de nos certificarmos do que ela disse em De Testemunhos para a Igreja, vol. 9, pág. 29, e lá está escrito: “Se cada soldado de Cristo tivesse cumprido sua tarefa, se cada atalaia nos muros de Sião tivesse dado à trombeta o sonido certo, o mundo teria , antes disso (*isto é, antes de 1909) ouvido a mensagem de advertência. Mas a obra esta anos atrasada.”


3) Os editores de 1997, desta obra do Pr. Taylor colocaram ao final deste § a referência à pág. 593 da coleção “Matérias de Ellen G. White sobre 1888, e eu fui conferi-la, e a encontrei no 2º volume, pág. 593, um impressionante e duro “Sermão pela Sra. White, em 8 de Março de 1890”, em Battle Creek, Michigan, o centro da obra adventista então, que me deixou estarrecido. Trata-se do Manuscrito 4 de 1890. Ela, falando severamente a um grupo de líderes, repreende velhos líderes da obra, entre eles o Pr. Uhias Smith, com firme repreensão pela atitude dos velhos líderes em Mineápolis contra os dois jovens mensageiros enviados pelo Senhor. “Eu quero lhes dizer, irmãos ... vocês estão trilhando o mesmo caminho que eles (*líderes) palmilharam nos dias de Jesus” (final da 1ª página do manuscrito). “Vocês se postaram exatamente no caminho de Deus” (início da 2ª pág., 594 do 2º volume de “Matérias de Ellen G. White sobre 1888). “Vocês estão trabalhando exatamente como os judeus” (início da 4ª pág., 596).

Neste sermão ela aborda uma da polêmicas levantadas pelos opositores na Assembléia de Mineápolis , em 1888, a questão dos concertos lá apresentada por Waggoner. “A questão do concerto, como apresentada é a verdade. É a luz. Em linhas claras foi apresentada perante nós” (final da 4ª pág., 596), “e significa muito para nós. Quer nos mostrar que não podemos depender de nossa sabedoria e criticismo, mas que devemos colocar nossas pobres almas sobre Jesus, e somente sobre Ele” (início da 5ª pág., 597).

“Eu tenho dado testemunho após testemunho, mas não surtiu nenhum efeito. Eles rejeitaram tudo, exceto suas próprias idéias” (final da pág. 598).



4) A série de artigos de Ellen G. White chamada de “Leaflet Series” (literalmente “Pequenas Folhas,” ou “Série de Folhetos ou Panfletos”) tem por título “Notebook Leaflets from the Elmshaven Library,” cuja sigla usual é “NL”, pertence à biblioteca existente na casa em que ela residiu os últimos anos de sua vida, na Califórnia, no município de Santa Helena, perto do Hospital Adventista de Santa Helena.

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