Para 25 de nov. a 2 de
dez. de 2017
Muitos têm discutido por muitos anos de quem
Paulo está falando em Rom. 7. Ele quer dizer ele mesmo antes de ser convertido?
Ou está falando sobre si mesmo quando foi convertido? Bem, ele termina o
capítulo dizendo: “Com a mente, eu também sirvo a lei de Deus, mas com a carne
a lei do pecado” (vs. 25, King James Version). (*A Almeida Fiel diz "Eu mesmo com o entendimento sirvo a lei de Deus,
mas com a carne à lei do pecado")
É difícil acreditar que, enquanto Paulo estava
escrevendo essas palavras, ele ainda podia estar envolvido com alcoolismo,
adultério, inveja, ciúme ou ódio. Não, nesse momento, Paulo estava vivendo uma
vida de vitória em Cristo. Portanto, é claro que Paulo está se descrevendo como
um representante de toda a raça humana. Seu “eu” é o “eu” corporativo da
humanidade em geral — qualquer um que queira fazer o que é certo, mas que
percebe que sua natureza o leva a fazer o que é errado. Isso é tudo de nós, por natureza!
Mas no capítulo 8, Paulo responde sua própria
pergunta. Há alguém para salvá-lo, e esse é Cristo Jesus. Há uma nova lei nEle,
um novo princípio em operação — de triunfo sobre o pecado e o mal. E, como ser
humano, você faz parte da sua possessão comprada — a liberdade e a vitória já
são suas. Agora acredite e aponte
nessa fé.
Depois que ele descreveu o seu desespero em
Romanos 7, Paulo encontrou esperança alegria nas boas novas de um Salvador que
seguiu todo o caminho até onde estamos, para nos salvar de nossos pecados. "Portanto, agora nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus ... Porque a lei do Espírito de
vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte" (Romanos 8: 1, 2). O que isto
significa? Quão profunda e completa é a libertação de Cristo de nossos hábitos
de pecados compulsivos?
“Nenhuma condenação” significa libertação de
nosso senso interior de julgamento divino que paira sobre nós em todo o nosso
viver. Embora esses sentimentos de erro e desajuste psíquico sejam profundos e
penetrantes, “a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus” é ainda mais profunda
e de maior alcance. Um novo princípio nos livra dos tentáculos do medo, culpa e
desordem moral que escravizaram nossas almas, mesmo desde a nossa infância.
Nenhum psiquiatra pode realizar uma cura tão
profunda da alma humana como essa “lei do
Espírito de vida, em Cristo Jesus”. Erros e ansiedades desde a infância até
a idade adulta, que os conselheiros não conseguiram aliviar, encontram a cura
interior do nosso Psiquiatra Divino. Aquele que crê no verdadeiro evangelho
goza do novo nascimento, que é um poder que opera nele ou nela para a justiça,
tanto mais forte quanto o poder das tendências herdadas para o mal.
Uma realidade gloriosa é desvendada na
apresentação de Paulo do nosso Cristo que está tão próximo de chegar e que os
mensageiros de 1888, E. J. Waggoner e A. T. Jones, apreenderam. A razão pela
qual Cristo chegou tão perto de nós é revelada aqui: "Portanto o que era
impossível à lei, visto que estava enferma pela carne, Deus enviando o Seu
próprio Filho na semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado
na carne, para que a justiça da lei se cumprsse em nós, que não andamos segundo
a carne, mas segundo o Espírito"(Romanos 8: 3, 4).Romanos 8: 3, 4).
A palavra “semelhança” no original significa
idêntico, o mesmo que nós.1 Não pode
ser alheio a nós ou diferente de nós. Cristo que é totalmente Deus agora Se
tornou totalmente homem, não com uma isenção substitutiva da raça humana de
alguma forma que O isole de nossas tentações internas, mas num sentido
compartilhado. Ele construiu uma ponte divino-humana que atravessava o abismo
da alienação que o pecado criou, com fundações que chegam até a raiz mais
profunda, dentro da natureza do pecador mais desamparado da terra.
De forma alguma, Ele Se esquivou da realidade
com o engano de uma “isenção” do que devemos lutar. Tal isenção artificial
negaria o princípio básico da justiça pela fé e contradiria toda a Escritura.
Além disso, ele deixaria a Cristo no papel de enganador, fingindo conquistar o
pecado quando nunca chegou perto o suficiente para lutar contra a batalha onde
jaz o pecado. A intenção de Paulo é apresentar a Cristo como perfeitamente
equipado para resolver o problema do pecado onde está — profundo dentro da
nossa natureza caída. Aqui está a fortaleza onde o dragão estabeleceu a sua
última posição, e aqui está onde Cristo Se confronta com Satanás. No entanto, Cristo permaneceu perfeitamente
sem pecado.
Cristo teve experiência pessoal na luta contra a
mesma “guerra” que lutamos. Ele tomou nossa carne e “condenou o pecado” nela.
Cristo em Romanos 8 encontra o problema do homem frustrado de Laodiceia de
Romanos 7. O homem do Velho Concerto de Romanos 7, cuja confiança é motivada
por “Eu, eu” servindo a lei, criando medo e tensão com a lei, encontra-se — homem
centrado com o Cristo do Novo Concerto de Romanos 8, que dá uma nova motivação
para a fé—”sem condenação” e “justiça da lei ... cumprida em nós” (Romanos 8:
1, 4).
Jesus nos explica como Ele “condenou o pecado na carne” que assumiu. Ele lutou a mesma
“guerra” que devemos lutar, com essa tremenda diferença: enquanto fomos
vencidos, Ele venceu completamente. Considerando que fomos trazidos “em cativeiro para a lei do pecado”, ele
trouxe a “lei do pecado” ao
cativeiro, condenando-a. Através da abnegação, ele “se deleitava” com a vontade
de Deus.
Ele abre uma janela em seu coração e convida-nos
a olhar para dentro da natureza da batalha que Ele lutou lá: "Não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que
Me enviou"; "Desci do
céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade dAquele que Me enviou"
(João 5:30; 6:38). Aqui Ele usa a mesma
fraseologia que Paulo em Romanos 8: 3 — O Pai O “enviou” em uma missão.
Envolveu conflito interno com a tentação, e não apenas exterior. Algo tinha que
ser “condenado” dentro de Sua natureza — Sua “própria vontade”. Aqui é onde Sua
“guerra” foi travada: Ele não poderia fazer a “vontade do Pai”, exceto quando
negou “a Minha própria vontade”. Há os que começam espantando-se terrivelmente
com a sugestão de que Jesus teve um conflito interno dessa natureza; mas não O
silencie nem reprima Suas próprias palavras.
A glória da justiça de Cristo é que não foi
fácil para Ele. Eis a luta no Getsêmani, quando Ele ora: “Não se faça a
Minha vontade, mas a Tua” (Lucas 22:42). Lançamos desprezo sobre o Seu
sacrifício divino se insistimos que era fácil para Ele, que não envolveu
qualquer luta interior que O fez suar sangue enquanto Ele arranhava a
Terra com os Seus dedos e chorava em agonia até fazer a final entrega, dizendo
“Não” à Sua própria vontade e “Sim” à vontade de Seu Pai por Ele. O Adão antes
do pecado no Jardim não teve uma guerra tão interna entre duas vontades: Jesus
assumiu a Si mesmo uma luta infinitamente maior do que o caminho do Adão sem
pecado.
Foi aqui “na semelhança de [nossa] carne
pecaminosa” na luta no Getsêmani e no Calvário que o Filho de Deus pisoteou a
cabeça da serpente. É um mistério como o Filho de Deus Se sentiu “alienado” de
Seu Pai; Mas é um fato de que Ele sentiu isso na cruz, pois clamou: "Deus Meu, Deus Meu,
por que Me desamparaste?" (Mateus 27:46). Embora tenha sentido assim, a verdade é que o Pai não Se
alienou dEle verdadeiramente, pois Ele estava ali com Ele, sofrendo com Ele,
pois "Deus
estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo" 2ª
Coríntios 5: 19). “Deus e Seus santos anjos estavam ao pé da cruz. O
Pai estava com o Filho. Sua presença, no entanto, não foi revelada.”2 Foi por fé que Cristo uniu o abismo terrível de
nossa alienação "no
corpo da Sua carne". E somos reconciliados se "permanecerdes na fé", da qual Ele foi pioneiro (Colossenses 1: 21-23).
A humanidade de Cristo significa tudo para nós
pois está intimamente associada ao objetivo da purificação da verdade do
santuário. Em Romanos 8, Paulo conectou a natureza humana pós-queda de Cristo, "à semelhança da carne pecaminosa", com sua aplicação prática. "Para que a justiça da lei se cumprisse em nós"
(Romanos 8: 4). A palavra
“justiça” é dikaioma no original. A palavra usual para a justiça é dikaiosune,
que sempre significa a justiça de Deus, de Cristo, imputada ao crente. Mas o dikaioma
é diferente — é a justiça real do crente, transmitida, não meramente imputada.
(Se uma senhora usa um casaco de pele de leopardo, é-lhe imputado, não dela, o
leopardo usa o mesmo casaco, é transmitido, uma parte dele).
A razão pela qual o casamento tão aguardado (as
bodas) do Cordeiro ainda não ocorreu é que Sua noiva não se preparou. Ele está
pronto, ela não. Mas Apocalipse 19: 8 diz como finalmente a igreja não só terá
justiça imputada, mas terá dikaioma: "E foi-he dado que se vestisse de linho fino, puro e
resplandecente; (*branco e puro) porque
o linho fino são as justiças dos santos". Não, eles não vão se salvar a si mesmos e não terão nenhum mérito; mas
seu dikaioma finalmente honrará o seu Salvador, e lhe dará “glória” (vs.
7). Você quer estar “pronto”?
--Paul E. Penno
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Notas
finais
1) Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, págs. 753, 754. (*O texto continua: “Houvesse Sua glória irrompido da nuvem, e todo espectador humano teria sido morto. E naquela tremenda hora não devia Cristo ser confortado com a presença do Pai. Pisou sozinho o lagar, e dos povos nenhum havia com Ele.”);
1) Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, págs. 753, 754. (*O texto continua: “Houvesse Sua glória irrompido da nuvem, e todo espectador humano teria sido morto. E naquela tremenda hora não devia Cristo ser confortado com a presença do Pai. Pisou sozinho o lagar, e dos povos nenhum havia com Ele.”);
2) Veja o predominante sentido da palavra semelhança em português, como
está em Romanos 8: 3, “homaioma (homaiomati) = semelhança; “homós” em grego:
Homoaxial = com o mesmo eixo;
Homocentro = centro comum de várias circunferências;
Homocinético = partes que se movem com a mesma velocidade;
Homogêneo = cujas partes todas são da mesma natureza;
Homógrafo = que têm a mesma grafia;
Homônimo = que têm o mesmo nome;
Homosexual = sexo mantido por indivíduos do mesmo sexo;
Homotérmico = que têm a mesma temperatura;
Etc
... etc ...
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Notas
Notes:
Pastor Paul Penno's video of this lesson is on the Internet at: https://youtu.be/-0PmY-Wc_7k
Pastor Paul Penno's video of this lesson is on the Internet at: https://youtu.be/-0PmY-Wc_7k
"Sabbath School Today" is on the Internet at: http://1888message.org/sst.htm
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Biografia do autor, Pastor Paulo Penno:
Paulo Penno foi pastor
evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da
Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading
Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há
42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na
Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos
Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no
Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia.” (Este
livro postamos, por inteiro, em Ágape Edições (agape-edicoes.blogspot.com) em
1º de agosto de 2017). Ao longo dos anos o Pr. Paulo Penno, escreveu muitos
artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a
serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai
dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente
escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do
seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015,
realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church
localizada no endereço: 14919 Fruitvale
Road, Valley Center, Califórnia.
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos
do tradutor.
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